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Expresso de Hogwarts [encerrado]

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Expresso de Hogwarts [encerrado] - Página 3 Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Kim Blayr Sáb Ago 11, 2012 8:57 pm

Kim Blayr possuía apenas sete anos quando declarou, com as mãos na mesa, que não usaria vestido. Nem no casamento, que seria naquela tarde de Setembro, nem no resto de seus dias. Helena Jackson, amiga íntima dos Blayr, soltou um grunhido de frustração – afinal, Kim carregaria as alianças- mas nem Devona ou Georgius, o velho caseiro, conseguiram mudar sua opinião. De modo que Devona foi obrigada a encomendar um terninho de cores claras e gravata borboleta verde agua.

- Que me desculpe a pergunta, senhora Blayr, mas e quando a senhora morrer? – Mathilde, uma mulher de quadris largos e mão gorduchas, perguntou, enquanto fazia os últimos ajustes

- Creio que ela irá usar um fraque. – respondera Devona e deu por encerrado o assunto.
___

Devona não morrera e Kim Blayr ainda não tivera que usar seu fraque para essa finalidade específica, muito embora seu colega, o blazer, fora requisitado no ano anterior durante o baile de inverno. Por esse motivo que ela o empacotara novamente, junto com algumas garrafas de cerveja amanteigada e alguns baralhos – viciados e não viciados.
Fora, aliás, um dos seus baralhos novos que garantira uma pequena fortuna em dinheiro trouxa durante sua última estádia na Escócia, em um pub que supostamente não deveria aceitar menores de idade. O conjunto de cartas possuía a capacidade de mudar seu naipe e número sempre que lhe roçavam as costas com o dedo indicador da mão direita.
Os jogos disputados nas mesas bruxas lhe renderam um prêmio interessante: um leprechaun que se dizia irlandês mas que era, na verdade, alemão de nascença e como todo alemão meio nazista, mas igualmente como todo alemão, se dizia não ser.

- O quê? – ela o encarou .

- Ora, o que. Ele. – o leprechaun se chamava Hans – como metade da população da Alemanha e tinha um cavanhaque pintado de ruivo e olhos negros oblíquos, sempre ariscos. Apontava com o queixo uma figurinha miúda, magra e preta, que parecia alheio ao lugar onde se encontrava. Seu Jorge era um saci-pererê brasileiro, mas os conhecidos geralmente o chamavam de negão.

Negão fora parar na Inglaterra não se sabe como: disse que participava de uma micareta, uma espécie de comemoração carnavalesca trouxa e que, no outro dia, ao abrir os olhos achou-se “naquele lugar de loiras sem bunda”. Nunca chegou a contar como fora parar no jardim da casa dos Blayr naquela sexta-feira e costumava lamentar toda quarta-feira do mês de fevereiro.

Kim não planejara ficar com o saci, mas rapidamente se acostumara a sua presença e Seu Jorge não dava sinais de querer partir. Por este motivo o colocara junto a Hans, em uma garrafa anormalmente larga. Hans não gostara especialmente da ideia, mas convivam em relativa harmonia.

O trem ainda não havia partido e a despeito da quantidade de pessoas que iam e vinham, Kim caminhava com relativa facilidade. Era um caminhar desleixado, de ombros caídos e ar displicente, quase arrogante. Seus olhos vararam a multidão de cabeças sem demonstrar reconhecimento ou sequer interesse. Não sorria e não olhava repetidamente pelas cabines ou mesmo através das janelas, buscando algum rosto conhecido. Viera direto da Escócia e não esperava despedidas.

Cruzava mais uma cabine de portas entreabertas quando seu olhar foi automaticamente puxado para a figura que, de costas, procurava por com alguma dificuldade a mala no bagageiro. Kim inclinou-se e seu corpo adentrou parcialmente no vagão, o suficiente para que ficasse fora de alcance do trânsito que se tornara ainda mais intenso nos últimos minutos que antecediam a partida.

- Ajuda?

A morena estremeceu de leve e a mala, que estivera equilibrando com certa precariedade, caiu com um som abafo, cuspindo todos os sutiãs, calcinhas e revistas que parecia não ter digerido bem. Kim deixou escapar um risinho, e seus olhos subiram lentamente até a garota.

- calcinhas legais – comentou.

- Bem, se tiver um bom feitiço que tire esse maldito cheiro de fumaça do cabelo, eu agradeceria – a voz da garota exalava hostilidade. Kim agachou-se e juntou três ou quatro revistas, oferecendo-as com um gesto delicado. Só então a sonserina a reconheceu e seu sorriso se alargou.

- Tenho algo melhor. – Kim deixou a mochila deslizar pelo ombro esquerdo e retirou, após remexer alguns segundos, uma garrafa de cerveja amanteigada – servida? – o sorriso permanecia largo, divertia-se com o fato que mesmo após fita-la cerrando as sobrancelhas não pode avistar nenhuma centelha de reconhecimento de Louise Standford.

- Tsc, Sabe sempre como me agradar. Ainda te expulsam pelo uso de firewhisk na cerveja amenteigada. – Louise Standford abriu a cerveja amanteigada e tomou um gole longo. Kim riu.

- Achei que não tinha me reconhecido, Standford. Foi susto ou emoção por ter me visto novamente? – deixou seu corpo cair no assento em frente ao dela e uma espanada suave de poeira ascendeu, tornando-se visível através da luz que invadia a cabine. Lou não mudara exatamente, porém havia algo que, embora não pudesse identificar, a fez reparar na lufana mais demorado que de costume. – as férias te fizeram bem, garota. – – Kim piscou e deixou escapar um sorriso ligeiro, mas charmoso. – morreu de saudades minhas? Contou ansiosamente os dias para me ver novamente?

- Eu... – Louise engasgou antes mesmo que mais palavras pudessem sair de sua boca. Kim a socorreu entre risinhos divertidos. - – Ô. Não via... a hora de você... me matar de... susto e envenenar com essa bebida forte. – ela puxou o ar e então seu corpo relaxou, os olhos castanhos a fitando com aquele ar de sarcasmo e desinteresse habitual - – Já seu novo estilo... Hm, foi para bater de frente com a velha Blayr?

Kim fez uma careta e riu, uma risadinha amistosa, meio grave.

- E eu lá tenho cara disso, Standford? A gente muda, é só. Por quê? Decidiu se declarar para mim? Confessar que não resiste ao meu..- ela se inclinou e apoiou as mãos no assento, ao lado das coxas de Lou e mordeu o lábio inferior, encarando-a com um ar brincalhão – charme?

- Eu nunca...

Kim Blayr nunca soube o que Louise Standford diria já que naquele momento um vulto de ombros largos invadiu a cabine, apossando-se do assento e largando a mochila em outro. Ele nem precisaria ter aberto a boca – “OPA, desculpa ai, StantFord. Não vi que tava acompanhada, o expresso tá uma bagunça, ainda bem que não ganhei a insígnia de monitor” – e mesmo assim ela o teria reconhecido. Reconheceria até mesmo seus passos.
Kim encolheu-se rápido o suficiente para que ainda o pudesse ver gesticulando “Cadê a Kim?” e "Quem é o cara?"

- O cara se chama Kim Blayr, Corday.

Enquanto Louise escondia o rosto, Douglas Corday esbravejava uma série de palavras sem sentido. Na verdade, com sentido suficiente para que Louise se encolhesse ainda mais.

- KIIIIIIIM! MEU IRMAO! Digo. Nossa, você está... bonito, digo, bonita. Bela. – ele sorriu amarelo e arregalou os olhos e afastou a cabeça loira das meninas. – Cara, você... ela... vocês... não... quero dizer... Não né? Haha, não. Né? – Ele riu, parou, olhou para Kim. Louise ainda olhava a paisagem lá fora e um tranco fez o trem balançar.

- Não ainda. – Kim abriu um sorriso malicioso e desviou os olhos do corvinal para a lufana – Talvez se você tivesse se atrasado, a Standford não estaria de tão mau humor por não ter ganho um beijo meu. E você, seu viadinho? Quem que você tá chamando de irmão? Ora, me respeite. Consigo ter mais culhões que você, Corday. .

Kim Blayr não se deu conta do pânico que se instalava nos vagões distantes do seu. Nem do fogo, nem de velha bruxa desmaiada, nem dos estudantes que entravam vagarosamente em polvorosa.

- Hei, você quer beijar a Standford ali, e eu sou o viadinho? Beleeeza. – Fez o sinal “positivo” com o polegar pra cima, e piscou o olho direito. – Não vamos entrar em detalhes sobre o humor da Lou, que ela sempre é assim de manhã e...

- EU NUNCA. – A lufana pareceu ter acordado, mas novamente ficou em silêncio. Ergueu-se, segurando a mala – Pois olha, Blayr. Você seria a última pessoa da face da terra que eu beijaria, tá ouvindo? – Aos trancos, pegou sua malinha e saiu da cabine.

- Veeeeei, por isso eu disse. – Falou Doug, assim que Lou bateu a porta com tanta força que quase a quebrou. – Não se fala pra mina que você tá a fim, vê o meu caso? Não tô com essa cara de quem chupou limão e nem levei um toco homérico na frente de alguém.

- Me poupe Corday, eu não gosto da Standford. – Kim retrucou, enquanto levantou-se e rapidamente atirava o corpo pelas portas da cabine, esbarrando no secundarista que cruzava seu caminho. Esticara bastante nas férias e por isso foi fácil segurar Louise pelo pulso e a virar para si – ora,vamos Standford. Não deixe seu mau humor atrapalhar a viagem. Outra cerveja? Volte, volte, me deixa carregar isso aqui para você – Kim tomou para si a mala e a mochila que a garota carregava e saiu guiando novamente em direção a Doug, que curioso, espreitava – e saia daí Corday. Aproveite a guarde a mala da Standford, ela não tem força suficiente para isso e eu sou uma dama para sujar minhas mãos delicadas.
Blayr observou Corday e seus músculos agirem e só então tornou a sentar, observando Louise de alto a baixo.

- Vai ficar aí,hen? Não seja chata, Standford, o ano mal começou e eu não sei se aguentarei seu mau humor o resto do período. Be nice. – ela ergueu as sobrancelhas e crispou os lábios, num gesto de ironia. – Além do que, eu ia ficar feliz em ver sua cara feia durante essas horas. Então, quem quer cerveja?
Kim fingiu não ouvir o sussurro da lufana e buscou os olhos dela, arregalando os seus imperceptivelmente, num pedido mudo de paz. Depois, sentou-se ao lado de Louise e roçou seu antebraço no dela, selando o acordo.

- Beeeeeeeem, eu quero. – Ele pegou uma e abriu facilmente. – Então meninas, onde passaram as férias? Eu passei em Madri, o pai tem um negocio inacabado por lá, se é que me entendem. Nossa, a biblioteca deles, vocês iam curtir, tem tipo, várias seções maneiras, comprei altos livros, serio. E a seção de aritmancia é de arrepiar os cabelos da nuca! Nunca vi tanto livro com números, serio. E você? Kim? Lou?

- Escócia. Ganhei um leprechaun jogando poker. Kim sorriu e indicou a bolsa, com o queixo – e um saci, que foi parar no meu quintal. E ah,trouxe algo para você, Doug. – A sonserina abriu a mochila bege e procurou por alguns segundos um embrulho de tamanho médio e fofo, amarrado com duas tiras de barbante. Assistiu doug rasgar o envelope de papel pardo e retirar de lá uma camisa oficial da seleção Escocesa, autografada por todos os jogadores – Minha família tem contatos. Patrocinou por bastante tempo a seleção .

Douglas Corday mal teve tempo de agradecer, já que a cabine foi invadida por um grupo de corvinais barulhentos que em troça, o arrastaram de lá.- “- Bem, o clima ta pesadão. Então vou dar uma volta. Kim, não mata a menina.” Kim abriu um sorriso e acenou para alguns deles, recusando o convite para se juntar a festinha uns vagões adiante e recebeu um olhar de canto e de estranheza de Louise.

- Pois é. Eu vou ficar aqui com você. Então... eu te trouxe algo também. Uma lingerie preta. – ela riu e então ergueu as mãos em defesa ––calma, é brincadeira. Tome, pegue. – o embrulho era muito mais delicado: uma caixinha de veludo azul e cabia na palma da mão. Louise puxou a corrente delicada, era dourada e trazia “Lou” gravado em uma plaquinha fina. – Posso colocar? É um presente de amizade. – Kim ergueu delicadamente os cabelos longos da lufana e só então tomou a correntinha, colocando-a com delicadeza – nossa, eu tenho um gosto ótimo. – admirou-se e riu – você ficou linda. – disse, de um jeito inocente.

- Não fique elogiando, você não é assim. Olha, serio, é lindo mesmo, mas não posso aceitar.- E começou a erguer as mãos para tirar o presente.

- Não. – Kim segurou as mãos dela entre as suas e percebeu que , pela primeira vez, eram as suas que envolviam as dela e não o contrário. – Você vai ficar. Certo? É importante. Eu quero você..com a corrente. . – Kim encolheu os ombros e seu estomago revirou. Uma sensação amarga tomou conta de sua boca e recuou lentamente, fugindo ao toque da lufana. – Fique, Standford. É sério. É falta de educação recusar, eu sei que lufanos não são lá bem educados mas... você já conviveu tempo suficiente comigo para aprender alguma coisa. . – teve a impressão de sua voz assumir um tom agudo e estranho e pigarreou – agora vou dormir. E se você me devolver, nunca mais olho nessa sua cara feia. . – cruzou os braços e estirou as pernas, fechando os olhos. Sentiu que sua respiração aos poucos ia pesando e teve a impressão de ouvir, ao longe, um “Ok”

Spoiler:
Kim Blayr
Kim Blayr
Aluna

Série 5º Ano

Inglaterra
Sangue Puro

Cor : #548b54

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Mensagem por Natalie Flower Sáb Ago 11, 2012 11:03 pm

Se Natalie Flower tivesse o costume de falar palavrões, naquele momento, a palavra que sairia de sua boca era algo que começa com f e termina com k. Porém, a garota aos catorze anos não tinha lá um grande vocabulário no quesito palavrões, então tudo que ela fez foi pensar que estava bastante ferrada. O engraçado da situação é que a velha parecia estar lutando alguma espécie de batalha interna consigo mesma, o que fez a lufana refletir sobre a sanidade da senhora em questão. E se esta estava mesmo apta a dar aulas. Adivinhação fora uma das matérias optativas pelo qual a garota se inscrevera no quarto ano, então ela estava meio q particularmente interessada pela atitude daquela que seria sua professora. Principalmente quanto a mesma estava, hum, apontando uma varinha diretamente para seu peito?!

— O que?! O que foi isso ?

“O que foi isso o que?” perguntou-se a lufana, pensando seriamente se a professora estava bem. Esta olhava para algo distante, parecendo confusa e falando como se houvesse uma quarta pessoa na cabine. A garota olhou em volta. Existia alguém invisível ali ou a velha estava falando com a porca? Ela baixou os olhos para Fortuna. Fora o brinco, que, venhamos e convenhamos, dava até um ar meio fashion/sexy para a porquinha, esta parecia ser completamente normal. Assim, na medida do possível com o qual uma porca que anda envolta em trapos que nem um bebê possa ser. Ou talvez a velha tivesse afinidade com porcos e pudesse conversar por pensamento com eles. Vai.Saber.

“Boa Natalie, de todos os professores que você tinha que se meter, tinha que ser logo com uma que...parece não estar exatamente sã? Bem que papai sempre disse para desconfiar em pessoas com mais cem anos de idade. Vai que elas são zumbis? ”

Antes que os pedidos de desculpas da garota fizessem efeito, a frasqueira que a lufana colocara no bagageiro acima dos bancos, por um motivo incrivelmente confuso – leia-se, totalmente sem razão – caiu sobre a cabeça da professora, derrubando-lhe o chapéu. Estaria a mesma enfeitiçada? Parecia realmente com uma espécie de brincadeira final dos primos, deixar a maleta enfeitiçada para cair na cabeça de um. Mas tinha mesmo que ser na cabeça da professora?

Ela.Estava.Tão.Ferrada.

Numa tentativa de ajudar a bruxa, ao mesmo tempo em que pedia desculpas e procurava reparar o fato que sua frasqueira atacara sem razão sua professora de adivinhação, a menina pediu para o garoto Fullside ajudá-la, já que no momento a porca ainda estava bem aninhada em seus braços. Não que ela precisasse. Ao menos tempo que a garota pedia isso ao lufano, este se adiantava a ajudá-la, como se tivesse lido sua mente. As vezes a menina se assustava com a facilidade com que os dois captavam a idéia um do outro.

— EU NÃO PRECISO DE AJUDA!

O grito da velha fez a lufana retroceder vários passos. Nathan veio ao seu lado, parecendo tão assustado quanto ela. A impressão que a lufana tinha era que, a cada momento que a garota tentava se desculpar por seus atos, só os piorava, e a velha estava cada vez mais zangada com a quartanista. Ela realmente só esperava que aquilo não influenciasse diretamente nas suas notas. Tinha a impressão que a velha era BEM VINGATIVA. Ainda mais com a expressão que esta adquirira naquele momento.

— Você não sabe de nada. Eu sou uma das guardiãs dos segredos ritualísticos de Stonehange. Sou uma feiticeira cujo nome é temido em dois continentes.

A lufana encarou-a muda, enquanto sentia que estava tremendo levemente diante da explosão da professora. Para ser bem honesta, a lufana nunca ouvira falar no nome da velha, mas, se ela dizia que era temida, a garota exatamente não estava em posição de discordar. Lembrou-se então de sua varinha, que, para seu azar, permanecia na mochila entreaberta no banco. Não que ela fosse atacar a professora; ela não queria ser expulsa ainda. Mas seria ótimo ter a certeza que ela não iria virar picadinho de texugo caso piscasse errado para a velha... E aí o mais esquisito aconteceu: a bruxa levantou a varinha por sobre o ombro, enquanto esta era iluminada por algumas luzes que a garota denominou de “sinistras”. Era alguma nova espécie de magia? Ou será que a velha enlouquecera de vez? Ao mesmo tempo, esta gritou “desapareçam” o que só apavorou a garota. Nathan segurou-lhe a mão. Empatada entre a idéia de ruborecer e ficar assustada, a lufana segurou o sorriso, apertando a mão do lufano na sua.

Felizmente – ou infelizmente, vai saber – antes que a velha bruxa completasse seu feitiço, tropeçou na lata de bebida trouxa que estava caída no chão, batendo de cabeça na porta da cabine e caindo sentada, enquanto sua varinha brilhante voava para o sentido contrário e fincava-se no chão como uma espécie de excalibur moderna. Se a cena não fosse tão trágica, seria bem cômica. E até que Natalie, inclusive, quase deixava sair uma risada. Foi aí que a garota Flower notou que a velha apagara de vez. E que tinha um filete de sangue escorrendo da nuca.

- NATTY! Você tá bem? Quer dizer, claro que está, não tá? Meu, essa mulher é doida. E o pior é que eu tinha gostado dela. Será que ela tá morta?

A menina não respondeu, porém balançou a cabeça afirmativamente. Ela nem ao menos chegara ao castelo e já provavelmente tinha sido a causa da morte de uma professora. O choque fê-la paralisar por alguns instantes, de modo até mesmo a não notar que a porca debatia-se loucamente em seus braços.

Ela não só cometera um homicídio acidental, ela tornara Johnathan Fullside, o dono de seu coração, cúmplice. Estranhamente, tudo que veio à mente da menina no momento era se seriam capazes de deixar os dois na mesma cela de Askaban. Se era para apodrecer na cadeia, era bom que fosse com o amor de sua vida do lado. Mesmo que esse estivesse lá por sua culpa. Ela já podia até imaginar a cena: Natalie olharia para o mesmo com olhos lacrimosos e diria “Me desculpe por tudo meu amor! Eu juro que pensarei num modo de fugir daqui!” aí ele aceitaria suas desculpas, a abraçaria e os dois seriam felizes para sempre. Ou não.

Nathan, parecendo um tanto mais calmo que a menina, aproximou-se olhando sua pulsação e anunciando que esta estava viva. A menina deu um suspiro de alivio, ao mesmo tempo em que concordava em ir atrás de um professor, enquanto o lufano colocava ataduras sobre a cabeça da velha.

Ainda com a porca nos braços ela seguiu o lufano, que tomou a dianteira, aparentemente indo para o sentido contrário de onde podiam-se ouvir gritos e explosões. Algo em seu intimo lhe dizia que não devia seguir por aquele lado e resolveu ouvir sua intuição. Com o andar dos vagões, contudo, Natalie foi se tornando mais nervosa, lembrando da velha só na cabine e apressou o passo, passando do garoto, até que, finalmente quase correndo ao chegar à saída do vagão, a lufana trombou com alguém que vinha no sentido contrário. A garota caiu de joelhos, contudo, não soltou a porca, que parecia agitada em seus braços. Por algum motivo estranho, a garota tinha a sensação que não deixar Fortuna cair era a coisa mais importante que ela deveria fazer na vida. Weird. Mas enfim, quando a menina finalmente levantou o olhar para ver com quem tinha trombado, abriu a boca de espanto.

Karl Van Den Berg. Sim, de todos com o qual a menina poderia ter tombado, ela tombou justamente com o professor de transfiguração. E enquanto Nathan ajudava-o a levantar o professor deu-lhe um sermão ao qual a menina não ouviu muito bem pelo nervosismo, com exceção do final, quando este perguntara o que havia acontecido. “Tudo aconteceu! Uma velha aconteceu! Adivinhação aconteceu! Eu sabia que alguém que não usava pantalonas ou comia jujubas era alguém não confiável!” era o que a menina queria dizer, porém o que saiu de sua boca foi:

- PROFESSOR, UMA VELHA, DIGO, A PROFESSORA – Respirando fundo, a garota baixou sua voz duas oitavas – Eu estava num vagão sozinha, aí uma sonserina, Elena,não sei se conhece, ela entrou na cabine e ai depois entrou uma senhora, aí a sonserina me abandonou pra sair com a amiga depois de dizer alguns impropérios para a senhora, que eu gostaria de dizer que foram muito mal educados, mas enfim, aí eu dei uma bebida trouxa que eu comprei do Lewis, um corvinal, o senhor deve conhecer, pra senhora lá, o nome dela é Vicky alguma coisa, Vicky Etros-alguma coisa.Mas então, aí nathan chegou na cabine, ela deixou eu pegar na porca, bebeu a bebida do Lewis e disse que tava envenenada, a porca veio pras minhas pernas, ela pirou de vez aí escorregou na latinha e bateu a cabeça e agora ela ta desmaiada! POR MERLIN PROFESSOR, TA SAINDO SANGUE! Mas eu juro que não foi nossa culpa! Ela pirou! E agora a gente veio com esse porco pra cá pra ele não fugir ou alguém roubar ou matar ou...Professor ajuda a gente POR FAVOR!

Rezando para o professor entender tudo que ela conseguira falar de um fôlego só, a menina então tentou fazer seu melhor olhar do gatinho Shrek. Tinha que convencer o professor a ajudá-la, não importava como. Nathan também tentou ajudá-la, dizendo que eles não tinham culpa, e a menina sorriu para ele, agradecendo.

Felizmente, o professor resolvera acreditar nos dois e se candidatou a ir para a cabine com eles. Era realmente uma grande sorte que tudo dera tão certo desde que ambos haviam saído da cabine. Ela nem ao menos se machucara muito quando caíra! Por alguns segundos a garota parou para pensar no padrão de tudo que acontecera desde que a porca caira em seus braços, porém não passou muito tempo analisando; seus pensamentos sempre voltavam-se para a professora machucada e em como ela estava ferrada quando a mesma acordasse. Será mesmo que ela teria que desistir de adivinhação como nova matéria opcional?

Chegando finalmente à cabine a menina agachou-se próximo à professora, ainda aninhando a estranha porca de brinco. Por alguns segundos ficou imaginando se esta não era uma animaga ou - pior - uma aluna transfigurada.

"Não existe uma lenda de uma ilha de pessoas que tornavam-se porcos? AI-MEU-DEUS"

Ela olhou assustada para Nathan, que estava proximo ao professor e engoliu em seco.

- Ela vai ficar bem professor? A gente não vai ganhar detenção por isso...vai? POR FAVOR NÃO PÕE A GENTE EM DETENÇÃO! Minha mãe vai me matar!

Spoiler:


Off: malz pelo post, to achando ele péssimo .-. qualquer coisa mp-me! Ações combinadas!
Natalie Flower
Natalie Flower
Aluna

Série 4º Ano

Inglaterra
Age : 26
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Cor : cornat

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Expresso de Hogwarts [encerrado] - Página 3 Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Stwart Dawson Dom Ago 12, 2012 12:00 am

O garoto Dawson parece ter os ânimos a flor da pele. À vespera de sua partida para Hogwarts, seus pais tem uma briga feia, a que acaba tendo como resultado o rosto esbofetado de sua mãe e o olho roxo de seu pai. Sem delongas, a família segue para a Plataforma 9 3/4 em absoluto silêncio, sem qualquer despedida no final. O menino então vai para o expresso e lá encontra duas pessoas bastante peculiares: Gastón e Viktoria.

Ele podia sentir a tensão emanando de seu corpo. Era quase como uma nuvem cinzenta prenunciando um terrível dia tempestuoso: palpável de tal forma que, embora você não possa tocá-la, consegue senti-la em seu interior, causando um turbilhão inóspito de sensações. Seus olhos claros fitavam-se na frente do espelho, tal qual era possível fazê-lo. Bailavam de um lado ao outro, tentando olhar-se diretamente ao mesmo tempo, parecendo engambelar-se em uma dança pouco elegante. Stwart Dawson tremia de forma imperceptível, tendo apenas uma leve sensação de tremor, como quando nos apoiamos em demasia em um único membro de nosso corpo.

Enquanto os olhos sincronizavam-se de forma impetuosa, um sorriso elegante formara-se no rosto belamente esculpido do jovem bruxo. Ele não entendia ao certo o motivo de sua felicidade, a qual agira como um músculo involuntário, formando-se tal qual possuísse uma vontade própria. Na verdade, haviam coisas que o garoto parecia não entender por completo, ao passo que sua mente enganava-se a achar que conhecia tantos outros assuntos tão bem quanto o era possível. O menino sentia-se firme diante de sua imagem, mas não conseguia compreender o que vislumbrava. Para ele, seu próprio reflexo tinha uma complexidade de tamanho inimaginável. Para quebrar o silêncio estático que se estabelecera, uma gota ao longe pareceu soar como um sino, anunciando a chegada de mais uma hora que se foi ou que vem.

Nesse mesmo instante, enquanto seus lábios curvavam-se lentamente, Stwart sentiu a tensão esvair-se de seu corpo, deixando-o levemente relaxado e descontraído. Era uma tolice sentir-se em tamanha tensão, como se seu corpo estivesse acorrentado à grandes correntes elétricas. Quantas tolices passavam na cabeça do menino neste instante. Ele podia ouvir ao longe os sons de seus pais, atarefados de modo que não paravam de se mexer. Todo o som parecia causar-lhe uma perturbação interna, como se fossem produzidos dentro de uma catedral esquecida pelo homem. Lentamente, seus membros recuperaram-se de seu próprio controle, e começaram a bailar por volta do garoto. Ainda que seus olhos tentavam encarar-se, naquela estranha dança incoerente, ele já podia realizar suas ações com mais afinco.

Era hora de partir. Seus olhos finalmente pararam de se mover, após o garoto ter concluído os próprios movimentos anteriores. Seus cabelos continham, agora, produtos químicos que o faziam imóveis por mais irrefreável que fosse a trajetória. Seus lábios vívidos em um vermelho venenoso continham o segredo de uma vida inteira. Seus braços, agora, estavam vestidos com a roupa que lhe fora trazida por algum de seus desconhecidos parceiros de habitação. Lentamente, o garoto saiu de seu quarto e rumou para o local onde seus pais o esperavam. A viagem do condado de Norfolk até a cidade de Londres era repleta de traiçoeiros e mal intencionados obstáculos, o que fazia a viagem ser ainda mais desgastante. Os seus pais estavam novamente brigados e ele, talvez, fosse o único culpado. O seu pai, em um de seus rompantes alucinados, influenciado pela bebida alcoólica, mais uma vez agrediram sua própria mulher. O quintanista, porém, não pudera evitar uma vingança. Ao passar ao lado de sua família, tão silenciosa como quando o vento parece agir com cautela, pode vislumbrar o olho arroxeado de seu pai e a face ainda vermelha de sua mãe.

A viagem do condado até Londres transcorreu em um silêncio mórbido, tão poderoso quanto os rugidos do mar enfurecido. Seus olhos petrificaram-se, projetando-se para fora da janela do carro que ocupava, ainda matutando acerca de questões que não podiam ser tão urgentes. O retardo do caminho deveu-se, também, às grosas gotículas de água que tamborilavam pelo metal do veículo, formando, junto ao silêncio, uma fanfarra irônica e sem escrúpulos. As gotas que caiam livremente do lado de fora pareciam convidativas e serenas, ainda que fossem capaz de congelar até os próprios ossos de alguém. Londres sempre fora uma cidade de frio penetrante, como se houvesse a presença constante de um manto pétreo de gélidos sentimentos. O absoluto silêncio era interrompido, ora ou outra, apenas pela sonoridade do trânsito urbano, a qual atingia o veículo tal como a chuva o fazia. Nem mesmo Kvothe, sua coruja, atrevia-se a piar, como se também pudesse pressentir a nuvem carregada de sentimentos raivosos.

Embora sua família fosse tão rica quanto alguma família pode ser, ela era dotada de peculiaridades tão únicas e contraditórias, que nem mesmo o garoto podia interpretá-la. Os Dawson eram donos de uma grife de roupas trouxas vendida em diversas partes do mundo, dotando-se de um contingente muito grande de dinheiro. Não eram perfeitos, não eram comuns, talvez sequer fossem humanos. A única certeza de Stwart era que eles eram trouxas, dotados de nenhuma parcela de magia, tão desprovidos de conhecimentos sobrenaturais como se pode ser. Ao sentir o solavanco que acompanhada a inércia, o garoto sentiu-se subitamente aliviado. O mundo efusivo e superficial que era forçado a adentrar, todas as pausas de seus períodos letivos, acabava de ser privado no passado remoto, novamente, em mais um ano de aprendizado místico.

Ele não se deu o trabalho de virar o rosto para os seus pais. Podia sentir a mistura incompreensível de sentimentos que os permeava. Ele não queria ser um ápice de mais uma discussão sem fundamentos, por isso, murmurou uma despedida gutural, que pareceu, ao seu ouvido, apenas um grunhido tosco e desprovido de sentimentos. Quando pode sentir o ar gélido invadindo os seus pulmões e as pequenas gotículas de chuva beijando-lhe o corpo, o menino sentiu-se leve, como quando o mundo inteiro de culpas sai de nossas costas cansadas. Ele rumou-se para a traseira do carro, esperando, sinceramente, que pelo menos sua mãe se levantasse e fosse cumprimenta-lo, mas era tolice esperar algo de seus parentes vivos. Pela proficiência britânica, entretanto, o garoto podia sempre se lisonjear. Um dos muitos funcionários do sistema de transporte de Londres apareceu, vestido em seus trajes azulados, para poder lhe ofertar um daqueles carrinhos auxiliares, quando viu o menino deslizar para fora de seu carro algumas malas e uma gaiola. O sorriso – parte indubitavelmente mais sedutora e bela no rapaz – saiu como despropositado, iluminando seu rosto com uma gratidão genuína.

Ele andou sem rodeios pela plataforma, uma vez que já estava atrasado. A viagem do condado para a capital era de uma duração ímpar. Ele nunca soube precisar o tempo exato, mas sempre palpitou em um número entre duas e três horas. Quando olhou para o relógio da estação, vislumbrou os números dourados que compunham o belo projeto: dez para as onze. O Expresso de Hogwarts iniciaria seu trajeto pontualmente, como era praxe e cultura daquela sociedade. Portanto, o garoto dirigiu-se para a Plataforma 9 3/4, com seus passos rápidos e pontuados, embora jamais perdesse a maestria com que guiava o seu corpo esbelto. Sem hesitar ou permitir-se pensar, o garoto dirigiu-se para a parede entre as plataformas de número nove e dez e a atravessou, sentindo o leve desconforto já comum em seu estômago.

Foi quando ele atravessou a parede de tijolos que ele pode sentir-se realmente em casa. Um ruidoso barulho preencheu o ar, mas, para ele, era como se uma melodia divina acabasse de se entoar pelos céus. Os sons dos animais, as risadas saudosas, os apertos de mãos, as crianças chorando. Todos faziam parte da orquestra que remontavam aos melhores tempos da vida de Stwart Dawson. Sem sequer notar, seus passos iniciaram-se em uma calma metódica, absorvendo todas as nuances que seus olhos astutos podiam tocar. Ele sentia a magia no ar, eriçando os pelos de seus braços e tocando-lhe a nuca, como se uma mão conduzisse um exame exigente em seu corpo. O menino continuou rumando para o trem, como se nada pudesse impedi-lo. Pode ver um garoto negro e de aparência feliz sendo secado por uma mulher, através de um feitiço bastante eficiente. Via também a correria de alunos, e estes não eram apenas os primeiranistas, como, também, os próprios veteranos do castelo. Ainda que considerasse as atitudes meramente infantis e desprovidas de inteligência, sentia-se tão feliz quanto nos sentimos ao pisar os pés em nosso lar, após muito tempo de longe estadia.

Com a ajuda dos eficientes condutores da ordem na plataforma, o menino pode ajeitar seus pertences em um local seguro do expresso, apenas conservando sua varinha e algumas moedas de ouro. Ele estava vestido com uma jaqueta de cor preta, por debaixo da qual havia uma camisa branca, simples, com sua gola em um formato de V. Sua calça jeans fora projetada especialmente por sua mãe, estilista de aguçado talento, para comportar um compartimento onde colocar sua arma mágica. Seus pés subiram em um dos últimos vagões, a fim de procurar um lugar onde se encaixar. Ele sabia, por intuição, que os últimos vagões conservavam os seres de menor popularidade de Hogwarts. Geralmente, os estudantes que ali ficavam tinham a aparência violenta demais, ou talvez possuíssem hábitos inóspitos por demasia. O garoto, belo e saudável, de um sorriso estonteante e olhos de um tom verde de profundo e intrigante conceito, era um ser tresloucado, um ponto brilhante em meio ao mar de negrume.

Fora vasculhando um de tais vagões que ele a vira. Uma das poucas criaturas na escola a que tinha apreço, ainda que não suprisse qualquer sentimento. A garota que era, talvez, o ser mais absurdamente estranho e introspectivo que o castelo jamais vira. Viktoria A. Sjöström jazia em uma das cabines, deitada em um banco, como se o mundo pertencesse a ela de tal modo que nada podia perturbá-la. Ao seu lado, havia curiosamente uma das criaturas mais abissalmente tolas a que [color:7a4f=#0099FF ]Stw tivera o desprazer de conhecer. Para ele, todos os corvinos não eram tão inteligentes quanto ele. Para o garoto de cabelos dourados, eles sequer se equiparavam à sua própria genialidade conceitual. A porta da cabine estava aberta, tal qual um convite inclinado para sua chegada. Ele sabia que sua simples presença traria luz àquele lugar de sombras. Sem sequer piscar seus olhos, o quintanista rumou para o local, tão seguro de si quanto o é o salgueiro mais velho da floresta. Quando na porta chegou, seus olhos vislumbram-se com a criatura absurdamente estranha que ali deitava-se, e ele abriu seu mais encantador sorriso.

Entretanto, algo lhe atingiu subitamente nas costas, fazendo-o desequilibrar-se. Seu sorriso transformou-se em uma linha fina e raivosa, quando suas mãos tatearam inutilmente o ar, a fim de segurar em algum ponto em que pudesse se conter. O garoto Dawson viu-se caindo e, para não cair por sobre o corvino desprovido de inteligência, fez a única coisa que lhe era permitida: com uma guinada, caiu por sobre a garota sueca e sentiu-se amortecido pela dura camada de pele e osso que a compunha.

– Desculpe, senhorita... – Começou ele, com um tom malicioso e perverso. – Ah, é apenas você, Vik. Queira me dar licença e deixe-me retirar o meu belo corpo de cima de você. – Com um movimento rápido, ele saiu de cima do corpo dela, já esperando a reação que ela teria. Antes de qualquer coisa, porém, ele retirou os pés dela de cima do banco e sentou-se em frente a ela, esperando as bofetadas tão fortes quanto as de uma menina recém crescida. O contraste entre ele e ela era tal que parecia haver sol e lua no mesmo ambiente. Ele, brilhante como o sol, belo em suas roupas tradicionalmente vestidas. Ela, surrada pela dor, atingida tão cedo pela injustiça e puramente maculada pela loucura de outrem. Sobretudo, acima de todas as tatuagens e piercings, ele a admirava com certo fulgor.

Spoiler:
Stwart Dawson
Stwart Dawson
Aluno

Série 5º Ano

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Cor : #0066FF

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Mensagem por Mimi D. Wolfsbane Dom Ago 12, 2012 12:36 am


Como? .IV

Mimi iria ficar devendo esta para Chester. A princípio ela não pensou muito bem na ação que pedia para o corvino realizar. Equilibrando-se entre o teto da cabine e a pontinha do ‘sofá’ ela só pode rir da reação de Fae ao ser trazida para dentro do lugar. O amigo, ainda machucado, mas melhor, parecia um bobo em todas as situações que contavam com a presença de Fae. Fae por outro lado não conseguia ser delicada ao lidar com a ‘bobisse’ de Lewis. - Acho que esta eu estou te devendo, Chester. – deu uma risadinha sem jeito trocando o peso de perna. - Fui eu quem falou para ele te puxar para dentro, pois o trem está pegando fogo... – olhou para o tumulto que se formava no corredor deste vagão. - Mas se eu não chegar em Hogwarts meu pai me mata e entre morrer queimada e morrer da bronca eu prefiro ser queimada. – fez uma careta ainda se equilibrando. “Acho que eu devia descer daqui.”

Fae retribui com outra careta, mas ambas sabiam o que ela estava pensando – Então fica ai e morra queimada – mas não se importava com este tipo de pensamento. Fato que era impossível argumentar com qualquer Pointer, pois todos possuíam um treinamento avançado neste quesito, enquanto que Mimi tinha, nesta habilidade, modificador negativo. Elliot rapidamente pulou de seu lugar, colocou os sapatos e seguiu para a janela. Do lado de fora as pessoas olhavam meio que assustadas o estado do trem, portanto, o grupo passava meio que imperceptível já que o pensamento maior era – Crianças, fogo, caos, Merlin...

Chester parecia mumificado fitando a porta, esperando por algo, e as outras meninas, bem, não tinha tempo para prestar atenção em todas as fisionomias. - FOGO!!!SAIAM!!! – começou a gritar – e ela ainda estava no mesmo lugar se equilibrando – para fazer Aubrey e a novata reagir. Fez movimentos indecifráveis com a cabeça para que elas reagissem mais rápido e aproveitassem o apoio terrestre do lado de fora dado por Elliot e Fae. ”Porque eu ainda estou aqui? Seu pensamento vagava basicamente ente a reação e a inércia. Agora era a vez de Chester, mas ao invés dele se virar e ir ele se manteve com varinha em guarda. Mimi finalmente saiu de seu lugar de conforto, colocou a varinha no banco – pois esta estava em sua mão – e abaixou a cabeça fazendo um sinal de negativa e passando a mão pelos cabelos ainda molhados. Chester? – Ela o encarou. Finalmente tomando um golpe de sanidade – lê-se uma cutucada na testa – ele despertou virando-se para o pessoal do lado de fora. Desculpa Fae, mas eu vou ficar, eu que fiz essa sujeira então eu vou limpar, ALOHOMORRA. – Ao mesmo tempo que sua vontade era dar um ‘supapos’ nele ela sentia pena.

Deu um passo a frente na direção dele. Do lado de fora da cabine o tumulto aumentava, porém alguém parecia já estar fazendo alguma coisa. As pessoas corriam das cabines para fora, enquanto, provavelmente os monitores, indicavam as saídas. Seus olhos pousaram no corredor, visível pelo vidro, e nele estava uma sonserina, Adela Burton. Seu corpo gelou, será que ela estava com os outros? Sua reação então foi gritar para Chester - COMO? Nós entramos nessa por sua causa e agora você quer morrer? – gritaria que mesmo no tumulto dava para ser ouvida, empurrando ele contra a janela para forçá-lo a sair, apesar de que sua vontade de verdade era jogar ele com toda força. ”Francamente, a gente se mete nessa enrascada e agora ele vai bancar o suicida?” tendo certeza que ele chegou ao chão, e isso não quer dizer que foi um pulinho muito bem efetuado, estando mais para tombo bem levado, ela subiu na janela e pulou para fora também antes que a menina sonserina tivesse tempo de interferir, mas sentiu de relance que a mesma já ia abrindo a porta do corredor.

Quando tocou os pés no chão viu Elliot com Fae disparar na frente, não viu exatamente para onde Aubrey e Molly foi, Chester não muito longe dos Pointer e ela ali. As pessoas corriam na plataforma meio sem direção, mesmo bruxos tinham dificuldade de manter a calma, principalmente quando sabiam que seus filhos poderiam sofres alguma coisa. Mimi se preparou para correr quando se lembrou de um pequeno detalhe. A varinha tinha ficado no banco, olhou para o lado de dentro da cabine onde a quintanista sonserina estava parada lhe fitando. Sentiu outro calafrio e desta vez por dois motivos. Primeiro aquele olhar, segundo, pois teria que usar uma alternativa que preferia não. Apenas pensou, foi uma coisa leve. Não precisava falar, se mexer, de outra varinha, precisava somente mentalizar o uma corda puxando sua varinha da cabine até ela, mas nada aconteceu. Conclusão: Mimi agora corria loucamente atrás de seus amigos, sem varinha e com a certeza de que a mesma estava com Burton com quem cedo ou tarde ela teria que pedir sua fiel companheira de volta. ”Espero só que ela não jogue por ai ou quebre como qualquer um dos outros faria.” Realmente não precisava do objeto, mas ninguém sabia de sua habilidade e ela achava isso muito estranho para mostrar para alguém. No meio da multidão ela alcançou os amigos e continuou ao lado deles até que estivessem seguros novamente.

Resumo:

Spoiler:

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Mimi D. Wolfsbane
Mimi D. Wolfsbane
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Mensagem por Victor Croft Dom Ago 12, 2012 1:30 am



Spoiler:

Chapter Two:
Nice Indian Boy.

Demorou um pouco para que Victor conseguisse dispersar os alunos que estavam acompanhando o pequeno duelo entre Gabriella Alleborn e Eilonwy Dolben. Quando todos voltaram aos seus próprios assuntos – despedir-se dos pais, embarcar no trem, encontrar uma cabine, colocar o assunto em dia com os amigos –, Croft ajudou o carregador a levar as malas da sonserina Dolben para o vagão das bagagens (- Locomotor malas!), e aquele foi o tempo exato para que Anna Blanche saísse do Expresso de Hogwarts, provavelmente depois de ter cuidado do furúnculo que Gabriella plantara magicamente no rosto de Eilonwy.

- CROFT! – berrou Anna, saindo da sua habitual armadura de serenidade e chamando a atenção de Victor, o qual ergueu as sobrancelhas, admirado com a repentina impetuosidade da amiga. Ao seu lado, a ruiva Hermi Maynard, outra companheira da Corvinal, pareceu avistá-lo antes da francesa e indicou a ela onde ele estava. Croft acenou para as duas e elas vieram se aproximando, num passo rápido que beirava a correria, com expressões preocupadas nas faces. “Que diabos terá acontecido?!”, pensou o rapaz, já apalpando a varinha no bolso; o gesto o deixava mais calmo.

Anna levou uns cinco minutos para explicar, no seu franco-inglês característica, a confusão que se desenvolvia no interior do Expresso de Hogwarts. Em resumo, Blanche vira um grupo de grifinórios fugindo em disparada de uma cabine ocupada por vários sonserinos e Charles Baudelaire, um monitor (!) corvinal do sexto ano com profundas raízes sonserinas (- Uma típica luta entre casas rivais – murmurou Victor, embora a francesa não tivesse parado de falar momento algum). O grupo de leões, em seu desespero para escapar das serpentes e da águia solitária, deixou um rastro de destruição pelo corredor estreito do trem, incluindo uma generosa quantidade de algo chamado “Coca-Cola” derramada pelo chão.

Enquanto a história da maior confusão que o Expresso de Hogwarts já testemunhara ia sendo concluída, Victor reparou na fumaça saindo pela janela de um dos vagões do trem (sua ação imediata foi olhar em volta, em busca de professores; se houvesse alguém do corpo docente por perto, os namorados de Anna e Gabriella, que estavam envolvidos na confusão, ficariam bastante encrencados), e um grupo de alunos se aproximou. Foi só depois que Anna parou de falar que Croft se voltou para os recém-chegados; uma música muito antiga, melosa e romântica de Celestina Warbeck começou a tocar ao fundo (ao menos na cabeça do rapaz) e ele sentiu um arrepio na espinha. “Sanjaya...

Expresso de Hogwarts [encerrado] - Página 3 Celestina

- Poxa, muito obrigada mesmo, gente – disse Anna aos amigos que haviam se juntado à causa. – Não consigo encontrar ninguém nessa confusão e... Estão escutando?! Tem crianças de onze anos nesse trem... – Victor já havia se desligado um pouco da amiga francesa; estava mais preocupado em admirar Sanjaya (Sam) Gupta sem dar muito na cara e pensar em algo para dizer a ele (- Sinto muito pelas suas malas – disse baixinho, só para ver como as palavras soavam, mas não achou prudente falar coisa alguma). Ao lado do colega grifinório estavam alguns outros rostos conhecidos – Aidan Sheppard (Lufa-lufa), Gerry Vakarian (Grifinória) e Adela Burton (Sonserina). – C’est bien, precisamos de um plano de contenção.

- Apagar esse resto de incêndio, tirar as crianças daí. – Aquele era Vakarian, um holandês grifinório do sexto ano. – Aguamenti agora e, com todo mundo fora, janelas dão conta da fumaça. – O plano parecia bem sensato até então. – Vem, Gupta. – “Epa”, pensou Victor, olhando feio para Gerry. “Vai não, Sam.

- Tá, e a gente? Qual é o plano? – perguntou Aidan Sheppard nervosamente enquanto os colegas partiam; o canadense de cabelos negros estava no sexto ano e era monitor da Lufa-lufa, o que fazia com que esperassem dele uma reação menos passional e mais confiante. Adela Burton, uma loira bonita da sala de Croft e a única serpente daquela aglomeração incomum com representações das quatro casas de Hogwarts, pareceu surpresa com o comportamento do colega mais velho.

- Vamos tentar achar quem começou essa confusão! – respondeu Anna imediatamente, externando uma dose de segurança própria do cargo que ela agora ocupava, e até mesmo Victor deu uma boa olhada para dentro de si, em busca de algo que o fizesse se sentir pronto para o trabalho de monitor. “Sim, eu sinto”, refletiu. “É a sensação de dever.” – Dependendo de como estiverem as coisas lá dentro, a gente avisa aos outros pra saírem...

- Então vamos, pessoal. Já são quase 11h – observou Croft, e os cinco partiram para sua missão. Victor puxou a varinha do bolso, mais para incorporar o poder dela do que para usá-la (embora ela pudesse vir a ser útil dentro do trem) e acompanhou Anna, Hermi, Adela e Aidan até o acesso mais próximo ao Expresso de Hogwarts enquanto Gerry e Sanjaya (“Boa sorte, Sam...”) já tentavam salvar o vagão das chamas, lá longe. Só no último momento o monitor da Corvinal reparou que ainda carregava a bolsa de viagem com o uniforme de Hogwarts, a alça presa ao ombro trespassando o tronco. “Espero que não me atrapalhe muito”, desejou, subindo o degrau.


Última edição por Victor Croft em Dom Ago 12, 2012 5:09 am, editado 5 vez(es) (Motivo da edição : São só alterações de rotina. Mudando alguns detalhes que eu não gostei. Uma palavra aqui, outra acolá.)
Victor Croft
Victor Croft
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Mensagem por Roderick Carwyn Llywelyn Dom Ago 12, 2012 2:59 am

Don't say a prayer for me now,
Save it 'til the morning after




Uma coisa podia ser dita sobre Hogwarts: fosse como fosse, nada nunca era calmo naquele lugar. Isso não era, entretanto, nem essencialmente bom ou tampouco ruim, era só um fato facilmente atestado para quem realizasse a simples tarefa de ler um livro sobre a história do castelo - coisa que, ele sabia bem, muito menos da metade dos alunos fazia, uma grande pena, aprendida enquanto lecionava por dois meses na cadeira de História da Magia antes que fosse redirecionado à Astronomia. Llywelyn geralmente não se importava com o alvoroçar dos alunos e podia fazer vista grossa para um ou dois contrabandos de materiais não permitidos ou quebras de protocolo, não era realmente uma pessoa tão apegada às formalidades assim.

É claro, existiam coisas, porém, que sequer ele podia deixar passar batido.

Era de se esperar que, a essa altura, uma ou duas guerras depois, as pessoas já tivessem aprendido a manter um mínimo de compostura depois de serem soltas na sociedade, era o mínimo que ele esperava dos alunos em Hogwarts e, por esse motivo, não se importou em demorar na despedida de sua amada Gales ou enquanto encontrava uma maneira de guardar alguns frascos de uísque em suas malas, alguns livros que não constavam da grade curricular entre outras coisas, e ainda gastou seu precioso tempo assistindo uma partida de vôlei de praia que acontecia nas Olimpíadas trouxas.

Porque ele esperava que ninguém tentasse se matar antes de chegar a Hogwarts.

Tinha cumprimentado alguns pais conhecidos pelo caminho, tinha ajudado a acalmar os nervos dos pais novatos e alguns primeiranistas a se instalarem em suas cabines e, assim, tinha optado por seguir junto deles, era bom ter um adulto junto às crianças mais novas e indefesas, especialmente levando-se em conta a já mencionada e muito ignorada história de Hogwarts. Conversou com uma garotinha escocesa e com um compatriota galês, e alcançou o sublime e transcendental espírito de paz ao fazê-los sorrir de maneira que até mesmo retirou seu bloco de rascunhos de dentro da sua pasta. Era um ótimo passatempo, e ele era realmente bom com isso, e não demorava muito para os primeiros esboços dos rostos dos primeiranistas de sua cabine, sardas e olhos brilhantes, começarem a aparecer no papel.

- Lylwellyn. - Roderick ainda estava nas tranças da garota quando uma voz conhecida soou à porta de sua cabine. Mal teve que levantar os olhos para a figura de um Kenneth Arundell comendo o que o galês reconheceu ser um bolovo. Aliás, Sir Kenneth, Llywelyn não podia se esquecer da condecoração que a boa Lizzie tinha oferecido ao colega de profissão, nada como ser íntimo da Família Real, verdade. - Vai ser babá hoje?

- Elas geralmente são mais espertas que as outras crianças. - ele respondeu, abrindo um sorriso branco e piscando para os primeiranistas - Atavismo, sabe? É isso o que acontece com os mais velhos. E você, Sir, pretende ficar onde?

- Ah, vou procurar os setimanistas. Tocar o terror com os NIEMs, como todo ano. - outro respondeu, com aquele ar de dignidade e pompa que sempre parecia envolvê-lo, para depois puxar a pálpebra inferior para baixo, olhando com atenção cada uma das crianças, como se fixasse seus rostos na memória, aquela que, rezava a lenda, era melhor que a de três elefantes indianos - Estamos de olho, pivetada. Estamos de olho. - e com isso ele se foi, levando o bolovo sem sequer oferecer, nem ao menos por educação.

E foi após a irreverente saída de seu colega, que voltava a ocupar a cadeira que tinha deixado vazia e que o galês tinha feito o favor de esquentar para ele, que todas as teorias sobre o mínimo de bom senso dos alunos de Hogwarts se provaram equivocadas, confirmando, porém, a corrente atavista. Sons de feitiços, funcionários do trem se atropelando, a pobre senhorinha que vendia doces abrindo desesperada a porta da sua cabine e se enfiando lá dentro, olhando para ele como se esperasse que, de repente, Llywelyn tirasse do bolso a cura para o câncer. Ele, é claro, não tinha nenhuma fórmula secreta anotada na sola de seus sapatos, mas tinha o tipo de sorriso que fizera seus antepassados conquistarem feudos e burgos, e foi o sorriso que ele abriu, calmo e cheio de covinhas, a mão no ombro da boa mulher, a outra fazendo um gesto de calma para os alunos em sua cabine.

- Não precisa se preocupar, minha querida. - a voz macia, herança galesa, tingia todo o som de gritos infantis e explosões, abafando o mundo exterior. Em poucos segundos, a mulher começava a falar, meio arfante, explicando que não sabia exatamente como ou quem, mas que a última coisa que ela tinha ouvido antes de abandonar seu posto era um feitiço das trevas sendo lançado em um trem cheio de criancinhas, e uma cachoeira de um líquido marrom que explodiu bem perto dela - Fique aqui com os mais novos, eu volto assim que souber o que está acontecendo. Prometo. - e, finalizando sua fala, apenas para garantir que a boa mulher mantivesse a calma e se esquecesse que provavelmente haviam alunos tentando se matar ali, ele tomou uma das calejadas palmas entre as suas e a beijou, do modo mais cavalheiresco que conseguia.

Roderick Carwyn Llywelyn, então, no auge de seus quarenta e um anos, respirou fundo, ajeitou o plaid que usava, alisou seu kilt e se preparou para encontrar o apocalipse cristão com todos os anjos e suas cornetas em seus ouvidos. Não era pago o suficiente para isso, tinha certeza, mas agora que tinha assinado um contrato, era melhor fazer seu dever e preservar pelo bem daqueles abençoados anjinhos, ainda que eles quisessem se matar. Porque, no final das contas, as cores que usava em seu tartã indicavam que ele era descendente de uma família que sempre tinha sido conhecida por sua índole principesca. Tinha esperanças, porém, de que o relato confuso da boa mulher significasse apenas um ataque de forças das trevas ou coisa parecida, era melhor que fosse assim. Foi por isso que achou melhor se esgueirar ao invés de andar todo imponente pelo corredor e ganhar, de cara, um beijo de um dementador. Porque esse tipo de beijo sim, ele não desejava.

E então ele viu.

Uma confusão de alunos e corpos e gritaria, gente correndo para um lado e gente correndo para o outro, sem sequer perceber o professor que, afoito em busca das criaturas das trevas assaltando o trem, se esgueirava pela cabine de alguns terceiranistas. E Llywellyn percebeu que, na verdade, não se tratava de nenhum acidente, de jeito nenhum. Eram os alunos tentando se matar - e, ele tinha certeza, seu contrato e sua obrigação moral não exigiam que ele impedisse ninguém de praticar suicídio, se os alunos querem um seppuko, eles iriam ter um seppuku. Menos as criancinhas, essas não! Guardou os rostos de cada um daqueles lindos anjinhos marotos, recebeu até mesmo a ajuda de um dos garotos terceiranistas, e se sentou confortável entre eles enquanto usava a pena enfeitiçada para reproduzir com uma ligeireza nunca vista por aquelas crianças, em imagens em preto e branco as belíssimas cenas de ação que transcorriam naquele trem.

Até que, claro, um aluno resolveu soltar um outro feitiço. Fogo.

Desta vez, Llywelyn sequer teve tempo de ver quem era o desgraçado que tivera a brilhante ideia de que morrer cremado, sufocado ou intoxicado era um jeito digno de partir para o além, e ele também não quis saber. Não interessava no momento. No momento ele se levantou nm pulo, puxou os terceiranistas para fora do vagão ao mesmo tempo que escutava alguém conjurar um Aqua Eructo - o que o deixava imensamente aliviado, precisava distribuir algumas estrelinhas depois - e indicou que andassem devagar, conforme os treinamentos incêndio que já tinham ministrado na escola (anos 90, anos 90), atrás dele. O próximo passo foi puxar a alavanca de emergência, fazendo a janela se deslocar, deixando um espaço livre para que os alunos escapassem.

O professor, porém, não ficou para ver se eles conseguiam, tinha certeza que o instinto de sobrevivência falava mais algo e se contentou em olhar por cima dos ombros se todos tinham conseguido passar enquanto corria, seu kilt esvoaçando no processo, de volta à cabine onde estivera. Repetiu o mesmo procedimento, tomando o cuidado apenas de abrir uma garrafa d'água e molhar as camisetas que os garotos levaram ao nariz, e ajudou os primeiranistas a pularem a janela, dando o braço para que a pobre senhora Mirtha, como ela tinha dito que se chamava, conseguisse também ultrapassar o obstáculo.

Por fim, ele conseguiu ouvir a voz de Blanche - abençoada menina - seguida de dois outros monitores e alguns outros alunos mais velhos - gente sensata, salva pela genética do processo de atavismo, ele tinha certeza. Respirando mais uma vez, o plaid tapando seu nariz, avançou até onde eles estavam e quase agradeceu aos deuses por perceber que se tratavam de Aidan Sheppard, Anna Blanche, Victor Croft, todos monitores, todos espertos até onde ele sabia, e que, mais adiante, os gigantes do sexto ano apagavam o que sobrava do fogo. Gente sensata, ele amava aquele tipo de pessoa. Estava prestes a falar com eles quando Adela Burton apareceu por último, fechando seu quarteto de ajudantes, uma menina boazinha, meio tímida, mas bastante inteligente. Ele tinha tido sorte.

- Vem, vocês quatro, me ajudem a abrir as janelas e tirar todos daqui. Não deixem que respirem muita fumaça, comecem pelos primeiranistas, vocês podem fazer isso?

- Sim. - o lufano respondeu, e Llywelyn notou que havia algo muito errado no tom da voz dele, uma ferocidade que era estranha ao garoto, mas não teve tempo de analisar esses pormenores, apertou o ombro dele e assentiu para os outros enquanto se preparava para a árdua tarefa de impedir que um bando de criancinhas morressem sob sua supervisão.

Resumo:
Roderick Carwyn Llywelyn
Roderick Carwyn Llywelyn
Professor

País de Gales
Age : 55
Sangue Puro

Cor : #008B8B

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Expresso de Hogwarts [encerrado] - Página 3 Empty Fim do Primeiro Playtest

Mensagem por Destino Dom Ago 12, 2012 5:55 am

Sábado, 01 de setembro de 2012.
10h55min. Tempo Chuvoso. 11° Celsius.

Como se acompanhasse os acontecimentos na plataforma 9 ¾ a chuva aumentou sua densidade, quase conseguindo ser ouvida em meio aos sons emitidos pelas crianças e pais que comentavam os acontecimentos recentes no Expresso. A fumaça juntara-se ao fog, dificultando mais ainda a visibilidade e a respiração em determinados pontos. Um grupo de alunos estava junto com um professor tentando resolver a situação e descobrir os responsáveis, enquanto que o maquinista conversava com outro professor sobre os procedimentos a serem tomados, afinal, isso nunca acontecera antes na história do Expresso. Em outro dos vagões, um professor tentava juntamente com alguns alunos reavivar uma professora que tinha caído inconsciente, enquanto alguns em vagões mais distantes não percebiam os acontecimentos, acreditando que aquele tanto de confusão fosse a tradicional da partida do Expresso.

Comentários sobre a falta de segurança ecoavam pela plataforma. De alguma forma, os padrões de segurança adotados devido aos incidentes no final do século XX não estavam sendo cumpridos no Expresso de Hogwarts. Nem mesmo a tradicional segurança estava patrulhando o lugar, era como se tivessem desaparecido em meio ao fog, por um motivo que não conseguia se compreender. Para alguns, isso era culpa de Hogwarts, para outros, culpa do governo, e para uma minoria, culpa da Escócia com suas ideias separatistas. Alegavam que se fosse o parlamento inglês o responsável por Hogwarts, certamente nada daquilo teria acontecido. As opiniões prosseguiam na plataforma, falando sobre as condições do Expresso, que talvez fosse hora de substituir por um trem moderno com sistemas de segurança mais avançados, ou que tudo fora uma conspiração de alguns alunos de esquerda para que o trem tradicional de Hogwarts seja trocado por um desses modernizados tecnológicos. Pela primeira vez em toda sua história, o Expresso certamente se atrasaria... Estavam nessas e em outras discussões – algumas envolvendo até mesmo estrangeiros, pois a escola deveria ser “apenas para filhos da Grã-Bretanha” segundo a opinião desses – quando a parede que servia de entrada pra Plataforma ondulou, como se feita de água e um arco luminoso surgiu, como se fosse um portal com origem que não a King's Cross. Um grupo trajado de preto, adentrou na plataforma, com varinhas empunhadas.




Olá. Bem, gente. Com esse post encerramos a primeira parte do playtest – a quem caiu de para-quedas no jogo, a quem tá aqui desde o início e não leu e pra quem chegou agora: o RPG só abre em setembro. As ações no Expresso fazem parte de uma série de playtests para ver o ritmo de postagem do pessoal, testar o sistema misto (com RP e tópico fixo) e obter algumas informações que possam ser necessárias para o andamento do jogo – quase uma pesquisa mercadológica, com pitadas de diagnóstico organizacional para levantamento de informações, além, claro, do teste das técnicas e métodos que serão usados no fórum. Esse tópico será trancado e uma segunda parte do playtest se iniciará em breve – na verdade, assim que eu terminar de digitá-lo. Agradeço a todos a participação e estarei abrindo um tópico para feedback onde vocês podem dar suas opiniões – e sim, as que foram dadas no chat foram registradas, não se perderão. Adianto apenas que, nesse segundo playtest se utilizará o sistema FK-DK para referência das ações, então adianto que providenciem uma ficha. Como é um playtest a ficha não será “obrigatória”, mas quem se envolver em situação que precise de rolagem ou referências receberá uma ficha padrão feita por mim, com características medianas. GL and HF! Bonanças.


Destino
Destino
Mestre do Jogo


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Expresso de Hogwarts [encerrado] - Página 3 Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

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