CAÇA AO TESOURO - O INÍCIO

Dado para o feitiço. Gogo dados.

WAKE UP

Oito horas da manhã. Mais uma vez atrasado. Aqueles primeiros dias de aula assemelhavam-se à história de um filme de terror. Eu, que passara o verão inteiro dormindo e acordando na hora que bem entendesse, enfrentava problemas sérios com os novos horários. Perdi o café da manhã. Descendo as escadas, passei ao lado das cozinhas. Lembrei-me imediatamente dela. Desde a festa dada por Bo Wagtail, as aulas se tornaram cada vez mais estranhas e cansativas. Tudo se devia à presença daquela portuguesa, Azmaria Corte-Real. Para evitar o contato visual com a garota, criei a estratégia de sempre sentar nas primeiras carteiras. Hoje não seria diferente. Quanto mais perto dos professores e da lousa, maior a atenção que dava às matérias e maior a abstração que gerava ao redor do que acontecera dias atrás. Se naquele começo de ano letivo as coisas já estavam assim, prefiro nem imaginar quando acabar – temos aí um gigantesco potencial de catástrofe.

Certo... Até que as aulas de hoje não foram das piores. Morrendo de fome, deixei a sala assim que o sinal bateu. Céus, como meu estômago reclamava! A mesa da Grifinória ainda estava vazia quando cheguei ao Salão Principal. Sentei-me bem na extremidade oposta à entrada. Comi feito um condenado. Se alguém se aproximou enquanto fazia minha refeição, não o vi. Exceto por Isabelle, que fez questão de se manifestar. A garota acomodou-se ao meu lado. Aparentemente, se houve alguém que não gostara das últimas aulas, este alguém era ela. Reclamava dos diabretes e só me restou rir. Desde que entrara para Hogwarts, aquela havia sido uma das pessoas que melhor me acolheram. Quiçá porque logo imaginei, diante de seu nome, que fosse francesa – ledo engano – e comecemos a nos falar justamente por causa disso. Isabelle é meio fora do comum, é verdade. Sempre aparece com anedotas e um humor um tanto quanto instável. É carinhosa comigo e, portanto, nos damos bem.

O almoço acabou. A fome foi embora. Uma notícia se alastrou por todo o Castelo. Ora, se não teríamos um evento durante aquele final de tarde. Sem nem pestanejar, Isabelle me chamou para ir. Apenas assenti com a cabeça. Ok, estaria lá. Antes de tudo, porém, tinha de atualizar alguns deveres que ainda não havia concluído. Fui até a biblioteca e passei a tarde estudando. Quando o relógio marcou quatro horas da tarde, optei por ir à seção de Transfiguração. Lá, os minutos passaram rapidamente entre as obras sobre lupinos e animagos. Não encontrei nada que já não tivesse lido, mas, por via das dúvidas, decidi levar um livro – aquele que mais parecia ser útil e interessante sobre o assunto. Tentaria lê-lo durante a noite, se não conseguisse dormir tão cedo novamente. Por falar em dormir... Ainda tinha de retornar à Grifinória. Precisava ir ao Dormitório depositar minhas coisas e depois, no Salão Comunal, encontrar com Isabelle.

Saí correndo da biblioteca. O relógio mostrava que se atrasasse mais cinco minutos, provavelmente não chegaríamos a tempo ao evento escolar. Assim, as traiçoeiras escadas ainda teimaram em me prejudicar. Pararam duas vezes em lugares opostos aos que eu ia. Por sorte, ao entrar no Salão, Isabelle não estava lá. Subi para o Dormitório e deixei minhas coisas dentro do malão. Ao abandonar o local, dei de cara com Stwart e lhe perguntei que horas eram. Ufa! Eu não havia me atrasado. Na verdade, ainda faltava uma hora para encontrar com Isabelle. “O relógio da biblioteca deve estar errado”, disse-me ele na maior tranqüilidade. Então, eu, que estava suado, optei por tomar um banho. Já trocado e visivelmente menos cansado do que antes, desci novamente as escadas rumo ao Salão Comunal. Encontrei uma Isabelle impaciente, que logo deu espaço a uma mais dócil. Ofereceu-me um alcaçuz e agarrou-se ao meu braço. Andamos assim até chegarmos ao Campo de Quadribol.

- Coloque nossos nomes aí, por gentileza. Logan Chevalier Villeneuve e Isabelle Founier – disse ao responsável por inscrever os participantes. – Boa sorte para você também, Isabelle - e dei uma piscadela, andando para o lado oposto ao que ela seguia.

Em questão de minutos, estávamos no que seria uma espécie de “arena”. L’Druide falava desenfreadamente e nos dividia em grupos. Parecia que a brincadeira de fazer caça ao tesouro ia ser divertida. Ciente do grupo ao qual pertencia, coloquei-me a postos. Nem fiz muito questão de observar ou medir os concorrentes, estava mais preocupado em analisar como chegaria aos pacotes. Visava indubitavelmente o de número onze. Assim, prostrei-me bem no meio do campo. Era preciso estabelecer uma estratégia. A varinha fixa na mão direita estava pronta para um contra-ataque. Cinco... Quatro... Três... Dois... Um... E parti em disparada, sem sequer olhar para os lados.

Ao meu redor, pequenas batalhas se consolidavam. De mãos vazias ou não, optei por não fitar muito os outros pacotes que se dispunham ali... É, eu tentei, mas meus reflexos foram mais rápidos. Tão logo olhei de esguelha para o de número três e já as palavras mágicas já eram proferidas – Ákio pacote três. Saí daquele local o mais rápido que pude. Que os outros participantes se matassem, mas eu definitivamente queria me manter vivo dentro do jogo. Vacilei, por um momento, e olhei para trás. Gnomos, fumaça roxa, caos. Precisava sumir e foi quando o mundo tremeu. Depressões no solo tomaram formas instantaneamente. Por um segundo, devido aos tremores e à minha corrida, tropecei caindo de encontro ao chão. Tentando me levantar, só rezava para que um buraco não se abrisse bem debaixo de onde estava.



RESUMO:

DADOS:

Spoiler:

dados:
1º - tentar sair do visgo com as mãos
2º - tentar sair do visgo com o feitiço

Cálculos:

E agora?:

Dado para sair da Cornucópia.

Spoiler:

Dado #1 – Feitiço, Dado #2 – Acrobacia para desviar o corpo da queda e cair equilibrado em cima de uma das paredes. Não vi nenhuma descrição de altura, então como o feitiço promove um salto de até 4m em pessoas, considerei suficiente para a ação.

WAKE UP


Enquanto abraçava os pacotes da forma que podia com o braço esquerdo, tentava, com o outro, que carregava a varinha, rastejar pela superfície. Tinha a ideia fixa de me levantar o mais rápido possível e estava determinado a concretizá-la antes que fosse tarde demais. Foi inútil. Quando dei por mim, o chão desaparecia sorrateiramente e me tragava para dentro do que parecia ser uma cratera. Impulsivo, finquei ambas as mãos na terra. Optei por não olhar para baixo. A sensação que tinha era a de que estava muito longe da Cornucópia. Se eu tirasse as mãos do chão e caísse, tudo estava perdido. A enfermaria, com certeza, era a primeira parada... Se ainda o pior não se realizasse.

De olhos fechados, senti alguns pequenos arranhões se abrirem no rosto. Subitamente, estagnei. Reparei que o buraco agora estava imóvel e ousei investigá-lo pela primeira vez. A luz do dia, que já era pouca, tomara um sombreado sem igual. Olhei para o céu e levei um susto. Desequilibrei-me, embrenhando-me ainda mais na cratera. Será isto um sonho? De repente, o mundo começou a ser encoberto como uma concha prestes a se fechar. Por um instante, reparei que calculara completamente errado a distância entre aquele lugar e o campo onde estavam os outros participantes.

Num momento de desespero, reuni todas as minhas forças e tentei me erguer. A abertura da Cornucópia estava se fechando. Inclinando-me, escalei o mais rápido que pude até o ponto que achei ser possível alcançar a saída. Com os vestígios de terra por todo o corpo, levantei a varinha para a extremidade em que a entrada se encontrava. Em meu rosto, a audácia. Mais do que nunca, se não quisesse morrer sufocado, teria de fazer funcionar a minha última cartada na manga. Arranjando algum equilíbrio nos pés e apoiando-me nos pacotes, respirei fundo. Não poderia dar errado. Não agora.

Mentalizei o feitiço que desejava realizar e o pronunciei em alto e bom som:

- A-CÊN-dio!


RESUMO:

DADOS:

Cálculos:

E agora?:

Dado para tentar sair de lá de novo. Que Merlin, Salazar e Nimb estejam ao favor de Chloe. Depois ela oferece alguma virgem lufana para eles. XD