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Expresso de Hogwarts [encerrado]

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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Destino Sex Ago 03, 2012 9:48 pm

Sábado, 01 de setembro de 2012.
09h09min. Tempo Chuvoso. 10° Celsius.

Agosto terminara e juntamente com ele o verão. O início do outono fora marcado com uma brusca mudança de temperatura, em conjunto com uma chuva que caia incessantemente, ensopando as ruas e quem ousava se aventurar fora de casa naquela manhã de sábado. A chuva não era forte, mas era constante, o que resultava em alguns inícios de alagamentos em determinadas regiões da capital inglesa. A Estação King’s Cross estava cheia, apesar do horário, principalmente devido aos turistas que tinham participado do “Notting Hill Carnival” e decidiram permanecer na cidade aproveitando sua última semana de férias de verão. O som da chuva chocando-se contra os vitrais eram abafados pelos passos e vozes de inúmeras pessoas que estavam na estação, partindo de trem ou apenas pegando o metrô. Em meio a tanta gente, podia-se ver algumas figuras estranhas carregando malões em carrinhos, alguns até com gaiolas de animais. Mas em meio ao caos da metrópole urbana, com tantas tribos e diferentes pessoas em tantos lugares, isso era apenas mais uma das coisas estranhas que se podia ver em Londres, despertando apenas alguns risos ou comentários.

Expresso de Hogwarts [encerrado] Expressow

Entre a plataforma 9 e 10 havia uma placa com os dizeres “Plataforma ¾”, exatamente abaixo de uma das passarelas que ligavam alguns dos inúmeros pontos da estação a outros dos inúmeros pontos dela. Os mais atentos perceberiam que essas figuras estranhas, bem como outras, com combinações estranhas de roupas, costumavam seguir na direção da placa, como se não houvesse uma parede lá. Só para vê-los desaparecendo entrando na parede e a existência daquela pessoa apagar da sua mente, bem como aquele evento. Devido ao crescimento da estação nos últimos anos, diversas medidas novas passaram a ser utilizadas, como os feitiços que tornavam a informação visual daquela área algo passageiro pra quem não estivesse nela. Assim, quando o bruxo desaparecia atravessando o portal, qualquer pessoa comum esquecia que vira aquela cena, ela se apagara. Apesar das manifestações iniciais, os feitiços mostraram-se eficazes sem qualquer tipo de dano a seres vivos e portanto podiam ser utilizados – embora alguns grupos manifestantes de proteção dos trouxas ainda alegasse que isso era algo desumano por violar a mente de um ser vivo.

Atravessando o portal que existia na parede, chegava-se a uma plataforma diferente. A plataforma “9 ¾”, onde podia-se pegar trens para diferentes lugares como Hogsmeade ou Cliodna. Na plataforma subterrânea, abaixo da linha de trem, um sistema de metrô também fora construído, ligando diferentes pontos subterrâneos da capital, de pontos bruxos. Devido ao crescimento da cidade, uma empreiteira bruxa passara a trabalhar lugares no subterrâneo de Londres, conseguindo explorar um nicho que possibilitava a habitação na capital, sem tantos impostos da agora chamada Londres “Above”. Londres “Below” passou a ser uma alternativa forte no final dos anos 90, ainda mais com os acontecimentos do final da década e nos últimos anos a infra-estrutura do lugar só crescera. Devido à necessidade de uma estação de metrô para percorrer a Londres “Below” e de uma estação de trem para outras localidades, a plataforma “9 ¾” tornara-se permanente, não existindo apenas entre os horários de partida e chegada do Expresso de Hogwarts.

Na parte superior da plataforma “9 ¾” a chuva caia incessantemente, que misturando-se ao vapor do Expresso de Hogwarts, um dos trens a vapor da comunidade bruxa que se mantinha, apesar da troca, com sucesso de alguns dos trens por versões tecnomágicas dos trens modernos, com circuitos feitos por oricalcum, o que permitia trafegar e regiões de forte emanação mágica. A manutenção de um sistema eletrônico tradicional permitia que o trem continuasse, mesmo passando por zonas de magia morta e zonas de magia selvagem, bastando apenas desligar os circuitos de Oricalcum. O Fog inglês tradicional levantava-se do chão, aliando o frio ao calor do vapor do trem e tornando a plataforma completamente enevoada, com uma visibilidade de apenas 20m de distância, embora ainda com dificuldade estando tudo meio acinzentado, além dos 20m as coisas eram tão borradas e apagadas que deixavam de existir, como se além dali a realidade toda ainda estivesse a ser escrita.

Alguns bruxos, esquecendo-se de que a plataforma era reservada para o Expresso de Hogwarts nas manhãs do primeiro dia de setembro ainda discutiam com os funcionários sobre a questão de ser um sábado, de que tinham compromissos importantes e não podiam se atrasar. Os realmente atrasados, desciam até o metrô, pegariam um metrô para uma estação subterrânea da rede flu. Aparatar ou pegar a rede flu tornara-se perigoso devido às zonas de magia selvagem e zonas de magia morta, por essa razão o Ministério tomara medidas de segurança em que a rede flu só funcionaria em pontos específicos, como estações maiores, evitando cruzar com uma das terríveis zonas que assolaram o mundo depois da tempestade solar. Aparatar só para os corajosos – e aqueles que tinham dinheiro pra adquirir o GPS Weasley, que indicava a melhor trajetória para se chegar de um ponto a outro e mostravam onde havia zonas de magia morta e de magia selvagem. Outros, com mais tempo livre, apenas sentavam-se nos bancos da estação, relembrando seus tempos de escola e discutindo sobre questões atuais, como a possível transferência do Expresso de Hogwarts para Edimburgo devido ao movimento escocês de independência da Escócia ou sobre a decisão do Primeiro-Ministro Escocês de que o Expresso de Hogwarts, enquanto decidia-se sua futura localização, deveria passar por Edimburgo antes de seguir para Hogsmeade.

O Expresso partiria exatamente às 11h, como todo bom serviço britânico – o que levava aos comentadores sobre o movimento escocês alegar que provavelmente o Expresso atrasaria se começasse a sair de Edimburgo. Alunos e alguns professores, bem como familiares que vinham acompanhando seus filhos, encontravam-se já na Estação. A maioria sentada em algum banco ou visitando os estabelecimentos comerciais que foram colocados na Estação, um movimento que resultou e contradições e protestos de alguns mais ligados à parte anti-capital, mas no fim, com um plebiscito realizado com os frequentadores da Estação, os estabelecimentos foram aprovados, desde que não destoassem demais ou vendessem coisas que pudessem sujar os bons costumes e tradição da comunidade bruxa britânica.




OFF escreveu:Olá. Muito bem, gentem. Está aberto o tópico fixo de postagem do Expresso de Hogwarts, pra que possam postar a chegada dos seus personagens. O Codi pediu pra avisar que haverá posteriormente, com a partida do trem, a abertura de tópico fixo para cabines. Entretanto, lembramos que como um sistema misto, vocês podem criar suas RP’s como desejarem – atentem, leiam e releiam a descrição acima pra não haver contradições, por favor. É importante frisar que o RPG ainda não abriu. Esse é um playtest com diversas finalidades: 1. A gente acalmar essa ânsia que nossos personagens estão causando em nossa mente a ponto de ter gente postando em on no chat; 2. A Administração ver qual o ritmo de postagens do fórum e de participação em on, pra poder tomar decisões sobre calendário e passagem de tempo; 3. A gente tirar a ferrugem e pegar o jeito com esses personagens antigos-novos, fazendo o “amaciamento” dele pra quando o RPG abrir; 4. Podermos aproveitar algo antes da greve acabar. Então, a quem está desesperado por ser o Leish que está escrevendo isso, não se preocupem, eu não estou tocando a trama, ou seja, o trem não irá explodir, ou se o fizer não será minha culpa. Quando o RPG abrir, o tópico fixo da Estação será adicionado aqui nesse fórum. Creio que seja isso e que não esqueci nada. Obrigado a todos e... Let’s Play! Bonanças.




Última edição por Narrador em Dom Ago 12, 2012 5:56 am, editado 1 vez(es)
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Isadore Baudelaire Sáb Ago 04, 2012 8:53 pm

I hope you understand,
Gotta love that'll never die


- Isadore, você está vestida?

- Não.

- Posso entrar?

- O que você acha?!

- Tô entrando.

Isadore, contudo, estava completamente vestida e alongava seus cílios ao modo trouxa, sentada sobre a cama. Vestia meias sete oitavos escuras, um short curto, uma camiseta folgada com o desenho de uma âncora enferrujada e um blazer preto, com as mangas dobradas até os cotovelos. No pulso direito, usava várias pulseiras, todas escuras, além de um anel de caveira bem pequeno no anelar. Seus cabelos estavam soltos e lisos, extremamente bem cuidados.

- O que você quer, Takamiya? - Quem perguntava, porém, era a Sra. Baudelaire.

- Me ver nua - respondeu Isadore, alegremente, passando por ambos. Podia ouvir a voz alterada de sua mãe enquanto descia as escadas, com seu malão flutuando atrás de si, aliás, conseguia ouvi-la mesmo depois de ter fechado a porta da frente de sua casa.

Ao vê-la, o motorista da família Baudelaire logo se prontificou para pegar sua bagagem, cometendo o erro de deixá-la em pé perto do carro, esperando. A garota arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços, mas resolveu que não iria reclamar dele para o seu pai. Já haviam trocado de motorista pelo menos três vezes naquela semana e já não sabia se havia muitos motoristas em Londres que eles já não houvessem demitido.

Poderia ter esperado que ele percebesse sua incompetência sozinho, mas tinha pressa, então procurou ela mesma a porta de trás do carro. Quando já tinham dado partida, porém, ouviram a voz de Takamyia gritando do hall da casa:

- Esperem por mim!

- Acelera - Ordenou Isadore, sorrindo. O japonês ainda tentou alcançar o veículo, mas evidentemente não conseguiu ser rápido o bastante. A garota deu um sorriso de lado, mas logo que percebeu o cheiro do seu primo no carro, voltou a ficar séria.

- Charles - cumprimentou, friamente.

- Bonjour, Isadore - ouviu a voz de Charles, tão animada quanto a sua, e então permaneceram no silêncio que lhes era de costume. A garota apoiou a cabeça para trás, no encosto, apenas ouvindo as gotas de chuva que começavam a atingir a janela ao seu lado, além do som do tráfego, maior característica dos trouxas, na sua opinião. Por isso, o detestava. Estava quase caindo no sono quando ouviu Charles pedindo para o motorista parar o carro.

- O que houve?! - Perguntou ela, surpresa. Detestava ter que pedir para que a situassem, mas era pior ainda não saber o que estava acontecendo.

- A srta. Wolfsbane parece estar perdida, acho que podemos dar uma carona. Por favor, Gabe, abra a porta para a garota.

- Está escrito "escolar" na lataria? - perguntou Isadore, insatisfeita. Não entendia por que Charles a tratava tão bem, ainda mais considerando que, consigo, o primo se comportava como um iceberg - o que era mais incômodo. A sonserina chegou a bufar enquanto escutava a conversa dos dois, mas não achava que eles tivessem percebido e não estava nada interessada no que eles tinham a dizer, até que a garota sugeriu, em um tom de voz bastante baixo, que o clima no carro estava “quente”.

Isadore, claro, ouviu cada palavra que Wolfsbane cochichou para Charles, mas ficou realmente sem entender a que ela se referia, porque era impossível que qualquer pessoa, além de sua mãe, pudesse realmente acreditar que existia qualquer clima entre os dois - além do glacial, talvez. Mesmo assim, sentiu as bochechas se ruborizarem e virou o rosto para a janela, torcendo que não percebessem.

Ambos continuaram conversando, e a grifinória contou que estava toda suja porque, de acordo com as suas próprias palavras, não era inteligente o suficiente para saber por onde anda. Isadore foi, com certeza, muito legal em não concordar com ela em voz alta. Contudo, a garota parecia disposta a trazê-la para a conversa, perguntando se a família dos dois não viria à estação para se despedirem deles.

- Não há necessidade - Isadore respondeu, olhando na direção de Mimi como se realmente pudesse vê-la, embora tivesse pensado: “Nós somos inteligentes para saber por onde andamos”.

Dito isto, estava finalmente preparada para voltar seu rosto novamente para a janela e fingir que não estava ali, quando ouviu o comentário de Charles:

- Bom, pelo menos foi só um tropeço. Se isso acontece quando está de olhos abertos, imagine se fosse cega?

A garota estreitou os olhos de raiva, e ter a grifinória a defendendo, como se ela fosse uma pobre coitada que não pudesse responder por si mesma, não estava exatamente ajudando. No entanto, queria mostrar para a Wolfsbane quão terrível Charles era, para que, assim, ela se afastasse dele.

- Não se preocupe, Wolfsbane, ele estava brincando - e fingiu que queria bagunçar os cabelos de Charles, para acertar seu olho intencionalmente, detalhe que talvez somente ele percebesse, porque sabia que Isadore era adepta ferrenha da política do "não encoste" - Ops. Desculpe.

A resposta de Charles foi imediata: Além de cega é ignorante. Eu não faço piadas. De qualquer forma, não foi intencional. E não encoste em mim de novo. - Isadore ergueu as mãos um pouco acima dos ombros, torcendo para que a grifinória estivesse vendo a sua cara de “Você viu como ele é?”, mas não falou mais nada.

Finalmente chegaram à estação, e a amiguinha de seu primo logo tratou de se despedir dos dois, o que provocou um sorriso triunfante nos lábios de Isadore. No entanto, King's Cross era em um dos piores lugares para ela, porque ficava impossível se orientar em meio a todo aquele barulho, degraus e pessoas conversando. Principalmente porque se recusava a usar uma bengala, como os demais cegos costumam preferir. Inconscientemente, deu um passo para mais perto de Charles, como se quisesse se esconder daquela situação atrás dele, mas assim que percebeu que o havia feito, cruzou os braços e disse: Vou ficar aqui, então você pode ir embora, se quiser - não que tivesse um plano, no entanto.

Ele não respondeu, chegando a ficar tanto tempo em silêncio que Isadore concluiu que ele tinha ido embora, e suspirou, descrente. Entretanto, para a sua surpresa, pôde ouvi-lo dizer ainda:

- Não é possível que você seja tão estúpida quanto parece ser. Eu te levo.

Isadore se perguntou o que ele esperava que ela fizesse. Que agradecesse e prometesse sua gratidão eterna? Bufou:

- Não seja ridículo, Baudelaire - era estranho chamá-lo assim, uma vez que era o seu sobrenome também, mas não queria chamá-lo pelo nome: - Vá ofertar sua generosidade a mais uma de suas amigas imundas, que são quem precisam dela.

Sim, estava se remoendo de ciúmes até agora. Como poderia esperar, o primo realmente foi embora desta vez, a deixando completamente sozinha e murmurando para si mesma que se vingaria daquele patife. Se distraiu imaginando inúmeros métodos medievais de tortura, esperando por um milagre - embora Takamiya também servisse - até que sentiu um cheiro muito forte de cigarro no seu rosto e tossiu:

- Você é ceguinha, não é? - quem perguntou foi a voz rouca de um homem, e Isadore congelou. Será que não existiam seguranças naquela porcaria de estação?

- Quem me dera - ela retrucou, fazendo o máximo para mirar os olhos na direção do rosto do homem, fazendo uma careta significativa em seguida.

- Não mente pra mim - avisou o homem, que riu, pegando no seu braço com força.

- Senão você me mata com esse seu cheiro de ontem? Tá dando certo, viu?

Sentiu os dedos dele se apertarem ainda mais contra o seu braço, mas manteve sua expressão impassível. Aliás, arqueou uma sobrancelha, o desafiando. Foi quando ouviu a voz conhecida, amada e bem vinda de Takamiya:

- Hey, Isadore, um amigo seu? - Gerhard não era particulamente grande e forte, mas aconteceu alguma coisa que ela não conseguiu ver, mas apreciou bastante, já que ela foi suficiente para fazer o homem se afastar - Sabe como foi difícil pra mim chegar aqui, Isadore?!

- Por favor, Takamiya, você é japonês. Tem obrigação de saber fazer de tudo. Vamos - disse ela, grata, agarrando-se com mais força do que precisava no braço dele. Ao perceber, contudo, que ele estava molhado, completou: - Você é uma vergonha para os asiáticos.


OFF: Tudo autorizado.
A música do título é Lucky Man - The Verve
Isadore Baudelaire
Isadore Baudelaire
Aluna

Série 5º Ano

França
Age : 26
Sangue Puro

Cor : Limegreen

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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Charles Baudelaire Sáb Ago 04, 2012 9:56 pm



mendigo, dedada no olho e bullying



Charles Baudelaire estava inquieto. O seu jeito de estar inquieto. O que significava ficar muito tempo imóvel, por vezes esquecendo-se de respirar ou piscar. E era tudo culpa de seu pai (pelo menos era isso que ele pensava, mas não tinha certeza).

- Charles, porr favorr – Começava seu pai enquanto descia os últimos degraus da escadaria do hall. Seu sotaque era muito forte, e muitas vezes o garoto se perguntava por que Alain simplesmente não falava na sua língua natal. Pressupôs que fosse força do hábito. – Tirre esse olhar de mort da carra, o motorrista te esperra lá forra.

O sotaque do pai o irritava.

- Foi a cara que o senhor me deu.

Ah, Charles também puxava os ‘erres’, mas seu inglês soava genuíno na maioria das vezes. Ele estava parado no primeiro degrau da porta aberta do hall, que dava para o quintal da casa, e parecia uma estátua enquanto aparentemente ponderava sobre ir até o carro ou não. Charles odiava qualquer coisa que tivesse relação aos trouxas – no caso, o carro – mas todo ano seus pais o enfiavam naquele automóvel infeliz, alegando ser um modo rápido, traquilo e discreto de se chegar à estação. Não tão discreto, já que se tratava de uma Mercedes preta com vidros de igual cor, por culpa do insufilm.

- Qu'est-ce que se passe? – Perguntava Alain, num lapso de preocupação ao querer saber sobre a ansiedade do filho.

Charles respondeu com seu mais elegante e gentil silêncio, abandonando o pai no vão da porta e seguindo, por fim, até o carro. A verdade é que ele também não sabia o motivo de sua própria inquietação. Parecia um presságio, mas Baudelaire não acreditava nesses “sextos sentidos”.

Odiava o maldito automóvel. Ainda não podia aparatar, e sabia que, se pudesse, materializar-se no meio da estação não seria a coisa mais sensata a se fazer, contudo ainda se sentia enojado ao sentar no confortável couro do veículo. Seu preconceito era imensurável.

Quando o motorista chamado Gabe, ao invés de seguir reto pela rua, após alguns segundos virou em uma esquina, Charles imediatamente compreendeu o motivo de sua apreensão anterior: a alguns portões à frente, estava a faustosa casa de Gaius Baudelaire. Mentalmente amaldiçoou seus pais e tios, confabulando sobre as piores e mais cruéis formas de acabar com a vida deles. E nenhum desses anseios foi tranquilizado quando o carro estacionou e sua prima entrou, sentando-se do lado oposto do banco.

Charles ignorou completamente o retesar de seus membros, ocupando-se em observar o belo, magnífico e esplêndido nada através da janela.

- Bonjour, Isadore. – Falou em francês quando ela deu seu melhor cumprimento: anunciou o nome do primo com desgosto e desprezo.

Passaram alguns minutos no mais prazeroso silêncio até que Charles avistou, da janela do veículo – que era escura apenas por fora, uma alma infeliz parada sobre um toldo de cor berrante. Apesar de toda a imundície de Mimi Wolfsbane, foi fácil para o corvino identifica-la, afinal, ela dela que era mais próximo em toda Hogwarts. Ademais, só Mimi seria capaz de ficar suja daquele jeito e continuar querendo existir.

Charles pediu a Gabe que parasse o carro para que pudesse dar um rumo a Mimi, que estava notavelmente perdida. Claro que Isadore latiu um pouco, mas ele não deu a mínima. Assim, após ameaçar dar pontapés na grifinória, que ficou receosa a aceitar a carona devido ao temperamento canino da prima de Charles, Mimi finalmente embarcou no veículo do amor.

Infeliz foi a frase da grifinória quando ela disse alguma coisa com "clima" e "fogo". Antes de responder com escárnio, Charles não pôde evitar dar uma rápida olhadela em Isadore. A garota estava com as bochechas rubras, algo que era indecifrável para o corvino, que nada entendia sobre reações emocionais a frases desconcertantes.

Era extremamente desconfortável ficar tão próximo de Isadore, já que agora sentava no meio, e Charles imediatamente se arrependeu de ter dado espaço para Mimi. Não pela carona em si, mas pela proximidade entre ele e a prima, por isso, uma irritação foi crescendo gradativamente, enquanto se obrigava a conversar com a amiga grifinória para distrair-se.

O que não funcionou por muito tempo, devido a uma sentença infeliz que acabou dizendo sobre cegueira. Apesar de parecer algo que Charles certamente falaria, apenas para afetar a prima, daquele vez ele foi totalmente inocente e provavelmente por isso ficou tão irritado quando Isadore lhe deu uma dedada no olho quase mortal. Rogando as mais pérfidas pragas sobre a prima pelo ato, e sentindo uma dor considerável no olho esquerdo, passou o resto da viagem mudo e vidrado na rua à sua frente.
Quando chegaram a King’s Cross, Mimi se despediu e então Charles se viu acompanhado somente de sua prima. Esperou, claro, que ela se manifestasse primeiro, e ouviu exatamente o que estava aguardando:

- Vou ficar aqui, então você pode ir embora, se quiser.

O primeiro pensamento de Charles foi dar meia volta e seguir seu rumo, mas novamente estava inquieto. Imóvel, esperou longos segundos até tomar uma atitude, e foi exatamente da qual ele, num instante depois, arrependeu-se:

- Não é possível que você seja tão estúpida quanto parece ser. Eu te levo.

Assim que proferiu as palavras, pensou seriamente em se matar. Ao invés disso, fechou os ouvidos para a óbvia arrogância de Isadore e simplesmente percebeu que, de fato, generosidade não era a sua praia. Deu as costas e abandonou-a ali mesmo, cheio de amargura. Ela que se virasse em meio àquela multidão, sem o japonês-cão-guia, para chegar à plataforma.

Já Charles, este rapidamente alcançou o Expresso de Hogwarts. E estava desviando-se das gentalhas quando avistou uma figura linda e loira que atendia pelo nome de Roxanna Miloslaviniacova. Os dois não eram exatamente amigos, mas Roxanna era uma das poucas (na verdade, duas ou três) que conseguia manter um diálogo com Charles. Gostava de vê-la como uma cúmplice.

- Finalmente alguém conhecido. Bom dia, Baudelaire, onde está o resto do clã? – Ela falou primeiro, assim que Charles se aproximou.

- No mais profundo e negro abismo do inferno, eu espero. – Ele respondeu com rancor. Estava prestes a fazer a mesma pergunta para ela quando reparou no incontável número de bagagens que a sonserina carregava. – Tá de mudança?

- Nossa, quanto amor e doçura... – Roxanna ironizou - Posso perguntar o que aconteceu? Bom, primeiro vamos encontrar alguém pra carregar minhas coisas porque trouxe muita coisa e não pretendo carregar nenhuma... Aliás pode até parecer muito, mas tudo absolutamente necessário para a sobrevivência básica em um mundo hostil...

Assim, enquanto Charles contava numa simples frase o que acontecera (“Nada aconteceu. A mera existência da minha prima já é um fardo pra mim”), os dois caminharam juntos para dentro do Expresso – depois que Roxanna deixou toda a carga de sua bagagem nas mãos de um carregador da plataforma – onde então trataram de escolher uma cabine.




Resumo maroto:
Spoiler:


Última edição por Charles Baudelaire em Ter Ago 07, 2012 5:21 pm, editado 2 vez(es)
Charles Baudelaire
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Série 6º Ano

França
Sangue Puro

Cor : dodgerblue

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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Henri Le Blanc Sáb Ago 04, 2012 11:48 pm

Era dia de embarque para Hogwarts e Henri estava rolando de um lado pro outro na cama em uma explosão de sentimentos. Estava ansioso, com medo e nervoso, o que lhe ocasionou em insônia. Já estava em Londres fazia uma semana fazendo passeios no Beco Diagonal com seu pai, comprando o necessário para as aulas em Hogwarts assim como o uniforme novo que por enquanto ia sem o brasão da Casa, tentando conhecer seus possíveis colegas de classe e, sobretudo, tentando encontrar a razão pela qual estava ali. Katrina. Toda vez que via alguma loira passando pelas estreitas ruas seu coração acelerava e seus passos aumentavam para chegar o mais rápido possível, embora se decepcionasse cada vez que visse que não era a garota que procurava.

Decidiu levantar finalmente quando começou a ouvir os pios de Napoleão – sua coruja carente de atenção, provavelmente ele conseguia sentir tudo o que Henri estava passando e também se mostrava ansioso na gaiola, dando pequenos pulos que podiam ser chamadas de tentativas de voo de um lado para o outro. Pelo menos concordou em estar na gaiola, pois raras vezes o garoto conseguia colocar a pequena coruja ali. Não muito depois que ele levantou e ficou de frente à gaiola para alimentar a pequena companheira, Emmanuel apareceu na porta já arrumado com seu traje típico: o terno que lhe fazia parecer um agente secreto.

- Acho melhor começar a se arrumar se não quiser perder o trem, filho.

- Já estava indo fazer isso. Obrigado pela dica. – só depois de alguns segundos pode perceber como aquilo parecera rude, mas culpou o sono por aquilo. Nunca responderia a seu pai, não depois que ele o deixou seguir seu sonho e desejo, mandando-o para Hogwarts.

O pai deixou-o sozinho no quarto de hotel e ele se dirigiu ao banho enquanto imagens futuras corriam em sua cabeça de como podia ser feliz ao lado da garota que amava. Podia considerar que já havia feito uma loucura por amor, havia mudado de escola por ela porque acreditava que tudo podia dar certo no fim. Rezava, desde que o pai concordara em lhe enviar à Hogwarts, para que aquilo não fosse em vão, que algum dia pudesse ser correspondido.

Arrumou-se com roupas trouxas, claramente para não levantar suspeitas de nenhum londrino. Usava calças jeans de um azul escuro, com um suéter azul claro e um sobretudo preto por cima, completando com All Star pretos e com os cabelos levemente desarrumados de sempre. Ainda era verão, mas o tempo em Londres não deixava uma folga do frio e da chuva e por isso tinha que deixar o hotel muito bem preparado.

Depois de um rápido café da manhã com seu pai o adiantando de dois em dois minutos, saíram do hotel para a estação King’s Cross. Emmanuel queria deixar o filho são e salvo no trem, mas Henri sabia que ele tinha que correr se não quisesse se atrasar para o ano letivo de Beauxbatons onde era professor de Trato de Criaturas Mágicas e o trânsito não estava ajudando muito em acelerar o processo.

- Pai, pode me deixar aqui que me viro. – disse saindo do carro arrastando o malão com todos seus pertences e Napoleão para um carrinho. – Obrigado por tudo e boa sorte em Beaux, não deixe de me escrever contando como anda as coisas!

Não deixou tempo de Emmanuel falar nada, segundos depois já estava de costas para o carro do pai entrando na estação. Não era muito bom de despedidas então preferia não tê-las. Caminhava entre os trouxas com cuidado para não atropelar nenhum com o carrinho. No Caldeirão Furado foi instruído por um veterano de Hogwarts de como se entrar na estação para o Expresso, mas o garoto não conseguia acreditar que aquilo era possível, então no pé da 9¾ repousou o carrinho e ficou esperando algum tempo até que algum bruxo fizesse a travessia. Não sabia bem quanto tempo tinha ficado lá, podia ter passado dez minutos ou meia-hora, mas quando já estava cansando e decidido a correr em direção à parede torcendo para não colidir e servir de piada para todos ali, uma garota chegou perto dele.

- Você tem que passar exatamente no ângulo de 45º, se não sua cabeça pode ficar aqui no mundo dos trouxas.

Henri encarou a garota, ficando com uma cara de quem não entendeu direito o que havia acontecido e o que ela tinha falado. Tudo bem, não era muito difícil saber que ele era um bruxo, alias estava parado ali com uma gaiola contendo uma coruja e não eram todas as pessoas que tinham aquele animal como bichinho de estimação. Ela também devia ser aluna de Hogwarts.

-É tão fácil assim? Pensei que teria que fazer algum ritual sanguíneo antes ou coisa do tipo. Andar pra parede é fichinha.

Mesmo transmitindo segurança na fala o garoto não conseguia parar de pensar em cenas de um futuro próximo sem cabeça, deixando-a para trás no mundo dos trouxas e entrando no Mundo Bruxo com pé fantasma. Nada divertido. Respirando fundo, Henri arrumou a gaiola de Napoleão de modo que não caísse durante a corrida, pois pensou que se fosse para morrer pelo menos o fizesse rapidamente. Tentou se arrumar em alguma maneira que fizesse os tais quarenta e cinco graus com a parede e disparou para a coluna com os olhos fechados apenas ouvindo os resmungos de susto da sua coruja que se debatia contra a grade da gaiola mais assustada que o garoto.

Abriu os olhos somente quando pensou que já tinha passado e realmente agora a visão era diferente, se deparando com o vagão vermelho do Expresso. Logo ouviu uma risada vinda de trás e virou, levando a mão discretamente à cabeça como quem a coçava para ter certeza que ela ainda estava ali mesmo que pudesse enxergar tudo a sua volta normalmente. A risada era da garota que conhecera pouco tempo atrás ainda entre os trouxas. Não gostando da atitude dela se pronunciou.

- Para de rir garota, não é educado... Ainda mais quando tem nada engraçado aqui.

E de fato não tinha, tinha feito tudo corretamente, mas ainda parecia ser o motivo de piada da garota. Não era bastante rir dele, tinha ainda que se gabar sobre um professor vampiro malvado de Hogwarts que não os deixava rir no castelo. Bom, se era para falar de raças de pessoas, Henri sabia muito bem manter a conversa.

- Interessante! Da onde eu venho a grande maioria das garotas é descendente de veelas, então é algo tipo... TPM eterna. Mas elas têm suas qualidades também.

Apesar de a garota ter parecido ficar um pouco acanhada, logo lhe perguntou se vinha de Beauxbatons. Eram vários fatores que denunciavam isso, como o sotaque francês no inglês do garoto e, lógico, Beauxbatons é conhecida por ter garotas bonitas, entre elas as meio-veelas.

- Sim. Fui mandado para Hogwarts esse ano, novo aqui você sabe que eu sou não é? Não é tão... Besta.

Ela afirmava que dava conselhos por ter percebido o fato de que ele era novato no castelo e ainda perguntava se as garotas de Beauxbatons eram tão bonitas como diziam.

- Você nem imagina o quanto. As não veelas também não são de se jogar fora, acho que o charme francês deixa tudo mais elegante, mais bonito. Não é mesmo?

Henri vez ou outra conferia o relógio trouxa no pulso, mesmo o trem estando do seu lado não queria perdê-lo de qualquer forma. Estava a ponto de propor à garota que entrassem no vagão e conversassem por lá se ela quisesse estender o dialogo quando ela voltou a falar.

- É, são sim... Uhn, quer dizer... Não, eu nunca nem vi uma veela, qual é!?

- Bom, já me disseram que Hogwarts é tão grande que às vezes você passa semanas sem ver seus amigos, mas creio que você já viu uma sim. Ou pelo menos ouviu falar dela. O nome Katrina Collin soa familiar para você? – já estava imaginando o que falar caso a garota fosse mais além e perguntasse quem era a outra.

- Hmmm... Collins é a loirinha assim? Usa um uniforme da Lufa-Lufa? Olhos azuis?... Ah, não, não a conheço. – pois parecia. - Eu sou Eilonwy Dolben e... – mais conhecida por Dolben, que tipo de mãe coloca o nome da filha de Ejaijaodsjioas? - Ermm... Você por acaso tem medo de água?

OK, aquela garota às vezes parecia não falar coisa com coisa, ocasionando mais uma feição de “que merda ela está falando?” por parte do garoto que já se perguntava se era saudável ser visto falando com a menina. Talvez ela fosse louca, daquela que só ia para Hogwarts para ficar acorrentada nas masmorras do colégio longe da vista de qualquer um. Talvez os famosos gritos que vez ou outra podiam ser ouvidos lá e tão famosos nas lendas sobre o castelo fossem dela. Ou então talvez Henri só estivesse deixando sua imaginação assustada por vivenciar uma experiência nova trabalhar demais.

- Isso mesmo. Não, tomo banho todos os dias. Por quê? A propósito, Henri Le Blanc. – se não tivesse tomado banho antes de ir para a Estação, daria um jeito para conferir se estava cheirando mal, mas tinha certeza que logo depois de acordar foi para o banheiro, havia até usado um xampu novo!

- Ah, que bom, você vai gostar da seleção das casas deste ano... Todos no fundo do lago, com a Lula Gigante selecionando cada aluno, será um espetáculo! Ouvir dizer que nem todos os primeiro-anistas podem sobreviver. – a ultima parte foi difícil de ouvir, uma vez que a garota estava tapando a boca.

Ou então o medo estava fazendo sua cabeça imaginar tudo de estranho que podia ter em Hogwarts. Mas isso não lhe fazia recuar da ideia de estudar lá e conviver com Katrina diariamente. Ela valia a pena todo o sacrifício, mesmo que para isso tivesse que conviver com a Louca das Masmorras também. Uma coisa que a família lhe ensinara bem era nunca demonstrar medo à um eventual inimigo, por isso suspirou antes de voltar a falar e acalmou seus ânimos antes que o pavor falasse por si.

- Desde que usemos cabeças-de-bolha, acho que está tudo certo. Tomara que seja um grande evento! Gosto de participar de coisas memoráveis. Só que uma escola que preze tanto a segurança não devia submeter os alunos, especialmente os novatos, a uma coisa dessas. Perigoso.

Resumo escreveu:
Após uma noite de insônia, Henri se arruma para embarcar no trem para Hogwarts. Seu pai o leva até a estação King’s Cross onde espera próximo à plataforma 9¾ para ter certeza do que fazer para chegar ao embarque do Expresso. É surpreendido por uma garota que tira suas duvidas e aproveita para botar medo no novato sobre os assuntos de Hogwarts.
Henri Le Blanc
Henri Le Blanc
Aluno

Série 3º Ano

França
Age : 24
Sangue Puro

Cor : #4682B4

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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Chester Lewis Dom Ago 05, 2012 12:44 pm

I - SOZINHO? O.o


01 de Setembro, casa dos Lewis, 7:13. A mãe do garoto Lewis estava preparando o café na sua típica cozinha trouxa, poderia ser um dia como qualquer outro se o filho dela não fosse um bruxo. Os ovos e o bacon na frigideira começavam a tomar uma cor e um cheiro delicioso. Ela tirou o avental, pôs a comida em um prato e um grito inrrompeu o silêncio - CHEEESSTEEEERRR!!!! - ecoou por todo o Brooklyn, Rochelle gritava tão algo que qualquer pessoa que atendia por esse nome respondia, o garoto Lewis ainda estava na cama, não se assustava mais ou demonstrava reação de desconforto com o grito, de alguma maneira se acostumara com aquilo, mas não deu atenção, estava absolutamente fatigado, passara o dia anterior trabalhando, de manhã na oficina com o pai, de tarde cuidando dos irmãos e a noite entregando jornais, a última coisa que o garoto Lewis queria naquele momento era ser privado do seu merecido sono.

Barulhos de passos subindo as escadas começaram a deixar o garoto pensativo, por um lado se ele levantasse não teria energias para realizar as ações rotineiras, por outro sua mãe com certeza o faria fazer isso de uma maneira bem desagradável. O garoto se sentou na cama e começou a dar leves tapas no rosto como uma tentativa de ressurreição, a mãe naquele momento chegou na porta do quarto e com um ar de nervosismo falou - Quê isso garoto? Não ouviu eu te chamando? - Chester revirou os olhos em um claro sinal de desconforto e já se levantando ainda meio cambaleando retrucou -Mãe, hoje é sábado, me privar do justo sono é como privar um rapper da justa ignorância - A mãe fez um sinal negativo com a cabeça e apontou para um enorme malão situado no canto do quarto junto com mais algumas mochilas e uma mala gigante de tralhas, Lewis olhou na direção que a mãe apontava e seus olhos brilharam, naquele momento ele se lembrara que era um bruxo e que estava indo para o seu quarto ano em Hogwarts, todo o cansaço de repente sumiu e ele de um pulo foi correndo para o banheiro(...).

Tio Arnold desceu do seu quarto pronto quando Chester terminou de comer o café da manhã, eles tinham um grande percurso pela frente. Primeiro era de prache ambos irem até a filial do Ministério da Magia americano localizada no distrito, utilizarem a rede Flu para se deslocar até a sede do Ministério da Magia britânico em Londres, logo após pegar um metrô e seguir até a estação 9 e ¾. Na hora da partida era sempre a mesma coisa, a mãe Rochelle chorando inconsolável com a despedida do filho, o pai Julius com um orgulho nos olhos como se falasse "esse é meu garoto", Drue pegava 10 dólares entregava para o Chester e dizia - Se cuida- e Tonya sempre dava um abraço no irmão e perguntava - Se você morrer posso ficar com suas coisas? - apesar da piada ser velha Chester sempre sorria e dizia - Eu não vou morrer, mas se eu morrer, pode.

As ruas do brooklyn já estavam agitadas aquele horário, um buzinaço infernal tomava conta de tudo, tio Arnold dirigia seu velho carro e não muito raro gritava alguns palavrões para os outros motoristas, era realmente uma selva(...). Enfim tinham chegado em frente a uma cabine telefônica, Chester já conhecia o truque, apesar de achar meio desconfortável aquela situação de ver uma cabine se transformar em um elevador subterrâneo, desta vez como tinha mais malões o tio deu um tapinha no ombro do rapaz e disse - Não vai caber nós dois, você já tem tamanho para ir sozinho, boa sorte - Ele nem esperou para ver o rosto do garoto de pânico, não mais que depressa o recinto começou a entrar em movimento e quando se deu conta ele já estava no pátio da filial.

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Cara de pânico ao ver que o tio não iria acompanhá-lo.

filial do Ministério da magia no Brooklyn, 9:19. Aquele enorme fluxo de bruxos cruzando os pátios era meio estarrecedor sem a companhia de alguém mais velho por perto, Chester pegou um dos carrinhos (estilo o de supermercado) que eram deixados a disposição, colocou tudo e saiu em direção ao canal que o levaria até o Ministério da Magia britânico, enquanto caminhava percebera alguns bruxos falando em aparelhos telefônicos que utilizavam a rede metamagica da terra para se comunicar, este tipo de acontecimento é um dos motivos pelos quais o garoto tem uma mala a mais cheia de circuitos elétricos usados que ele conseguiu na oficina com o pai. Não tardou muito para chegar até a chaminé que o faria se transportar, dessa vez não havia fila tão grande, alguns bruxos não trabalhavam no período matutino do sábado. Abriu um saquinho de flu que estava quase pela metade, colocou seu carrinho junto e desapareceu tão misteriosamente quanto era esperado.

Ministério da magia britânico, 9:57. O ministério da magia britânico estava um caos, parecia que ele não era o único utilizando as redes de flu do governo para se transportar, depois que começaram a aparecer as zonas mortas de magia, a maioria optou por ter um caminho mais demorado e seguro do que ter o risco de parar em uma zona morta e não conseguir voltar. Ainda com o carrinho emprestado do ministério foi até a ala de devolução, depois de algum tempo removendo sua quantidade exagerada de bagagem precisaria de alguém para ajudar a carregá-la, olhou em volta e viu uma placa que anunciava o serviço por 1 galeão - 1 galeão? Vou eu mesmo carregar! - Algumas pessoas olharam ele com certo repúdio, ele não ligou porque nem percebeu que "pensou alto". Começou uma inquietante saga de carregar mala por mala até a porta do ministério, enquanto isso matutava como conseguiria levar tanto peso no metrô que tinha uma estação substerrânea a poucos metros da sede.

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"1 galeão? Vou eu mesmo carregar"

Chegando na porta do ministério percebeu que a segunda lei da termodinâmica era válida para aglomerados urbanos também porque o caos estava estupidamente maior que dentro da sede, naquele momento sentiu a necessidade de improvisar algum carrinho ou teria que dar duas viagens, abriu o malão de tralhas mecânicas e conseguiu achar quatro rodinhas de metal (semelhantes as de carrinho de rolimã), olhou para a esquerda e viu jogada uma tábua de aproximadamente 9 cm de altura e teve a ideia de improvisar um carro de rolimã. (Ofício - Mecânico, vou pedir 10 nesse teste).

5 minutos após o garoto provou porque foi para a casa dos inteligentes, tinha agora um transporte resistente para suas malas, pegou na mão esquerda o malão com rodas e na outra a corda acoplada ao carrinho e saiu em direção a estação de metrô. Chegando na porta do metrô viu aquela enorme rampa com pouquíssima aderência, mas não tinha problema, a bagagem estavam bem presa ao carrinho, desceu elas tomando extremo cuidado para não derrubar nada e quando se deu conta já havia pago a taxa e estava dentro do metrô. Voltando com a segunda lei da termodinâmica, esqueçam o caos anteior, nada no mundo seria capaz de estar mais tumultuado do que aquele transporte londrino, o metrô estava literalmente uma zona, provavelmente porque era dia de jogo de futebol do Manchester United que tem uma das torcidas mais fanáticas do mundo(...).

Estação King's Croos, 10:50. Depois de empurrões, pisões no pé e divisão de abraços involuntários com os torcedores do Manchester, enfim Chester estava na estação 9 e ¾ com as rodinhas do seu carrinho já perdendo a aderência e desprendendo-se da madeira, estava todo encharcado da chuva e com muito frio, por sorte suas malas estavam sob o efeito do feitiço impervius que ele mesmo conjurou antes de sair de casa em uma das zonas permitidas de magia. Ajeitou as calças que estavam caindo devido ao peso da água, deu mais duas ou três respiradas e correu.

Estação 9 e ¾, 10:52. O Trem já estava para partir, algumas mães já se despediam dos filhos que acenavam pela janela, Chester não podia perder tempo, entregou sua bagagem ao mesmo rapaz dos últimos anos, este por sua vez o cumprimentou - Mais um ano, hein Chester? - Ele acenou positivamente com a cabeça, sorriu e disse - Mais um ano Ted - e começou a caminhar para o trem. Uma das mães vendo que ele estava encharcado se sensibilizou com o garoto, pegou no ombro dele e disse - Vire-se - quando Chester virou ela apontou a varinha para ele e realizou o seguinte feitiço - Quenterralopus - um vapor de ar quente começou a sair da ponta da varinha e percorrer suas vestes e rosto, de repente ele estava seco. Olhou para a mulher, agradeceu e entrou no trem exatamente às 10:59.

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Chester Lewis
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Natalie Flower Dom Ago 05, 2012 5:47 pm

Natalie Flower estava atrasada. E não era exatamente a primeira vez que algo assim acontecia, de modo que sua mãe não estava nem um pouquinho feliz com este fato. Numa revolta involuntária de fim de férias, a lufana resolvera que passaria os últimos dias de ócio profundo e meditativo na casa de seu pai, em Paris. O primeiro fato é que ela nunca fora o visitar depois da separação. O segundo fato é que ela esquecera que ele estava morando na mansão da familia Beautér na França e que ela tinha tipo, milhões de primos. Tipo, milhões mesmo. Então quando a garota pusera os dois pés no aeroporto francês após sair do avião – porque devido às áreas de magia morta e selvagem, seu pai simplesmente impedira a garota de entrar em meios de transporte bruxo e também dissera que não queria ela exatamente dentro de um trem – cerca de cinco primos de idades diferentes, embora aproximadas, a esperavam com uma grande faixa que dizia “Bem vinda Flower”. Outro curioso fato é que a garota não sabia quem estava mais envergonhado da faixa, seus primos ou a própria garota, embora lisonjeada pelo fato que seu pai fizera os primos pagarem mico para recebê-la bem. O resto das férias era história.

A garota simplesmente se divertira mais que em todas as férias de sua vida em hogwarts, alternando seus momentos de pura diversão com cartas longas direcionadas a Johnathan Fullside, extremamente descritivas e saudosas, embora efusivas em relação a quanto, na realidade, a garota sentira falta do lufano. Este passava as férias no Canadá, e a menina simplesmente não entendia porque a França tinha que ser tão longe do Canadá. O tempo que esta passava escrevendo cartas ao garoto era também dividido entre o tempo que ela passava escrevendo a Tracy, fora os demais colegas de casa. Sim, tudo era divertido, mas ela sentia falta de casa (por casa entenda-se hogwarts). Agora, as duas semanas acabara e a menina fizera o favor de perder o vôo de volta. Por sorte ocorrera de sair outro cerca de meia hora depois, mas o estrago estava feito: quando Natalie pisara no aeroporto de Heathrow, a mãe já estava puxando os próprios cabelos de raiva. Seguida, é claro, pela imitação perfeita da irmã mais velha da menina.

- Você tem noção que estamos cerca de meia hora atrasadas no cronograma? Eu ia encontrar meus amigos a MEIA HORA ATRÁS!

Ignorando a irmã, como a menina aprendera a fazer durante o longo verão, a garota sorriu e abraçou brevemente a mãe, que não retribuiu e limitou-se a pedir para a menina se apressar; o motorista as aguardava para levá-las até a estação de king’s cross. De fato, quando as três saíram para a área de carros do local, o motorista da familia, Elfred, esperava-as debaixo de um enorme guarda-chuva com uma expressão ininteligível. Natalie nunca conseguira entender se Elfred era um robô ou um zumbi, afinal o homem não se afetava com nada, nem mesmo com os gritos da mãe de Natty, que, vale dizer, eram os mais amedrontadores de toda a Inglaterra.

O trajeto até a estação de king’s cross, que geralmente durava cerca de quarenta minutos, devido ao forte transito e à chuva, durou uma hora, de modo que quando as três mulheres puseram os malões em dois carrinhos e saíram correndo até a estação nove e três quartos, já era cerca de dez e quarenta e cinco. Opa. Ainda bem que a mãe fora perspicaz o suficiente para perceber que Natalie daria um jeito de atrasar o percurso e agendou o vôo meia hora mais cedo do que a menina deveria pegar. E ainda bem que alguém lembrara realmente de trazer o guarda-chuva, o que evitou um banho involuntário pela água gelada que banhava Londres inteira naquele fim de manhã de sábado (felizmente Natalie usava o seu mais grosso casaco, já que quando saira de Paris o clima também não estava dos melhores). Sorrindo ao finalmente chegar até o espaço que ultrapassando iria dar no trem para hogwarts, a menina apertou com força a medalhinha que levava no bolso. Ganhara do pai e era uma espécie de relíquia de familia. Nele havia o brasão da família Beautér, uma familia que, afinal de contas, Natty acabara se identificando mais que com a sua familia inglesa. Mais isso é história para outro post.

-Tudo bem, eu estou atrasada para uma reunião de família, acho que é aqui que nos separamos.

Típico. A mãe da menina nunca deixara as filhas na estação, como os demais pais. Natty tinha uma suspeita que a mãe não queria ser vista com as duas porque de tão parecidas as pessoas perceberiam que eram as filhas dela . E ela não exatamente queria dizer que era mãe. Mas isso, bem, era o ponto de vista de Natalie. A menina não tentava pegar com rigorosidade com a mãe, afinal a mulher era a apenas dois anos separada e o pai das meninas já superara – e muito bem – o casamento dos dois. Então a lufana apenas imaginava que a mãe achava mais fácil achar um novo candidato se o mesmo não soubesse que ela já era mãe. De qualquer modo, dando um beijinho educado no rosto macio e frio da mãe, a menina deu a língua para a irmã que a mandava dar o fora para que as duas não fossem vistas juntas e correu com seu carrinho em direção à “parede”. A menina sempre temia que um dia aquele espaço realmente virasse uma parede e ela batesse com tudo no concreto solido, porém naquele dia a sorte ainda lhe sorria e após alguns segundos a menina se viu na lotada e movimentada estação nove e três quartos. Mães, pais, parentes e alunos de hogwarts ocupavam cada centímetro da estação e com vários “com licença” e “desculpa” a menina foi abrindo espaço para chegar até o trem. Não tinha noção se algum dos amigos já chegara, então dando breves acenos a conhecidos e deixando seus malões no compartimento adequado, a menina adentrou o trem. Estava tarde pra caramba e ela demoraria um tempinho para achar uma cabine vazia.
Dito e feito.

Devido ao horário que a garota chegara na estação, todas as cabines pareciam estar lotadas de pessoas que Natalie absolutamente não conhecia ou casais aos amassos que Natalie não queria atrapalhar e passava correndo ao ver. Natalie ainda era bv, mas nessas ultimas férias em especial, a garota andava pensando bastante em como seria a sensação de ser beijada. Mais especificadamente e esquisitamente, a menina andara pensando em como seria ser beijada por...Johnathan Fullside. Oscilando entre a plena repulsa em pensar em beijar o melhor amigo junto ao desejo de sentir o garoto mais próximo de si, a menina passara as férias bastante confusa. Todas as suas primas já haviam beijado e algumas até mesmo namoravam e tudo que a lufana podia fazer era assentir com entusiasmo a tudo que elas falavam. Por fim ela acabou confessando que nunca beijara. Isso rendera a garota vários dias se esquivando de seus primos mais velhos tentando roubar seu primeiro beijo por brincadeira, algo que sempre a deixava nervosa e desconcertada. O casal da ultima cabine a fizera lembrar do garoto; Sentindo o rosto esquentar ao lembrar de seus pensamentos sujos e indecorosos em relação ao garoto Fullside a menina balançou a cabeça, só para, num rompante de boa sorte, encontrar uma cabine completamente vazia. Sem parar duas vezes para pensar, a quartanista adentrou a cabine, jogando sua mochila de qualquer modo no compartimento e sentando-se, puxando de um dos bolsos do casaco uma caixinha de feijõezinhos de todos os sabores.

Essa ia ser uma longa viagem. E a verdade é que ela realmente, do fundo do coração, esperava que pudesse passar toda ela com Nathan na cabine. “E Tracy” concluiu a garota em pensamento e acenando afirmativamente com a cabeça. Ela mal podia imaginar todas as traquinagens que Nathan aprendera no norte do Canadá. E, bem no fundo, mal podia se conter de ciúme ao imaginar as garotas que o loirinho conhecera nas férias.

“Acho que estou me tornando uma amiga muito ciumenta”

Pensou a garota, embora algo no fundo lhe dissesse que o ciúmes não era exatamente de amizade. De qualquer modo ela não podia acreditar que finalmente ela estava no trem para hogwarts. Era bom estar finalmente voltando pra casa.

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Natalie Flower
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Série 4º Ano

Inglaterra
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Cor : cornat

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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Elena Holdfeny Dom Ago 05, 2012 9:16 pm

Elena estava acordada, porém se manteve deitada na cama, olhando para o teto. Tudo o que conseguia pensar era em sua raquete atingindo de maneira errada a bola no último lance antes dela perder a partida final do campeonato trouxa de tênis que tinha participado naquele verão. “Merda”. Desviou seu olhar do teto, para sua cabeceira. O despertador marcava 05:58 AM. Levantou-se suavemente, sentindo-se ainda dolorida em alguns lugares do corpo, e foi ao banheiro de sua suíte. Seu reflexo no espelho mostrava seu rosto inexpressivo. Seus olhos ainda estavam vermelhos. Encarou-se por 1 minuto antes de prender o cabelo num rabo de cavalo e lavar o rosto.

You keep saying you got something for me...

Seu despertador tocou. Hesitou antes de desligá-lo. “Um pouco de música seria bom...”, decidiu-se e então ao invés de desligá-lo, aumentou o volume do mesmo. Embalada pela música, foi dançando em direção ao banheiro. Estava decidida a não sair de sua rotina por causa de uma derrota idiota por um trouxa idiota. Afinal, ele não era melhor que ela, ela que havia apenas cometido um erro em um momento ruim – um momento horroroso na verdade, já que era match point – o que acabou dando a vitória ao seu oponente. Não que isso significasse que ele era melhor do que ela. De jeito nenhum. “Preciso apenas treinar mais ainda”. Tomou banho, vestiu sua roupa de corrida, prendeu melhor os cabelos num rabo de cavalo mais apertado e se olhou no espelho mais uma vez. Seus olhos continuavam vermelhos.

- Que droga. - dizia baixinho para si mesma. - Mas, enfim... Dane-se.

Saiu de seu quarto, deixando seu despertador tocando em alto e bom som para trás.

One of these days these boots are gonna walk all over you!

Era dia de voltar às aulas. Mais um ano a esperava em sua querida escola de magia. Mas primeiro, ela precisava se despedir de sua agradável rotina de férias. Correu cinco quilômetros logo cedo e já de volta ao clube onde tinha passado o verão com seus pais, nadou mais um quilômetro e meio na piscina coberta. Tinha se decidido, enquanto corria, que não iria passar nem perto da quadra de tênis do clube. Sentou-se na beira da piscina por alguns minutos antes de seguir para seu quarto e se arrumar para partir. Não queria passar o dia lembrando o tempo todo da partida idiota que tivera no dia anterior. Ah, mas não ia mesmo fazer isso! Afinal, aquele era o dia de retornar a Hogwarts e deixar para trás por um bom tempo aquele maldito esporte trouxa. “É óbvio que é muito difícil não errar, ficando quase um ano sem poder treinar”. Tentava, em vão, se convencer de que estava tudo bem, mas realmente não estava fácil para ela engolir aquela derrota de apenas um ponto. A derrota para um menino ruivo e esquelético. Um menino ruivo, esquelético e trouxa. Tentou não perder mais seu tempo com aqueles pensamentos, pois já eram 8h da manhã e ela precisava checar suas malas mais uma vez antes de partir. Já estavam arrumadas desde o dia anterior. Ela não via a hora de ir embora daquele hotel, pra bem longe de todos aqueles trouxas ridículos.

- Bom jogo ontem, Holdfeny. Você só cometeu um erro sério durante toda partida inteira. - seu treinador particular sentava-se ao seu lado. Ela nem tinha notado sua chegada.

- Um erro que me custou a vitória de um campeonato, Brad. - ela dizia meio descrente. - Um campeonato trouxa, ainda por cima. - sua expressão deixava claro seu estado enojado.

- Acontece. E no seu caso, é bom que às vezes aconteça, caso contrário, tenho medo do quão grande seria seu ego em relação ao seu talento e capacidade. - Brad dizia, deixando um riso escapar enquanto terminava a frase. - E não seja tão exagerada na sua opinião sobre trouxas, pequena sonserina. Você pode beirar a hipocrisia... - ele a olhava de lado, com um sorriso maroto.

E naquele momento, ela esqueceu toda sua frustração e raiva sobre sua derrota. Era ridícula a sensação embrulhada que sentiu em seu estômago naquele momento. Brad era seu treinador particular. Tinha sido contratado pelo seu pai quando ela tinha apenas 7 anos para ensiná-la e auxiliá-la sobre alguns esportes trouxas, além dos esportes bruxos. Ela não gostava de trouxas em si, e por influência de sua mãe, acabou se tornando bem preconceituosa a respeito deles. Contudo, desde seu primeiro contato com o mundo trouxa, ainda muito nova, ela gostou muito dos esportes trouxas. Não que esportes bruxos não fossem tão interessantes e bons quanto, mas a adoração bruxa quase que única pelo quadribol, fazia com que todos os demais esportes fossem deixados precariamente de lado. Então, mesmo praticando vários deles desde pequena, ela não conseguiu evitar gostar muito de diversos esportes trouxas também. Seu pai, mesmo sendo sangue puro, não era racista e elitista como sua mãe era. Sempre a encorajava a praticar tudo que tivesse vontade e eventualmente contratou Brad, um bruxo nascido trouxa, para ajudá-la. Fazia 7 anos que ela convivia com Brad como se ele fosse parte de sua família. Um irmão 14 anos mais velho que ela.

Mas, esses 14 anos, por vezes passavam despercebidos, já que ele parecia mais novo. Alto, olhos verdes, loiro, cabelo quase raspado, corpo de surfista. Estava ficando cada vez mais difícil para ela, de uns anos pra cá, conseguir lidar com seu treinador sem imaginar algumas situações românticas. Demorou muito tempo para entender, aceitar e se conformar com o fato de que ela tinha uma queda por ele: um bruxo “trouxa” e mais velho. Entretanto, nunca deu muita confiança para seus sentimentos. Eles a distraíam e como não eram ou seriam nunca correspondidos, tentava ignorar o máximo que podia pensar sobre eles ou expressá-los. Mas quando Brad falava alguma coisa que soava passível de ser interpretado com duplo sentido, ela simplesmente não conseguia evitar corar e sentir algumas borboletas no estômago.

- Enfim, que seja. Só voltarei a ter que me preocupar com esses esportes no próximo verão. - dizia levantando-se rapidamente e olhando para frente com convicção, tentando se recompor. - Hoje minha cabeça está voltada para Hogwarts e para o ano que está por vir. Vai me acompanhar até estação daqui a pouco? - voltou-se para Brad de novo. Segurou-se ao máximo para não deixar escapar um sorriso no rosto.

- É claro que eu vou. - Brad dizia calmamente, enquanto se levantava. - Vai se arrumar. - deu um tapinha em suas costas e foi embora.

E lá se vai o homem da minha vida.” pensou em tom de piada, enquanto começou a caminhar para seu quarto.

Com medo de se atrasar, com muita pressa, tomou banho, vestiu um jeans, uma regata branca, colocou seu par de brincos preferidos e seu cordão da sorte. Numa tentativa de agradar sua mãe, passou um pouco de rímel e blush. Juntou seus dois malões e os empurrou para um canto do quarto. Terminou de guardar em sua bolsa todos os seus pertences pessoais de uso corriqueiro que ainda estavam espalhados no quarto. Deu uma última olhada pela janela e suspirou fundo. Fechou as cortinas e sentou-se na cama, contemplando o nada com todas as suas forças, procurando esvaziar a mente e meditar por alguns minutos. Porém, mal fechou os olhos, ouviu o som da porta do quarto abrindo.

- Bom dia, mein Licht. - dizia seu pai, entrando no quarto sorrindo. - Quer ajuda com as malas? Já está com tudo pronto né? - ele aproximava-se dela, a olhando com aqueles olhos azuis penetrantes, repletos de carinho. Ela levantou-se e esboçou um sorriso tímido. - Ainda está chateada por ontem, não é? - ele repouso as duas mãos em seus ombros e puxou-a devagar para perto, para abraçá-la.

Ela fez um gesto de sim com a cabeça e se deixou abraçar. Sentiu uma lágrima escorrer em seu rosto. “Droga”. Ela detestava chorar. Principalmente na frente de outras pessoas, mesmo que essa pessoa fosse seu amado pai. Se desvencilhou do abraço e voltou a checar as malas, sem falar nada. Seu pai juntou-se a ela em silêncio também. Era bem agradável a compreensão entre os dois. Bem mais do que a que ela compartilhava com sua mãe.

- Ainda está chorando por causa daquele jogo estúpido? - falando no diabo... - Eu não te criei pra isso, mia Luce. Ficar praticando esses esportes de trouxa ridículos o verão inteiro... É por isso que está solteira. Você perde tempo demais com isso e aí não consegue me arrumar um genro.

- Bom dia pra você também, mamma. Dormiu bem? Porque você está com uma cara péssima... - mantinha um falso sorriso simpático no rosto enquanto falava.

- Dormi muito bem, mia Luce, e estou ótima. Isso é apenas impressão sua. Mas ninguém diria que você, fazendo tantas piadinhas assim, passou a noite chorando, não é mesmo querida? - seu tom de deboche era notável. - Seus olhos ainda estão vermelhos. Melhor usar óculos escuros. - ela lhe estendia mão com seu próprio par de óculos escuros.

- Sempre um prazer ter que socializar com você logo de manhã, mamma. - ela dizia enquanto pegava os óculos.

Virou-se para pegar seu casaco e sua bolsa da cama. Ouviu Brad chegando e cumprimentando seus pais. Ela respirou fundo e saiu porta a fora, deixando todos para trás. Seu pai e Brad deram conta de levar as malas, mas sua mãe parecia ter decidido que ela mesmo agiria como uma mala e seria uma mala para Elena carregar. Foi o caminho todo expressando todo seu desgosto pelo apreço de Elena aos esportes trouxas. Repetiu inúmeras vezes que ela devia sim se dedicar a prática de esportes, mas que eles fossem todos bruxos pelo menos. E ela se viu discutindo pela enésima vez com sua mãe sobre o assunto. Era muito difícil discutir com aquela italiana teimosa – além de muito barulhento. Por mais que tentasse manter seu lado italiano bem escondido, sua mãe trazia sempre o mesmo à tona. E quando ele surgia, deixava toda a beleza de sua herança austríaca e educação inglesa de lado.

Apesar das facilidades, ela teve a sensação de ter sido uma longa viagem do The Hampshire Court Hotel até a estação King's Cross. Sem falar na inconveniência que era chegar na estação com aquele tempo chuvoso. Mesmo assim, conseguiu chegar na estação às 10h15. O que significava que sua despedida tinha sido incrivelmente longa. Ela não via a hora de sair de perto de sua mãe, mas sabia que aquela sensação passaria tão logo que devia aproveitar enquanto estava com ela ali. Chata ou não, ela amava sua mãe. Excesso de amor de mamma italiana era assim mesmo. Ela via pelos seus primos maternos.

Quando faltavam apenas 15 minutos para a partida, decidiu que já estava mais do que na hora de subir no trem. E então se despediu pela última vez de todos. Seu pai sabia de sua aversão a demonstrações de carinho fraternal em público, então apenas colocou a mão em um de seus ombros e deu-lhe um beijo na testa. Sua mãe também sabia de sua aversão, mas ela parecia não dar a mínima. Puxou-a para um abraço forte e apertado, e aproveitou para lhe encher de beijos na bochecha.

- Você sabe que apesar de tudo, mamma ti ama, non è vero mia Luce? - sua mãe segurava seu rosto com as duas mãos e a olhava com olhos lacrimejantes.

- Eu sei, mamma. Eu sei.

Por fim, voltou-se para Brad. Ele a olhava com um sorriso lindo no rosto. Ela não sabia bem o que fazer, mas nem precisou pensar muito. Ele puxou pelo braço e a abraçou bem forte. Elena não era muito fã de surpresas, mas aquele abraço tinha sido surpresa uma excelente. Seu estômago parecia estar sendo atacado por um milhão de borboletas. Ele então a soltou, a olhou nos olhos e por um momento pareceu que ele diria alguma coisa importante – alguma coisa muito linda, alguma coisa que ela realmente queria ouvir dele – mas no entanto, ele apenas disse para ela se cuidar bem e que eles se viam de novo nas próximas férias. Tentando afastar a frustração do seu rosto, ela sorriu e disse o mesmo para ele. Sentiu lentamente todas as borboletas parando de se mexer. “Mas que droga é gostar de alguém que não gosta de você...

Subiu no trem bem confiante. E decidida a achar uma cabine para ficar em paz sozinha. Ela nunca iria admitir isso para ninguém, mas sua mãe estava certa. Ela realmente tinha passado boa parte da noite chorando. Não por tristeza ou decepção sobre a partida, mas sim por raiva mesmo de sua derrota. Ela realmente não gostava de perder. Deixando seu lado perfeccionista e competitivo a parte, ela não lidava muito bem com a ideia de ter sido derrotada. Aquela história de o importante é competir, para ela não passava de uma desculpa. Uma desculpa que as pessoas que costumam falhar usavam como uma forma consolo para si mesmas. “Se o importante mesmo fosse competir, pra que ter vencedores?

Ainda pensando sobre o assunto, começou a procurar distraidamente por uma cabine. A maioria, como ela já imaginava, já estavam ocupadas. Em uma tinha um bando de crianças remelentas. Noutra, alguns grifinórios sem graça. Algumas estavam com aglomerados de gente feia fingindo que podiam achar graça de alguma coisa na vida mesmo tendo que lidar com o fardo de serem tão horrorosos. Numa cabine especialmente mal ocupada, ela viu um grupo de lufanos retardados conversando todos animados sobre alguma coisa, com certeza, idiota. É, não estava nada fácil achar um lugar pra ficar em paz e tirar um cochilo. Mas ela não iria desistir. Nem que ela própria tivesse que desocupar a força alguma cabine.

Para sua sorte, aquela opção logo não parecia mais necessária. Viu de longe uma cabine com a porta aberta e, de onde ela olhava, parecia que estava vazia. Estava prestes a entrar na mesma quando viu um menino vindo em sua direção. Normalmente ela sequer prestaria nele, mas dessa vez foi diferente. Porque o menino em especial era ruivo. E esquelético. Assim como seu oponente em quadra no dia anterior. Fechou os punhos com força e respirou fundo. Aquele moleque, fosse quem fosse, não tinha nada a ver com o que tinha acontecido no dia anterior. E ele parecia novo demais para sequer render uma boa briguinha, caso ela decidisse usá-lo como válvula de escape para a raiva. Além do fato de que o pobre coitado já precisava lidar com a realidade de ter aquela aparência física ridícula. Era apenas um pobre coitado qualquer. Melhor a fazer era deixá-lo pra lá...

- Não posso perder o foco. - sussurrava para si mesma tentando controlar a raiva, enquanto entrava com passos fortes na cabine. - Vou me focar no meu objetivo com mais empenho que antes. Vencer. - sussurrava num tom mais enérgico. - O importante é competir o cacete, todo mundo quer mesmo é ganhar... - concluía seu raciocínio se jogando contra o assento vazio a sua frente. Ajeitou-se para sentar melhor e soltou um suspiro.

E foi aí que ela notou que não estava sozinha na cabine.

- Hmm...Oi? - murmurou timidamente a menina sentada do outro lado da cabine.

- O que você tá fazendo aqui? - ela perguntava olhando confusa pra menina. - A cabine estava vazia. - ela afirmava duramente.

- Hm, é, o lado esquerdo dela estava eu acho. Mas você não deve ter me percebido no lado direito, sou pequena. - a menina murmurava com um sorriso estranho no rosto. Será que ela conseguia falar de outro jeito que não murmurando? - Mas eu não mordo e sou gente fina, - “Bem isso, eu irei decidir- Se quiser fico aqui caladinha, não vou lhe atrapalhar não... - ok, talvez a menina não fosse tão ruim...

- Ah... mas você jura que se eu disser "quieta", você não abre a boca até o final da viagem? - ela deu um sorriso divertido e suspeito, na tentativa de deixar a menina desconfortável.

- Com certeza. - apesar do sorriso no rosto da garota, era visível seu desconforto.

- Até que você não é tão mal... - ela dizia rindo. - Enfim, acredito que nós não conhecemos. Você é...?

- Hm, Natalie, Natalie. hmm, Smirnoff. – Smirnoff?

- Smirnoff? - ela lançava um olhar para menina. - Vou fingir que acreditei, para o seu alívio, não é? - ela dava um sorriso torto. A menina parecia tão assustada a essa altura, que a conversa estava começando a diverti-la... - Eu sou Elena. Prestes a começar o quarto ano. - Ela encarou a menina por 3 segundos e disse bem séria, para dar mais intensidade a coisa toda. - Sonserina. E você?

- Hmm, vou começar o quarto ano também... na... hmm, corvinal? - e foi ali que ela percebeu o porquê da menina estar aparentemente assustada.

- Você não é da Corvinal. - ela cruzava as pernas e inclinava o corpo para frente. - Você é lufana, não é mesmo Natalie? - encarava a menina com um olhar incerto.

- Sou Natalie Flower, lufana, quarto ano. Você deve conhecer a minha irmã detestável, ela é sonserina, sexto ano.

Mas é óbvio que a menina não podia ser só diversão, ela tinha que ter um terrível defeito. Era lufana. Pensou por um segundo em perguntar se ela era nascida trouxa, mas se ela tinha mesmo uma irmã na sonserina, isso estava fora de cogitação. Ela então olhou pra menina com um sorriso maroto e decidiu que ela seria sua nova “amiguinha” aquele ano. Mal estava voltando a Hogwarts e já estava gostando do ano que começava...

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Última edição por Elena Holdfeny em Dom Ago 05, 2012 11:47 pm, editado 1 vez(es)
Elena Holdfeny
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Aluna, Capitã de Quadribol

Série 4º Ano

Áustria
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Vicky Etros-Jagger Dom Ago 05, 2012 10:14 pm

Para quem interessar possa e estiver sem tempo para ler agora, vai um resumo do que está abaixo:

Spoiler:

— Sai, peste!– cuspiu a sombra, enquanto seu pé direito cortava o ar com energia e o miado de um gato se fazia ouvir.

Logo um gato, negro como a noite, cortou o inicio de manhã bucolicamente inglês, ganhando as ruas – ruas que buscava às cegas, como um detento anseia por liberdade. Ao som dos miados e da fuga do gato, uma risada cortante se fazia ouvir.

Estamos em Londres, numa rua escura de um subúrbio. De uma ruela sem saída, do beco menos convidativo que se possa imaginar, uma mulher andava ganhando a luz do dia – mesmo que seja um dia cinzento.

— Hunf!– reclamou a velha, à guisa de reclamação, quando a parca luz do dia feriu seus olhos, recém saídos de um véu de ébano.

Chamá-la de velha era um elogio. Apesar de estar no vigor da juventude de seus 64 anos, Vicky Etros-Jagger parecia mais velha.

Era dona de uma cabeleira quase que totalmente branca (aparentemente ela tentara pintar os cabelos, sendo infeliz na execução deste intento). Tinha uma face grave, bem marcada, o que ficava ainda mais evidente em sua tez branca. Os olhos eram profundos, cruéis, diretos. O andar era vagaroso e as mãos pareciam frágeis, mas seus curtos movimentos eram dotados de viva energia.

Usava um vestido violeta e um chapéu com um laço um tom mais claro – tudo extremamente surrado, que deixava clara sua periclitante situação financeira. O beco que acabara de abandonar era a entrada para uma moradia bruxa, o lar de Anabelle Liar – o último lar que lhe abrigada.

Ora, e a vida da pobre Vicky não tem sido baseada justamente nisso? Buscar abrigo, solicitar favores, rogar pela boa intenção de uma alma caridosa. Derrota. Vergonha. Humilhação. Praticamente mendicância.

— Trouxas sujos. – resmungou ela, ganhando as ruas, levando a maleta em uma das mãos e um embrulho em um pano verde, puído nas pontas, na outra mão. Levava com carinho o pequeno embrulho.

Já nas primeiras passadas nas ruas, fazendo malabarismo com a mão que levava o embrulho e mordiscando um "cookie", ainda fruto do farto repasto que fora o café da manhã em casa de Anabelle (para o faminto, qualquer prato cheio é a refeição de um rei), Vicky quase vai às lágrimas quando reflete que finalmente, depois de tantos anos, sua sorte vai mudar.

Esta ano candidatara-se para uma vaga de docente em Hogwarts, usando seu forte curriculum como argumento. Comentara que os pequenos acidentes constantes de sua ficha de trabalho não foram nada alem disso –acidentes-, e que merecia uma chance de provar seu valor. E, o que foi uma surpresa até para ela, aquele rato de biblioteca que ocupava a cadeira de diretor a aceitou no corpo docente.

— Eu não tenho nada para você! Você já comeu!– reclamou Vicky para o embrulho.

O embrulho emitiu mais um som abafado. E então um pequeno focinho rosado apareceu. Vicky contemplou o focinho num misto de sentimentos. Ela não levava simplesmente uma porca envolta em trapos. Levava ali seu mais precioso tesouro. Sua maior riqueza.

Ela chamava a porca de Fortuna.

A família de Vicky sofre de um mau agouro terrível: falta de sorte. Ninguém sabe se foi seu bisavô ou seu tatara- tatara- tataravô, mas alguma em sua ascendência sofreu uma maldição aplicada com maestria, que resultou numa falta de sorte descomunal para o que sofreu a maldição e, conseqüentemente, toda a sua descendência. E o danado do bruxo que lançou a maldição foi muito efetivo na execução.

A vida de Vicky foi uma completa comédia de erros. Sempre procurou uma cura para sua moléstia, sem sucesso. Certa feita, parece que havia encontrado seu pote de ouro, vendo sua solução num frasco quase transbordante de Felix Felicis. A beberagem lhe valeria a liberdade da sina de azar mas, como a má sorte lhe acompanhava, a poção acabou no vasilhame onde o bendito porco bebia, e o danado não deixou gota que fosse.

Vicky descobriu que levando o porco consigo, não tinha sorte. Mas deixava de ter o não tão bendito do azar, tendo sorte e azar de uma pessoa normal. É por isso que leva sempre o porco consigo.

E foi por isso que chutou o gato ainda antes, rindo-se vitoriosa. Fortuna fugira de suas mãos e estava encurralado pelo gato, depois de tocar na comida deste último. Teria machucado a porquinha se Vicky não intercedesse.

— Não vou perder você de vista, Fortuna.– e, oferecendo o ultimo pedaço do "cookie" à porquinha, ruminava consigo mesmo, olhando para o vazio enquanto caminhava – Não vou perder.

.......... :::::::::: ||||||||||:::::::::: ..........

— Trouxas. – disse, de si para si, Vicky ao chegar na estação de King Cross.

Independente dos trouxas, podia avistar claramente famílias bruxas, adolescentes andando desacompanhados, adultos – o lugar fervilhava de bruxos. Vicky sabia que seria assim.

Ela deveria saber das coisas. Agora que Fortuna estava do seu lado espantando Horácio, que era o urubu que ela imaginava que viva empoleirado em seu ombro trazendo aquela horrível urucubaca que a assolava, ela realmente podia saber. Isso porque Vicky tinha uma clarividência bem desenvolvida – era uma Adivinha.

Ela andava pela estação olhando de um lado a outro, vendo alunos calouros e veteranos de Hogwarts conversando alegremente sobre assuntos que jamais deveriam ser tratados em voz alta naquele lugar cheio de trouxas. Essas crianças irresponsáveis não sabiam que havia um segredo a ser mantido oculto?

— Nem pense nisso, garota!– exclamou Vicky quando fortuna ficou alvoroçada e se contorceu tentando fugir de seu colo. Olhando em volta, logo percebeu o que a tornara alvoroçada: cheiro de ovos fritos que adocicava o lugar, certamente sendo devorado por alguém que passava por ali com pressa.

Fora uma boa caminhada até a estação – mais de uma hora num passo ritmado. O bom exercício abriu o apetite de Vicky, mas suas finanças não lhe permitiam uma nova refeição.

Já tinha tudo planejado: no trem, pediria um lanche e afirmaria que esqueceu a bolsa e pagará depois. Parecia uma historia plausível e tinha certeza que ninguém iria se recusar a cooperar.

Vicky, caminhando pelas plataformas da estação, apertou o passo e desapareceu, numa das coluna que separavam a plataforma 9 da plataforma dez. Estava, é verdade, na plataforma 9 ¾.

Um sorriso se desenhou no rosto da velha bruxa ao ver a algazarra que tinha diante de si – agora uma algazarra apenas do seu povo. Crianças e adolescentes iam a vinham num frenesi sem tamanho. Alguns discutiam, outros conversavam, alguns estava no mais perfeito silêncio. Perto do vagão bagagem, Vicky viu uma mulher utilizar um encanto num menino de olhar engraçado, que antes estava encharcado. A cena lhe permitiu um sorriso no rosto, sabe-se la o porque.

— OLHE POR ONDE ANDA!– gritou ameaçadoramente Vicky, assumindo uma postura feroz e causando nos passantes o mesmo espanto de uma cobra que assume a posição definitiva antes do bote. Apenas um todo não teria medo de uma bruxa anciã, com expressão de fúria e, deixando a valise cair ao chão, com a mão na posição de sacar a varinha.

Houve um pedido fervoroso de desculpas e a menina seguiu seu caminho. Jurou que esbarrou na anciã sem a menor intenção, e lamentava profundamente ter quase derrubado o porco de suas mãos. Chegou a se oferecer para curá-lo, se necessário, mas o olhar de ódio de Vicky ficou ainda mais feroz com a tentativa dela de tocar em Fortuna.

— Moleques...– resmungou Vicky para consigo, adiantando-se para entrar no trem, já farta de multidões.

.......... :::::::::: ||||||||||:::::::::: ..........

Ela percorreu vagões e vagões no bendito trem, procurando uma cabina vazia, sem o menor sucesso. Acabou encontrando uma cabina onde estava sentada apenas uma menina da Lufa-Lufa.

Usando seus conhecimentos divinatórios em Fisiognomonia, descobriu que a jovem era uma menina meio avoada, com rosto e expressão infantis, portadora de algumas características que deixavam claro que ela havia selecionada para a Lufa-Lufa. A menina em questão era Natalie Flower.

Logo percebeu que havia uma menina do outro lado da cabina. Estava estafada, não ia ficar em busca de outra cabina. Que seja aquela, mesmo que ali também estivesse uma outra estudante – mesmo que fosse aluna de sua antiga casa, Sonserina – a menina era Elena Holdfeny.

— Bom dia.– resumungou Vicky, à guisa de cumprimento. Preferia estar numa cabina sozinha e travar a porta, mas estava tão cansada da caminhada. Tão cansada....

— Hmmm... Bom dia...– respondeu a menina. E, depois de se espantar com a súbita entrada de Vicky, começou a encarar Fortuna descaradamente.

Decididamente, Vicky não gostou daquilo. Na seqüência, a outra menina emendou, quase que imediatamente:

— Desculpa, mas acho que a senhora pegou o trem errado. Esse aqui vai pra Hogwarts e não para um asilo. – e, examinando Vicky do alto da cabeça até a planta dos pés emenda, maldosamente - Nem para um hospício.

Os olhos da velha bruxa faiscaram de puro ódio. Mordeu seu lábio interior com tanta força que sentiu o gosto de um filete de sangue que fugia de um corte interno de seus lábios. As mãos, tremendo de ira, ameaçaram procurar a varinha.

Não.

Não, tudo estava indo bem. Em breve, Vicky conseguiria um meio de fugir de sua maldição, iria finalmente prosperar na vida. Azarar aquela menina ia ser como agredir ela mesma.

Maldosamente, a velha estreitou os olhos e fixamente observou Elena Holdfeny, tomando todos os cuidados e anotando em sua memória a petulância da menina e guardando suas feições. Aquele projetinho de sonseria ia ver o que era a real fúria de uma Sonserina calculista e vingativa.

Seria o pior de todos os anos, em Hogwarts, para Elena Holdfeny, e ela não tinha a menor idéia disso.

Refeita e mastigando os cacos de seu orgulho, porque vingança é um prato que se come frio, a anciã sentou-se pesadamente no mesmo lado da Lufana, do lado do corredor, o mais distante possível da menina que ousou insultá-la, tendo a valise a seus pés. Vale observar que na valise agora constava, na etiqueta de identificação, para orgulho da velha bruxa: "Vicky Jagger, Profa. Adivinhação, Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts". A etiqueta não estava visível de momento.

Fortuna, danada que só, começou a ficar inquieta. Vicky logo percebeu o porque: havia comida no vagão. A menina lufana deveria ter comida escondida, que estava deixando a porca em polvorosa.

Pior: a bendita estava comendo.

Vicky estava ansiosa para o que o trem partisse, pois assim a refeição seria logo servida. Fortuna não parava de se debater em suas mãos.
Vicky Etros-Jagger
Vicky Etros-Jagger
Professora

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Cor : #556B2F

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Mensagem por Molly MacDowell Dom Ago 05, 2012 11:43 pm


- BOOOOM DIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIA!!!!!!!

Algo pequeno e de aparência flamejante voou por uma curta distância e caiu precisamente em cima de Molly MacDowell, que estava até então dormindo confortavelmente, envolta em algumas camadas de cobertores. Molly, claro, acordou MUITO assustada e, depois de alguns segundos esperando seu coração normalizar as batidas, percebeu que o Objeto Voador Não Identificado que aterrissara em sua cama não passava de sua prima Ishbel, de três anos de idade, que possuía uma farta cabeleira ruiva e tinha em mãos um pedaço grande de pão.

- Bom dia pra você também, Ishbel, mas NÃO FAÇA MAIS ISSO, PELO AMOR DE BOADICEIA!¹ - Molly se sentou então na cama e esfregou os olhos - E onde você arrumou esse pão?

- Ishbel trouxe pocê atrasada pra escola. Cadê cabelo?

- Atrasada pra... – Molly arregalou os olhos, levantou o mais rápido que pode e olhou pela janela. Pela altura do sol, Ishbel estava certa. Quer dizer, Molly não estava tecnicamente atrasada, porque ela havia planejado chegar à estação com uma hora e meia de antecedência, mas, agora, se chegasse vinte minutos adiantada, estaria com sorte.

- Brigada pelo pão, Ish!

Molly beijou a bochecha da menina, abriu a porta do armário e se escondeu atrás dela, trocando de roupa. Alguns segundos depois, saiu trajando um vestido longo, de mangas compridas, parecido com uma túnica, verde escuro e com detalhes de fios dourados em estilo celta nas magas, abertura do pescoço e na bainha. Usava também um cinto de couro ao redor da cintura, sapatos rústicos de couro e um colar com um pingente redondo exibindo um tríscele. Ajeitou o cabelo (que cortara sozinha na noite anterior, e ninguém havia visto ainda que a menina não carregava mais as longas madeixas comuns às mulheres do clã) e olhou ao redor, procurando suas malas. Encontrou somente sua mochila, então a colocou nas costas e abraçou a criança que ainda estava sentada em sua cama.

- Vou sentir sua falta, pequena. Nos vemos nas férias, ok? – Molly fez um cafuné na menininha e pegou o pão de suas mãos. Ishbel a abraçou e saiu correndo pela porta.

Molly caminhou até o lado de fora da casa, e encontrou seu pai, aguardando com sua mala. David MacDowell era um homem alto e forte, ruivo (assim como a maioria dos MacDowell) e trajava sempre o tartan da família. Enquanto Molly andava em sua direção, se perguntava como as pessoas da estação seriam, porque ouvira dizer que haveria muitos trouxas lá, e que trouxas se vestiam de formas extremamente peculiares e estranhas. Molly nunca vira um trouxa, nem mesmo em livros. Seus primos mais velhos, que já haviam visitado cidades de verdade algumas vezes, contavam as coisas mais bizarras sobre eles, e diziam inclusive que a comunidade bruxa mais metropolitana não usava roupas tão diferentes assim das dos trouxas. Pela primeira vez, Molly se perguntou se estava de fato tomando a decisão certa ao ir para Hogwarts. Mas de onde veio esse pensamento?!? Claro que ela estava tomando a decisão certa! Ela vivia numa bolha e não fazia ideia de como era o mundo de fato, isso precisava ser mudado.

- Preparada, Molly Dolly?

- Sim, Pa. E não me chame assim na frente de pessoas, veja lá!

Seu pai não percebeu que ela cortara o cabelo. Molly estava muito aliviada por sua mãe ter de ter saído mais cedo para resolver alguns afazeres, e ter se despedido dela na noite anterior (assim como do resto do clã, eu um banquete com muita comida, música, brigas, danças e competições tradicionais). Não entendam mal, a garota adorava sua mãe... mas tinha quase certeza que sua mãe não adoraria NADA ver o que ela fizera com o cabelo.

-Vamos, lá, então? - perguntou seu pai, apontando para uma espécie de vaso de metal, com uma série de runas e desenhos talhados.

- SIIIIIIIIIIM!!! – gritou a menina, energicamente levando a mão ao vaso, ao mesmo tempo que seu pai o fazia.

Molly sentiu como se seu umbigo estivesse sendo puxado para dentro dela mesma, e o mundo passou a girar tão rápido que ela não via mais nada, até que a velocidade começou a diminuir, e a menina conseguiu perceber que ela, seu pai e o vaso flutuavam em um lugar que parecia ser feito de aurora boreal. Então uma música atonal começou a tocar, e um anão com roupas medievais apareceu, como se estivesse nadando, brandindo uma espada de fogo na direção deles. Mas ele não parecia particularmente ameaçador, pois nadava bem devagar. Molly tentou perguntar ao seu pai o que estava acontecendo, mas não conseguia fazer sua voz sair. Seu pai movia os lábios freneticamente, até que começou a brilhar um pouco, por inteiro, e sua voz passou a ficar cada vez mais audível. Ele entoava coisas em grande velocidade, no que pareceu a Molly ser gaélico antigo. Eles voltaram a girar cada vez mais rápido, até que esse cenário desapareceu também e, antes que Molly pudesse dizer “QUE #%**& ACABOU DE ACONTECER?!?”, caiu sentada em um chão duro e gelado. Estava tudo escuro.

- Pa? Você tá aí? O que aconteceu? Onde a gente tá? O que foi aquilo? Como você fez pra brilhar?

Molly ouviu uma porta sendo aberta e seu campo de visão foi inundado por luz. Quando seus olhos se acostumaram, percebeu que estava em uma espécie de armário de vassouras, e que seu pai acabara de sair de lá e segurava a porta para ela.

- As coisas têm andado meio estranhas recentemente, Molly Dolly. Venha, é por aqui.

Molly saiu do minúsculo cômodo e seguiu seu pai através de uma espécie de corredor, onde encontrou algumas pessoas. Elas DE FATO usavam roupas muito estranhas, e a menina acompanhava com o olhar cada um que passava por ela, procurando descobrir como as vestimentas funcionavam. Dois adolescentes passaram por seu pai e cochicharam algo sobre saias, em tom de deboche. A garota não entendeu o que quiseram dizer com aquilo, mas não gostou do tom dos moleques. Seu pai, porém, já estava um pouco à frente, o que fez Molly ignorar os rapazes estúpidos e correr atrás dele. Então, ambos foram parar num lugar lotado de gente. A menina do campo, naturalmente, começou a ter um leve ataque de pânico.

- EU NUNCA VI TANTA GENTE ASSIM NA MINHA VIDA! ESPECIALMENTE NUM MESMO LUGAR! SOCORRO! SOCORRO!

- Calma, Molly. Ninguém vai te machucar.

Seu pai apertou o passo e a levou para um lugar menos movimentado. A menina, que tremia um pouco, olhou para cima e se deparou com uma placa que dizia “Plataforma 9 ¾”. Olhou então para o seu pai.

- É aqui, pequena. – David colocou a mão no ombro da filha. Ao realizar esse gesto, pareceu perceber algo errado, e olhou intrigado para Molly. Porém, continuou o que estava dizendo: - Infelizmente, eu tenho uma reunião importante agora, então vou ter de te deixar aqui. É só você correr através dessa parede e entrar no trem vermelho, tá? Pode escolher qualquer cabine e se sentar. Se outras crianças sentarem na sua cabine, seja legal com elas, tá bom?

- Tá booom, Pa, eu sei, e eu não sou uma criança, pra você dizer “outras crianças”! Enfim... Eu te amo, tá legal? Muito. Obrigada por ter me deixado ir. Eu vou sentir muita falta de vocês todos, mas principalmente de você e da Ma. Vou escrever sempre, ok? Obrigada mesmo!

Molly então abraçou seu pai o mais apertado que podia e sentiu que ele acariciava seus cabelos. Ela pegou a mala de sua mão, enquanto ele dizia:

- Eu também te amo, Molly Dolly. Nós te amamos muito. Boa sorte, mostre pro mundo quem são os MacDowell! E... - David olhou para a filha com a mesma expressão intrigada de antes, e quando finalmente pareceu vir a luz da compreensão aos seus olhos, Molly já havia se desvencilhado do abraço. - MOLLY!

Molly corria em direção à plataforma.

- O QUE ACONTECEU COM O SEU CABELO?!?

Mas só havia uma parede de tijolos, onde a menina estivera.

-

Do outro lado do muro, Molly não estava aproveitando muito a satisfação de ter fugido de uma bronca tensa, por estar ocupada demais tendo um pequeno colapso nervoso.

- Quanta gente, quanta gente, quanta gente... – balbuciava ela, baixinho, enquanto olhava para todos os lados com olhos arregalados, parecendo um cervo assustado - ...e todos se vestem tão estranho...

A garota viu então uma porta aberta e correu na direção da mesma como se fugisse por sua vida. Inclusive, nessa corrida louca e frenética, acabou derrubando uma menina aproximadamente da sua idade com o malão que carregava de forma desajeitada. Berrou um “PERDÃO!!!” ao vento, mas não olhou para trás. Pulou para dentro do vagão e andou rapidamente pelo corredor vazio, procurando uma cabine vazia que lhe agradasse. Como conseguira chegar relativamente cedo, mesmo tendo acordado atrasada, essa tarefa não foi muito difícil. Entrou numa cabine de seu gosto e fechou a porta. Sentou e apenas respirou por alguns momentos.

- Squeak!

Molly tirou a mochila das costas e percebeu que Morag não só acordara, como farejava confusa o novo ambiente, de um bolso externo da mochila. A garota tirou o esquilo ruivo² do bolso e o depositou no assento ao seu lado. Então colocou o malão no assento diretamente à sua frente, e a mochila do lado do malão. Ocupar todos os assentos da cabine provavelmente afastaria outras pessoas por algum tempo, ou pelo menos foi o que Molly pensou. Ela definitivamente não queria ver pessoas por enquanto – atravessar aqueles oceanos de gente fora bem traumatizante. Assim, para se acalmar e para fortalecer mais sua cabine-anti-pessoas, a escocesa se esticou até a mochila e puxou um saquinho de escamas de dragão azul lá de dentro. Aproveitou para pegar uma noz para Morag, que se entretia dando soquinhos no estofado da poltrona. Entregou a noz ao esquilo e começou a puxar o conteúdo do saquinho. Primeiro um tecido xadrez ficou evidente, e cada vez mais tecido saía dalí, então a menina puxou um tubo quatro vezes maior que o saquinho, e outro maior ainda, e mais um e ainda mais tecido, até que uma gaita de foles inteira saiu do pequeno saco, que parecia mais uma bolsinha de moedas. Molly abriu um amplo sorriso e começou a tocar o instrumento, super empolgada.

(como, por exemplo, em https://www.youtube.com/watch?v=3n9hbYwZZqk )

¹ http://pt.wikipedia.org/wiki/Boadiceia
² http://en.wikipedia.org/wiki/Red_squirrel


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Mensagem por Eilonwy K. Dolben Seg Ago 06, 2012 8:39 am

Resumo: Lony é mestra nos atrasos e em esquecer data de qualquer evento. Sem lembrar de que aquele era o dia de embarque no Expresso de Hogwarts, a garota se dá ao luxo de ficar acordada até tarde nas vésperas, resultando num belo atraso, com o direito de nem ter tempo para pentear os cabelos. Depois de correr até a King's Cross, ela conhece um garoto novato e simpático, que demonstra conhecer pouca coisa sobre Hogwarts, então ela decide fazer algumas brincadeiras com ele enquanto esperam para embarcar.



Expresso de Hogwarts [encerrado] Isling12
ISLINGTON - Londres

We Got the Cosmos Rocking
_____
Aquela chuva acordou Lony, bem antes previsto por ela. Os pés dela estavam gelados, os dedos da mão gelados, todas as extremidades do corpo dela que ficaram de fora da coberta estavam gelados, incluindo uma parte do joelho. Irritada, ela pulou da cama, pisou numa revista aberta que estava jogada no chão e caiu, puxando o lençol para amortecer a queda; sua ideia era buscar uma nova coberta para se aquecer e ao abrir o armário não achou nenhuma. Continuou andando pelo quarto em direção à janela, pisando em papeis de bala, chiclete, uma baqueta que ela nem sabia de quem era, roupas, bonecas, uma latinha de refrigerante, e por fim, chutou um malão, o de Hogwarts.

Aquele malão bateu o recorde de objetos ignorados por Lony durante as férias. Ela apenas tocou nele quando voltou das compras no Beco Diagonal, e mesmo assim deixara para sua mãe organizá-lo. A garota desistiu de voltar para a cama, sem cobertor e sem sono, ela se enrolou num roupão e desceu as escadas. Estava sentindo uma enorme ressaca, ressaca de sono. Na noite anterior, ela e os vizinhos ficaram acordados até tarde ouvindo música e jogando conversa fora, e nem viu quando foi dormir.

Expresso de Hogwarts [encerrado] Rua10

A casa e o pub da família Dolben ficavam localizados no mesmo prédio, em cima era onde eles moravam e no subsolo ficava o pub. Era um local discreto, conhecido apenas por aqueles que já sabiam chegar lá, isso era para evitar a visita inesperada de trouxas que desconheciam o mundo bruxo, já que no recinto várias criaturas mágicas trabalhavam ou se serviam por lá, e muitos usavam a lareira para viajar.

Expresso de Hogwarts [encerrado] Pub-lo10

A fachada tinha apenas o logo de uma mão chifrada segurando uma varinha com os dizeres “Toad Lime Rockers”. Não era muito atrativo, primeiro porque a iluminação de fora era fraca, e segundo porque ficava numa rua tão apertada que parecia um corredor, isso dava impressão de que o lugar era completamente underground. Mas lá dentro era bem aconchegante, com boa música, bons rockeiros, todos livres pra usar magia à vontade e curtindo a boa comida preparado pelos “Dentrassis”. Todos os bruxos que passam por Londres gostam de ir até lá para relaxar e conhecer os novos hits do British rock bebendo uma pint da sua cerveja preferida.

Entretanto, às 9h30 da manhã, o pub ficava fechado, obviamente, e a família desfrutava do seu bom e agradável convívio familiar.

-MÃÃÃE!!!!!!! POR QUE VOCE SUMIU COM AS MINHAS COBERTAS?! –Lony chegou gritando na tentativa de que sua voz sobressaísse a música alta vinda do aparelho de som de seu pai. -MÃE?!

-PHILLIP! ESSE SOM TA ALTO DEMAIS! –a senhora Dolben gritava –LONY, NÃO POSSO FALAR AGORA, ESTOU DANDO BANHO NO GNOMO.

Lony revirou os olhos e foi até a cozinha, onde lá era possível ouvir a própria voz. O irmão dela, Damon, estava por lá tomando o café antes de sair para o trabalho.

-Cara, eu tive um sonho estranho, -ela falou pegando as batatas que sua mãe preparara para o café –eu tinha três braços e morava numa lua, só que acredita, eu estava preocupada porque hoje começava as aulas e eu não chegaria a tempo... pff, imagina só, eu preocupada com a volta as aulas! –ela riu bebendo o suco.

-Mas sua tonta, as aulas começam hoje! –Damon falou alarmado.

-Não, seu trasgo, hoje é SÁ-BA-DO, sacou? E se começasse hoje, a mamãe teria me acordado mais cedo. –ela piscou, enquanto isso a mãe de Lony passava carregando um gnomo molhado pela cozinha.

-Filha, desculpa, não deu tempo de te acordar mais cedo porque Geremy, o gnomo, explodiu a chaminé, espero que não se atrase pra pegar o trem de novo. –e ela saiu.

Lony cuspiu o suco de volta pro copo.

-AHH MÃE! MAS QUE DROGA... –e ela saiu correndo pro quarto. O incrível era que o cabelo dela resolveu parecer um chiclete mascado justo naquele dia inoportuno. Ela se trocou apressadamente, tentou arrumar os cabelos, e pegou o malão. Ninguém a levaria até King’s Cross, por isso, mesmo saindo uma hora e meia antes do trem partir, ela estava receosa por não perdê-lo, de novo.




A boa notícia era que a Lei de Murphy ainda estava de férias, e nada atrapalhou Lony durante o percurso. A King’s Cross estava do mesmo jeito que a garota deixara antes do verão: ridiculamente lotada. Ah e claro, aquele cheiro de fumaça desrespeitando sua alergia. Isso não seria problema, se não fosse por um garoto loiro indeciso bloqueando a passagem dela a entrar de cara com a parede da Plataforma 9 ¾. Ela olhou e não reconheceu quem era.

“-Aff, primeiro-anista... ¬¬ espere, ele não tem cara de estar no primeiro ano, deve ser novato, transferido.” então ela maliciou “Olha que momento mais oportuno para dar as boas vindas!”

-Aí, garoto, escuta só, você tem que passar exatamente no ângulo de 45º, se não sua cabeça pode ficar aqui no mundo dos trouxas. –ela falou parecendo séria. O garoto esboçou uma reação confusa e indeciso, mas Lony segurou pra não rir, somente quando o garoto atravessou a parede com receio ela veio logo ao encalce rindo dele.

Ela estava se divertindo muito com a situação, pelo menos, aquilo ativou o bom humor dela, mesmo que o garoto pareceu não achar a mínima graça.

-Relaxa... –ela falou e em seguida foi tendo mil e uma ideias do que mais poderia assustá-lo. Inventou sobre um professor vampiro, mas aquilo não pareceu preocupa-lo, em vez disso ele deu pistas de que estudou em Beauxbatons, a escola das patricinhas-mor.

Lony então se lembrou de uma banda que nasceu em Beauxbatons, nos anos 80, com garotas maravilhosas que Lony admirava o pôster da vocalista em seu quarto. Mas parou de devanear por um instante e engajou numa conversa com o garoto sobre a beleza daquelas veelas. Em sua cabeça, Lony divagava sobre como seria estudar numa escola assim, a pressão em ser tão bonita quanto aquelas garotas deveria ser irritante, mas a beleza alheia decorando o local certamente compensaria.

O devaneio da garota dissipou quando uma pergunta do garoto a trouxe de volta para aquela plataforma com cheiro de sola de sapato. Ele questionava sobre Katrina Collins, uma garota da Lufa-Lufa, bem bonita por sinal, que Lony apenas a conhecia de vista, e que vista...

-Ah, não, não a conheço. –ela cortou o assunto -Eu sou Eilonwy Dolben e...ermm... Você por acaso tem medo de água? –ela teve outra ideia para criar uma confusão na cabeça dele.

Enquanto o garoto respondia a pergunta dela, Lony olhava para os lados.

-Ah, que bom, você vai gostar da seleção das casas deste ano... Todos no fundo do lago, com a Lula Gigante selecionando cada aluno, será um espetáculo! Ouvir dizer que nem todos os primeiro-anistas podem sobreviver. –ela falou com pesar. Não sabia se o garoto tinha acreditado, pois ele parecia ser bem atento, mas de qualquer forma, Hogwarts possuía as histórias mais mirabolantes da cartilha, não seria surpresa alguma se uma dia a Lula Gigante fizesse a seleção de casas ou dançasse a conga no meio do Grande Salão.

-Desde que usemos cabeças-de-bolha, acho que está tudo certo. Tomara que seja um grande evento! Gosto de participar de coisas memoráveis. Só que uma escola que preze tanto a segurança não devia submeter os alunos, especialmente os novatos, a uma coisa dessas. Perigoso.

“-Cabeças-de-bolha! SIM!” e ela riu em seus pensamentos. Olhando ao redor viu vários rostos conhecidos, mas decidiu escolher Aileen Perkins para ser vítima da confusão do garoto, ainda mais porque Aileen também era bem desatenta, seria engraçado ver o desenrolar daquela história entre os dois, e afinal, a garota devia essa para Lony por trombar com a sonserina no ano passado enquanto ela carregava a guitarra nas costas e a mesma caiu no chão quebrando a alavanca.

-Garoto, tem razão, bem lembrado!–Lony falou colocando uma das mãos sobre um dos ombros do garoto, e, de fato, ela nem sabia o que eram cabeças-de-bolha. –Que sorte que a monitora e idealizadora deste evento está logo ali ajudando a realizar este feitiço... é um feitiço né? –ele balançou a cabeça afirmando –Ei, Perkins! –Lony fingiu acenar para ela que sequer notou-a. –Vai lá, ela vai te ajudar, mas ela é da Hungria e não entende quase nada do que a gente fala, por isso use palavras fáceis e bem alto. –Lony piscou para o menino e deu tapinhas nos ombros dele.

O garoto parecia legal, mas Lony não podia perder aquela chance, primeira vez que ela conhecia um novato vindo daquela escola francesa que não devia fazer ideia dos costumes de Hogwarts. De qualquer forma, ela resolveria o mal entendido, e, como pedir desculpas não era o forte dela, compensaria o garoto com um sapo de chocolate.

EDIT: Tive que acrescentar essa música ao post, ela é perfeita para qualquer sábado, principalmente se for num em que acontece o embarque para Hogwarts! *--*
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Roxanna Miloslaviniacova Seg Ago 06, 2012 9:02 pm


------------------------------------MOONLIGHT SONATA



Ela estava tão perto de mim, um movimento só e eu seria capaz de pintar assim as rosas todas cor de carmim. Bastava que eu me esticasse um pouco e alcançasse a faca de cortar carne e enfiasse na garganta de meu desprezível noivo, Lestat. É claro que eu seria a louca, desvairada, afinal, ele fazia bem a pinta do boa pinta. Para ser um Príncipe de Contos de Fadas faltava só a capa vermelha porque o cavalo alado branco ele já montava.

Só não era o meu Príncipe e nunca seria. Tirada de meus pensamentos homicidas, foi com um grave olhar de pânico que vi meus pais se levantando da mesa e me deixando sozinha com o calau. Engoli em seco ao receber o beijo escandaloso de minha mãe despedindo-se. Papai apenas se despediu, eu preferia assim, nunca tinha sido dada a demonstrações públicas de afeto e só não repudiava as cenas de mamá para não magoá-la.

- Ahh, l’amour! Dois jovens rouxinóis no desabrochar da primavera... O que pode ser mais romântico do que levar a noiva até a estação? – minha doce Marguerite segredava feito uma tola com seu sotaque francês arrastado com o russo que adquiria com o decorrer dos anos – Roxanna pode se despedir com um lenço pelas janelas do trem. Mon Dieu! Já vejo até a cena. – suspirou. Claro, mãe. E Lestat podia pegar o lenço e fazer algo útil pra variar, tipo se enforcar. - Bem, não vamos atrapalhar os pombinhos. Au revoir!

Mal meus pais tinham saído a cara angelical de Lestat tinha mudado. Ignorei a sua presença com meu esnobismo defensivo, limpando a mancha de batom de mamá com a varinha.

- Pode encerrar o teatro, meus pais já foram. – disse categórica. – Já pode voltar a ser o porco traidor de sempre.

- Temos exatamente quarenta minutos sobrando, mon petit. – eca. E pensar que ser chamada assim dois anos atrás faria com que eu visse borboletas e passarinhos além do arco-íris.

- Ok, então. Longe de mim querer atrapalhá-lo... Vou deixá-lo a vontade para se satisfazer “all by yourself”.

- Não quer se juntar a mim, em nome dos velhos tempos? – ele ficou de pé e tocou de leve minha bochecha. – Sabe que vou ficar muito sozinho enquanto estiver fora, não é?

- Prefiro me atirar nos trilhos do trem. – e o empurrei na mesa, saindo depressa pelas escadas do terraço. Corri para o hall de entrada e dei ordens expressas para que minha bagagem fosse despachada. Vinte minutos depois estávamos apertados em um carro trouxa nojento só para disfarçar. Lestat molestando-me no banco por baixo do vestido com as mãos. E eu nada podia fazer a não ser gritar para que o motorista cortasse o trânsito logo e eu pudesse saltar daquela droga de uma vez.

Já estava com os nervos à flor da pele quando atravessamos a passagem e Lestat resolveu me irritar cantarolando a canção da velha prostituta de Petrogrado. Eu sabia que ele estava me ofendendo de mil maneiras com aquilo e resolvi me livrar dele o quanto antes. Fingi um tropeço em uma das linhas disformes da plataforma, encenando um desequilíbrio. Recuperei a pose e num falsete pus o pé num calço fazendo com que Lestat tropeçasse e o empurrei em cima de um monte de latas de lixo que estavam na periferia da calçada. Não bastasse isso, uma garota (que mais tarde eu vou chegar a saber se tratar de Chloe Herstgaard) passava desavisada no momento e levou toda a carga de noivo e lixo.

Num aceno de varinha, sai planando a bagagem e deixei os dois ali embolados. Sabia que não ia durar muito tempo. Lestat já estava de volta no meu encalço quando parei na metade do caminho com aquela cara que mesclava dúvida e espanto, encarando os arredores sem saber direito o que fazer. Foi quando vi Charles Baudelaire se aproximando com uma cara tão boa quanto a minha. E é claro que o agarrei como se fosse biscoito da sorte. Olhei para trás e Lestat tinha sumido.

- Nada aconteceu. A mera existência da minha prima já é um fardo pra mim. – respondera Charles sobre minha pergunta incisiva assim que o vi. Enquanto isso, eu despachei minha bagagem e fomos procurar um lugar decente no trem.

- Pois trate logo de melhorar essa carinha linda, meu bem... Ensaie ao menos um sorriso, porque vai ficar atrelado à Isa para o resto da vida. Casamento na nossa família é um fardo mais pesado do que um voto perpétuo. Se eu sou obrigada a carregar a glória de ser noiva de Lestat, você vai ter que engolir a Isadore. – descarreguei toda a frustração nele.

- Duvido que Lestat seja tão infernal quanto Isadore. – ah tá... Então embrulha e leva de PRESENTE! - Ali. - apontou uma cabine vazia. - Onde está Kayra?

- Provavelmente procurando por mim. – sorri enviesado ao entrar na cabine e me acomodar próximo à janela.

Em pouco menos de dois minutos uma vasta cabeleira loira abriu a porta de supetão.


Spoiler:

Esse post é melhor lido ao som de Moonlight Sonata - Beethoven;
Roxanna veste isso aqui.
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Mau começo.

Mensagem por Lara Rosenberg Ter Ago 07, 2012 12:23 am

OFF

Pra ouvir enquanto lê:

Spoiler:

__________________________________________________________

ON
Quarto de Lara

Ok, AGORA tinha certeza de que estava sonhando. Em que mundo, ó Merlin, sua mãe estaria chorando ao lado da sua cama por causa de um simples vidro de pó-de-flu derramado? Aliás, esse era um pó-de-flu pra lá de fedorento, não era? Quem iria sentir falta?

Mas o pó-de-flu não era pó-de-flu. Era algo a mais, e esse algo a mais estava entrando por suas narinas e sua boca, turvando a sua vista (não conseguia abrir os olhos, diabos!), e enquanto ela queria pedir ajuda, sua mãe ficava apenas soluçando de tanto chorar. Não lembrava a última vez que vira sua mãe chorando.

Foi tomada por uma grande agonia, uma dor que estava no limiar do físico, bem no meio do peito, e apertou os olhos com força. Sentia falta de alguém, mas não conseguia visualizá-lo, apenas tinha a impressão de ser alguém importante.

Acordou.

A primeira visão que teve foi de sua gata, Louise, lançando um olhar que só poderia ser descrito como de indignação por ela estar fazendo tanto barulho enquanto dormia.

- Não é minha culpa, sua gata malvada.

Sonhos estúpidos.

A razão dos seus sonhos era bem clara, e não precisava de Adivinhação para decifrá-lo. Hoje era o dia de ir para estação King's Cross e dar uma voltinha no Expresso de Hogwarts, e ela estaria bem feliz com isso, não fosse pelo fato de que hoje também era "aniversário" do desaparecimento do seu irmão. Chamava de aniversário por não achar uma denominação melhor pra uma data tão marcante em sua vida, mas não ligava essa data a nada nem remotamente feliz.

Engoliu, sentindo a garganta levemente arranhada e os olhos úmidos, e levantou-se da cama. Escovou os dentes e tomou um banho quente no automático, enquanto sua gata cheirava a gaiola em que seria colocada pela duração da viagem do expresso e miava alto. Quando finalmente desceu pra tomar café, sua mãe e seu pai já estavam sentados à mesa, ambos absortos em seus jornais bruxos, as xícaras cheias de chá fumegante.

Não era muito fã de chá. Ou jornais. Ou, particularmente aquele dia, de sentar à mesa com seus pais.

- Bom dia, querida. Ansiosa para Hogwarts?

Ah, claro, eles fariam aquilo, então? Eles realmente iam fingir que era um dia comum, uma família comum? NINGUÉM ia discutir a falta de Tony? Em anos anteriores ele já estaria discutindo algum assunto - provavelmente de política ou negócios - com seus pais, brigando por brigar, discutindo por discutir, e seus pais estariam vociferando de volta com a mesma intensidade. Ela não era capaz de rivalizá-los como o irmão, muito menos agora.

- Louise está enlouquecendo com a perspectiva. - Respondeu, dando de ombros e evitando o assunto. Não era desejável discutir sua ansiedade, principalmente por que ela não era ligada à Hogwarts.

- Podemos dar uma poção tranquilizante. - Disse seu pai, alisando os bigodes grossos com desinteresse.

- Se você conseguir capturá-la e mantê-la quieta o suficiente, vá em frente. - Falou, tentando manter o rosto impassível, mas imediatamente fez uma nota mental para deixar Louise o mais longe possível do pai. Dar tranquilizantes para a gata parecia cruel demais. Sua mãe, no entanto, entendeu o recado.

- É você que terá que aguentá-la no trem.

__________________________________________________________

Londres

Gostaria que as palavras de sua mãe fossem menos proféticas, mas de fato quase se arrependeu de não ter aceitado a oferta do pai. Louise estava absurdamente inquieta. O clima londrino de começo de outono era infernalmente frio e chuvoso, e aparatar com seus pais, seu malão e sua gata, prestando atenção para evitar lugares perigosos com o GPS, estava se provando uma tarefa difícil.

- Segure-a direito! - Ralhou a mãe, enquanto fazia um feitiço impermeável nas suas coisas. Não tinha sido possível colocá-la na gaiola, a gata recusara-se terminantemente, e agora bufava e miava inconsolável no colo de Lara.

Aparataram juntos de uma das áreas seguras de Leeds, onde morava em uma casa de vizinhança trouxa, e foram andando por Londres até chegar em King's Cross. Enquanto andavam pela cidade tiveram que desistir de feitiços, para não chamar atenção, e sua mãe tirara da bolsa um guarda chuva amarelo com bolinhas pretas, provavelmente mais velho do que a menina, para que não se molhassem. Seu pai não se importava de se molhar, e parecia distante durante todo o trajeto. Era a única pista que tinha de que algo estava errado.

Ao chegarem em King's Cross, olharam para os lados discretamente (ou o mais discretamente que podiam, com uma gata mal-humorada), e passaram pela plataforma com um só movimento. Os dois mantinham a mão na filha, como se tivessem medo de perdê-la.

- Bem, então acho que é isso. - Disse Lara. Queria que os pais fossem embora, para que pudesse falar com todas as pessoas normalmente. Também sabia que o desaparecimento de seu irmão tinha chamado alguma atenção na escola (ele era um garoto popular, afinal), e não queria mais olhares curiosos do que o normal. - Até o Natal.

Podia parecer um pouco frio, mas era assim em sua família. Demonstrações de afeto eram fraquezas que não podia se dar ao luxo.

Mas sua mãe esquecera-se disso, aparentemente, porque a puxou para um abraço sufocante, e a gata miou ainda mais alto por estar sendo espremida entre as duas.

- Cuide-se! Não se meta em encrencas! Tire notas boas! E volte pra nós no Natal. - Disse, trêmula.

Seu pai olhava ao redor, como se esperasse ver o filho aparecendo através da fumaça, de malão e pronto pra outro ano em Hogwarts. Ele deu um sorriso para a filha, afagou seus cabelos e saiu, puxando sua mãe.

Oh, boy.

_________________________________________________________

Expresso de Hogwarts

Ainda enxugando as lágrimas, Lara despachou as malas e entrou no Expresso com a gata no braço. Esbarrou em alguns alunos e não se incomodou de pedir desculpas. Provavelmente gritaria com qualquer pessoa que cruzasse o seu caminho hoje. Definitivamente não estava de bom humor.

Deu um suspiro quando conseguiu ver o cabelo louro de Lena ao longe, e disparou para sua cabine. Infelizmente, ela não estava sozinha. De fato, ela tinha conseguido uma cabine com uma lufana com quem Lara não era muito familiar - Natalie Flower? - e uma das pessoas mais esquisitas que a menina vira na vida. Ela usava uma veste do violeta mais brega que tivera a infelicidade de encontrar, e em seus braços havia -

- Um porco?! - Pensou alto, fazendo-se notar.

Sua gata também não gostara nem um pouco dessa história. Miava ameaçadoramente pra cima do porquinho, e conseguiu pular dos braços da dona e fugir desabalada rumo a qualquer outro lugar onde pudesse ficar em paz.

Lara olhou com raiva para o porco e sua dona, e bufou.

- Oi, Lena! - Disse, ignorando propositadamente o resto dos presentes na cabine. - Quer me ajudar a procurar a Louise? Ela provavelmente está traumatizada em algum canto do trem. - E, sem esperar resposta, arrastou a amiga para fora da cabine, para longe daquela gente esquisita.

- Por quê ela estava olhando com tanta raiva pra você?

- Ela estava com cara de raiva? Achei que era a expressão normal dela. Definitivamente uma das 5 figuras mais esquisita que já vi nesse trem, Lara. - ela dizia num tom de lamentação. - Hogwarts está caindo de nível...Enfim, obrigada por me tirar de lá, Larinha. - dizia abrindo um sorriso pra amiga.

- Ela tinha um porco! Isso é permitido? Porcos não fedem? - Dizia, indignada, gesticulando para dar ênfase. - E é claro que eu ia te tirar de lá! Quem é aquela mulher? Nova professora, eu aposto.

Já não gostava dela.

- Não sei se todos fedem, mas aquele fedia demais. A velha também não estava lá muito cheirosa - dizia rindo num tom meio maldoso - Mas não sei quem era. Talvez a avó caduca de algum aluno, sei lá, não me dei ao trabalho de perguntar... - seu tom mudou de repente e ela levou um segundo para retornar o raciocínio - Talvez eu devesse né? Vai que era realmente a vó caduca de alguém perdida, coitada. - sua expressão já era mais suave e preocupada, assim como seu tom - Mas se ela parecia me olhar com raiva mesmo, talvez seja melhor deixar pra lá. A lufana que se vire com ela... - ela dizia dando os ombros e voltando ao seu normal.

Podia não parecer, mas estava extremamente feliz de ver a amiga. Um rosto conhecido e querido era tudo o que precisava agora. Riu da preocupação momentânea de Lena sobre a "vó caduca", mas tinha quase certeza de que a velha era uma nova professora.

- Lufanos são tão pacientes e diplomáticos, não é mesmo? Tenho certeza de que vai dar tudo certo lá dentro.

Sua gata tinha encontrado uma cabine bem no fundo do trem, em uma das partes mais vazias e silenciosas, e se abancara no lugar das malas, perto do teto. Não parecia disposta a interagir com ninguém e olhou com desdém quando as duas entraram. Melhor do que tentar tirá-la de lá seria simplesmente ficar por ali mesmo, esperando o trem se movimentar.

- Louise, eu juro por Merlin que vou te dar pra adoção. Assim não dá, sua gata inútil, como é que você fica com medo daquele porquinho asqueroso?- diz, mas sua voz é cheia de afeição. Louise é sua companheira a 7 anos, e é provavelmente uma das maiores constantes de sua vida. Elas se estranhavam e "ralhavam" uma com a outra, mas era apenas seu jeito particular de demonstrar afeição.
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Karl van den Berg Ter Ago 07, 2012 12:45 am

Então, para aqueles que quiserem, ou não tiverem condições de ler o post na íntegra agora, acessem o resumo abaixo:
Spoiler:

Depois de uma longa viagem para “Tão Tão Distante”...

Essas viagens esporádicas para as filiais da velha empresa de exportação e importação, de seu velho e falecido pai, já deram o que tinham que dar... não havia mais nada que fizesse com que Karl van den Berg tivesse algum prazer em realizar tais compromissos... No início, logo que seu pai falecera (há muitos e muitos anos atrás), parecia aquela uma oportunidade ímpar para Karl aprofundar seu conhecimento e suas pesquisas mágicas em países americanos e asiáticos, locais onde haviam filiais da empresa do pai e que, por motivos de força maior (ser filho único e não querer jogar fora todo o patrimônio construído pelo pai), fora obrigado a assumir seu comando. E realmente fora muito importante para o seu crescimento humano e, principalmente, profissional.

Mas de alguns anos para cá, principalmente depois de todos os incidentes em que passara em Durmstrang, dos problemas mágicos que vinham assolando todo o planeta, incluindo as Regiões de Magia Selvagem e de Magia Morta, e aliados ainda à sua idade avançada, à artrose e tudo mais, Karl já não aguentava mais aquilo. E por isso, após reuniões presenciais exaustivas primeiro nos países onde haviam filiais americanas e, depois, nos países onde se encontravam as sedes asiáticas para informar que de agora em diante, Karl não mais voltaria às empresas, e sim, apenas seus advogados e agentes, e que apenas esses se comunicariam com van den Berg de agora em diante, para prestação de contas e qualquer outras questões. E assim, após isso, resolvera tirar alguns dias de férias (coisa que de fato há muitos anos não fazia) pela China, Índia e região. E por lá muitos quilômetros foram rodados, muitos vilarejos visitados, muitas guloseimas ingerias e, claro, muitos contatos foram feitos.

Mas claro, com toda a sorte que possuía e dinheiro, conseguira adquirir, antes de voltar para Hogwarts, uma pequena coleção de livros pertencente a um bruxo norte-americano exilado, e que estavam sendo vendidos num leilão, por uma bagatela, num vilarejo que seria inundado na China oriental. Assim, o velho professor de Transfiguração voltava para Hogwarts, trazendo uma pequena mala de mão com roupas e seus itens pessoais, e outros dois malões carregados com um pequeno acervo de livros.

E para a viagem, tudo estava programado. Viajando só, ele conseguira chegar facilmente a todos seus destinos, de forma tranquila, rápida e segura. Mas agora, por transportar aqueles volumosos malões, cheios de um acervo literário possivelmente importante, a volta para “seu lar” seria bem mais trabalhosa. E todo o trabalho começara já, junto à filial do Ministério da Magia na China. Ele precisara simplesmente perder três dias lá, até que todos os livros fossem conferidos pelos oficiais alfandegários, junto à nota de compra do acervo, um a um, sem o uso de magia nem nada... a fim de se confirmar que nenhuma obra chinesa estava sendo retirada do país e ainda, fora obrigado a pagar uma penosa multa (o equivalente a 45 galeões) por retirar os livros do país (mesmo que tenham todos sido comprados legalmente, e as notas terem sido apresentadas, devidamente).

Finalmente, quando sua autorização para viajar saiu, sem perder tempo usou a Rede de Flu e foi direto para França, onde consultou um velho amigo para avaliar a real situação do acervo adquirido, uma vez que no meio do leilão não tivera condições de fazer tal análise, pois o lote fora vendido fechado. Bom... e após mais alguns dias então (que somados aos outros perdidos na China já estendiam sua viagem para mais de 10 dias), descobrira que o acervo estava em bom estado de conservação, sendo que a maioria dos volumes estava escrito em inglês e latim, e que de um total de 116 livros adquiridos, 16 eram livros definitivamente trouxas, 50 eram livros mágicos, de conteúdo básico e variado, 10 eram livros de cunho gastronômico, 15 eram anuários chineses, três livros mortuários da vila onde comprara o acervo, e valendo todo o esforço, 22 eram primeiras edições de livros de feitiços importantes, sendo alguns já esgotados, onde metade deles Karl nunca ouvira se quer falar... Deixando então alguns galeões como pagamento pelo auxílio, van den Berg mais uma vez através da Rede de Flu, partira para Londres, e depois de resolver todas as questões alfandegárias (agora sem precisar pagar multas, mas perdendo mais tempo), logo estaria em Hogwarts. Todo o acervo seria doado para a biblioteca da Escola de Magia, exceto os 11 volumes que Karl desconhecia, para assim, ter tempo e poder dedicar-se à sua compreensão.

Um transporte lhe fora oferecido no Ministério, com destino a Hogsmeade, principalmente por causa da grande bagagem que transportava (e claro, pela sua idade) e de lá, o professor chegaria rápido em Hogwarts, mas ele não aceitou. Fazia tempo que não fazia o que tinha em mente, muitos e muitos anos, e assim, resolvera fazê-lo, mesmo sabendo que a viagem demoraria ainda mais e seria barulhenta e cansativa, mas não importava. Karl iria na manhã seguinte para Hogwarts com o expresso da Escola, como fizera um dia, há dezenas de anos atrás, pela primeira vez... para iniciar seus estudos naquela renomada Academia. Para tanto, o professor aceitou o transporte oferecido até um Hotel próximo e, na manhã seguinte, bem cedo e muito antes do horário previsto para a chegada do trem, já descansado, sem fome e de roupas novas, novamente fora conduzido até a Estação King’s Cross.

Quando então o veículo que o conduzira chegou à Estação, o condutor saltou do carro e foi atrás de um carregador para auxiliar o velho mestre com os malões, sem o uso de magia (pelo menos até chegar à Plataforma 9¾), sendo que de lá em diante Karl poderia tocar tudo sozinho. E enquanto o carregador pegava a bagagem e a protegia da chuva sob uma pequena lona, conduzindo-os com um carrinho reforçado para dentro da Estação, o condutor abriu a porta para o professor e conjurando discretamente um enorme guarda-chuva, permitiu que Karl descesse do veículo sem se molhar. O velho, com sua alva barba, sempre bem delineada e limpa, trajava um tradicional terno risca de giz, bem cortado e engomado. Um sobretudo caía-lhe pelos ombros, protegendo-o daquela temperatura baixa e incômoda e um par de sapatos negros lhe completavam o traje. Ao descer do carro, o professor pegou seu chapéu (um modelo Panamá, que ganhara de um amigo) e sua bengala, fechando a porta à suas costas. A bengala, esta era o item mais tradicional que Karl conduzia. Não tinha poderes mágicos nenhum, mas era bela e elegante. Toda ela era tinha em torno de 60cm de altura, feita de madeira de Nogueira-negra (a mesma madeira utilizada para fazer sua varinha), polida e esmaltada, com um detalhe na empunhadura. Ali estava encravada a cabeça de uma raposa com a boca aberta, em ouro branco, e com olhos vermelhos bem vivos (dois pequenos rubis).

O guarda-chuva era tão grande que cabia sob sua proteção o velho Karl, o condutor do veículo e mais, pelo menos, umas quatro pessoas! Assim, conduzindo-o completamente livre da chuva, chegaram à entrada principal da Estação e lá, o homem despediu-se de van den Berg, e tentando enfiar o grande guarda-chuva dentro do carro sem sucesso, o fez desaparecer e se foi. Karl então mostrando o caminho ao carregador, o seguiu, apoiando-se pesadamente em sua bengala, e rumaram até a Plataforma 9. Pagando algumas moedas ao homem, agora estavam ali: Karl, sua bagagem de mão e os dois malões. Discretamente então, retirou sua varinha de uma dobra da manga do terno e, enquanto olhava para as horas em um pesado relógio de ouro que retirara com a outra mão, do bolso da calça, disse em direção dos malões bem baixo: - Mobiliabus. E assim, empurrou-os para a Plataforma 9¾ e passou por ela, na sequência, deixando o mundo trouxa para trás.

Como chegara cedo à Estação, o professor procurou um banco em uma área mais reservada do local, colocou os malões e sua bolsa de mão, juntos, em um ponto próximo ao trilho da locomotiva, para que sejam guardados quando a mesma chegar e, sentando-se, retirou um pequeno livro do bolso interno do paletó e passou a lê-lo e sorver a xícara de chá que pegara fazia poucos minutos de uma vendedora local. E aos poucos, depois de algum tempo, os sons das crianças e de seus pais começaram a se destacar no local, tendo ao fundo o longo e tão característico som dos apitos do Expresso Hogwarts, indicando que estava se aproximando. Toda aquela cena o fez lembrar-se de sua infância, de quando estivera ali pela primeira vez, trazido por seus pais, do quanto estava ansioso... E uma lágrima já brotava de seus olhos, quando notou um pequeno menino, provavelmente um primeiranista, portando uma gaiola com um gato preto um tanto magricelas, dentro, e, sorrindo para ele, perguntou:

- Esse belo bichano tem nome?

[off]Só para informar mesmo, a previsão do horário de chegada do professor Karl à Estação King's Cross é de aproximadamente 2 horas antes do embarque, daí a tranquilidade do local. E, por favor, sempre aberto para interação! ^^[/off]
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Mensagem por Scott Dall'Agnol Ter Ago 07, 2012 9:47 am

“More time you wait, more time you waste”, Madonna.

Scott veste: Set.

Os últimos dias na residência dos Ekström foram bastante atípicos de todos os outros dias que já foram vividos pelas várias gerações da família naquela casa, os antepassados da família maternal de Scott. Por eles a casa sempre era usada durante o verão para aproveitarem a alta temporada londrina e ver quais eram as novas tendências da moda e da arte que poderiam ser aproveitadas para o mundo bruxo. Se hoje o mundo bruxo sabe um pouco melhor o que é arte, é graças à fundação Ekström, e seus devotados herdeiros. A casa já foi lar de todos os perfis artísticos, desde pintores, fotógrafos excêntricos, escritores deprimidos e músicos bruxos renomados. A decoração de tão transformada que foi tornou-se um museu da história música bruxa, ou ao menos referência de um ponto obrigatório para visitação da Londres bruxa dentro do coração da Londres trouxa.

Agora o clima estava bem diferente.

As toalhas brancas foram retiradas, os móveis impecavelmente limpos pelos elfos e mesmo a decoração bizarra da casa já não era mais tão impactante. Da fresta de vista que tinha da biblioteca, Scott via sua mãe, Olivia, recebendo várias visitas e guiando todas para maior quarto da casa onde Lune, a caçula da família, estava instalada. O sucesso aproveitou a companhia do irmão James, três anos mais novo, durante sua preparação para a entrada em Durmstrang. Até a partida James fazia companhia ajudando o irmão a se infiltrar discretamente entre os novatos da escola de magia de Hogwarts para comprar uniformes, livros e todo o restante da extensa lista de materiais exigidos no Beco Diagonal. Apesar de ter escolhido sair de Durmstrang e ir para Hogwarts voluntariamente, encarar uma nova cultura bruxa o assustava. Tudo naquele beco parecia tão exagerado se comparado ao minimalismo nórdico que era difícil encarar algo com naturalidade. A extravagância era tanta que Scott se sentiria mais confortável em um ambiente vulgar.

“Definitivamente o orgulho e a existência bruxa são bem variáveis”, pensa o garoto tentando ser aberto as novas descobertas e possibilidades, ainda que com certa dificuldade. Como Lorens, patriarca da família, se recusou a acompanhar os filhos, dizia não ter motivo para se misturar a prole britânica e muito menos tempo dada a situação de Lune, Scott não sabia exatamente como se entreter a não ser pela própria curiosidade que parecia leva-lo a tudo e ao mesmo tempo a nada concreto. A cada figura esquisita ou loja nova que encontrava se perguntava como Roxanna conviveu tranquilamente com tantas “manifestações” por tanto tempo, e se Hogwarts seria uma réplica e formadora do pensamento de uma cultura tão “peculiar”. Era fácil distinguir aqueles que se diziam sonserinos, os de puro sangue inglês, que se faziam diferentes não por sua pose natural, mas pela carência de atenção refletida em um comportamento hostil e deveras insensato. Ninguém ali era inimigo deles, ao menos era o que Scott achava.

O tempo em Londres não seria longo, e de fato não foi. De repente já era véspera do embarque para Hogwarts. Lorens levou James para o embarque no navio de Durmstrang na Bulgaria, mas mal se despediu do filho. Por mais que tivesse mostrado generosidade ao aceitar o pedido de Scott de sair de Durmstrang, tão cedo não iria desejar boa viagem para Hogwarts ao filho, e ele sabia disso. O problema era o clima deprimente que se instaurou na casa logo após a saída de James. Olivia voltou a reclusão junto de Lune, e Scott estava sozinho junto dos elfos encarando os ponteiros do relógio sem saber ao certo se pedia para eles se apressarem ou voltarem alguns anos para trás. Antes que pudesse tomar uma decisão ouviu um barulho que parecia mais uma explosão vindo da biblioteca, e das portas dessa surgiu a personificação de toda a decoração boêmia daquela casa.

Paula Ekström para quem via de longe nada tinha a ver com os Dall’Agnol, em hipótese alguma. Irmã dois anos mais nova de Olivia, com exceção dos olhos, também eram sem qualquer semelhança física ou psicológica. Olivia é morena, de pele alva, cabelos castanhos escuros até a altura dos ombros. Já Paula é loira, de poderosos cachos loiros, e sempre vestida mostrando mais do que se deve, e nem por isso menos elegante. Enquanto Olivia é uma famosa olheira e investidora da arte, Paula mesmo após os quarenta é uma das vítimas favoritas de colunistas sociais pela Europa. Sua generosidade nunca permitiu deixar nenhum de lado, e por ela estar ali um novo escândalo estava com as horas contadas para acontecer.

- Scott! Que bom te ver, querido! – disse ela abraçando-o com um vestido de festa que mais parecia uma blusa de tão curto. Involuntariamente certa parte do garoto reagiu, o que a fez gargalhar e ele querer sumir, obviamente. – Vocês garotos crescem tão rápido, ainda bem. Não sabia que estavam usando a casa, o idiota do seu pai está por aí, né? Olívia! Não vai dar um oi pra sua irmã? – gritava ela agora andando agitada pela casa procurando por algo e nada ao mesmo tempo como se tivesse saído das páginas de um catálogo de roupas de luxo.

Paula era a única tia de Scott, e ele ao contrário dos pais, do avô paterno e da opinião pública, gosta da tia do jeito que ela é. Não demorou muito para a mãe do garoto aparecer furiosa com a irmã mandando-a calar a boca, e levando-a as pressas para o quarto de Lune. Quando Scott pensou que teria alguma companhia pela tarde, viu-se na expectativa da saída da tia daquele quarto. Quatro horas depois a mesma saiu forçando um sorriso na face para o garoto depois de abraça-lo forte, então foi para um quarto que ela dizia ser o seu.

Depois de jantar sozinho, Scott alongou-se na sala de jantar compensando sua solidão em uma torta de limão siciliano que os elfos tinham preparado. Quando reparou uma estrela dourada de poderosos cachos loiros brilhava em sua frente. Ele não podia de se sentir um devasso por encarar a tia com tamanho desejo, e não pode deixar de julgá-la por seduzi-lo, ainda que sem a intenção formal. Era algo intrínseco nela.

- Você tá linda. – disse ele sem saber o que dizer. “Sempre elogie quando achar necessário” foi o que aprendeu sobre etiqueta.

- Obrigado, mas você tá acabado para um jovem de quatorze anos. Sua mãe me contou que você vai para Hogwarts, lá não é tão ruim.

- Foi a coisa mais positiva que me disseram de lá até agora. – respondeu ele sem saber ainda o que fazer. A visão da tia estava deixando-o realmente perturbado.

- Não sei se é injusto descontarem em você tudo o que aconteceu com a Lune, você não tem o menor envolvimento ou culpa nisso, e quer saber... Vá se arrumar. – aquele era o chamado do diabo. Scott teria dito não se estivesse consciente, e como não estava já que preferiu se perder no pensamento de que ela o agarrasse, o que ele queria muito, ele não viu que o companheiro de escândalo seria ele. – Se você quer usar o sobrenome Ekström adequadamente, Londres precisa saber que os genes da família não morrerão comigo.

E ele não disse nada. Estava tão cansado de tudo aquilo, de todos julgarem sua decisão de sair da pureza de sangue de Durmstrang, de não saber se expressava o claro preconceito que tem contra os modos das classes populares bruxas, por uma simples noite ele precisava extravasar. A única coisa que seu inconsciente, agora a parte racional de seu cérebro, pedia era que Paula lembrasse que ele ainda é, e será por alguns anos, menor de idade.

Às 5h17 da madrugada que antecedia a ida de Scott a Hogwarts o mesmo acordou sentindo o peso do mundo sob a sua cabeça. Apoiado em uma cerca se viu no terraço de um castelo nos arredores de Londres, era algum tipo de jardim de inverno por conta dos cisnes gigantes que existiam lá. Desastrado deu um passo para trás e percebeu que estava entre duas meninas da sua idade, e só Merlin sabia o que tinha acontecido entre eles, e onde era o banheiro. Todos ainda estavam vestidos, com vestes rasgadas, mas vestidos. Sem parar para pensar se seria pai daqui nove meses ou não saiu procurando pela tia e descobriu por um mordomo que esta tinha ido embora há tempos, e este foi sua última lembrança antes de desabar novamente.

Quatro horas depois em frente ao espelho, Dall’Agnol encarava seu reflexo com uma faceta orgulhosa, e um tanto perversa. Não se lembrava de um décimo da sua noite, mas estava feliz por ter extravasado, feito algo de errado para variar, e imaginou-se como um legítimo sangue puro, afinal, ele era um bruxo aristocrata, e não um santo trouxa. Roxanna teria orgulho dele. Por cautela decidiu cobrir o pescoço com uma echarpe Hermes básica de tom cinza antes de sair do quarto e encarar a ida para Kings Cross com a matriarca da família. ”Ele tem futuro, Paula.” era a única frase que ele lembrava de alguém lhe ter dito, e se sentia incrível por isso, como se fosse o novo James Dean do mundo bruxo.

Como já estava tudo pronto há dias a ida para a estação foi bastante simples. Paula manteve-se acordada apenas para parabenizar o sobrinho pela noite, e não para se desculpar como ordenara Olivia, e os elfos faziam companhia a Lune em seu quarto. Olivia fez questão de ir abraçada com o filho durante toda a rota do táxi até a estação e seguia ao seu lado durante o trajeto até a plataforma de embarque. Por já ter feito o caminho algumas vezes nos dias anteriores Scott sabia onde era, e achou original o invento de Hogwarts para o expresso. A surpresa foi ao atravessar o portal e descobrir uma infinidade de adolescentes como ele, vestidos de maneira incrivelmente normal, cumprindo o rito de despedidas dos pais e ansiosos pelo embarque na estação, exatamente como ele fazia em Durmstrang.

Spoiler:

Depois da despedida da mãe Scott ficou um pouco desorientado sobre o que fazer. Sabia que mais cedo ou mais tarde encontraria Roxanna, ou seria encontrado pela loira de qualquer jeito, e só de pensar em qual era o perfil de amigos de R. o fez projetar vários clones de diferentes tons de cabelo de personalidade igual a da garota, e uma só já era demais. Ele podia ficar sem essa, ao menos por umas duas horas.

Distraído, e totalmente perdido no fluxo de pessoas que sabiam exatamente pra onde ir, Scott seguia andando de vagão em vagão pelos corredores até ser atingido por um freesbie mordente – até onde ele lembrava proibido em escolas de magia – cair e servir de amortecedor para outras quedas.

O som de fundo era da comemoração de primeiranistas que tinham feito um strike, mas ele nem ouvia direito após encarar a visão que tinha em cima dele. Não se é todo dia em que uma veela, ele achava que era ao menos, cai em cima dele.

- Leve o tempo que precisar. Estou bem aqui embaixo. – disse ele brincalhão.

Resumo: Scott mudou-se para Londres com a família por conta do grave estado de saúde da sua irmã, e montaram no principal quarto da casa uma unidade de tratamento intensivo para a garota. Enquanto esperava o dia do embarque ficou passeando por Londres e descobrindo a identidade e orgulho bruxo inglês, até que manipulado pela tia decidiu sair para uma festa dos amigos boêmios dela e não lembra de absolutamente nada do que fez pela noite. Na estação teve uma despedida estranha com a mãe e depois de ser atingido por um freesbie mordente fez um strike humano no corredor do trem, servindo de amortecedor para Sophia Ignaz, da qual ele não sabe o nome ainda.
Scott Dall'Agnol
Scott Dall'Agnol
Aluno

Série 5º Ano

Suécia
Age : 26
Sangue Puro

Cor : #27408B

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Mensagem por Chester Lewis Ter Ago 07, 2012 2:59 pm

II - VAI UMA BEBIDA TROUXA GASEIFICADA? =D


Expresso de Hogwarts, 11h. Pontualmente o trem começou a tomar movimento e tudo aquilo tinha um gosto de uma nostalgia tão saudável para o garoto que ele saltitava de alegria, enfim estava indo para Hogwarts depois de todo o sofrimento do trajeto, não obstante o trabalho continuaria, naquela altura a maior parte dos alunos já estavam nas suas respectivas cabines, poderia simplesmente se esconder em um dos banheiros e preparar tudo. Direcionou-se ao banheiro e olhou em volta mais uma vez antes de entrar para certificar-se que ninguém estava ali, sentou no sifão e abriu a mochila onde havia aproximadamente 24 latas de coca-cola e com um sorriso no rosto pensou "Eu fico rico hoje".

Por que diabos um garoto nascido trouxa estaria com 24 latas de uma bebida trouxa em um trem bruxo? A verdade é que nenhuma bebida que os bruxos criaram conseguia ser melhor que aquele líquido "mágico" criado pelos trouxas em 1886. Tá, mas e aí? Ele era tão viciado que não podia ficar sem tomar? Claro que não, até mesmo porque ele não tinha condições financeiras de ser viciado em coca-cola, todo aquele "estoque" era para ser vendido e depois de tantas viagens no expresso alguns compradores já eram fixos. Com aquela ação o garoto gerou um mercado potencial tão grande para coca-cola que poderia comprar os seus livros de feitiços avançados apenas revendendo no trem, só tinha um problema, isso não era permitido, contudo o falho sistema de segurança o permitia realizar tal contrabando desde que em pequeno estoque.

Como sabemos, a coca-cola é um líquido não muito adequado para se beber sem a refrigeração adequada, então Chester deveria começar a preparar as latas, por sorte aquela era uma zona de magia permitida e ele poderia utilizar de mágica para resfriar as latas. Olhou para o canto do banheiro e viu o cesto de lixo, tudo bem que utilizar aquilo como cooler era anti-higiênico, mas o garoto tinha consigo sua varinha e quando se tem mágica, não se tem problemas. Pegou o cesto e ao notificar-se de que ele estava vazio pensou "Ufa! Menos um problema para tratar, provavelmente eles devem fazer uma limpa sempre antes de partir". Mesmo assim o garoto Lewis, sacou sua varinha, apontou para o cesto e conjurou – Targeo - naquele momento a varinha tomou propriedades de um aspirador de pó e começou a fazer o serviço de limpeza, em poucos segundos o recipiente estava completamente limpo. (Vou pedir 1 no teste de Bruxaria para limpar o cesto).

Naquela altura o trem já estava em movimento e era possível ouvir alguns murmúrios vindos das cabines mais próximas. Com o recipiente limpo pensou consigo ""Ok, mas ninguém vai comprar algo vendido em um cesto de lixo", foi aí que Chester pensou em transfigurar o cesto, apesar de não ser um dos tipos de magia que ele era brilhante, transfigurar aquela peça em um cooler não seria problema para ele que já havia transformando seu falecido rato James em um cálice nas aulas do primeiro ano. Apontando a varinha mais uma vez, conjurou o feitiço e viu com orgulho a matéria tomar o formato de uma caixa térmica, tudo bem, não foi um cooler bonito com formato de lata, mas estava valendo. Puxou para perto de si o carrinho de rolimã que havia improvisado para carregar suas malas(primeiro post) e colocou a caixa encima, realizou mais um pouco de transfiguração de baixo nível e voilá, acabara de modificar o carrinho para uma bela peça fácil de empurrar. (Vou pedir 5 no teste de Bruxaria para transfigurar a caixa).

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"mais um pouco de transfiguração de baixo nível e voilá"

Tudo estava quase terminado para receber as latas, bastava agora o gelo. Abriu a tampa da caixa ainda com a varinha empunhada na mão direita e proferiu - Aquamentis - Um pequeno jato de água começou a encher a caixa lentamente, em aproximadamente 20 segundos o nível da água estava perfeito. Enfim, faltava pouco, mas a parte mais difícil era agora, congelar a água. Como sabemos o feitiço Glacius é capaz de congelar um objeto, mas controlar o que será congelado é algo que apenas ótimos alunos em feitiços conseguiriam, por sorte, Chester era um desses, se concentrou para congelar somente a água, apontou a varinha e realizou mais uma mágica - Glacius - lentamente a água começou a congelar de cima para baixo, juntamente com um pouco do canto da caixa térmica, mais alguns segundos depois e uma boa parte da água havia congelado, concentrando-se novamente e tentando o feitiço mais uma três ou quatro vezes conseguiu congelar toda a água dentro do recipiente. (Vou pedir 5 no teste de Bruxaria para conjurar o aquamentis e 10 para o Glacius).

- Ótimo, agora só falta quebrar esse gelo - o garoto então se levantou, tomou uma certa distância da caixa que deixou com a tampa aberta, tentou acalmar um pouco sua varinha que já estava começando a ficar nervosa, respirou fundo e disse lentamente – Bombarda - foi possível ouvir um som de algo estourando nas últimas cabines do trem, uma das tampas da caixa térmica voou para cima e atingiu o teto, onde ficou presa. Lewis rapidamente guardou a varinha, abriu a mochila, despejou as latas dentro da caixa e saiu do banheiro com a uma feição de que era inocente. Enquanto ia empurrando a caixa deu de cara com uma cabine semiaberta onde havia duas alunas da sonserina que pareciam assustadas com o barulho e um gato que devido ao susto pulou para os braços da dona. Chester meio desajeitado e sendo fuzilado com os olhos pelas garotas disse - Ah, sacomé, né? - o rosto das garotas ainda davam claros sinais de espanto e desconfiança, a morena respondeu ainda em choque - Né! Você vai ter que trabalhar um pouco na sua "cara de inocente", porque a sua não tá enganando ninguém - o garoto se sentido um pouco mais confortável com o sorriso da moça que alisava seu gato, pegou uma das latas e perguntou - Vai uma bebida trouxa gaseificada? Só 10 sicles. (Vou pedir 5 na perícia Bruxaria para lançar a bombarda)

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"Ah, sacomé, né?"

Ainda perplexa a sonserina loira tomou a frente da conversa e perguntou – O que você estava fazendo aí dentro? – Chester desajeitado começou a gesticular com as mãos e já ia explicar todo o processo, mas foi cortado pela aluna que continuou – Aliás, deixa para lá, prefiro não saber. E não, obrigada – disse isso com uma expressão de nojo tão grande que parecia amaldiçoar até a terceira geração do garoto, ele por sua vez engoliu seco e em uma última tentativa disse – Mas ta geladinha moça, tem certeza? - Elena fechou a cara mais que antes e falou com tom de cinismo - Você acabou de sair do banheiro com essas latinhas. Acho que pelo bem da minha higiene, tenho certeza que não. Além do mais isso com certeza engorda... - Chester ficou sentido com o comentário da moça e respondeu com um tom de tristeza - Sim, senhorita - voltou-se para Lara e questionou - E você? Vai uma?

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"Sim, senhorita"
OFF: leia senhorita e não senhora, por favor! Wink

-Nunca em um milhão de anos, foi mal - Chester já ia começar a fazer um discurso de como a bebida era gostosa e popular dentre muitos bruxos, mas a garota prosseguiu - Mas já que você gosta tanto de explodir coisas, quer jogar uma partida de exploding snap? Há o perigo da minha gata tentar arrancar os nossos olhos fora quando o jogo explodir, mas acho que já estou acostumada - o garoto fez uma cara de espanto com este último comentário, "exploding o quê?" pensou ele ainda tentando entender aquilo, achou melhor recusar porque tinha muitas latinhas para vender - Olha, seria um prazer, mas eu ainda tenho que passar em muitas cabines hoje, por favor não contem nada para ninguém do barulho, ok? – a garota fazendo sinal de que estava passando um zíper na boca respondeu – Minha boca é um túmulo – e completou com um sorriso - Boa sorte vendendo... o que quer que isso seja... – Chester abriu um sorriso desajeitado e se apresentou - Meu nome é Chester Lewis, tenham uma boa viagem e até mais! – Lara começou a passar as mãos no ombro de Elena e finalizou - Lara Rosenberg! E esse raiozinho de sol aqui é a Elena Holdfeny – o menino Lewis fez um sinal positivo com a cabeça e sumiu no corredor estreito do expresso.

Continuou andando até chegar à porta de uma cabine que aparentava estar ocupada, abriu a porta e viu uma jovem garota loira de olhos claros que percebeu ser Natalie Flower, uma conhecida lufana que Chester conversava às vezes, no outro banco havia uma velha senhora com o um porco na mão, o garoto forçou um sorriso e disse – Bom dia. Olá Natalie como vai? Aceita uma bebida trouxa gaseificada? – Chester percebeu o desconforto de Natalie que estava sozinha dentro daquela cabine com aquela senhora que cheirava morte, Natalie com um sorriso amarelo respondeu – Olá Chester. Hum, eu nunca provei nenhuma bebida trouxa! Vou querer duas... – a garota fez uma pausa, olhou para a velha e prosseguiu – uma para mim e uma para... – pausou novamente para olhar a velha e continuou – senhora aqui – concluiu soltando alguns murmúrios.

- Ok, aqui estão as duas – disse o garoto pegando duas latas com apenas uma mão, após entregar para Natalie prosseguiu – São apenas 10 sicles cada – a garota pegou as latas timidamente, colocou-as sobre o banco, pegou uma moeda dourada e três prateadas e entregou a Chester. O garoto guardou as moedas na mochila e completou – Se nunca tomou, apenas tenha cuidado porque ela contém bastante gás – olhou mais uma vez o rosto da velha que não dissera nada e tentando ser simpático disse – Seu porquinho é adorável, obrigado e tenham uma boa viagem, até mais Natalie, depois conversamos – fechou a porta da cabine e sua sombra sumiu no vitral em poucos segundos.

Spoiler:
Chester Lewis
Chester Lewis
Aluno

Série 4º Ano

Estados Unidos
Age : 25
Nascido Trouxa

Cor : #000080

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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Natalie Flower Ter Ago 07, 2012 3:56 pm

Péssimo inicio de ano. Mal a garota Flower começara a saborear seus feijoezinhos de todos os sabores enquanto pensava em coisas aleatórias (ou seja, se segurava para não pensar no garoto Fullside), uma garota loira com a parte de cima da anatomia do tronco avantajada - para inveja da lufana, que era uma tábua - adentrou sua cabine, aparentemente falando consigo mesma. Sua pose arrogante já demonstrava a qual casa a garota loira pertencia: Claramente sonserina. Não que Natalie precisasse adivinhar; já vira em várias ocasiões a loira nas aulas de seu ano. Seu nome algo tipo, Elise, Elane...Elena? "Sim, Elena" Resolveu a garota em pensamento "Tipo Elena de Tróia." Concluiu, lembrando do clássico aparentemente trouxa que a menina lera a algumas épocas atrás. Aparentemente porque, como todo mundo que era bruxo e lia livros com frequencia estava careca de saber, na verdade a Ilíada e a Odisseia trouxa eram fracas adaptações da obra original de Homero, que era um bruxo historiador bastante talentoso, que deu um caráter fantástico de deuses à história para levá-la ao conhecimento trouxa, de modo a explicar os eventos fantasticos só possíveis com magia. De fato, Natalie já fizera uma magnifica resenha sobre as obras, mas, enfim, ela estava divagando.

Murmurando um fraco "oi" à sonserina, a garota acabou entrando em um mundo de mentiras na tentativa de esconder sua verdadeira natureza, afinal de contas ela não queria se encrencar com sonserino nenhum. E todo mundo sabe que o passatempo favorito sonserino é enfeitiçar maldosamente um bom e inocente lufano. Pobre de sua casa, ninguém nunca entenderia quão magnífica era a casa do qual ela fazia parte e muitos pareciam recriminar. Hmm, invejosos frustrados.

Claro que a lufana não era exatamente boa em mentir, logo foi rapidamente desmascarada. Ok, ela tivera uma péssima ideia ao tentar tapear a garota associando o sobrenome dela à o de uma vodka trouxa que ela vira a propaganda uma vez. "Acho que não tenho cara de russa". Na verdade até que a mentira durara, visto que a sonserina não conseguira associar o rosto da lufana à da irmã sonserina, o que, venhamos e convenhamos, é realmente um grande feito, já que as duas irmãs são quase idênticas.

Finalmente desistindo da grande mentira a menina se apresentou, esperando que a sonserina fosse ao menos razoável em relação à opção que a garota Flower dera, de se manter calada a viagem inteira do trem. Obvio que desgraça pouca é bobagem e, como dizem, azarado de Merlin vira de tolete pra adiante, a garota mal acabara de se apresentar quando a velha mais velha que a garota lufana já vira entrou na cabine segurando nada mais nada menos que um porco.

Natalie Flower nunca fora fã de porcos. Mentira, ela nunca tivera nada contra, mas por algum motivo, aquele porco associado a aquela velha estava simplesmente deixando a garota em pânico. Afinal de contas nada bom vem de uma velha com um porco num trem com estudantes. E só Merlin sabe do que aquela velha seria capaz, afinal estamos falando de Hogwarts. Segurando a custo uma careta, a garota respondeu o bom dia da velha timidamente, infelizmente não conseguindo retirar seu olhar do porco nos seus braços. Era impressão dela ou aquele maldito porco estava a encarando?

— Hmmm... Bom dia...

Porém, aparentemente, sonserinos não eram exatamente muito bons em ser educados então, com a sensibilidade própria de uma verdadeira sonserina, Elena respondeu à velha do modo mais rude que algum ser podia algum dia imaginar, o que, claro, não agradou à velha - seja Merlin quem fosse ela. Porém Natty estava apostando em professora. Uma absolutamente velha professora. A velha estreitou os olhos. Aquilo decididamente não era um bom sinal. A lufana começou a pensar modos de se livrar da vingança que a velha provavelmente daria à sonserina.

A velha, então, sentou no banco ao lado da garota, que, como já estava fazendo, não conseguiu absolutamente retirar o olhar do porco, que naquele momento começara a, estranhamente, mastigar alguma coisa que achara no banco e estava inquieto.

"Espera, comida no banco....MEUS DOCES!"

Pensou a menina, entrando em desespero, enquanto procurava os sapos de chocolate, feijõezinhos de todos os sabores e chicletes baba-bola que ela deixara displicentemente do seu lado no banco. O porco comera tudo. Dividida entre entrar em pânico com a professora, ficar irritada com o maldito porco comedor e ficar com medo do mesmo maldito porco comedor a garota sentiu seu grito de revolta travar na garganta. No meio da confusão, a garota nem ao menos notou direito quando uma segunda sonserina abriu a porta da cabine, falando com Elena.

- Oi, Lena! Quer me ajudar a procurar a Louise? Ela provavelmente está traumatizada em algum canto do trem.

Sem esperar resposta de nenhum dos presentes ou ao menos dar um tchau educado, as duas sonserinas deixaram a cabine e, de repente, a menina se viu sozinha com a velha. Poxa, ela não fazia ideia de quem era Louise mas a menina não podia simplesmente procurar essa "pessoa" sozinha e deixar Elena ao menos lhe fazendo companhia na cabine?

-Hum, pois é, mas não nos apresentamos....Sou Natalie Flower, lufana do quarto ano! E você, quem é?

Bom, se ela estava mesmo só com a mulher, o melhor seria utilizar de todo seu dom diplomata lufano e tentar se dar bem com ela...seja quem ela fosse. Deu um sorriso amarelo. Estava dificil tentar não olhar para o porco enquanto ela tentava dialogar com a velha. Ela realmente esperava que aquele ser faminto não comesse sua mochila.

Tão logo a garota finalmente conseguira retirar seu olhar do porco e tentava procurar um assunto decente, Chester Lewis, um corvinal bem legal que a menina tivera a oportunidade de conversar algumas vezes sobre o quão ruim ambos eram em quadribol, entrou na cabine, vendendo uma bebida trouxa. Natalie bem soubera por alguns boatos que o corvino era de uma familia mais simples e que o mesmo aproveitava todas as oportunidades possiveis para conseguir dinheiro e resolveu que compraria a tal bebida. Ademais, ela nunca provara uma legitima bebida trouxa e estava bem curiosa com aquele carrinho chamativo e o nome "coca-cola" que estava escrito.

– Olá Chester. Hum, eu nunca provei nenhuma bebida trouxa! Vou querer duas... – a lufana resolveu que ao menos deveria oferecer uma bebida à velha, pela grosseria da sonserina – uma para mim e uma para..."será que ela vai gostar? – a senhora aqui.

Pagando pelas bebidas, a menina pegou os refrigerantes e ofereceu um à velha. Não haviam começado de um modo adequado, mas quem disse que elas agora não podiam simplesmente recomeçar? Otimismo de lufana é mesmo uma coisa interessante...

Spoiler:

off: malz se tiver algum erro e mp-me se tiver, eu não revisei pra ser honesta, to no work haha xD
Natalie Flower
Natalie Flower
Aluna

Série 4º Ano

Inglaterra
Age : 26
Sangue Puro

Cor : cornat

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Mensagem por Kayra Leigh Ter Ago 07, 2012 4:24 pm

Spoiler:

– Peraí... me explica de novo por que você vai para Hogwarts, porque eu não entendi!

Kayra atirava coisas por todos os lados do quarto. O closet, outrora um primor de organização, havia se tornado mais desorganizado que brechó de ex-gorducha: sapatos díspares, calças enroladas em meias e muitos, muitos casacos pesados espalhados pelo chão.

– Emma, fecha já essa matraca!

Emma havia entendido muito bem. Só achava o cúmulo o fato de ela ter sido pega, afinal, ela mesma já aprontara das suas em Beauxbatons e nunca havia sofrido penas tão duras. Isso, no entanto, não a impedia de gargalhar mediante a tragédia grega que havia se tornado a vida da prima.

Parada diante da porta de seu quarto, Kayra analisava pela enésima vez o pergaminho preso a ela com cola permanente, ostentando o símbolo de Durmstrang. Aquela maldita carta esfregava a realidade em seu nariz, a de que algum radmanta* de quinta categoria andara vigiando seus passos e dissera tudo o que sabia aos superiores. Não que os professores já não soubessem quem ela era, mas havia detalhes que só algum invejoso e desocupado que acompanhara sua vida acadêmica saberia com tanta precisão – isso, segundo a opinião de Kayra, era coisa de radmanta. Os alunos da Szulvprak, especialmente os chamados Renegados, eram incapazes de tamanha traição. Embora a carta indicasse que Kayra era uma excelente aluna, salientava aquilo que considerava negativo para a instituição: seus problemas de socialização, comportamentais e, talvez, mentais. Como se Durmstrang não desenvolvesse seus alunos para serem altamente competitivos, narcisistas e, em certos pontos, vingativos. Mas questionar sua sanidade já era demais.

– Aqueles malditos praticamente me chamaram de débil mental! – rosnava, enquanto desfazia a mala que tinha preparado para a viagem rumo à ilha de Strang.

Pelo menos Leviosoy jamais se esqueceria dela. A professora de poções e suas aulas extremamente maçantes tiveram a lição que mereceram. Claro que a diretoria de Durmstrang usou a explosão da ala de poções como motivo para pedirem que Kayra fosse diagnosticada por curandeiros especializados em senilidade juvenil. E obviamente que os sócios do pai na rede de boticas passaram a questionar se ele deveria manter-se na presidência da empresa, tendo em vista o fato de que Kayra tinha ímpetos explosivos quando muito próxima a uma poção. E, para piorar, membros das ONMs (Organizações não Ministeriais) das quais a mãe fazia parte questionavam se não seria melhor que ela cuidasse da saúde da filha antes de palestrar pelo mundo sobre a reabilitação e reinserção social bruxos carentes e delinquentes. Muito drama pra tão pouca coisa...

O assunto havia virado pauta há algumas semanas e ela certamente não pretendia ficar alheia a um tema que a envolvia diretamente. Então, como sempre, Kayra esgueirou-se pelos corredores da casa de veraneio na Riviera Francesa, para ouvir o que os adultos discutiam. Para sua surpresa, aquilo que considerava pouco ganhara proporções tão avassaladoras que causara uma reunião com toda a família – razão por que ela e Emma estavam vivendo aquele momento tão fraterno. Em todo o caso, a solução encontrada fora mesmo a transferência. Embora a mãe da garota ficasse aliviada por sua saída daquela escola, preocupava-se com o tipo de companheiros que a menina poderia encontrar por lá.

– Ela se dá bem com os Baudelaire, que estudam lá. E parece que a nova amiga dela, da Rússia, está voltando para Hogwarts. Ela terá boa companhia – disse Theodore, pai de Emma, para o alívio da irmã, a mãe de Kayra.

Naquele mesmo momento, uma coruja adentrou a casa. Theodore antecipou-se à irmã e apanhou a carta. – E por falar na menina russa – e fez um gesto indicando a carta, deixa perfeita para que Kayra voltasse correndo para o seu quarto e fingisse não saber de nada. Se todos os planos falhassem, ao menos teria companheiros decentes com quem dividir os momentos naquela escolhinha sem prestígio.

– Você tem mais é que agradecer a influência do papai no mundo bruxo. – cantarolou Emma, tirando Kayra de seus devaneios – Não fosse por ele, você nem estaria estudando este ano!

Kayra sentiu a maldade nas palavras da prima. Aquele era o mesmo veneno que ela destilava quando queria impor sua superioridade. Então, a grega interrompeu seu ataque de raiva para encarar Emma. Tirou uma peça de biquíni da cabeça, onde fora parar em meio à crise, e, com aquela calma imaculadamente fingida, dobrou a peça e guardou-a na mala – a mesma que oficializara sua transferência, pois continha o símbolo de Hogwarts.

– Mas fofa... – sabe aquele “fofa” cheio de falsidade que as vendedoras usam pra te empurrar aquela peça ridícula que está empoeirando na prateleira? Pois é, prenda-se a esse “fofa” e continue – Se a influência do seu papai é tão grande, por que não conseguiu me manter em Durmstrang? Ou mesmo em Beauxbatons? – Emma empertigou-se, com a mão no cós da calça, onde prendia seu estilingue. Como eram farinha do mesmo saco, sabia que aquilo não acabaria bem. E Kayra havia finalmente chegado ao ponto-chave da provocação. – Melhor! Como vai o noivo, hein? Afinal, ser a vigésima sexta na dinastia van Nederland, em uma corte cheia de mestiços e trouxas, deve ser terrível pra quem quer manter o poder, não? Daí a ideia de casar a filha com um parente distante, algumas gerações à frente na briga pela coroa! Isso é que é influência.

CRASH!

O espelho do toucador de Kayra virou farelos em questão de segundos. O estrago que muitos bruxos são incapazes de fazer com sua varinha, Emma faz com seu estilingue e bolinhas de chumbinho. Embora bruxa, ela prefere o ataque à la moleque de rua, uma assinatura pessoal que deixa claro que os resultados podem ser muito piores com o uso de uma varinha. Pálida, Emma levantou os olhos azuis para os olhos azuis de Kayra que, desafiadores, sustentaram sua fúria. As duas meninas tinham as mãos na cintura. Kayra, ostentando o ar de superioridade que costumava esfregar na cara de qualquer um que se transpusesse em seu caminho.

– Podemos mudar de assunto? – disse Emma, ainda empunhando o estilingue.

– Como queira, meu bem! – satirizou a grega, mostrando que seu ataque não depende de uma arma.

– Quer ajuda com as malas? – cantarolou Emma, sarcasticamente.

– Quero que você abra um buraco na terra, se enterre, mas deixe a cabeça para fora, pra que eu possa abrir seu crânio com uma pá. É possível? – respondeu, Kayra, com doçura.

– É preciso mais do que o mau humor pra me derrubar, querida!

E Emma deu dois leves tapinhas nas bochechas de Kayra, antes de sair definitivamente do quarto da prima. Kayra respirou profundamente antes de atirar nela o par de botas que tinha nas mãos. Mas o plano já estava traçado. Nas próximas férias, precisaria encontrar um lugar para esconder o corpo da prima.

Enquanto os van Nederland seguiram em sua viagem pelo interior da França, a família Leigh partira para a Grã-Bretanha em meio ao monólogo da mãe de Kayra, que, segundo o marido, estava aconselhando as paredes, já que Kayra preocupava-se mais em consertar o esmalte lascado em sua unha. Impaciente, a mãe dera uma rápida estocada de varinha nas unhas da filha, transformando o vermelho melancia em um sóbrio tom nude.

– Ei!

– Eu só vou dar este aviso uma vez, Kayra! – para sua surpresa, quem falava agora era o pai, o que a fez interromper os impropérios, inclusive os mentais. Odiava o poder legilimente que ele possuía – Não saia da linha. Qualquer coisa que possa interferir nos meus negócios ou no trabalho de sua mãe está expressamente proibido. E você sabe que meus castigos vão muito além do corte de mesada.

O pai sussurrou cada palavra e ela meramente assentiu. Embora não tivesse planos de mudar seu jeito de ser para agradar os outros, entendera o recado à sua maneira. Nada atrapalharia o trabalho da mãe ou os negócios do pai, porque ela teria o cuidado de que isso não chegasse novamente ao conhecimento deles. Logo, deu o braço à mãe e, juntas, seguiram para King Cross, onde supostamente deveriam encontrar os Baudelaire, ou ao menos Isadore. E não precisou de muito tempo para que Kayra avistasse a amiga de férias de verão – que agora se tornaria também colega de classe. Charles provavelmente a deixara pra trás, como era de hábito – e como a rusga era deles, o problema também o era –, o que, de certa forma, facilitaria as coisas.

– Olhem, melhor nos despedirmos aqui – afirmou Kayra, categoricamente. – Já que todo mundo tá sabendo que fui forçada a me transferir pra cá e eu garanti a vocês que não vou atrapalhar os negócios, mereço um voto de confiança, não? Chance de recomeçar?

Ela não sorriu e, embora desconfiados, os pais concordaram. A mãe ajudou Kayra com o casaco e abraçou-a, ainda que com certa frieza. O pai beijou sua mão, como costumava fazer quando ela era criança e perguntava por que Emma podia ser uma princesa, mas ela não (ao que ele respondia que ela era a sua princesa), mas não deixou de olhá-la com firmeza. A grega entendeu o recado e caminhou, com a mala, para onde estava Isadore. Um homem de aparência medonha afastava-se da jovem Baudelaire, enquanto o velho motorista – vigilante intrometido – puxava conversa, como se fosse seu melhor amigo.

– Pois é, Kamikaze, como a Isa disse – e ela mostrou certo contentamento com a presença da grega –, você tem obrigação de saber fazer tudo. Então, vamos começar com algo simples – e ela jogou sua mala em cima do funcionário de Isadore. – Melhor que tudo esteja inteiro quando entrarmos. Cadê o Charles?


Isadore revirou os olhos, em uma nítida reação de repulsa. Kayra riu maliciosamente, entendendo o recado silencioso da amiga.

– Ok, então vamos procurar a Rox. Você – Kayra apontou para Takamiya – Tá fazendo o quê que ainda atravessou a passagem? Anda, anda!

Juntas, Kayra e Isadore atravessaram a passagem de acesso à plataforma. A grega ignorava o quão novo tudo aquilo lhe parecia, procurando portar-se tal qual Isadore, que logo sugeriu que procurassem Roxanna em uma cabine. Assim, entraram no trem e vasculharam por entre as cabines, encontrando toda a sorte de estudantes borra-botas, funcionários maltrapilhos e até mesmo uma velha com um porco. De tudo aquilo, uma única figura chamou-lhe verdadeiramente a atenção. “Ou meus olhos estão me enganando ou aquele velhaco é... Karl van der Berg? Isso só pode ser piada!”. Mas seus pensamentos foram interrompidos quando finalmente encontraram Roxanna, que, por sua vez, estava acompanhada por ninguém menos do que Charles. Abrindo a porta da cabine abruptamente, Kayra não esperou por cumprimentos.

– Minhas férias foram péssimas! Quem tá a fim de animar as coisas por aqui?

Kayra Leigh
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Fae B. Pointer Ter Ago 07, 2012 7:27 pm




IV
O velhinho, o sapo e a Chapeuzinho negro.



Fae parecia uma menina normal entre os transeuntes da Estação King’s Cross. Apenas mais uma garota da metrópole urbana, tingida de negro dos pés a cabeça, com exceção das pinceladas vermelhas que cismavam em escapar do capuz preto do moletom que cobria a cabeça abaixada. Seus passos tão leves a despeito da rigidez dos coturnos. Gizmo estampado na mala agora parecia flutuar enquanto as rodinhas rolavam naquele piso bem encerrado. Vez por outra Turdi também saia de seu esconderijo entre os cabelos da menina e o tecido do capuz, mas era apenas para ver o movimento e retornar, um tanto assustado, ao seu cantinho. O sapinho parecia o exato oposto da caçula Pointer, era uma criaturinha delicada e pacata, o que talvez exercesse em Fae um efeito calmante. Um pouco de neve suave que não se derretia naquela explosão de sons, de vermelho e negro, de final de infância bem vivida.

A garota caminhou um pouco pela multidão, se afastando de Mimis e de Elliot sem perceber. Gostava de observar as pessoas sem ser notada e ela era boa em se fazer pouco notável quando queria. Sentou em um banco próximo a e ajeitou a mala a sua frente, de modo a poder apoiar os cotovelos sobre ela. Então passou alguns bons minutos brincando de descobrir quem era bruxo e quem não era. Era fácil reconhecer seus pares: traziam malas imensas, animais de estimação em gaiolas e usavam roupas que pareciam apontar para uma festa a fantasia, mas alguns, como a própria Fae, sabiam se misturar na multidão e era esses que ela mais valorizava e tentava descobrir. A resposta vinha sempre muito rápida: os bruxos entravam pela parede da “9 ¾”e os muggles passavam e sequer olhavam para o lugar. Era estranho e ela concordava: que em pleno século XXI ainda existisse uma sociedade minoritária dentro de outra sociedade maior, sendo que a minoritária que fazia questão de se manter apartada, forçando uma pretensa superioridade. Ah, tinha coisas que Fae não entendia e pensando bem, nem se importava tanto assim. Sabia que a força da maré sempre derrubava as rochas mais teimosas.

Então a menina cansou e passou ela mesma pela parede da “9 ¾” puxando sua malinha pop muggle. Continuou caminhando um bocado, vendo aqui e ali algumas caras conhecidas e das quais gostava. Acenou para Lony, que estava conversando com um guri que ela nunca havia visto com a sonserina. “Seria o novo baterista da banda?”- pensou, mas logo percebeu que não deveria ser - “Nah, o sorrisinho maroto da Dolben não engana e essa cara de nerd do guri apontam para alguma trolagem da Lony”.

Decidiu sair a procura de Elliot ou de Mimis para embarcarem, mas acabou dando de cara com um velhinho simpático, que ela conhecia bastante, afinal era seu professor de transfiguração e também o seu chefe de casa. Caminhou na direção dele e do menino com quem conversava.

- Professor Karl! – Fae chamou Van der Berg quando estava suficientemente próxima – Como vai o senhor? – Sim, dona Jena Pointer deu educação à filha, embora ela use com parcimônia e apenas quando tem vontade. – Pronto para mais um ano aguentando seus alunos bagunceiros? - e a caçula Pointer deu uma piscadela e sorriu marota.

O que aconteceu??? escreveu:Fae passeia pela plataforma de embarque observando as pessoas e divagando, acompanhada por seu fiel companheiro Turdi. De longe avista Lony conversando com henri e acena para a sonserina. Enquanto procurava Elliot e Mimis, ela encontra o Professor Karl e puxa conversa com o bom velhinho

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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Henri Le Blanc Ter Ago 07, 2012 8:42 pm

Pelo menos tinha alguém que estava pensando na segurança dos alunos, pelo menos Henri já mostrava para os alunos de Hogwarts – ou só para a Louca das Masmorras, Dolben – que conseguia pensar rapidamente, ser esperto. Talvez fosse por essas situações que mais tarde naquele dia seria mandado para a Corvinal. Observou Dolben deixá-lo sozinho e esperou algum tempo para ver se a garota não ia simplesmente olhar para trás e soltar mais uma gargalhada. Henri não gostava que caçoassem dele, mas estava tão distraído com tudo que não notou que Dolben soltava mentiras durante toda a conversa. Mesmo que seus instintos dissessem para não confiar na garota, seguiu seus conselhos e foi procurar o “grupo de monitores”.

E aconteceu num timing perfeito, pois bem quando Dolben falava sobre o tal grupo eles estavam aparecendo pela passagem da coluna. Como ele pôde não suspeitar de nada? Arrumou as vestes para tentar impressionar seus superiores (o garoto cresceu sabendo que deveria seguir as ordens daqueles que tivessem postos acima dele, não que isso fosse sempre seguido, mas achou que era uma boa pedida para o primeiro dia em Hogwarts.) e empurrou o carrinho com o malão e Napoleão até perto de Aileen Perkins.

Parou de frente a loira – para as duas gêmeas, na realidade – tão perto que se a multidão da plataforma se calasse por alguns segundos ela poderia ouvir a respiração do garoto, talvez até, vez ou outra, pudesse senti-la batendo no seu pescoço. Estava próximo assim porque iria seguir as instruções de Dolben e falar alto, mas quanto mais perto estivesse, menos gritos teriam que sair de sua boca. Pelo menos era o que ele pensava, pois cercado de gente era difícil se entender ali.

- Com licença. – falava, esperando que Aileen se voltasse. “Com licença” é a regra número um de etiqueta, não é? Qualquer pessoa do mundo entenderia isso...

Esperou um grupo de garotos passar atrás dele antes de continuar com a conversa em alto e bom tom e, limpando a garganta, continuou.

- Eu... – pausa para o gestual, apontando para si. – Fiquei sabendo que a seleção deste ano será embaixo d’água e... – mas então sua boca não mais o obedeceu, o som das próximas palavras foram abafados por uma respiração rápida porque saindo da coluna da 9¾ estava Katrina. Henri era um rapaz romântico e tinha idealizado o primeiro encontro com Katty em Hogwarts durante toda as férias, tanto que nem se preocupou em mandar uma coruja avisando-a de sua mudança de colégio. Queria que fosse surpresa, para ver a carinha dela ao vivo. E como imaginou tudo aquilo, pensou que não a encontraria em uma situação tão banal como aquela. Não tinha nenhuma magia no momento, não tinha a busca incessante pelos corredores do castelo virando cada garota loira esperando que fosse a sua garota loira como imaginara. Sabia que iria a reconhecer mesmo de costas e sairia correndo atrás dela, apressando em declarar-se e começar a viver o sonho que tanto sonhou desde que a conhecera no primeiro ano. Era tão simples aquele momento que Henri engasgou. Não tinha imaginado que esbarraria com a garota numa cena como aquela então não tinha pensado no que falar em uma situação como aquela. Mas agora estava mais preocupado em parar de tremer a boca em sinal de nervosismo, logo começaria a suar e todo o possível clima que pudesse existir ali sumiria de vez. O pio de Napoleão o acordou daquela explosão de pensamentos, ajudando-o. Mais tarde teria que dar um rato ao companheiro. – Oi.

Foi tudo o que conseguiu falar e por dentro quis se matar por ter sido tão idiota e não ter pensado no obvio. Era mais que certo que iriam se encontrar no Expresso. Era mais que certo que estava parecendo um retardado, então sorriu, esperando que aquilo não fosse tão constrangedor para Katrina como parecia ser para ele e ela o salvasse de pular na frente do trem para acabar com sua vergonha de vez, pois sentia que estava com as bochechas vermelhas e sentia que todos ali naquele grupo estavam olhando para ele.

Resumo escreveu:Henri acaba de conversar com Dolben e se dirige à Aileen Perkins pensando que ela era uma monitora que o ajudaria a se preparar para a seleção. Seguindo as instruções de Dolben, Henri não espera que a próxima pessoa que fosse ver seria Katrina e acaba se atrapalhando.
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Otávio Pandolfo, Jogo de Bexigas e a Porca...

Mensagem por Johnathan H. Fullside Ter Ago 07, 2012 9:10 pm

Spoiler:

“... you can tell Merlin that the lunatic is back!”

Faziam apenas trinta e quatro horas que Johnathan voltara da casa de sua avó, no Canadá, para que sentisse falta. Apesar de a idosa ter apenas meia dúzia de conexões neurais funcionando, era absolutamente agradável vê-la nas férias ou quando podia. Normalmente isso não ocorria, porque ela morava no Canadá (num pequeno povoado bruxo ao norte do país), mas volta e meia convencia seus pais a enviá-lo. Claro que eles não hesitavam, já que isso significaria menos ligações da polícia trouxa e bem menos explosões inexplicáveis na casa dos Fullside.

Particularmente nessas férias, a avó do menino resolvera que seus dotes de limpeza tinham chegado a um nível superior, e, inspirada, enfeitiçou TUDO na casa para repelir poeira (inclusive o vaso sanitário. Os primeiros dias foram horríveis). Porém, não atentou para que repelisse apenas à poeira, de forma que Otávio Pandolfo, o gato púrpura do casal, fosse repelido cada vez que tentava pular no sofá, no tapete ou comer da sua tigela.

- Mas vó, ele não consegue comer! De que adianta eu colocar seis xícaras de comida na tigela, se quando ele se aproxima a tigela foge? – respondeu indignado, quando, em meio à uma fumaça verde (sabe-se lá provinda de onde) a avó gritava pela oitava vez que ele colocasse comida na tigela.

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E esse foi o episódio que durou mais tempo naquelas bandas. Conhecera bem uma dúzia de jovens, especialmente meninas, que ansiavam por entrar na Academia Canadense de Magia, e que invejavam sua entrada em Hogwarts. Os mitos diziam que, antes, Hogwarts era tida como a melhor escola de magia do mundo, embora os acontecimentos de 1998 tenham abaixado sua reputação consideravelmente. Esther, Sandra e Hector tinham ficado especialmente pasmos com as descrições do castelo, que, aparentemente, era bem maior que a academia canadense.

Mas embora tivesse achado amigos no país, era impossível para Nathan não se lembrar de Natalie. Sua melhor amiga ficara pela Europa mesmo, e, mesmo não entendendo porque, ele sentiu como se fosse maldade a França estar tão longe do Canadá. Corresponderam-se por cartas durante todo o verão, ele arriscando a vida de sua coruja pelo oceano. Mandava suas cartas ansiando respostas e escrevia com gosto sobre suas armações no Canadá. Descobrira, de fato, que as azarações ocidentais eram absurdamente mais elaboradas, desde dar nós nos dedos a trocar as mãos e os pés por breves horas. Aprendera algumas, só por precaução.

Ainda nas férias, recebera também outro comunicado. Ele viera em um almoço adorável com lombo assado, que a avó pegara com a filha da amiga da tia de seu sobrinho (leia-se a mãe do Aidan). Uma coruja laranja vivo aterrissara no parapeito da varanda dos Fullside-avós, e Nathan correra para lê-la.

“Caro Sr. Johnathan H. Fullside.

Venho por meio desta, comunicar que por méritos e confiança mostrados anteriormente, o senhor será capitão do de quadribol da Lufa-Lufa.

Mas como nem tudo são flores, suas obrigações são:
Checar competitividades;
Fazer teste para cada posição;
Preparar o time oficial e reserva;
Coordenar treinos;
Preparar/treinar novas jogadas.

E o mais importante, ser capitão de Quadribol é fazer com que eles acreditem em você, como eu acredito. Vamos ganhar este ano. Em anexo um trevo de quatro folhas escocês autêntico, espero que dê sorte.

Atenciosamente,
Samaraia Linderman.”

Por breves três minutos e doze segundos, Nathan ficara em choque. Capitão. Time. Quadribol. Lufa-Lufa. Quando se deu conta da particularidade, abriu um sorriso que poderia se passar por lunático. Não que ele não fosse, mas né.

- VÓ, VÓ! Eu sou capitão, CAPITÃO, vó! Vó! – gritava, animado, enquanto aproximava a carta demais do rosto da mulher pra ela ver qualquer coisa.

- É? E porque o senhor capitão não arruma seu quarto, agora que tem responsabilidades?

Bufando, subiu, mas ainda pensando em como esfregaria na cara de Rê Lehner que tomara seu posto. Vai ver ela não era suficientemente boa para o cargo, já que desde que assumira, eles ainda não tinham ganhado uma Copa de Quadribol.

Guardou o trevo muito bem embrulhado em uma caixinha de veludo preto dentro de sua mala, para anexar nas suas vestes quando começasse Hogwarts, e continuou arrumando o pandemônio do seu quarto, imaginando quantas coisas legais poderia fazer como capitão.

-----

E era primeiro de setembro. Nove e dez da manhã, Beco Diagonal. A chuva enlameava o lugar, e as pedras escorregadias do calçamento realizavam um belo trabalho em expor fundilhos alheios, ou rasgar vestes. Nathan saboreava um belo waffle no restaurante mágico do lado da Florean Fortescue, admirando o Jogo de Bexigas de Ouro Maciço que seu pai se recusava a comprar. Por míseros cinco galeões.

- JOHNATHAN, não adianta me olhar com essa cara de cachorro sem dono, eu não vou gastar cinco galeões num jogo de bexiga, não importa quando você bata esse seu pezinho. Além do mais, já comprei aquele equipamento de Quadribol pra você semana passada. Se você não sabe, um terço do meu salário foi pro brejo. Agora vamos, termine logo esse waffle pra nós arrumarmos suas malas. O filho do Tom disse que com o trânsito e chuvas de hoje, vai ser uma sorte chegarmos na King’s Cross antes das onze se demorarmos.

Guardando o restante de seu café da manhã (uma maçã particularmente brilhante), Nathan deu um adeus dramático ao jogo de bexigas da loja, prometendo que voltaria assim que desse, e seguiu com o pai pela rua escorregadia até a estalagem.

Enfiou o restante dos pertences, que incluíam uma escova de cabelos com cerdas médias, um xampu para cabelos narcisistas e um tônico capilar para barbas em crescimento no malão com J.F. no escudo de Hogwarts, e fechou. Ou melhor, pulou em cima, quebrou a balança de pesagem de ingredientes, e amassou as onze folhas de pergaminho para cartas decorado que comprara na Estribo’s.

King’s Cross, dez e trinta e dois, nublado. A chuva cessara por alguns minutos, depois de castigar a cidade por horas. Ao fundo, parando em frente à enorme estação, o menino Fullside descia de um carro pequeno. A cor, azul-fusca, deixava o carro ainda mais feio do que já era, mas seu pai insistia que eles tinham de ter alugado esse para parecerem mais trouxas. Não que seu pai tivesse ajudado muito, usando um sobretudo até os pés com um capuz tamanho buraco-negro atrás. E, claro, sua mãe não estava menos escondida, usando um longo vestido verde de veludo com um cinto prateado.

Infelizmente, os pais de Nathan não sabiam de misturar à população trouxa. Porque ele se considerava bem vestido. Usava uma camisa levemente listrada de cor rósea, uma calça social e um sapato muito brilhante, que em certos momentos refletia a claridade excessiva da estação. Embora, é claro, seu fez não combinasse com a história, ele achou cool usar, pelo menos antes de entrar na área estudantil. Pois os colegas poderiam ser muito maldosos, e se podiam.

Como não podia deixar de ser, o caos reinava. Grupos de turistas passavam por aqui e por ali, envoltos em mapas das festividades esportivas. Um grupo de idosos escutava com atenção o itinerário que envolvia Torre de Londres, Buckingham, Visitas ao Bennie, e uma parada na ponte de Londres, para fotos. Uma garota chinesa batia com uma revista no namorado porque ele informara uma perdida para onde era o aeroporto. E, claro, os irmãos Pointer, digníssimos, faziam uma escalada social ao correr, ao som de Carruagem de Fogo, para a entrada da estação.

Aparentemente, uma aposta. Nathan adorava apostas. Apostas eram legais. Julgando pela imagem dos dois tombando e olhando para a prancha logo à frente, Nathan julgou que a prancha venceu (certo, por incrível que pareça), e sorriu. Já ia correr para os amigos quando seu pai segurou seu ombro. Do outro lado da estação, outra bagunça. Aparentemente, um BUM espalhara todas as coisas de alguém. Quando viu um exemplar de História da Magia subir, só pôde pensar em uma coisa.

“This year is about to ROCK, babes.”

- Nem pense em se meter nisso. Sua mãe e eu precisamos deixar você inteiro no Expresso esse ano. Ano passado você não sabe quanto tempo ficamos na sala da Guarda por sua causa.

- Mas pai! Aquele é o Elliot, e a Fae e... – e parou. Não valia a pena discutir com alguém que abria o sobretudo apenas para mostrar a varinha. Chantagem das mais sujas, por sinal.

- Pense assim, querido. Dentro do expresso, você faz o que quiser – sorriu sua mãe, piscando. Mas depois, pensando melhor, continuou – Desde que não exploda o trem, porque não estou nem um pouco no humor pra pagar um novo expresso.

- Obrigado, mãe!

Dez e cinquenta e seis, Plataforma Nove e Três Quartos, frio. As coisas de Nathan já estavam depositadas no vagão de bagagem (exceto a mala com as vestes da escola e alguns utensílios interessantes). Suando um pouco pela expectativa de ver Natalie Flower novamente (saudades exageradamente grande se sem sentido, em sua cabeça), Nathan deu um longo abraço em seus pais. Josh e Joey, trabalhadores que eram, estavam ocupados pesquisando, respectivamente, plantas e sinalização bruxa. Josh trabalhava com Herbologia, desde que se formara, e Joey analisava as sinalizações bruxas para eventos e festividades mágicas (sim, eu sei).

- Mãe, pai. Adeus! – disse Nathan, de modo dramático, mas não tão dramático.

- Hey, seu exagerado. Nem pense que não vai passar o Natal com a gente. Já combinamos de reunir todos – disse sua mãe, lhe dando um beijo na testa. – E não faça nada que eu não faria. O que não é muito, mas seu pai não pode saber – finalizou murmurando.

Deu um abraço no pai, que recomendou garra à equipe e lhe deu um chaveiro com dois bastões, uma goles, um balaço e um pomo que flutuava em volta. Faltavam três minutos para o trem partir, quando ele entrou. No minuto seguinte tentou procurar uma cabine para sentar (leia-se a cabine de Natalie), mas só a encontrou depois de topar com Chester no caminho.

O garoto Chester lhe oferecera Coca-Cola, mas o lufano recusou. Apesar de ser neutro em relação ao americano, Nathan admitia que ele fosse legal. Embora, entre passar o tempo com ele e sozinho, pensar era melhor.

Bateu no vidro da cabine de Natalie, como devidamente informado por Lewis, e sorriu ABSURDAMENTE ao ver a menina Flower. Abriu a porta, com estrondo, mas parou antes que pudesse fazer qualquer coisa. Um cheiro ruim de animal de fazendo surgiu, e foi quando reparou que aquele amontoado de vestes do lado da lufana não eram um amontoado de roupas pra lavar, e sim uma pessoa. Particularmente uma velha pessoa. No colo dela estava, acreditem, um porco, mastigando o que restava de uma minhoca cítrica.

Abraço. Um abraço forte. Um cheiro incrível, e um emaranhado de cabelos loiros tinham atingido o lufano. Natalie Flower tomara a dianteira e sufocava o lufano. Mas ele não ligava. Se pudesse, passaria a viagem toda abraçado com aquela garota. Quando finalmente a situação começou a ficar estranha para olhos alheios, eles se largaram.

- Natalie! – arfou. O sorriso contagiante do loiro era constantemente ofuscado pelos guinchos da porca. E foi quando a educação mandou um oi.

- Er... oi. Você deve ser alguma nova professora, não é? Johnathan H. Fullside, Nathan, para os amigos. Pode me chamar de Johnathan.

[off]Ó, troquei a minha cor pra GOLDENROD, porque achei mais bonita. Qualquer coisa, ME INFORMEM![/off]
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Mensagem por Katrina Collin Ter Ago 07, 2012 9:19 pm



Katrina usou de golpe baixo, foi muito claro, mas entre mortos e feridos todos viveram felizes para sempre, a família Pointer continuou unida já que não houve nenhum fratricídio devido àquela aposta boba. A meio veela sacudiu a cabeleira prateada o que deixou os fios mais assanhados, mas qual o problema? Quem foi que disse que é preciso bancar a phyna na estação?

Ninguém! Por isso mesmo, deixou que um sorriso brotasse em seu rosto enquanto atravessava a passagem para a plataforma dos bruxos. Se fosse em Beauxbatons, pegaria uma bela carruagem e voaria pelos céus de Paris mas, já que não havia jeito, precisava se conformar com o que tinha. Puxou o suéter de lã úmido para baixo, arrumou as alças da mochila e olhou para os lados procurando um rosto conhecido quanto “páh!” na cara da jovem.

Poderia encontrar qualquer coleguinha, mas seus olhos se fixaram justamente no garoto loiro perdido no meio daquela confusão, por um momento esqueceu de respirar, não importava se estava com o rosto vermelho, descabelada, provavelmente cheirando a cachorro molhado que caiu do caminhão (depois da corrida na chuva né), o que fazer? Automaticamente seus pés foram guiados para a direção de Henri , queria tocá-lo para ver se era de verdade ou alguma peça da sua imaginação, poderia ter batido com a cabeça em algum lugar e estava alucinando. Precisava tirar a prova, continuou caminhando e suas bochechas ardiam de vergonha.

Um silêncio pesado caiu sobre os dois, Katty apenas mordia os lábios, sem saber o que fazer, Le Blanc parecia tão constrangido quanto ela e mesmo assim tomou a iniciativa, soltando um “oi” meio abafado e a menina veela por sua vez só conseguia evitar de olhar para as gêmeas porque ela sentia que estava “pagando o maior mico” do século e não queria passar vergonha na frente de nenhum veterano.

-Oooo –i – i ! – Gaguejou. – Eu, eu... eu... Comprei um cartão pra você, já que está aqui, posso entregar pessoalmente. – Deu uma risada aguda e esquisita. – Assim agora não preciso mandar por coruja. Rárárá. Que engraçado, que coisa não? Toma! – Era o cartão com o beagle olhando a ponte de Londres, simplesmente o pior cartão do universo. -Você está longe de Beaux né? Longe... Legal. – E ficou ali parada, sem saber onde enfiar a cara depois de um discurso tão elaborado.


Última edição por Katrina Collin em Ter Ago 07, 2012 9:21 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : edit bbcode)
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Holly M. Collins Ter Ago 07, 2012 10:50 pm

Spoiler:

Expresso de Hogwarts [encerrado] Minha-vida-cigana

Finalmente depois de um longo período de férias era hora de voltar para Hogwarts, para a Corvinal, rever os bons amigos, os bons livros e os momentos de tensão antes de algumas provas. Os dias de cigana dariam espaço para os de uma aluna comportada.

No dia primeiro de setembro Holly acordara com sua mãe abrindo a enorme janela de seu quarto e gritando desesperadamente para que a menina acordasse. Já eram 10h da manhã e o Expresso sairia, como todo e bom britânico, às 11h pontualmente. Quando tomou conhecimento do problema a explodir pegou a primeira roupa que viu, vestiu-a e saiu descendo as escadas da casa como louca. Encontrou seu pai com o olhar carinhoso e paciente, já preparado para despachá-la pela rede de flu. Felizmente com o conhecimento de causa que tem das festas de sua família havia deixado suas malas e sua mochila enfeitiçadas para caberem nos bolsos e sua coruja Quimera já estava na gaiola. Por mais que Holly fosse lenta, Rene ainda tentava encontrar o par de algum sapato que havia jogado embaixo da cama na noite anterior e sua mãe gritava:

- RENE, SE ESSE EXPRESSO SAIR E VOCÊ NÃO ESTIVER LÁ DENTRO PARA CASA É QUE VOCÊ NÃO VOLTA! CONFISCO SUA VASSOURA E TE FAÇO IR VOANDO... – houve uma pausa que Holly reconheceu como a resposta do garoto enquanto se preparava para viajar pela rede – É ISSO MESMO, VOANDO SEM VASSOURA POIS VOCÊ VERÁ O... – não ouviu o restante da frase porém já imaginava o tabefe que seria.

Nas duas últimas noites a família Collins esteve na Romênia comemorando, com mais uma festa, o retorno das crianças para as escolas: alguns voltavam para Dumrstrang e outros para Hogwarts. A festa durara as últimas 48h com muita fartura de frutas, pães, vinho e boa música. Todo o realizado foi no enorme terreno da casa dos avós maternos, estiveram presentes mais de 100 ciganos do grupo familiar. As barracas foram montadas, as fogueiras acessas e desde o primeiro minuto a música não parou.

Resultado disso era aquela alegria vibrante daquele povo, os muitos votos de bom retorno e os abraços esperançosos de que logo mais em um ano todos estariam ali novamente. Tradicionalmente aquela era a comemoração da família a fim de desejar boas energias às novas etapas daqueles jovens que um dia dariam continuação àquele sangue.

Quando finalmente voltaram para casa, exaustos pela comemoração em excesso, todos do núcleo Collins dormiram como chegaram e acordaram, felizmente, pelos pios de Quimera que conhecia a família e sabia perderia a hora. Holly nem ouviu nada pois, ainda bem, que tinha seu pai que, sendo britânico e não cigano, aproveitava a festa mas sabia dos seus deveres e os cumpria com lealdade.

Assim que juntaram-se a ela os pais e o irmão, que voltava para o último ano na escola, no Ministério da Magia, todos dirigiram-se para a plataforma de embarque na maior agilidade que era possível no meio de todo aquele aglomerado de pessoas. Nem mesmo a chuva foi capaz de fazê-los parar para aplicar um feitiço de impermeabilidade ou utilizar um guarda-chuva. Todos chegaram molhados da cabeça aos pés na Estação King’s Cross (inclusive Quimera!). Já era 10h50 de acordo com o relógio da estação quando finalmente cruzaram a plataforma e postaram-se ao lado do Expresso de Hogwarts que já dava sinais de que aquela era sua última chamada.

- Paibeijoteamotenhoqueirestouatrasada! – disse Holly pulando no pescoço do pai e despedindo-se dele. Fez o mesmo com sua mãe que lhe desejou, ainda mais, votos de um bom ano em romanês. Rene aparentemente estava paralisado olhando para uma das garotas do sétimo ano. Sua mãe lhe deu o prometido tabefe (que não fez o garoto voar).

- Era sua vez de acordar a todos! Regras são regras, Rene, e ainda fica aí de olho em garotas! Filho desnaturado... – ralhou sua mãe lembrando ao garoto do estranho costume familiar de revezar quem deveria acordar primeiro depois das grandes festas – Te amo, fique bem, dê um beijo na mamãe! – ela grudava o garoto e o enchia de mimos.

- Makri... cuide bem de seu irmão! – disse seu pai com uma piscadela para Holly.

Assim que a dupla dinâmica consegui subir a bordo do trem, a árdua tarefa seria encontrar uma cabine disponível. Rene disparou para algum lugar, provavelmente perto da aluna que olhava, deixando Holly perdida no corredor que àquele momento já estava vazio naquele vagão. A menina tomou fôlego e começou a missiva a fim de encontrar um bendito lugar vazio ou qualquer lugar que tivesse um de seus conhecidos para se achegar.

Quando já no terceiro vagão, com Quimera piando feito louca, pois já faziam quatro horas desde a última refeição na noite anterior (quando a família retornou pós-festa), encontrou um grupo de alunos no meio de corredor que parou e encarou a menina: exceto um garoto e uma garota, que ela não conhecia, e que se olhavam sem saber se realmente queriam se olhar, ou queriam fugir, ou se esconder, ou se abraçar. Ademais da cena, todo o grupo havia parado para olhar aparvalhados para Holly. A menina não entendeu muito porque da pausa dramática até Aubrey-ou-Aileen acenar freneticamente, “Aaaah que ótimo encontrar a Ailenn!” e Aubrey-ou-Ailenn² empunhar a varinha ameaçadoramente para Holly, como se ela fosse uma ameaça.

- Oi meniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinas que bom encontrá-las. – disse Holly aproximando-se mais para abraçá-las - VEJAM-SÓ o que eu trouxe de presente para voc... – e não terminou a frase, pois quando pegaria no bolso do vestido os ditos presentes tomou conta, FINALMENTE, do seu estado. Para começar nem usava um vestido!

Parecia um ogro (uma ogrinha... tipo Fiona): usava sapatinho sujo de lama, saia cigana verde musgo até os pés com a barra suja (de lama) e molhada, além de uma blusinha marrom também molhada (apelido carinhoso!). Ousou passar a mão pelo cabelo e detectou a meleca formada. Ficou horrorizada! Talvez pareceria menos troll se não tivesse tomado a chuva daquele dia, um pouco desleixada porém doce.

- AAAAAAAAAAAAAH!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!! EU VOU ESTUPORAR AQUELE TRASGO DO RENE!!

Sacou a varinha rapidamente e se jogou na primeira cabine que viu: felizmente vazia a não ser por algumas garrafas de Coca-Cola (boas lembranças das aulas de EdT). Desfez a magia e transformou as malas em seus tamanhos normais. Colocou-se a limpar-se a fim de minimizar os danos daquele péssimo início de ano letivo. Vai ver é como + com + é -: se muita gente te deseja boa sorte, cuidado!
De lá de dentro gritou:

- LEEEEEEEEEEEEEN, AUBREEEEEEY... QUAL O TAMANHO DO ESTRAGO?!?!


Última edição por Holly M. Collins em Qua Ago 08, 2012 6:56 pm, editado 1 vez(es)
Holly M. Collins
Holly M. Collins
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Re: Expresso de Hogwarts [encerrado]

Mensagem por Henryki Dravim Ter Ago 07, 2012 11:53 pm

”Resumo bacana”:

Alguém disse uma vez que conhecer a própria escuridão é o melhor método para lidar com a escuridão alheia. Mas, muitas vezes quando você está conhecendo sua própria escuridão, são algumas pessoas que não conhecem suas escuridões que te ajudam a sair e a conhecer sua própria escuridão, essas pessoas são chamadas de amigos.

Para o jovem Henryki Dravim com seus quase quatorze anos o momento era de pura e intensa escuridão. Assim que o ano letivo anterior havia terminado o garoto voltara para sua casa situada ao norte de Londres, fora recebido com a pesarosa notícia de que sua mãe havia sido brutalmente assassinada. Dois tiros, um no peito e outro no rosto, deixando-a totalmente deformada e irreconhecível.

A pessoa tinha que ser muito fria e gélida para não se abalar com uma notícia dessa e mais ainda com o complemento do fato. Seu pai estava desaparecido desde a morte da mãe.

O velório fora bastante noticiado e tumultuado com vários jornalistas fazendo o que eles têm que fazer. Os familiares estavam presentes quase todos pesarosos, os mais afetados e tristes eram os irmãos Henryki e Nadya, que agora eram praticamente órfãos.

--//--//--\\--\\--

Aquelas férias não foram exatamente as melhores que alguém se pode ter. Nadya Dravim, irmã do corvinalense morava nos Estados Unidos, em Los Angeles com o avô Michael e estudava no instituto de magia do país. Mike, como o avô prefere ser chamado, é um senhor italiano com seus sessenta e poucos anos, cheio de estilo jovial e muito brincalhão.

Passar horas jogando pôquer e bebendo uísque, é o resumo perfeito para as férias de Ryki. Nad tentava sem sucesso tirar o irmão do buraco, mas ela mesma ainda estava em seu próprio buraco. Por várias vezes o jovem pensou em não voltar para Hogwarts, mas sabia que se o fizesse sua irmã talvez não quisesse estudar também e como agora ela era de responsabilidade dele, ele sabia perfeitamente que não podia deixar isso acontecer.

Mike, o avô, saiu mais cedo da filial da empresa do pai para levar o garoto para o aeroporto, onde querendo ou não ele embarcaria de volta para a Inglaterra.

--//--//--\\--\\--

– De novo indo para casa – resmungou um Dravim desanimado e impaciente chegando à plataforma 9 ¾. O pessoal estava animado, como era de costume. Os novatos estavam descaradamente nervosos ao lado de seus pais que choravam e se despediam tentando encorajar os pequenos.

Henryki realmente não estava com paciência para tudo aquilo, estava sozinho e achava melhor assim. Passava pelas pessoas empurrando seu malão com a cabeça baixa, encarando o chão. Não se importava se passava por algum conhecido, limitava-se a entrar no expresso o quanto antes e achar uma cabine de preferência vazia, pois realmente não estava no clima de conversar animadamente com alguém de como havia sido as férias e tudo o mais.

Depois de alguns esbarrões aqui e tropeços ali finalmente uma cabine vazia, jogou-se para dentro da cabine e sem hesitar fechou a porta antes de guardar o malão. O expresso estava mais barulhento e movimentado que na estação, se é que isso era possível. Os alunos estavam mais animados que o normal, talvez porque fosse sábado.

Dravim encostava a testa na janela e encarava o horizonte sem pensar em absolutamente nada, estava de fato dormindo acordado, o silêncio da solidão o deixava melhor se sentia mais confortável assim. Mas, como nem tudo é do jeito que gostamos e preferimos a porta da cabine estava se abrindo.

Ao olhar institivamente para a porta observou um Codi entrar todo animado. O jovem Codi Walcnevar era companheiro de casa, classe e dormitório de Dravim, e não era apenas isso, eram realmente amigos. Dravim não disse nada para o amigo, apenas balançou a cabeça como um cumprimento.

– Ei, deixa eu ver seu boletim! – Falou olhando para Dravim com cara de quem estava mandando e não pedindo. Codi era extremamente inteligente e aplicado o que naturalmente o deixara também muito competitivo, odiava ficar com nota mais baixa do que alguém.

Olhou para o amigo e fez um gesto que indicava que não mostraria. Para ser sincero nem havia olhado seu boletim ainda, estava jogado dentro do malão junto com os livros que usaria no ano, que sua irmã Nad comprou nos Estados Unidos.

Voltou a olhar pela janela desligando-se do mundo ao seu redor, nem percebeu que Codi dava de ombros pelo silêncio do amigo e pegava um livro na mochila. ”Se eu encontro quem fez isso eu mato” Era o único pensamento que tomava a cabeça de Ryki. Walcnevar foleava o livro tentando mostrar alguma coisa para o garoto que não dava atenção nenhuma ao amigo.

Codi não tardou em se irritar e fechou a cara sentando ao lado do amigo e lendo freneticamente seu livro. A porta se abria novamente fazendo os dois corvinalenses voltarem à realidade. Chester Lewis adentrava a cabine cumprimentando animadamente os dois companheiros de casa.

Chester era outro companheiro de dormitório, classe e casa de Dravim, mas ao contrário de Codi não havia se firmado um laço forte de amizade entre eles. Ryki achava Ches muito irritante, era bobinho demais e isso o irritava profundamente, mas não odiava o jovem era apenas indiferença mesmo.

– E tá todo esquentadinho porque tirou nota baixa e a “fulana” não falou com ele – Dizia Codi para Chester apontando para Henryki que apenas prestava atenção na pequena “zoação” que os dois faziam.

– “Fulana” ? Nenhuma garota fala com ele, ele consegue realmente ser pior que eu. – Falou Chester dando boas gargalhadas acompanhado de Codi. Aquilo era demais, existe limite para tudo e para a paciência do britânico esse limite estava perigosamente baixo.

– Olha aqui, porque vocês não ver se eu estou penteando um Testrálio? – Depois do que pareceu ser horas ali sentado, levantou e prosseguiu – Cresçam um pouco – fuzilou Codi depois Chester com os olhos – Aliais para ser pior que você Chester preciso realmente passar algumas vezes mais na fila de idiotas

– E você Codi, não seja tão infantil, assim nunca será melhor que ninguém em nada – Terminou pegando o livro da mão do amigo e o arremessando pela janela. Sem esperar pela reação dos garotos saiu da cabine fechando com tudo a porta.

Como podia todos estarem tão felizes, o mundo não é realmente feliz. A desgraça está por todo o lugar sem exceção. Dravim caminhava com passos pesados, estava claramente irritado com tamanha felicidade de seus companheiros. Passava ligeiro pelas cabines sem se arriscar a olhar para dentro delas e encarar mais felicidade. Aquilo o deixa mais irritado ainda.

Chegou ao final do vagão e viu uma janela aberta, encostou-se no batente e colocou parte do rosto para fora sentindo o vento suavemente gélido tocar sua face fazendo o cabelo louro querer voar. Mais uma vez se viu perdido olhando a paisagem tentando se acalmar um pouco, pois sabia que não podia ficar triste, sua mãe não queria isso.


”OFF:




Henryki Dravim
Henryki Dravim
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Expresso de Hogwarts [encerrado] Empty Off: Corrigindo erros de digitação aqui, ali, acolá, por todo o lugar.

Mensagem por Vicky Etros-Jagger Qua Ago 08, 2012 12:34 am

Para quem interessar possa e estiver sem tempo para ler agora, vai um resumo do que está abaixo:

Spoiler:


— Um porco...– resmungou Vicky, de si para si.

Sentiu claramente o pensamento em sua cabeça, a fúria fazendo sua mente trabalhar mais rápido, acentuando ainda mais sua clarividência. Olhos de lado e viu Elena Holdfeny tranqüila em seu mundo particular. Flower, a lufana, volta e meia olhava de esguela para Fortuna, o que servia ainda mais para irritar Vicky.

Inconscientemente, a mão percorria o interior de suas vestes, em busca da varinha.

— Um porco?! – disse uma menina, em alto e bom tom, à porta da cabina.

A fala não havia surpreendido a bruxa anciã, que havia previsto a entrada espalhafatosa da menina, que ignorava ser Lara Rosenberg, quartanista da nobre casa de Salazar Soserina.

"- Não, um pavão.", foi o que a velha bruxa respondeu em pensamento. Uma repuxada de fome no estômago a fez esquecer as alunas e se preocupar com problemas mais urgentes. Fortuna estava faminta. E a própria Vicky não estava em condições diferentes.

De soslaio, observou Flower. Relaxadamente a menina devorava suas guloseimas.

Fortuna contorcia-se, inquieta, em suas mãos.

Um miado de desafio deixou Vicky alerta. O gato da menina à porta eriçou-se contra Fortuna, fugindo do braço da quartanista e ganhando os corredores. A petulante sonserina reservou para Vicky um severo olhar de reprovação. A velha bruxa, cerrando os dentes e os punhos, baixou a cabeça e engoliu toda sua ira uma vez mais.

Seu intimo doía, ardia como uma parte do corpo presa numa prensa onde a pressão era aumentada cada vez mais. Merlin, como a velha lutava para não se levantar e transformar as duas candidatas a cobras em vermes, que era ao que realmente se assemelhavam, e deixar que suas sapatilhas puídas e furadas se regozijassem esmagando-as lentamente.

Para felicidade de Vicky, a petulante menina chamou a outra sonserina e saíram da cabina. Que bom que eram amigas, ao menos nenhuma delas sofreria sozinha.

Quando Vicky conseguiu se controlar um pouco mais reparou, à esguelha, que Flower a observava. Será que a lufana havia percebido seus rompantes de pura fúria?

Num gesto rápido, Vicky ficou alerta, olhando janela afora do trem, mesmo sentada na extremidade oposta da janela. Alguma coisa que ainda não vira chamara sua atenção. E vislumbrou, na plataforma, a figura de um cavalheiro de barba branca, muito distinto e de classe perceptível no andar, nos gestos e na simpatia do sorriso aos passantes.

— Pelo medalhão perdido de Merlin...– sussurrou a bruxa – É Karl Van der Berg! Ele...

Suas conjecturas foram impedidas, pois a menina lufana resolveu se manifestar: " — Hum, pois é, mas não nos apresentamos.... Sou Natalie Flower, lufana do quarto ano! E você, quem é?".

Vicky fez menção de responder, mas uma voz encheu a cabina.

— Bom dia. Olá Natalie como vai? Aceita uma bebida trouxa gaseificada?

Vicky olhou o menino dos pés à cabeça. Havia algo de cômico no quartanista da Corvinal, algo que não soube identificar. O sorriso largo, os olhos curiosos, e um quê de anseio por uma resposta positiva no olhar. Não aprovou nem desaprovou o garoto, que ignorava atender por Chester Lewis, e resolveu estudar aquela fisionomia em algum momento futuro.

— Olá Chester. Hum, eu nunca provei nenhuma bebida trouxa! Vou querer duas...– a garota fez uma pausa, olhou para a velha e prosseguiu – uma para mim e uma para...– pausou novamente para olhar a velha e continuou – senhora aqui – concluiu soltando alguns murmúrios.

— O quê? –perguntou Vicky, mais para si do que para Flower.

— Ok, aqui estão as duas. São apenas 10 sicles cada – emendara Lewis, de imediato, não deixando que desagradáveis ruídos, na forma de conversas paralelas, atrapalhassem sua reunião de negócios. O jovem empreendedor tinha tino para o comércio, como ficou evidente. Fechou a venda, contabilizando os dividendos e admoestou Flower para que, literalmente, não fosse com tanta sede ao pote, visto que aparentemente a beberagem se assemelhava a uma poção malfeita e tinha efeitos colaterais. Na seqüência, voltou seu olhar para a velha bruxa e emendou: - Seu porquinho é adorável, obrigado e tenham uma boa viagem, até mais Natalie, depois conversamos.– e saiu.

Vicky não pôd deixar de admirar a energia do rapaz de olhos vivos. Decididamente, este deveria ser observado. Quando a menina lufana estendeu o recipiente com a beberagem para Vicky, esta percebeu que Fortuna estava quieta demais.

Olhando para a porca, viu que a dita, com toda a sorte que tinha, havia ficado defronte as provisões da lufana, e as devorava avidamente – restando apenas um punhado de doces com saliva de porcos. Seria difícil que a lufana resolvesse aproveitar alguma coisa.

— Obrigado, Natalie Flower.– disse Vicky, com sua voz aguda e em um tom baixo, fitando a menina nos olhos. – Agradeço e me desculpo por isto – falava apontando os restos de guloseimas com saliva de porco – Fortuna tem um apetite considerável. Tenho que observá-la com freqüência para evitar episódios desta sorte. Distrai-me, e peço desculpas. Para lhe conceder uma reparação, vou permitir que toque em Fortuna.

E, dito isto, desembrulhou a porca e a exibiu ao alcance das mãos de Flower.

Expresso de Hogwarts [encerrado] Fortun10

A menina se moveu lentamente e, como quem toca um tapo sujo, tocou a ponta dos dedos na porca, entoando um estranho mantra: '' Porquinho bonitinho bonitinho " e sussurrando " — Não me morde por favor..."

— Bem, então...– começou Vicky, com um sorriso, após enrolar novamente Fortuna em seus trapos.

Parou, porque bateram na porta. E a mesma se abriu com um estrondo. Era um menino que entrava e foi saudado de uma forma calorosa pela menina, que parecia conseguir comunicar de forma muito eficiente que sentira falta do rapaz. Vicky não precisou lançar mão de nenhuma mancia para fazer uma previsão certeira.

— Er... oi. Você deve ser alguma nova professora, não é? Johnathan H. Fullside, Nathan, para os amigos. Pode me chamar de Johnathan.

— Um rapaz educado.– sorriu Vicky – Eu gosto de pessoas educadas, que saibam conferir o devido respeito aos meus cabelos brancos. Bons ventos lhe trouxeram, Johnatan Fullside. Eu gostei de sua presença.– e, após uma breve reflexão, emendou – Não me peça para explicar, mas eu sinto que nos conhecemos, talvez em um outro tempo, talvez em outro lugar, mas eu sinto que já havia visto as cores da sua aura.

Antes que considerações fossem feitas, emendou:

— Eu sou Vicky Etros-Jagger, da mesma família Etros que administrou Stonehenge deste tempos imemoriais.– e, depois de ajeitar Fortuna em seus trapos, continuou – Este ano serei sua mestra em Adivinhação. Um assunto vasto e fantástico. Será uma aula adorável – e, acariciando a porca, desferiu um olhar de gelar o coração para a porta da cabina, por onde haviam passado as duas sonserinas, completando – Talvez nem para todos.– e, voltando o olhar para Flower e Fullside, completou, como quem desconversa – Nem todos tem uma clarividência tão desenvolvida.

Sorridente, abriu a lata de beberagem e tomou um bom gole. Cuspiu tudo em seguida, com a garganta explodindo com sensações nunca antes experimentadas. A mão voou à varinha, cuja ponta apontou para boca, de onde surgiu um filete de água fresca, que bebeu com energia, como se livrando a boca de um gosto amargo.

— AQUELE MALDITO MENINO TENTOU ME ENVENENAR! QUE MALDITA BEBERAGEM É ESTA, QUE ME QUEIMA A GARGANTA E EXPLODE EM MINHA BOCA?!– hurrava a bruxa, varinha em punho, pronta para sair pelos corredores em busca de Lewis.

Foi quando percebeu uma coisa.

Fortuna não estava em seus braços.

Ainda com a varinha em punho, procurou a porca pela cabina.

Estava no colo de Flower.
Vicky Etros-Jagger
Vicky Etros-Jagger
Professora

Age : 76
Sangue Puro

Cor : #556B2F

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Mensagem por Chester Lewis Qua Ago 08, 2012 3:27 am

III - Que poema é esse? xD


Acabando de sair da cabine da velha e de Natty, o menino Lewis continuou empurrando seu carrinho pelos corredores do expresso procurando mais um comprador até dar de cara com Nathan que parecia procurar alguém ou alguma coisa, rapidamente acenou para o garoto e disse - Aceita uma bebida trouxa gaseificada? - O lufano rapidamente fez não com a cabeça e questionou - Viu a Natalie por aí? - Chester ia continuar insistindo na vendagem do refrigerante para o garoto, mas como conseguiu sentir sua pressa em achar sua "amada" apontou para a cabine de onde acabara de sair e disse - Ela ta naquela cabine ali com uma velha que dá arrepios, boa sorte lá - Nathan, mais que depressa agradeceu Chester, deu um leve tapa no seu ombro e disse - Até mais. Vejo você depois.

“É, ele realmente parecia apressado”, pensou Lewis e continuou empurrando seu carrinho, olhando vitral por vitral das cabines, viu uma que aparentemente continha pessoas, abriu a porta e já ia começar sua tentativa de venda, contudo percebeu que lá dentro estavam Codi e Henriky. Com um largo sorriso no rosto cumprimentou os rapazes – Olá Códi, quanto tempo cara... E, hey Riky, como ta? –Codi respondeu alegre – E aí Chester, beleza? – Chester já ia responder a pergunta de Codi, entretanto percebeu que Riky continuara imóvel ali sentado, pensativo e com a cara fechada. Olhou para Codi com um rosto de incógnita, logo após fitou Riky de canto de olho e com um sinal com a mão meio que questionou ainda mudo “Que tá rolando com ele?”, foi o bastante para o perspicaz aluno de transfiguração entender a mensagem, nesse meio tempo o menino Lewis cumprimentou o Kelpie de Codi que estava em formato de corvo - Oi Glaux – disse ele estendendo a mão para o mascote que de repente tomou a forma de um filhotinho de cachorro, mesmo sempre tomando um susto com as transformações Lewis alisou-o com tranquilidade. Codi riu, apontou para Riky e disse - Tá todo esquentadinho porque tirou nota baixa e a “fulana” não falou com ele.

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”Que tá Rolando com ele?”

Naquele momento uma explosão interna atacou Chester, ele tinha uma competição com Riky para saber quem era o melhor de maneira geral, naturalmente Chester se dava bem em notas e o Riky bem com as garotas, ouvir que ele recebera um gelo de uma aluna foi como declarar vitória, simulando um olhar de desdém muito mal feito por sinal, Lewis falou – “Fulana”? Nenhuma garota fala com ele, ele consegue realmente ser pior que eu – logo após isso deu boas gargalhadas que foram acompanhadas por Codi, mas logo silenciadas pela voz cortante de Dravin - Olha aqui, porque vocês não vão ver se eu estou penteando um Testrálio? – Chester e Codi se entreolharam estranhando a postura do garoto, ambos não esperavam que ele fosse apelar com uma brincadeira tão boba, entretanto ele prosseguiu – Cresçam um pouco – Lewis sentiu um frio na espinha com o olhar fuzilante do garoto que continuou sem pena -Aliais para ser pior que você Chester preciso realmente passar algumas vezes mais na fila de idiotas – o garoto Lewis sentiu naquele momento uma súbita vontade de partir para cima do garoto, mas se segurou pelo respeito que eles tinham.

- E você Codi, não seja tão infantil, assim nunca será melhor que ninguém em nada – Dravin disse isso pegando o livro da mão do Codi e atirando ele pela janela, após fazer isso saiu caminhando com passos fortes, Chester simplesmente deu um passo para o lado e deixou o rapaz deixar a cabine bufando. Virou-se para Codi que estava em pé com sua varinha em mãos na beira da janela – Sério que ele ta assim só por causa de uma garota? – Codi que parecia ter usado algum feitiço para tentar reaver o livro, virou para Chester e disse –Sei lá, se for deve ter sido um toco dos grandes! – e tornou a olhar pela janela esperando que o livro voltasse, mas ainda sem sucesso, Chester aproveitando o momento para tentar fechar negócio, perguntou para Codi – Vai uma bebida trouxa gaseificada? – o garoto nem se deu ao trabalho de virar, ainda olhando pela janela respondeu aborrecido – Que bebida trouxa o que! ACCIO! – Chester ficou olhando o garoto tentando recuperar o livro com o feitiço, talvez se Lewis fosse até a janela e tentasse recuperar o livro, dado o seu talento para feitiços conseguisse, mas sabia que aquilo seria uma ofensa à capacidade intelectual de Codi, então simplesmente se sentou no banco e esperou o amigo que ainda injuriado fez o mesmo.

- Ah, oi Chess, como foi as férias? Viajou? – o garoto Lewis fez uma cara de questionamento do tipo “tá me zuando né?” e respondeu - Viajar? Os EUA estão em crise irmão - e completou logo após - E a minha família sempre esteve em crise mesmo... - respirou profundamente com pesar e disse - fiquei as férias todas trabalhando com meu pai na oficina à tarde e às vezes ia entregar jornal com ele à noite também.

- Eu sempre esqueço o que é oficina.

- Oficina é um local onde se conserta veículos, no nosso caso, consertamos carros, mas já apareceu de todo tipo de transporte trouxa que você pensar por lá.

- Os trouxas de lá deixam adolescentes trabalhar? – e olhou novamente pela janela, desta vez sentado.

- Na verdade as leis trabalhistas não deixam, mas meu pai me obriga mesmo assim, ele fala que eu preciso pagar pelo que eu como pelo menos.

- Você viu a Holly por aí? – disse Codi distraído, provavelmente não ouviu a última frase de Chester.

- Na verdade não, cheguei no último minuto de embarcar e passei um bom tempo no banheiro. Tomou coragem de chamá-la para sair nas férias?

- Tomou coragem de chamar a Pointer para sair? – disse Codi tomando uma cor rubra.

- Ah, sacomé, né? – Chester concluiu e tentando mudar de assunto perguntou – E aí, você ia para a Índia, como foi a viagem?

- Não quis ir, preferi ficar em casa estudando.

- Estudando? Tomara que tu tenha estudado um jeito de azarar o Apollion! Eu, pelo menos, descobri uma nova forma infalível.

- Cê tá brincando, né?

- Hey, olha, aquela garota vindo pelo corredor não é a Holly? – disse Chester apontando para o corredor

- Oi Chester, oi Codi! – disse ela toda suja correndo, como se estivesse com pressa de chegar a algum lugar, provavelmente o banheiro, Codi apontou para a janela e falou – Chess, aquilo não é um livro? – Lewis viu um papel na mão de Codi, estava bem segurado, mesmo assim ele puxou, enquanto isso o livro entrava na cabine e ia para as mãos de Codi. Ao ler o que estava escrito no papel, viu que este se tratava de um poema escrito para Holly, depois de dar uma gargalhada soltou - Que poema é esse cara? Você que escreveu? - Codi apontou a varinha para Chester, contudo Lewis usando dos seus rápidos reflexos, colocou o braço para fora da janela e disse - Nem pense nisso, ou você nunca mais vai ver esse papel - Walcnevar fez o típico rosto de desconcertado e continuou - Me devolve logo ou eu vou te pintar de branco - Chester sorriu, olhou para o papel mais uma vez e a tinta do mesmo havia sumido, quando Codi percebeu o ocorrido completou - Deixa pra lá - disse o garoto que enfeitiçara o papel antes de embarcar no expresso.

- Você e seus truques de transfiguração, enfim, tenho que passar em muitas cabines hoje ainda - disse Lewis se levantando do banco e indo rumo à porta da cabine, fez um sinal de adeus para Codi com as mãos e disse - Até mais, vejo você depois - e saiu vagando novamente pelo expresso em busca de mais compradores, até que chegou à porta de uma cabine que parecia bem cheia, entretanto ao abrir a porta se deparou com um grupo de alunos mais velhos, provavelmente sonserinos, vencendo o medo anunciou - Vai uma bebida trouxa gaseificada?


Spoiler:
Chester Lewis
Chester Lewis
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