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Vagão 11 - Cabine 7

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Vagão 11 - Cabine 7 - Página 2 Empty Re: Vagão 11 - Cabine 7

Mensagem por Leslie Astor Qui Set 06, 2012 9:09 pm

8o Post

Duo

Seu feitiço funcionara! Sentira sua confiança crescendo quando o jato atingiu a garota e ela despertara, quase num pulo. Não parecia a mesma menina desorientada que fora cuspida pelas sombras para cair em seus braços. Pelo contrário; parecia independente e forte, como se desprezasse a todos os inúteis do local. Ainda assim, ao se levantar, fez um gesto em agradecimento para Leslie, ao qual ele sorriu em reconhecimento. Antes de sair, contudo, fez questão de xingar os aurores do local, o que fez o corvino gargalhar. Ele agora simpatizava com eles, por mais estranho que aquilo pudesse parecer – até para ele mesmo.

- Fica parado! Tem alguma coisa atrás da sua cabeça - os passos da loira já mal eram ouvidos quando a outra menina, um tanto afobada, exclama. Logo ela forçou seus ombros para que ficasse de costas, ao que o garoto cedeu sem muitas objeções – a não ser o seu típico pensamento afiado, que ressoava com as palavras “Bem, eu não posso ficar parado e dar as costas a você ao mesmo tempo”. - Alucard fez alguma coisa com você.

Ele se virou com rapidez. - Alucard? - sua voz estava grave, pesada. Abaixou-se para pegar Louise, que rapidamente veio a seu colo, e pegou a morena pelo pulso, andando em direção a saída, pelo mesmo caminho que a loira percorrera. Entrara em uma cabine vazia qualquer, sentando no banco e oferecendo o oposto à ela. - O que você quis dizer? - e fez um gesto apontando para as próprias costas.

Antes de qualquer coisa, a garota tirou a varinha do cós da calça e apontou para a porta, sibilando “Muffliato” para que ninguém os ouvisse. - Já desapareceu, mas havia uma marca em você, bem aqui – e ela tocou em sua própria nuca, indicando aonde ela estava. - Não consegui ver direito, sumiu muito rápido, mas meu melhor palpite é que parecia com isso aqui – disse, e entregou para ele um caderno preto, marcado com uma pena. - Estava no ombro de Roxanna. O que vocês dois tem em comum, além da falta de carisma social? Alucard.

Como assim além da falta de carisma social? Sim, ele sabia que não era muito bom em lidar com pessoas, mas nunca imaginou que alguém fosse lhe expor aquilo daquela forma. As pessoas realmente faziam aquilo? Que falta de tato. Mas não se deixou ser levado por esse pensamento, pois algo mais importante acontecera. Ele fora marcado.

- Entendo – disse, passando a mão sobre o desenho da garota. Parecia algum tipo de símbolo ou runa antiga, mas não sabia o que era; não fazia nem ideia. Pensou em como sua mão parecia escura quando retirou das sombras, mas não se lembrava se havia ou não uma forma definida. - Bem, você tem alguma ideia do que significa? Eu preciso pesquisar na biblioteca. Aliás, qual seu nome mesmo? - perguntou, enquanto entregava de volta o caderno.

Louise parecera um tanto arisca após aquilo. - Como é que você não sabe meu nome? A gente estudou junto por 3 anos! - e a gata se levantou e se acomodou junto da menina, virando seus olhos de Leslie por desprezo. A garota passou um momento em silêncio, respirando de forma calma, e o corvino se perguntava o que ela deveria estar pensando. Achou melhor pedir perdão, ao que ela apenas coçou as orelhas da mascote. - Nós poderíamos olhar na biblioteca, mas talvez também tenhamos que falar com algum professor sobre isso – e fez uma careta. Achara a reação dela um tanto exagerada, mas as pessoas se ofendem com cada coisa que ele não entendia que achou melhor não contestar. - Se for algum tipo de maldição, você e a menina podem estar em perigo.

- Ah, a gente podia escrever para a professora de Runas, para pedir que ela desse uma olhada – dizia, enquanto considerava a possibilidade de falar com um professor. - Mas não seria melhor pesquisarmos antes? Se não acharmos nada, recorreremos a ela ou ao professor de Defesa Contra Artes das Trevas. Se for alguma maldição, ele reconhecerá – e fez uma pausa, durante a qual se perdeu em devaneios, mas logo voltou, como uma expressão sisuda – eu espero. E você? Saiu ilesa do vagão?

- Odeio pedir ajuda aos professores – ela suspirou, o que fez com que Leslie entendesse a careta de antes. - Eles sempre agem como se você estivesse fazendo alguma coisa suspeita. Não ajuda que eu seja sonserina, é claro – e o corvino estranhou o preconceito que ela dizia sofrer, pois ele sempre fora atendido de uma forma incrivelmente solícita. Passou a se perguntar se a gravata azul o teria ajudado naquilo. - Bem, esse foi provavelmente o pior dia da vida da minha gata. Mas acho que ficaremos bem. Você tá se sentindo bem?

Com a menção da gata, Leslie volta seu olhar para ela, e a encontra o encarando com grandes olhos amarelos. Esticou-se e passou a mão em sua cabeça, ao que ela miou ruidosamente.

- Mas ela é uma gata forte, ela vai se recuperar – sorria, ao que a morena falou baixinho “ela aguenta”. Voltou-se para a colega, soltando seu mascote ao afagar uma última vez sua orelha. - Se você realmente não gosta de professores, acho que na biblioteca vamos encontrar tudo que for necessário. Eu geralmente sou muito bom em pesquisas, e com ajuda talvez consigamos achar mais rápido.

A garota cancelou o feitiço que abafava as vozes dos dois.

- Mas vejam só, já vou começar o ano com tímpanos estourados, uma vingança pessoal, uma gata traumatizada e um objeto de pesquisa. Ansioso?

Ela parecia estar quase rindo, mas Leslie estava confuso.

- Uma vingança pessoal? - indagou. - Do que está falando? - ela abanou, para que ele deixasse para lá. - Bem, sim, estou ansioso, para dizer a verdade. Tenho muito que pesquisar, e um velho amigo para rever – e essa última parte foi dita com um largo e distante sorriso no rosto.

- Oh, um amigo? E você sabe o nome dele? - ela parecia estar tentando ser pedante, mas a pergunta saiu de uma maneira bem despretensiosa. Ainda assim, aquilo o deixou um tanto constrangido, pois:

- Para falar a verdade, não. Eu não sei o nome dele – e nem o seu, completou mentalmente, sem coragem de perguntar novamente. - Se ele tem um, então ele nunca me disse; ele é uma águia. Acho que mora na Floresta Proibida. O conheci em uma de minhas caçadas, para arranjar ingredientes, sabe. Desde então, nos tornamos amigos. Ele me visita nos meus tempos livros, ou à noite na Torre.

A garota arregalava os olhos. - Uma águia? Isso é tão legal! - ela soltou um pouco a gata, e houve um miado em protesto. O corvino riu, pois as vezes esquecia que águias geralmente não são mascotes comuns, tão acostumado ficara. Mas sim, era muito legal de fato. - E, bem, você nunca vai descobrir o nome dele, provavelmente... Mas o meu é Lara. Lara Rosenberg – e estendeu a mão, em um cumprimento formal.

- E eu sou Leslie Astor. Muito prazer – disse, entregando sua mão ao aperto, enquanto fazia questão de memorizar aquele nome, já que iriam trabalhar juntos. Antes que soltassem, no entanto, Louise achou apropriado se juntar aos dois, e pôs sobre as mãos o seu rabo, enquanto soltava um amistoso miado.

RESUMO:

OBSERVAÇÕES:
Leslie Astor
Leslie Astor
Aluno

Série 4º Ano

Inglaterra
Mestiço

Cor : #5F9EA0

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Vagão 11 - Cabine 7 - Página 2 Empty if i ever feel better

Mensagem por Lara Rosenberg Qua Set 12, 2012 1:45 pm

previously...



they say an end can be a start
feels like I've been buried, yet I'm still alive
it's like a bad day that never ends
i feel the chaos around me


Roxanna não ficou para bater papo, o que era infeliz. Lara queria perguntá-la se a marca estava doendo, enchê-la de perguntas sobre o que tinha exatamente acontecido dentro das paredes, e quem sabe até convidá-la a pesquisarem juntas na biblioteca sobre isso. Tinha absoluta certeza de que ela iria recusar, e provavelmente cuspir em sua cara, mas não custava nada além de sua dignidade tentar. Arrependeu-se momentaneamente de ter sido tão chata com ela, já que agora tinha perdido a oportunidade de pelo menos observá-la por mais algum tempo, vigiar por comportamentos suspeitos. Um tique nervoso? Anotado. Uma cãibra, você disse? Vai tudo pro caderninho.

Sabia, no fundo, que estava fazendo um esforço. Um esforço para não pensar no que estava em sua mente (e não tão lá no fundo de sua mente) desde que acordou hoje de manhã. Diabos, estava na sua mente há exatamente um ano. Não conseguia recordar um momento em que tenha esquecido do desaparecimento do irmão completamente. Ela era sempre lembrada pelo vazio. E, bem, o vazio estava em todo lugar, não é? Cadeiras vazias em sua casa, o quadro negro que tinha na porta de Tony (outrora ocupado por frases que tinham como objetivo irritar seus pais, como citações de Dumbledore), o armário de vassouras, Hogwarts.

Hogwarts era a pior parte. As masmorras nunca tinham parecido frias e escuras para ela, não de um jeito ruim. Quando confrontada com a escolha entre Corvinal e Sonserina, pelo próprio chapéu seletor, não teve dúvidas em olhar nos olhos do irmão, que estava sentado na mesa à sua frente, e gritar Slytherin!, bem alto, alto o suficiente para abafar até a voz do próprio chapéu. Tinha passado dias se remoendo de preocupação, revirando na cama e pensando E se eu for pra Lufa-lufa?, o que na época era seu maior problema. Não era dada a nostalgia barata, mas desejou estar de volta à essa época mais simples por alguns segundos.

Antes de sair do vagão, no entanto, a loira xingou alto os aurores, e Lara abriu o maior sorriso do mundo para isso, vendo Leslie gargalhar. Swain e Alucard mereciam ser xingados daqui até o Brasil se pensavam que podiam divertir-se marcando alunos aleatórios. Ou talvez não tão aleatórios assim, já que Roxanna e Leslie tinham claramente pedido para que aquilo acontecesse com eles. No caso de Leslie, literalmente, o pobre diabo. Lara acompanhou o seu joguinho de poder com Alucard de sobrancelhas juntas, prestando muita atenção em cada palavra que os dois diziam. Quando entendeu que Leslie não pagaria o preço (e estivera murmurando "não aceite, não aceite, não aceite" sem perceber), ela suspirou aliviada e agradeceu que o menino tivesse pelo menos um pingo de sanidade pra contar a história. Ela pacientemente esperou que ele voltasse e ajudasse Roxanna, o que ela nem tinha pensado em fazer por pura distração.

Não foi com tanta paciência que ela viu uma marca, que imediatamente lembrou-a da de Roxanna, na nuca de Leslie. Pulou para cima do menino para observá-la mais de perto, mas esta desapareceu, como se tivesse entrado nele. Ela esperava, com toda sinceridade, que não tivesse realmente entrado nele.

Quando ela o informou o que tinha acontecido, porque ele tinha o direito de saber que provavelmente tinha sido amaldiçoado, ele pegou Louise em seus braços e tirou os dois dali, para que tivessem privacidade. Ela foi, mas não sem um último olhar conflitado para as sombras. Durante toda a sua estada nesse vagão ela tinha se esforçado para não demonstrar medo, pra manter a sua poker face, mas não achava que tivera muito sucesso.

Assim que saíram do vagão, no entanto, ela disparou a falar, como era de seu costume quando estava interessada em algo. Mostrou-o, inclusive, o desenho que tinha feito da marca de Roxanna, e divagou alto sobre provável a relação entre os dois. Falava mais para si do que para ele, pois gostava de rebater ideias quando confrontada com um enigma. Geralmente fazia isso com seu irmão, quando ela tinha bem mais perguntas do que respostas, e ficou levemente decepcionada que Leslie não tivesse uma resposta pronta, ali, na lata. Teriam que ir para a biblioteca eventualmente, de qualquer jeito. Pensou em chamar Liam para ajudá-la, cobrar a promessa que ele havia feito a ela.

A promessa de cuidar dela enquanto o irmão estivesse desaparecido.

Enquanto isso, Astor se mostrava tão inepto às interações sociais quanto a menina pensara, perguntando o seu nome. Ela pensou em relembrá-lo da vez que a ajudara, no segundo ano, com queimaduras que havia sofrido em aula, mas achou que isso soaria muito sentimental.

- Como é que você não sabe meu nome? A gente estudou juntos por 3 anos! - Ralhou, sabendo que não faria efeito algum. Depois culpou-se por guardar uma memória tão antiga enquanto ele nem mesmo lembrava de seu rosto. Era o que ganhava por ser sentimental. Teve uma vontade imediata de sair dali e deixá-lo com seus livros e seu cérebro, porque sinceramente não era nem obrigada, mas lutou contra ela, relembrando-se de que precisava de Astor para pesquisar sobre as marcas. Ele se desculpou, eventualmente, e ela deu de ombros, apenas coçando as orelhas de sua gata e olhando para o chão.

- Nós poderíamos olhar na biblioteca, mas talvez tenhamos que conversar com um professor sobre isso. - Não especificou o que era isso, mas achou que seria rude se dissesse a maldição que irá possivelmemente te matar. Se ele corresse perigo de vida, por mais que fosse inconveniente, não teriam escolha a não ser falar com um professor. Estremeceu ao imaginar-se tendo essa conversa com Azazel. Só pediria ajuda à ele se fosse caso de morte, mesmo.

Acabou explicando para ele o seu desagrado com todos os professores, e o que significava ter a gravata cinza e verde em Hogwarts. Todos imediatamente desconfiavam dela, achavam que ela era cria de comensais, que sempre tinha segundas e terceiras intenções para suas perguntas, dificultando bastante que ela tivesse uma resposta direta para elas. Amava sua casa, mas tinha que admitir que parte daquela desconfiança era completamente justificada. Como é que Elliot tinha definido isso mesmo? Complexo de Malfoy? Bitch mal-amada? Rebelde sem causa? Ou algo equivalente. A Sonserina era cheia deles, e muito lhe custava ver pessoas que confundiam "ambição" com "pisar na cabeça de qualquer um para conseguir o que quer".

Desviou o assunto habilmente quando Leslie perguntou diretamente sobre o seu estado. Ela tinha saído ilesa do vagão, e Louise também. Era isso que importava, né? Não precisava discutir o seu estado emocional com um semi-desconhecido.

Tinha que mudar de assunto. E rápido.

- Mas vejam só, já vou começar o ano com tímpanos estourados, uma vingança pessoal, uma gata traumatizada e um objeto de pesquisa! - E arregalou os olhos pra ele, com um leve sorriso no rosto. - Ansioso?

- Uma vingança pessoal? Do que está falando?

Ela se referia, claro, ao fato de que ALGUÉM havia resolvido explodir a porta de sua cabine, mandando ela e Lena para os ares. E que essa pessoa provavelmete ia acordar um dia em Hogwarts e descobrir - para a sua surpresa - que tinha perdido todo o cabelo durante a noite. Uma pena, really.

Mas não sabia até que ponto Leslie era a favor de vendettas, então simplesmente abanou com a mão, deixando o assunto para depois. Não tinha pressa.

Depois das apresentações (ainda não conseguia acreditar que ele não lembrava quem ela era), e da revelação que Leslie provavelmente era uma nova reincarnação de Rowena Ravenclaw (seriously, uma águia de estimação), a menina insistiu para que os dois fossem comer alguma coisa.

Seu estômago era forte candidato a buraco negro, mesmo. Nem vagões saídos diretos de um filme de terror tipo B, nem feijõezinhos de todos os sabores (que ainda estavam em seus bolsos), nem sapos de chocolate, nem um café da manhã bem tomado, nada conseguia aplacar a sua fome + vontade de comer. Ia arrastá-lo para o vagão-restaurante para tomar um milkshake de cerveja amanteigada com chocolate, ou não se chamava Lara Marie Rosenberg. Até fez a gentileza de deixá-lo segurar Louise enquanto fazia caminho pelo vagão abarrotado até o balcão, pegava seu milkshake e guiava-os para uma mesinha do canto, vagamente registrando que era Brotherhood que estava tocando.

Spoiler:
Lara Rosenberg
Lara Rosenberg
Aluna

Série 4º Ano

Inglaterra
Sangue Puro

Cor : #669966

https://www.facebook.com/laracsilveira

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