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Diga aonde você vai, que eu vou varrendo

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Mensagem por Sam Gupta Seg Set 24, 2012 9:26 pm

Status: RP Fechada
Data: 02 de Setembro, café da manhã.
Local: Salão Principal.
Participantes: Sam Gupta, Aidan Sheppard, Gerry Vakarian.



Mas tome cuidado com o cabo da vassoura;
É pior do que cenoura, você pode se dar mal.

Molejo, Dança da Vassoura


A primeira noite de Sam em Hogwarts naquele ano letivo viera repleta de sonhos, refletindo o dia agitado que o rapaz tivera. Dos sonhos, muitos envolviam fogo - fosse por conta da comoção em torno da tragédia dos Couland, pelo incidente do trem ou pelo triste fim de seu malão; o que levava a outro ponto recorrente nas imagens que seu inconsciente formava, a briga com Gabi, e como se problemas com uma amiga não bastassem, havia também Gerry e Aidan sendo mais frios que de costume, ou talvez Sam é que tivesse traído a confiança deles, por mais que achasse um exagero (devia ser a escassez de cartas nas férias). A última vertente onírica era estrelada por Adela Burton e se passava numa cabine vazia do Expresso, e aquela cena em particular resultara em Sam despertando com um problema muito real e razoavelmente grande em mãos.

A primeira coisa que fez ao acordar, portanto, foi tirar a mão do problema e decidir se era caso de se enfiar numa ducha gelada ou de dez minutos de privacidade numa cabine do banheiro. Acabou optando pela ducha – o pijama era emprestado, afinal, e ele não confiava plenamente nos feitiços de limpeza, então era melhor evitar acidentes. Saiu da cama, pegou as roupas do dia anterior (teve que se contentar com um scourgify nelas enquanto não arranjava outra muda de roupas) e seguiu para o banheiro o mais rápido que o sono matinal permitia.

Na volta, encontrou Gerry já acordado, lendo uma folha de pergaminho com ar inquisitivo, sobrancelhas franzidas.

— ... Devo desejar bom dia, ou é melhor não?

— Sei lá. Dia estranho. — O rapaz levantou o olhar pro Sam, o cenho ainda franzido e o maxilar projetado pra frente. Em seguida entregou a carta para que o outro lesse. — Convocação pra passar no escritório do Professor Van Den Berg agora de manhã.

Sam correu os olhos rapidamente pela missiva, sem se ater muito ao conteúdo. — Do chefe de casa? E não diz o assunto?

— Tsc, nada. Não faço ideia do que possa ser. Mas tô vendo que é capaz de eu perder o café... Vai sem mim, tá certo? E avisa aos outros.

Aquilo era meio esquisito, mas Sam não conseguia pensar no motivo da convocação porque seu foco tinha caído sobre o que restara da vassoura de Gerry deixada sobre o malão do garoto, o cabo irremediavelmente quebrado ao meio. Se havia alguém capaz de simpatizar com a causa era o descendente de indianos, que amargara alguns meses do ano anterior tendo que usar vassouras emprestadas pela escola, até que conseguisse o dinheiro para comprar sua Firebolt atual. O acidente que causara o triste fim da vassoura de Gerry podia não ter sido culpa de Sam, mas ele já tomava as dores do outro grifinório para si.

Despediu-se logo do amigo com um “te vejo mais tarde, então”, começando a formular mentalmente um plano e agradecendo aos deuses pela oportunidade de ter o colega de casa fora de sua cola por alguns minutos – porque é óbvio que a surpresa seria um fator essencial naquela empreitada. Precisava falar com Aidan.

Chegando ao salão principal, passou batido pela mesa da Grifinória e foi direto procurar o outro sextanista entre os lufanos. Não parou nem mesmo para falar com Adela, contentando-se em acenar e mandar um beijo para ela de longe ao avistá-la na mesa sonserina; de qualquer forma, a garota estava entretida conversando com Louise Armistead.

— Precisamos falar sobre o Gerry — anunciou sem mais delongas, sentando-se no banco ao lado de Aidan. O canadense deu pela falta do outro grifinório tão logo se virou na direção de Sam. — É, ele não deve descer pro café. A chefia de casa mandou um recado agora cedo chamando pra uma reunião ou coisa do tipo, ele vai ter que ir ver o que eles querem... — deu de ombros, tentando mostrar que não estava preocupado. Gerry não era o tipo de aluno que causava problemas, de toda forma. — Mas, aproveitando que ele não está aqui, queria ver com você a parada lá da vassoura dele. Pensei de a gente fazer uma vaquinha pra comprar uma nova. O que você acha?


Spoiler:


Última edição por Sam Gupta em Dom Set 30, 2012 2:59 am, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : ... "te vejo na primeira aula". A ação se passa num domingo. E eu só percebi isso *hoje*.)
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Mensagem por Aidan Sheppard Ter Set 25, 2012 10:05 pm



O lufano esfregava os olhos enquanto deixava o ar escapar de uma vez dos pulmões, ombros meio caídos enquanto encarava a madeira da mesa mais do que encarava qualquer outra coisa. Não tinha dormido direito, depois de uma frustrante tentativa de atingir o Sonhar por quarenta agonizantes minutos, Aidan simplesmente tinha desistido, agarrado a primeira coisa legível dentro do seu baú e seguido para o salão comunal, ainda metido em meias de algodão e pijama. Tinha virado a madrugada coincidentemente lendo o mangá¹ que aquela grifinória, Fae, tinha lhe entregado.

Não tinha conseguido ainda entender a essência da história, sequer o gênero, ao que tudo indicava parecia ser algo relativo entre dois nakamas e isso fez com que ele subitamente se identificasse com um dos amigos protagonistas, obviamente aquele que só parecia bom em tarefas triviais e era protegido pelo outro, o que transformava Gerry Vakarian no segundo protagonista da história, o defensor com uma aparência calma e inabalável mas, claro, com uma palpável afeição pelo amigo.

E daí não tinha passado do primeiro capítulo porque seu cérebro, grande inimigo do sono, imediatamente mandou a lembrança de que aquilo era mais verdade do que parecia, era quase canon, afinal não fazia muito tempo que Gerry tinha perdido sua vassoura e todo o kit que vinha com ela só para salvá-lo da indigna morte por atropelamento.

Isso o atormentava porque sabia, realmente sabia, depois de tantas vezes ter procurado o colega para conversar ou jogar fora o tempo e ter recebido por resposta "mais tarde, estou fazendo umas calibrações" que ele realmente se importava com a velha vassoura, irremediavelmente quebrada e inutilizada. Aidan se sentia mal por aquilo, era culpa dele (e de Kian, mas o bebê no colo do outro lufano o isentava de penalidades). Ficou o resto da madrugada pensando naquilo e só não dormiu no sofá de pura exaustão porque teve presença de espírito suficiente para voltar para a cama e cochilar por uns vinte minutos antes de ser a hora de acordar de novo.

Era nisso que estava pensando na mesa do café da manhã, erguendo os olhos a qualquer movimentação na mesa da grifinória, esperando por ver a conhecida e ridiculamente magra e alta figura encontrando lugar na mesa e iniciando um café da manhã que podia alimentar um pequeno exército. Tão concentrado estava que só percebeu a presença de Sam Gupta quando o outro fez barulho com todo seu peso e tamanho ao se sentar ao seu lado no banco. (Sim, Aidan se sentia ridículo perto dos dois amigos, ridiculamente pequeno e destoando de dois gigantes, mas já tinha aprendido a convirer com isso há tempos.) Ainda se demorou olhando ao redor de Sam, esperando para ver onde estava Gerry, e só não chegou a abrir a boca e perguntar onde estava o outro no café da manhã - ele nunca perdia a hora de nenhuma refeição - porque o outro amigo foi mais rápido.

Não ficou surpreso por Gupta ter abordado o mesmo assunto que o tinha atormentado, apesar de ter passado as férias sem dar notícia, ter traído o movimento e entregando a SSV Normandy SR-I para os Colectors e sair com a Miranda Lawson sonserina, Gupta ainda era a terceira parte da equação e eles ainda pensavam parecidos. E, se fosse honesto, Adela Burton não era nada ruim, bem pelo contrário, e a culpa nem era dela, mas do próprio Gupta.

- Mas, aproveitando que ele não está aqui, queria ver com você a parada lá da vassoura dele. Pensei de a gente fazer uma vaquinha pra comprar uma nova. O que você acha?

- Eu sei... e é culpa minha ainda. - o canadense expirou contra o copo de suco, passando a mão livre no cabelo - Na verdade, eu pensei em dar a ele minha Comet. Não é o modelo mais novo, certo, mas é consideravelmente melhor do que muita coisa por aí e eu não uso nem pras aulas mais e nem pra nada e... enfim, não é como se nós estivéssemos nadando em dinheiro, huh? - ele riu, meio cansado mas ainda uma risada - Sério, a parte da vassoura, temos coberta, minha Comet deve servir. Agora, ainda falta todo o kit que acompanhava a vassoura e, bem, acho que a gente pode juntar nossas economias pra isso, não deve ser tão caro quanto a vassoura em si. Eu seriamente nem faço ideia, você que entende dessas coisas, cara. Mas pode contar com a minha parte.

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Mensagem por Anjali Malhotra Qui Set 27, 2012 4:19 pm

03!


O domingo definitivamente prometia ser um dia melhor que a véspera e o dia seguinte. Nem que qualquer coisa maravilhosa tivesse acontecido entre acordar (ritual que sempre exigia um esforço descomunal da parte de Anjali e muitas vezes o apoio moral de alguma amiga no dormitório) e chegar ao Salão Principal para o café da manhã. A questão era que o sábado, no fim das contas, tinha sido bastante caído, e segunda-feira não podia ser um dia bom de verdade nem com muita reza e uma overdose de incenso. E se domingos sempre deixavam aquele gostinho triste de fim da boa vida, ao menos esse ainda estava só começando e ela ainda tinha uma festa para ir.

Tudo bem, o suco de abóbora no café da manhã também não ajudava muito. Às vezes Anjali se perguntava se aquela ideia estapafúrdia de transformar legume em bebida matinal era coisa de ingleses (na Idade Média, porque os de hoje certamente não tomavam aquilo) ou bruxos. Mas se não tem chai, vai água mesmo, que tudo se resolve.

Nem precisou de muito esforço para cavar um lugar para si junto à mesa, dessa vez. Em dias de aula, costumava chegar com o horário do café quase para acabar, o que implicava que boa parte dos alunos já estava ali fazia tempo e continuava pelo simples fato de não querer partir para as aulas. Mas o domingo – abençoado domingo! – garantiu que mais uns tantos preguiçosos aproveitassem mais um pouco o conforto de suas camas e curtissem mais da manhã embaixo das cobertas. A lufana mesmo apoiava a iniciativa com todo o coração, mas não tinha muito tempo a perder, não quando era responsável pela própria produção e pela de uma amiga.

Mesmo assim, achou curioso que Aidan só aparecesse por lá depois dela; o monitor geralmente aparecia cedo e logo se juntava aos grifinórios com quem andava – e ela ficava lá da mesa da Lufa-Lufa, pensando em quando se tornaria a Preity Zinta daquele Dil Chahta Hai bruxo, enquanto tentava entender como aquele moleque magrelo conseguia comer tanto na primeira refeição do dia. Hoje, contudo, nem sinal de Gerry, o pobre lufaninho canadense parecia não aguentar um gato pelo rabo e Sanjaya também não tinha dado as caras ainda – fato com o qual ela não se importava nem um pouco, vejam bem.

Piscou para Aidan quando ele passou em frente a ela, convidando-o com um “ei, senta aí” emoldurado em um sorriso enorme (porque 1- esse era o ponto inicial da Escala de Sorrisos de Anjali Malhotra; e 2- é sempre bom cultivar amizade com um monitor, fica a dica). E bem notou que ele estava estranhando também a falta dos outros dois lá na mesa da Grifinória, esticando os olhos para além dela o tempo todo, como se procurasse algo do outro lado do salão. Mas como era tempo de contrariar expectativas, ninguém apareceu na mesa dos leões; na verdade, Sanjaya é que veio invadir a área dos texugos, roubando o lugar ao lado do amigo antes que ele sequer percebesse.

(Em um breve filme em cores estouradas, Anjali se imaginou em uma gloriosa e sensual song and dance de superação, com todo o resto dos alunos servindo de dançarinos de apoio, a apoteose sendo o momento em que ela virava uma jarra inteira de suco de abóbora no colo de um Gupta boquiaberto diante do mulherão que ele havia dispensado. Mas ela não era do tipo vingativa e ainda sabia que a banda tocava de outra forma no mundo real, então contentou-se em ficar de ouvido aberto para a conversa dos dois.)

No “precisamos falar sobre Gerry”, ela automaticamente assumiu que, dada a gravidade e urgência do tom, ou o magrelo estava com câncer, ou tinha decidido fugir com a orelhudinha da Grifinória, deixando Aidan para trás. Mas então ela lembrou que era Sanjaya Gupta, o paladino da justiça (leia-se careta) que fazia tudo soar muito sério e importante.

Só que, no fim das contas, o negócio era sério mesmo. Vassouras mortas mereciam toda a solenidade possível, com muito apoio ao enlutado.

Oe! – Foi se debruçando sobre a mesa e se enfiando no assunto assim que Aidan (ele era tão tadinho!) confessou não entender nada de vassouras e manutenção; quando Sanjaya veio com um olhar atravessado para ela, porém, um pouquinho da empolgação inicial morreu em um ar de desprezo. – Nem vem com essa cara, Punjaboy, tô interessada no bem do seu amigo. – Porque não poder derramar jarras de suco de abóbora nos outros não significava que ela não tinha alternativas para demonstrar sua superioridade moral. – Ó, pode me contar na vaquinha também, viu, Aidan? Posso chamar mais gente também... Se vocês quisessem partir pra uma vassoura nova, dava pra organizar alguma coisa pra arrecadar uma graninha, mas só pra um kit nem vai ser preciso. Se o seu amigo grandão aí não se importar, também me ofereço pra dar uma força aí pra montar o kit. – E então se voltou para o (quase) indiano, uma trégua silenciosa anunciada nos olhões muito atentos, algo hesitantes. – Você sabe que eu cuido da minha vassoura como se fosse minha filha, né? Vai. Devo ter pelo menos cera sobrando e sei escolher essas coisas.

Talvez aquela guinada inesperada nos eventos fosse para melhor mesmo.

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Mensagem por Aidan Sheppard Qui Set 27, 2012 10:48 pm



Como sempre, Anjali Malhotra e todo o ar leve que a seguia aparecia sem formalidade alguma e logo se colocava a interferir no que quer que fosse que estivesse fazendo. Ela era uma boa garota, fazia com que ele invariavelmente sorrisse e, mais do que isso, ela se preocupava de verdade. Podia sentir isso nela, podia sentir que ela realmente falava o que pensava e agia com uma vontade irrefreável de ajudar - assim como podia sentir algo de estranho com Gupta do seu lado. Não tinha ideia de nada e, realmente, sabia que não era das pessoas mais perceptivas, então era melhor não tentar ler nada entre os dois, era bem melhor assim.

Não conseguiu evitar um sorriso, daquele que mostrava as covinhas, quando ela, toda debruçada sobre a mesa, se oferecia para ajudá-los na empreitada que tinham pela frente. Sim, Anjali Malhotra era realmente uma boa garota, com o coração maior do mudo e um sorriso que ajudava qualquer um num dia cinzento. O canadense, canceriano, esticou a mão e segurou a dela sobre a mesa, apertando firme em sinal de gratidão antes de soltá-la e se voltar para um muffin que não estaria dando sopa ali se Gerry também estivesse lá a essa hora.

Começou a se preocupar por ele, de novo.

- Hey, Malhotra, de verdade, obrigado. - devolveu pra ela, fazendo um sinal para o muffin gêmeo do que mordia, perguntando se ela queria também - Como eu disse pro Gupta, a vassoura não tem problema, a minha está praticamente seminova e eu não uso, acho que temos isso coberto. E eu sei do amor que você tem pela sua vassoura. - ele sorriu de novo, mostrando um pouco dos dentes - fitas coloridas e tudo, é quase como aqueles cavalos que o dono leva um século para fazer aquelas tranças complicadíssimas, tem que ter muito amor pra fazer uma coisa dessas. Vocês dois, aliás, são parecidos nisso, viu? Claro, Gupta infelizmente dispensou as fitas coloridas, tsc. Ia ser um bom efeito, eu acho.

E depois ele riu, quase satisfeito com a própria piada. Não sentia muita fome e o corpo começava a sentir o cansaço de não ter dormido, mas ao menos já podia se sentir mais leve por pensar que aquele problema parecia estar chegando ao fim, e caminhando para a melhor resolução possível. Se continuassem assim, Gerry ia acabar com a vassoura nova (ao menos nova pra ele) e todo o equipamento que tinha perdido (e que Aidan nem fazia ideia do que era, na terra dele vassouras eram pra tirar o pó do chão e pra recolher folhas no quintal) e não ia ficar pesado para nenhum deles.

Anjali Malhotra merecia um altar, enfeitado com sabe-se lá o que o pessoal da terra dela usava, ele podia procurar na wikipedia depois. Só sabia que ela merecia um, e dos bem ornamentados, mas ele se contentou em mandar outro sorriso dos grandes, provavelmente era o suficiente, mesmo que saísse meio cansado.

- Valeu, Malhotra, de verdade. Nem vou fingir que não preciso de ajuda, não, nem ia adiantar.

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Mensagem por Sam Gupta Qui Set 27, 2012 11:33 pm

Anteriormente…


Desde que Sam entrou em Hogwarts, a separação das quatro mesas do Salão Principal por casas nunca foi muito respeitada. Os alunos de famílias bruxas, aqueles cujos pais ou irmãos mais velhos eram ex-alunos de Hogwarts, costumavam contar que as coisas não eram assim antigamente e que a escola só começou mesmo a incentivar aquela miscigenação na hora das refeições depois da última guerra. Sam ficava feliz que as coisas fossem assim agora; desde o primeiro ano ele e Gerry tomavam café, almoçavam e jantavam com Aidan, sem contar os outros amigos das casas mais variadas que se agregavam ao grupo de tempos em tempos. A diferença é que geralmente era Aidan quem ia para a mesa da Grifinória, por uma questão de lógica (eram dois grifos e um lufano).

O fato de que assim Sam podia manter distância segura de Anjali Malhotra era um mero detalhe. Tanto era detalhe que agora não fazia mais diferença: ele esperava que a garota tivesse entendido o recado de uma vez por todas na tarde de sábado, no trem. E pelo visto tinha mesmo funcionado, porque levou um bom tempo entre o grifinório chegar à mesa da Lufa e ela levantar os olhos da tigela de cereal – e mesmo quando o fez, foi num dos poucos assuntos que era campo neutro entre eles. (Certo, só era realmente “neutro” quando a partida Grifinória x Lufa-Lufa já tinha sido disputada, e olhe lá, mas ele preferia a rivalidade do esporte do que aquele jogo de gata-e-rato que a garota cismava de impor no resto do tempo.)

— ... Ahn, não, cara, sem fitas pra mim. Isso é frescura de menina. — E lançou um olhar de esguelha para a indiana do outro lado da mesa, porque o campeonato daquele ano ainda não tinha começado e um pouquinho de rivalidade sempre era saudável. — Enfim... se realmente não for fazer falta pra você, acho que o Gerry vai ficar feliz com a sua vassoura. Tô considerando que um modelo 0Km esteja fora de cogitação, a menos que algum amigo seu milionário queira fazer uma boa ação, Malhotra. — O uso do sobrenome era prática comum no quadribol, e afinal de contas, a conversa estava dentro daquele campo semântico. — E se for pra ele ganhar uma vassoura de segunda mão, acho que ele vai preferir ficar com a sua do que com a de algum desconhecido.

Deu um suspiro. — Então, quanto ao kit... vamos montar o kit todo do zero, certo? Porque comprar aqueles kits prontos do Beco Diagonal acaba saindo mais caro e eles sempre dão um jeito de enfiar coisa de má qualidade no meio. Seria bom se a gente tivesse papel e caneta pra ir listando, mas enfim... — Foi contando nos dedos à medida que se lembrava dos itens. — Temos a cera. Precisamos de flanelas, um refil de cerdas – tem que ver o tipo de cerda da sua Comet, mas acho que é padrão –, um kit com chaves de fenda, alicate e chave jacaré... — Voltou-se para Anjali, que abandonara o cereal e aceitara o muffin ofertado por Aidan. — Vai, eu sei que falta coisa, me ajuda.


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Mensagem por Anjali Malhotra Sex Set 28, 2012 1:01 am

04!


Uma breve observação sobre Anjali Malhotra: por mais que ela fosse, sim, uma mocinha exuberante – ou perua indiana em formação, chamam como bem entenderem – apaixonada por um sem-número de coisas tipicamente tidas como de mulherzinha, ela bem se divertia mais andando por aí com os meninos. O problema é que, quando se fala de meninos, a situação andava sempre na corda bamba; o que não faltava em Hogwarts era gente que não sabia o limite entre brincadeira e falta de respeito.

(Tudo bem que ela mesma dançava o bhangra nessa fronteira quando o assunto em questão era Sanjaya Gupta, mas talvez fosse justamente por saber que ele era um frouxo não ia revidar.)

A questão era que, com aqueles garotos em especial, ela se sentia confortável o bastante para praticamente se jogar por cima da mesa e apertar a bochecha de um depois de tantos agradecimentos e da oferta silenciosa do muffin (que ela obviamente não dispensou); ou então para, mesmo depois de todo o climão da véspera, torcer o nariz e mostrar a língua para o outro, demonstrando toda a maturidade esperada de uma criança de seis anos – mas favor notar que a culpa era toda dele, com aquele papo furado de frescura de menina. Palhaço.

– Temos a cera. Precisamos de flanelas, um refil de cerdas – tem que ver o tipo de cerda da sua Comet, mas acho que é padrão –, um kit com chaves de fenda, alicate e chave jacaré... – E então ele finalmente pareceu disposto a conversar com ela numa boa. – Vai, eu sei que falta coisa, me ajuda.

Claro que ela não ia perder a chance.

Praticamente subindo na cadeira, Anjali se lançou outra vez por sobre a mesa, quase derrubando a tigela vazia de cereal. (Houve um lampejo de horror absoluto nos olhos de Sanjaya, enquanto a lufana se esticava toda na direção dele. Aquilo de alguma forma era recompensador.)

Are yaar! Sem o menor pudor (ou delicadeza), deu três coques na cabeça do garoto, para ver se pegava no tranco. – Não quer falar hindi, não fala. Mas não me faz passar vergonha, pela honra dos batedores de Hogwarts! – E então voltou a se sentar, muito cheia de si, erguendo as sobrancelhas como se anunciasse a coisa mais óbvia do mundo. – O nível, besta. Você esqueceu do nível. Mas o time da Grifinória pode me agradecer depois pelo favor que tô prestando ao te lembrar disso.

Riu consigo mesma, satisfeita por poder implicar de volta, mas ainda ofereceu um sorriso meio bobo ao pseudo-indiano, como se para garantir que continuassem em paz. E então se ajeitou na cadeira, sentando-se sobre as próprias pernas sobradas, voltando a beliscar o muffin.

– E pra seu governo, eu não tenho amigos milionários. Não a rodo. Tá, não com intimidade suficiente pra pedir din— ok, talvez eu até tenha, mas aí já é abuso. Mais fácil tentar conseguir patrocínio com os donos lá da Nimbus. Mas o Gerry nem joga, né? Não precisa de uma vassoura tinindo de nova... A do Aidan deve dar pro gasto sim. – Deu de ombros, listando mentalmente o que já tinham conseguido enquanto mordia o doce mais uma vez; sequer terminou de mastigar antes de voltar a falar, a mão cobrindo a boca. – Ok, com a lista de compras feitas, a gente ainda precisava orçar, ver quem mais colabora, dividir o gasto por todas as cabeças e descobrir como sair pra comprar essas coisas. Vocês tão querendo agilizar isso aí pra quando?

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Mensagem por Aidan Sheppard Sex Set 28, 2012 3:11 pm



Ele só não ficou vermelho quando ela voltou a se debruçar na mesa para alcançar suas bochechas e apertá-las porque já tinha se acostumado e porque não era da sua compleição física. Todo mundo sempre parecia tratá-lo como uma espécie de mascote ou o que fosse, com direito aos outros dois, especialmente Vakarian, vez ou outra vir com a ridícula brincadeira de chamá-lo de princesinha. Então, só voltou a se sentar direito e a colocar duas panquecas no seu prato enquanto os outros dois trocavam idéias sobre quadribol e gente milionária, ambas as coisas desconhecidas pelo canadense.

Anjali era como um sol, em todo lugar que ela chegava trazia luz e tornava o ar leve. Sanjaya, por sua vez, parecia a terra, firme em seu lugar, dava uma ideia de que o mundo poderia cair e ele ainda continuaria inteiro ali (Aidan inclusive achava que sim, era possível que o colega sobrevivesse mesmo a um apocalipse, não ia duvidar muito disso.) E ele, um caranguejo - porque era o que ele era - se sentia confortável o suficiente para sair de sua toca cavada na areia e espiar para fora, sorrindo abertamente enquanto os outros dois trocavam farpas amigáveis.

- Vocês acham mesmo que ele não ia se importar que é a minha vassoura e não uma nova, né? – perguntou entre um pedaço de panqueca com calda de blueberry – Porque eu não tenho nenhum amigo rico e se eu pedir dinheiro pra minha mãe, ela ia enviar é uma vassoura normal, daquelas que se usa pra limpar o chão. – Sheppard riu pelo nariz, achando graça da situação.

Mas era verdade, ele não entendia muitas das coisas do mundo bruxo que parecia natural para aqueles que tinham nascido neles ou para aqueles, como Sanjaya e Anjali, que amavam aqueles aspectos do novo mundo que se abriu para eles. Aidan, não. Nào entendia de verdade o quadribol, então não via grande importância numa vassoura, a não ser como meio de transporte do qual, de verdade, ele preferia se abster. Não podia garantir sua própria habilidades e destreza para se locomover daquele jeito e preferia não imaginar os impactos da Física com sua gravidade quando ele fatal e certamente caísse da vassoura e se estrepasse no chão.

- E eu acho que a gente podia agilizar isso para o mais rápido que der. Dá pra pedir por catálogo? Ou melhor comprar na primeira visita a Hogsmead?

Porque a culpa era quase toda e exclusiva dele. Se parecesse um pouco mais capaz, Gerry não teria feito tudo aquilo por ele, de jeito nenhum. Mas, então, se o grifinório sequer o considerava o suficiente para treinar com ele ao invés de Michael "de boa" Alleborn, quanto menos para sobreviver a uma possível morte por atropelamento. Não, ele era baixo demais e com uma aparência inútil demais e embora soubesse dar vinte nós diferentes que quase ninguém ali conseguiria desfazer, embora soubesse acertar um murro justamente porque o adversário o subestimava e logo o julgava sem força nenhuma, ainda assim ele não gostava dessa sensação.

- Sério, o mais rápido que der, não estou pretendendo comprar nada esse mês mesmo, não tem problema gastar minha mesada pra reparação de danos. E eu... - o lufa-lufano, esfregou a testa, encarando o que tinha sobrado das panquecas como se fosse um enigma complexo - Eu me sinto mal... foi culpa minha, não gosto de ficar sentindo isso, não. Em quanto tempo podemos conseguir tudo?

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Mensagem por Sam Gupta Dom Set 30, 2012 1:50 am

O pânico inicial de Sam ao ver Anjali avançando sobre a mesa da Lufa-lufa na direção dele (“Pronto, ela estava só esperando eu baixar a guarda e vai me violentar diante da escola toda D:”) se esvaiu na primeira pancada na cabeça que levou da garota. Na verdade, parecia que os três coques no cocuruto (apesar de o garoto ter reclamado após cada um deles) tinham mexido em alguma coisa dentro de seu cérebro. Porque era o tipo de tratamento que ele costumava receber de Indira, ou mesmo de Gabi até a briga dos dois na véspera. Era engraçado que algo tão bobo pudesse mudar completamente a dinâmica entre duas pessoas, mas era o que tinha acontecido. Graças ao pequeno ato de violência de Anjali, Sam agora se sentia mais seguro perto dela.

E os coques foram merecidos, afinal. Ele tinha esquecido do item mais caro e mais importante num kit de manutenção de vassouras. — Ugh, sabia que tava esquecendo de alguma coisa essencial. Ponto pra você – dessa vez.

Tendo terminado de encadear o que faltava ser definido para pôr o plano em prática, a garota voltou suas atenções para o muffin. Aidan já começava com suas aidanzices antes mesmo de Sam conseguir responder, mas ele achou melhor ignorar a carga dramática na fala do garoto – conheciam-se há tempo suficiente para o descendente de indianos saber que, apesar de o sentimento do canadense ser sincero, dar corda para aquilo só atrasaria mais ainda o presente de Gerry.

— Relaxa, cara. A gente consegue isso rápido sim... tenho quase certeza que a loja de artigos de quadribol no Beco Diagonal vende por catálogo, e não deve levar mais de uma semana pra entregarem um kit simples. — Se ele perguntasse para Gabriella, ela certamente teria essa informação, mas ainda não sabia se podia (ou queria) conversar com a colega de casa. — O item mais caro de todos é o nível. Não sei quanto está agora, mas quando comprei minha vassoura ano passado cheguei a dar uma olhada e estava na faixa de uns 15 galeões, 20 no máximo. Dá pra conseguir um bom kit de ferramentas por 10 galeões... não sei quanto é um refil de cerdas da Comet, mas também não deve passar disso. Cera a gente já tem, e eu não gastaria mais de um galeão em meia-dúzia de flanelas e uma lixa fina. Ou seja, isso tudo dá... — Fez as contas rapidamente fechando os dedos da mão. — Uns 35, 40 galeões. Que é uma boa grana, mas dá pra arranjar gente pra rachar isso aí de forma a doer menos no bolso. Agora, quem pode ajudar...

Anjali pareceu se lembrar de algo, interrompendo-o. — Acho que a família de um corvinal do quarto an—shh, sossega aí que o assunto chegou. — Sam virou o corpo no assento, olhando na direção da entrada do salão, e de fato Gerry estava lá, pescoço esticado para procurar os amigos, parecendo um pouco agitado. A ficha demorou a cair para Aidan, que continuava a tecer comentários sobre vassouras e surpresas e vaquinhas, mas o lufano acabou se calando com um “ouch!”, seguido ao qual a indiana pôs-se a pular na cadeira, agitando os braços. — Eeeei, Gerry, eles tão aqui!

Enquanto ainda estavam fora do raio de alcance dos ouvidos do grifinório, Sam ainda teve tempo de acrescentar: — Ok, depois do café um de nós distrai o Gerry enquanto os outros dois procuram doadores, combinado?


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Mensagem por Gerry Vakarian Qua Out 03, 2012 5:10 pm

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Para quem tinha passado boa parte das férias em uma eterna discussão sobre eficiência da justiça – leia-se, dos aurores e do Ministério –, correndo o risco de chamar o próprio pai de pau mandado um sem número de vezes, até estar prestes a jogar pela janela o sonho de fazer parte do esquadrão algum dia, aquele início do sexto ano em Hogwarts estava sendo particularmente promissor. Ou não.

Portador de um quadro crônico da síndrome da responsabilidade, Gerry Vakarian muitas vezes esquecia que, no fim das contas, era um adolescente como todos os seus colegas, e que isso podia sim implicar em conflitos de ideias – nada mais comum, aliás. Mas acostumado que era a manter tudo muito em ordem, inclusive o próprio cérebro, já não vinha lidando bem com as tentativas de conciliar a pré-disposição a se tornar um auror (dedicara absolutamente toda a sua vida estudantil a isso, até então) e a atual opinião de que o sistema era uma máquina emperrada em burocracias, que não dava conta do que tinha de resolver de verdade. E os episódios do sábado só colaboravam para agravar a situação.

(Por Merlin, ele havia concordado com Gabriella Alleborn, a criatura gratuitamente desordeira que ele aprendera a desprezar ao longo de anos de palhaçadas no Salão Comunal grifinório. Mais do que isso, ele havia se levantado para apoiá-la e, ao fim, tinha que assumir que a respeitava também. E ela, por sua vez, parecia nutrir algum respeito por ele depois do episódio.)

A verdade era que, ao mesmo tempo em que se sentia orgulhoso por ter feito parte do levante – e por ver tantos amigos se posicionarem também –, andava por aí como se tivesse um nó na garganta que não conseguisse engolir de jeito nenhum. Porque não gostava de incitar confusões e, sinceramente, o movimento dos revoltosos podia ter sido mais organizado. A manifestação acabou saindo de linha, com direito fogo no salão, e por sorte o Diretor Saedrae (o homem devia ter a caixa torácica enfeitiçada para comportar um coração daquele tamanho todo) trouxe de volta a ordem, reconhecendo que eles tinham sim o direito à queixa. Aliás, não podia esquecer também que Sir Kenneth tinha também apoiado as cabeças pensantes daquele projeto de revolução – mas também não podia esperar coisa diferente dele. Talvez conseguisse processar melhor tudo aquilo depois de uma conversa com o professor de História da Magia, mas enquanto não viesse a primeira aula da matéria, teria que se contentar em remoer sozinho aquela cena toda e o que veio logo depois, na manhã de domingo: seu distintivo de monitor.

A conversa com o professor van den Berg tinha sido rápida demais, interrompida por um chamado da diretoria; ficou no ar a promessa de que terminariam o assunto mais tarde, mas sabendo quão ocupados os professores de Hogwarts costumavam ser, em especial os chefes de casa (e ainda mais o mestre de Transfiguração, conceituado que era), Gerry não tinha esperanças de ter tão cedo uma explicação em maiores detalhes do porquê de sua escolha para a monitoria, justamente agora. Certo, ele havia sido sondado no ano anterior, quando acabou pedindo ao professor que não lhe designasse para o cargo; o holandês sabia bem quão caxias era capaz de ser – diabos, ele engraxava os próprios sapatos e sempre avisava a Gupta quando os dele precisavam de uma boa mão de graxa! –, e aquela missão de patrulhar corredores provavelmente lhe tiraria o foco dos estudos. Mas agora que o rapaz que entrara em seu lugar tinha pedido transferência para Durmstrang, a vaga ficara aberta novamente e acabou sendo oferecida a ele outra vez, sem direito de recusa. Como era de se esperar.

Mas tinha que ser justo depois do que aconteceu no banquete?

Sem conseguir entender se aquilo era uma espécie de castigo para lembrá-lo de suas responsabilidades e mantê-lo na linha, ou um incentivo a continuar correndo atrás de ser justo a qualquer preço, Gerry seguiu em passos apressados pelos corredores de Hogwarts, rumo ao Salão Principal; amuado como estava, teria era se arrastado ao longo do caminho, mas a fome que revirava o estômago ainda em jejum falava mais alto que seu desânimo. Ao chegar para o café da manhã, estranhou ao ouvir uma voz aguda (“estridente” talvez fosse melhor) chamando por seu nome – ou por qualquer coisa que soava como “Gerry”, mas com erres demais. Olhando em volta, descobriu que era Malhotra, acenando como se pretendesse levantar voo; por alguma razão muito além da compreensão do grifinório, Gupta e Sheppard estavam tomando café com ela. E desde quando aqueles dois indianos se misturavam, para início de conversa?

– Opa. – Cumprimentou a todos sem sinal de ânimo na voz, espremendo-se um pouco para dividir o banco com os dois amigos. Seria mais lógico sentar-se com Malhotra, que tinha mais espaço livre, mas não eram próximos o bastante para isso.

A reação de Sheppard e Gupta, um bem ao seu lado, o outro logo além do primeiro, não foi surpresa: ambos voltaram a atenção para o recém-chegado, entre a curiosidade e a preocupação. Gupta, que dividia quarto com o holandês, já sabia desde cedo da convocação para uma conversa com o chefe da casa, enquanto o lufano (de quem Gerry roubou o prato de panquecas largado de lado) certamente se preocuparia de toda forma. Olhando de canto para eles, o garoto enfiou a mão no bolso da calça, puxando de dentro dele o distintivo que ainda nem sabia bem como usar. Ao mostrá-lo para os amigos, o que sentia era metade frustração, metade resignação. – Olha essa, Sheppard. Tamos no mesmo barco, agora.

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Mensagem por Aidan Sheppard Sex Out 05, 2012 1:39 pm

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Não tinha entendido nada dos sinais de Anjali, parecia que estava tocando algum inseto ou que era um momento especial para dar as bençãos na mesa, algo entre essas duas ações, enquanto ele conversava com Sam sobre o presente do amigo deles. Só entendeu que tudo aquilo significava que Gerry estava chegando quando, pouco tempo após ela dizê-lo com todas as letras, o amigo magrelo logo se plantava ao seu lado, se espremendo na mesa lufana. Aidan não pareceu se importar com a invasão grifinória e nem com o roubo de suas panquecas, abrindo um sorriso cheio de preocupação que se desfez em alívio e muito de satisfação quando o novo distintivo foi mostrado bem de frente ao seu nariz. Havia muito de orgulho também, principalmente quando estendeu um braço pelos ombros de Gerry e puxou o grifinório para um meio abraço apertado mesmo enquanto ele ainda engolia suas panquecas.

- Wow! Monitor agora também, Vakarian? Ano passado você recusou, o que foi que te levou a engrossar nossas fileiras, huh?

Estava verdadeiramente orgulhoso do amigo, desde o banquete do dia anterior quando ele se levantara todo coberto de razão e sensatez e se pronunciara no silêncio junto com Gabriella Alleborn. Sempre se sentira orgulhoso da amizade deles, não havia um único momento que lamentasse ou se ressentisse de que o primeiro amigo que fizera em Hogwarts. Mas, naquele banquete, quando o grifinório defendeu tudo o que ele acreditava e insistiu em sua defesa, Aidan podia ter sentido o peito estourar de orgulho, inflamado com a justa voz do amigo. Como agora, ao ver o distintivo de monitor pairando à frente do seu nariz quase com modéstia.

Deu um soco bem fraco com a mão livre no ombro mais perto dele e finalmente soltou o grifinório que já devia estar com saudades das panquecas (roubadas do lufano).

- Parabéns, Vakarian! Agora vamos poder fazer a ronda juntos, huh? E aqui, bota uma calda de blueberry aí nessas panquecas, toma.


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Mensagem por Gerry Vakarian Sex Out 05, 2012 4:26 pm

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Verdade seja dita: podia até não estar no Hino de Hogwarts, na música do Chapéu Seletor ou em qualquer outro registro oficial da escola, mas lufanos deviam receber algum tipo de instrução especial sobre como fazer catástrofes e tragédias parecerem coisas bacanas e felizes pelas quais você deve ser grato.

Ou talvez isso fosse coisa de canadenses, vai saber. Weismann era mais normal que Sheppard, pelo menos.

Porque esse era o único jeito de explicar como Aidan atropelara sem dó o ar de enterro de Gerry, todo sorrisos meios-abraços tortos, como se a monitoria fosse mesmo motivo de comemoração. E, pensando bem, talvez até fosse; o problema era convencer o holandês a encará-la assim. De qualquer forma, ele não teve como não sorrir em resposta à empolgação do outro, chegando a soltar um riso fraco quando levou um soco no ombro.

Até que se viu livre e foi atacar as panquecas, óbvio, porque estava morto de fome.

– Não, nem esquenta! – Foi falando enquanto mastigava um primeiro pedaço, a mão cobrindo a boca cheia. – Não precisa de calda não... Ow, pera. Agora que começou, é pra fazer direito, né? Joga mais aí, faz favor.

Sufocou uma risada em um demorado gole de suco de laranja (de quem era aquele copo?), apressado para terminar a refeição por pura questão de hábito; era mais fácil processar que chegara atrasado para o café da manhã do que o fato de que ainda era domingo, o que implicava em ter todo um dia de nada pela frente. Sair do dormitório sem o uniforme já tinha sido uma batalha.

– É isso aí, vamos fazer a ronda juntos. Bom que eu não fico tão de novato assim no cargo, né? Quero mesmo ver se você me passa umas manhas... – E se antes olhava meio para o amigo, meio para a comida, acabou voltando o rosto para ele de vez. – Valeu, Sheppard. Pelos parabéns, digo.

A fala morreu no ar enquanto Gerry ponderava a respeito da pergunta com que o canadense iniciara a conversa; no fim das contas, ele também não tinha ideia do que o levara a ser chamado mais uma vez para assumir a monitoria. Tudo que lhe restava, portanto, era ser absolutamente sincero.

– E sei lá. O Professor van den Berg provavelmente decidiu passar o distintivo logo pra mim porque o cara que entrou ano passado pegou transferência pra Durmstrang, então a vaga ficou sem dono. Sem contar que... – Estalou a língua, desconfortável. – Ah. Depois do que aconteceu ontem no banquete, eu nem sei como pensar nisso aqui. Só sei que não tinha cara pra me recusar outra vez.

Foi quando se lembrou da presença de Malhotra e julgou que seria justo incluir a garota na conversa de alguma forma, por mais que não tivesse realmente interesse nisso – além do que, preferia não discutir o que considerava questões pessoais na frente dos outros. Pegou mais um pedaço de panqueca, então, voltando sua atenção para o prato.

– Mas e vocês, tão arrumando o quê, hoje?

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Mensagem por Insye T. Cousland Sáb Out 06, 2012 11:00 am

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Cousland não tinha certeza de como tinha conseguido dormir naquela noite, não tinha sequer certeza de como tinha conseguido entrar na Grifinória ao invés do plano original de ocupar o Salão Principal e dormir sobre uma das mesas, a toalha servindo de cobertor. Passar por todos aqueles fantasmas nunca tinha um grande problema, mesmo que ela não soubesse cantar direito, eles sempre uniam suas vozes à sua desafinada e ela seguia até, de fato, adentrar sua casa. Agora, porém, a perspectiva de encarar fantasmas lhe causava um pavor irracional, um pavor que corroía suas entranhas e se acomodava em sua espinha dorsal, um pavor que a desmerecia enquanto grifinória.

Mas ela tinha amigos. Se estava agora altiva como sempre, o cabelo comprido solto do habitual rabo-de-cavalo, andando novamente pelo Salão Principal depois de ter dormido em sua cama, era porque ela tinha amigos.

Um deles estava sentado à mesa da Lufa-Lufa e, como ainda não havia nem sinal de Evan pelo lugar, provavelmente dormindo ou pensando em quadribol ou algo nessa linha, Insye achou mais fácil seguir na direção da figura magra em vermelho e dourado que se destacava em uma mesa cheia de lufanos, ao lado do seu sempre constante amigo amarelo.

Reconheceu ainda Sanjaya Gupta, que anunciou seu namoro com uma sonserina que, se ela não se enganava, se chamava Burton, de uma maneira nada convencional como a menina se unir ao namorado na mesa da Grifinória na pequena revolução no banquete de abertura, o que fez a grifinória rir um pouco ao se lembrar da sonserina, miúda e delicada como uma boneca de porcelana - provavelmente tão assustadora quanto uma também - encarando todo mundo de pé na mesa da Grifinória.

Por fim, sem cerimônia alguma e apenas com um menear de cabeça para os lufanos ao longo da mesa, se sentou ao lado de Anjali Marmota/Malontra (ela não era realmente boa com nomes, só se lembrava da garota derrubando gente de suas vassouras como se fosse uma arte conceituada e renomada), e de frente ao amigo. Amigo esse, aliás, que tinha sumido durante o período da manhã, levantando boatos de que a pedido do mestre Karl, o que só podia significar uma coisa...

- E aí, Vakarian, mestre Karl finalmente te empurrou o distintivo? - ela falou, não fazendo muita cerimônia em encher uma travessa de cereais e depois leite, ainda que o estômago embrulhasse com o olhar atravessado que um dos lufanos, o que parecia uma daquelas princesinhas de filmes trouxas, estava lhe dirigindo. Droga, ela tinha esquecido de cumprimentá-los, não era isso? Esse pessoal da Lufa-Lufa tinha dessas - Bom dia, Gupta, Anjali, Sheppard... Sheppard, me passa a linhaça aí do seu lado?

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Mensagem por Gerry Vakarian Dom Out 07, 2012 11:48 am

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Apesar do ar sempre muito sério – ou jeito de velho, como muitos acusariam, e com razão –, Gerry não era tão fechado entre os amigos. Nem de longe tinha a simpatia de Aidan ou mesmo a tranquilidade mansa e Sanjaya, mas ao contrário do que costumava demonstrar, possuía sim um senso de humor fácil e, dependendo da situação, era capaz mesmo de rir um bocado (coisa que o canadense, aliás, já tinha registrado em vídeo, alegando que era só por garantia).

Por outro lado, o grifinório não tinha muito jeito com sutilezas ou gestos mais delicados como, por exemplo, oferecer o consolo que supunha que Insye precisava – e certamente merecia. Porque ela podia bancar a durona (os dois eram extremamente parecidos nesse aspecto, além de tantos outros), mas ele bem sabia que, em momentos ruins, algo simples como um abraço ou mesmo um tapinha no ombro fazia toda a diferença. O grande problema era que ele realmente não conseguia tomar uma atitude a respeito, desconfortável que era com contato físico. E a máquina de abraços lufana, por sua vez, parecia bem pouco disposta a demonstrar qualquer simpatia pela garota, passando a linhaça para ela com um “toma” mais seco que o Saara.

O sorriso que tinha conseguido abrir com a chegada de Insye não resistiu à falta de educação de Sheppard, que tinha irritante mania de implicar com as amizades de Gerry que não faziam parte de seu círculo comum – vide a perseguição gratuita ao pobre do Michael Alleborn. Olhou torto para o canadense a seu lado, e até tentou cutucá-lo nas costelas com o cotovelo, mas espremidos como estavam naquele banco, nem espaço teve para isso. Conformou-se então em soltar o ar dos pulmões pesadamente, voltando sua atenção para a pergunta da amiga. Melhor do que esquentar a cabeça com as cismas inexplicáveis de Aidan.

– É, dessa vez eu não tive como negar... Pelo menos escapei por um ano, né? Agora já deu tempo do Sheppard pegar experiência e me passar uns truques. – Tentou angariar algum humor na voz, por mais que a perspectiva de trazer o foco do assunto de volta para si o perturbasse. E então, numa tentativa de parecer ao menos prestativo e retribuir o apoio que a amiga dera a ele no Salão Principal, quando se ergueu e corroborou sua atitude com um tapa firme no ombro, Gerry estendeu a mão e repetiu o gesto, batendo de leve no braço dela, pouco acima do pulso. Sentia muito, mas era o melhor que podia fazer. – Bom te ver, aliás. Achei que nem fosse te achar aqui tão cedo... Dormiu direito, então?


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Mensagem por Aidan Sheppard Ter Out 09, 2012 12:54 am

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- Ah, vá! Para com isso! - ele meneava a cabeça, já tinha se acostumado com o cabelo caindo pra frente que não se incomodava mais com isso, e enchia o copo de suco que antes era seu, colocando-o à frente do copo do (novo) monitor grifinório - Foi pelo mesmo motivo do ano passado, mas agora ele foi esperto e não te deu chance de dizer não. Aliás, depois daquele banquete, eu tenho certeza que só aumentou a lista de motivos... aquilo foi... ridículo. - ele suspirou, não precisava dizer nada para que Gerry entendesse que o menear de cabeça indicava que "aquilo" era o discurso do vice-diretor e a conversa sobre delinquência juvenil - Esperto mesmo, viu. Você vai dar um bom monitor, muito bom, e eu posso te ajudar no começo, só que acho que você não vai precisar disso.

E, muito satisfeito com a resolução, ele apertou de novo o ombro de Gerry, um sorriso no rosto, enquanto se voltava para encarar um pedaço de castella, por algum motivo, gostava daquilo no café da manhã. Tinha acabado de fechar os dentes na primeira mordida quando o amigo mudou subitamente de assunto e perguntou qual eram os planos deles para aquela tarde. Oh-oh. Aidan não era bom em mentir para ele, nunca tinha sido e nunca ia ser, Gerry podia lê-lo como um livro infantil estampado em letras garrafais e desenhos coloridos, sempre. Portanto, tinha que agradecer a entidade que o fez engasgar com o bolo e ter um acesso de tosse, os tapas de Sam quase desmontando sua coluna na tentativa de ajudá-lo a engolir ou colocar para fora ou morrer antes de ter que responder aquilo.

Por sorte (?) não teve mais tempo para responder também porque Insye Cousland passou pela mesa da Grifinória sem emprestar muita atenção e logo se sentou ao lado de Anjali, fazendo uma cética sobrancelha se levantar mesmo no fim de um acesso de tosse, se perguntando se estavam dedetizando a mesa rubra e dourada ou coisa assim, só isso explicaria. Ela era parecida demais com Gerry, mas só isso. Orelhas, olhos e cabelo escuro, mas era meio seca quando ele era polido e sequer teve o espírito de cumprimentar aqueles cuja mesa ela invadia antes de se dirigir a Vakarian para falar sobre o novo distintivo (como ela sabia disso?). É, sem dúvida mais seca do que Gerry, bem mais, e ele não entendia porque se sentar junto aos lufanos sem se dirigir a eles, inclusive. Estreitou os olhos escuros.

- Bom dia, Gupta, Anjali, Sheppard... Sheppard, me passa a linhaça aí do seu lado? - ah, agora ela finalmente falava com os outros presentes? Tsc. Mas ele ficou quieto, passando o que ela tinha pedido e só, voltando sua atenção ao bolo meio mordido sobre o prato. Até entendia aquela garota, depois de tudo o que aconteceu a ela, não era de se espantar que caminhasse sob um manto de desdém, costas retas, sem desperdiçar cortesia por aí. Ele entendia, tinha perdido o pai, duas vezes se fosse contar, e sabia como era aquela sensação corroendo por dentro, um vazio quando finalmente se entende que não há a mínima chance de revê-los de novo, de ouvir suas vozes, rir, conversar ou simplesmente olhar para eles. Ele, mais do que ninguém, podia entender.

Mesmo assim,isso não justificava tudo.

- Não tem tanto truque assim... - respondeu, mordeu outro pedaço do bolo - Bom senso costuma cuidar de todas as situações que você se deparar nesse novo ofício.



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Mensagem por Sam Gupta Ter Out 09, 2012 2:04 am

Então tinha sido aquele o motivo da convocação de Gerry. Se por um lado aquilo deixava Sam um pouquinho aliviado (pelo menos não era nada sobre o levante da noite anterior), por outro também era um bom motivo para se preocupar. Afinal, ele dividia o quarto com Gerry desde sempre, e sabia o quanto o holandês havia relutado contra o convite da direção à monitoria no ano anterior. E podia não ser o cara mais atento de toda a Grifinória, mas não era difícil notar que o ânimo de Gerry ao se juntar ao grupo e mostrar o distintivo não era dos melhores.

E, claro, havia um outro porém também. — Ah, não, cara — Forçou um lamento, olhando para o distintivo meio de rabo de olho. — Isso não vai dar certo. Agora você vai poder tirar ponto por uniforme desarrumado? Porque se puder, já vi que a Grifinória termina o ano com saldo negativo na Taça das Casas, e eu não tô nem considerando os pontos que a gente deve perder por ontem. — Ainda que ele estivesse tentando fazer soar como brincadeira, havia fundo de verdade na preocupação de Sam: praticamente todas as manhãs Gerry encontrava algum motivo para criticar o asseio do colega de quarto – fosse pelos sapatos mal-engraxados, pela camisa que não se decidia entre ficar pra dentro ou pra fora da calça, pelo nó da gravata mal-feito ou por deixar roupas espalhadas no banheiro – e olha que o descendente de indianos era mais asseado que a média.

Mas já que tinha levantado o assunto do banquete, quase chegou a formular uma pergunta sobre a situação, se é que o prof. Karl tinha passado alguma informação a respeito para o novo monitor grifo. Quase, porque Aidan e Gerry começaram a conversar sobre a monitoria e Sam, educado que era, ficou esperando uma deixa para falar – que nunca apareceu, porque 1) Gerry perguntou sobre o que eles pretendiam fazer naquela tarde e com isso Aidan (que conseguia ser pior do que Sam em matéria de fazer surpresas) quase morreu engasgado com um pedaço de bolo, o que pelo menos evitou que ele revelasse qualquer coisa sobre o plano da vassoura; e 2) logo depois disso foi a vez de Insye aparecer e se juntar à mesa, e com isso Gerry esqueceu a pergunta (mais tarde precisava acender um incensinho pra Ganesha por desatar aquele nó).

Aliás, Sam tinha que dar o braço a torcer a respeito de uma coisa: Gerry e Insye bem podiam “se acertar”. Ele nunca tinha dado muita atenção à questão porque, bom, eles eram os Três Solteirões e garotas eram um assunto tabu no trio, mas o grifinório andava particularmente romântico desde que traíra o movimento começara ele mesmo a namorar, e depois do mau-humor de Gerry no trem, talvez fosse bom pra ele demonstrar algum interesse por uma menina também. Pelo menos assim o holandês talvez entendesse o motivo do sumiço de Sam durante as férias. E poxa, ele e Insye pareciam se dar bastante bem – e eles até combinavam fisicamente falando. Devia perguntar a opinião de Adela sobre isso; sua Pequena certamente daria uma boa contribuição ao caso.

Claro que só restaria um problema: Aidan não ia gostar nada de ser o último Solteirão do grupo. Aliás, qualquer menina que ousasse ficar com Gerry teria que passar pelo crivo dele primeiro – Aidan era esse tipo de amigo. (Sam tinha escapado da fúria lufana em parte porque Adela se dava bem com seus amigos, e em parte porque, do trio, o grude do canadense sempre tinha sido maior com Gerry.) E pelo jeito como Aidan tinha voltado a atacar o bolo castella, o futuro não brilhava muito pro mais novo potencial casal de grifinórios.

Sam olhou para a mesa da Sonserina, na esperança de chamar a atenção de Delinha, mas o assunto dela com Louise pelo jeito era tão sério que a loira nem mesmo fazia contato visual com ele. Restou ao grifinório lançar um pedido de socorro com os olhos para Anjali, na esperança de que a garota – que, com todos os seus defeitos, certamente tinha muito mais traquejo social que Sam – desse um jeito no climão manero que se abatera sobre a mesa da Lufa-Lufa.

Mas o pior é que a visão que teve não era muito animadora: a lufana não parecia estar se sentindo nada bem. — Ahn. Tá tudo bem aí, Malhotra? Cê tá com uma cara meio estranha. — Mentalmente, Sam ficou feliz de ainda não ter dado atenção ao próprio estômago. Será que tinham servido comida estragada no café?


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Mensagem por Anjali Malhotra Ter Out 09, 2012 2:21 am

05!


O café da manhã com Aidan e Sanjaya até que vinha sendo bem melhor do que a encomenda – e muito disso se devia, claro, à inquestionável presença de espírito dela, a primeira e única Anjali Malhotra. Tinha conseguido dobrar o Pãozinho do Punjabe até que ele ao menos a tratasse direito e, no fim das contas, se tornara uma peça importante para o plano que os meninos traçavam para presentear o amigo magrelo. Sorte dele, aliás, que a indiana tivesse dado um jeito de se meter na história: se fosse depender dos conhecimentos de newbies dos dois (um assumido, o outro fingindo ser capitão de um time), o pobrezinho era capaz de se ver montado em um esfregão voador.

Começar o domingo salvando o dia na hora do café, e ainda com a previsão de salvar outra vez logo depois do almoço – no caso, deixando Yasmin prontinha para encontrar seu faraó e enrolar ele de vez. Era assim que Anjali, vulgo Jahli (e também conhecida como a mais promissora futura estrela de Bollywood) gostava de viver. Terminou seu muffin com tanta empolgação que mais parecia comer um manjar dos deuses, e cumprimentou Gerry com um sorriso patenteado assim que ele se juntou ao grupo, mesmo que o garoto não lhe desse lá muita confiança.

Isso até que ela chegou e tomou o lugar a seu lado.

Não, Anjali não tinha absolutamente nada contra Insye Cousland, muito pelo contrário. Apesar de não entender o jeitão fechado da menina, achava que era admirável a seu modo, muito distinta e nobre ao circular por Hogwarts – a bem da verdade, a lufana seria capaz de encontrar motivos e desculpas para elogiar quase qualquer pessoa que lhe apontassem.

Mas hoje não.

A chegada de Insye foi como um punho se fechando ao redor da garganta de Anjali, sufocando. Sentiu o coração pesado, batendo mais forte e mais rápido, e teve que se esforçar para engolir em seco o bolo azedo e raivoso que parecia querer emergir de seu estômago, que se revirava em um nó. Demorou a perceber que tinha as mãos fechadas sobre a mesa, as unhas machucando as palmas.

Dividida entre aquela sensação horrível lhe devorando o peito e a aflição de sequer entender como aquilo havia começado, procurou ao redor de si alguma resposta. A primeira coisa que encontrou foi um par de olhos escuros muito estreitos fulminando aquela tal que nem tinha consideração com os outros—Não. Respirou fundo, tentando ignorar que Insye estava logo ali do lado, concentrando-se em acabar com mais um copo de água em goles ávidos. E foi então que, pelo canto do campo de visão, notou Gerry dar um tapinha amistoso no braço da orelhuda e, por todos os trocentos deuses do panteão hindu (ela nunca lembrava quantos eram), Anjali não tinha ideia de como conseguira conter a vontade de estapear a mão do grifinório só para interromper o gesto.

– Ahn. Tá tudo bem aí, Malhotra? – A voz de Sanjaya chegou a ela em um sussurro, bem na hora. – Cê tá com uma cara meio estranha.

É, uma cara estranha. Provavelmente tão estranha quanto a de Ajay Devgan em uma das últimas cenas de Omkara, logo antes de matar sua Dolly.

– Tô bem não, Gupta. – Respondeu baixinho, e se soou mais seca do que gostaria, a culpa definitivamente não era dela. – Quer, sei lá, levantar um pouco e...

A sugestão morreu no ar, contudo, assim que Anjali se lembrou da barata descascada albina que se sentava à mesa das cobras e tinha angariado o seu futuro marido. Claro que ele não ia fazer nada por ela, por quem merecia e precisava, porque a firangi aguada provavelmente o mantinha na coleira e—

Não, aquela não era ela falando. De novo. Precisava sair dali a todo custo.

Sem nem se dar ao trabalho de explicar, a indiana fez menção de se erguer e cair fora; não conseguiu, porém, o movimento sendo interrompido de imediato por uma emoção estranha que a atingiu. Ao contrário do que ocorrera antes, feito um soco violento no estômago, queimando, essa era lenta e fria, travando seus músculos e deixando-a exageradamente alerta.

Com o fiapo de consciência não ocupado em manter suas reações sob controle, Anjali jurou para si mesma jamais tomar café com aquele bando de mal resolvidos outra vez.

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Mensagem por Ludwig Cadwallader Qua Out 10, 2012 9:39 pm

N7
ou da dificuldade de dialogar quando sua barra de Paragon não está cheia



Não fosse o tremendo bom senso (ou senso do ridículo) que cultivara ao longo de seus 17, quase 18 anos de vida, Ludwig admitiria ter motivos para se sentir particularmente vitorioso naquela manhã de domingo, ainda colhendo os louros da véspera. Afinal de contas, tinha sido capaz de parecer absolutamente normal (ou quase isso) ao longo de toda a viagem do Expresso, apesar de ter sido violentamente arrancado de suas CNTP.

Em suma, os fatos: primeiro, ao invés de encontrar Olivia Cross, o que aparecera em seu caminho tinha sido um chapéu – e com ele, a dona, uma ruiva saída diretamente das páginas de Milo Manara. Na sequência, fora arrastado por aquele furacão vermelho em uma busca pela conhecida em comum perdida (sim, Cross) e, quando finalmente a localizaram, os três acabaram por dividir uma cabine. E ainda que tivesse falado muito menos que as garotas durante o trajeto, ao menos podia contar com a desculpa de que elas eram amigas, enquanto ele estava simplesmente acompanhando as duas. Mas mesmo pouco participando da conversa, fora capaz de tomar uma série de notas mentais a respeito da menina do chapéu e –aí estava a grande conquista do fim de semana – não havia esquecido de nada. Annie Reid estava no sexto ano, tal qual Olivia, e se tinha um sotaque peculiar, era porque havia nascido na Grécia. Gostava de leitura, aparentemente tinha pretensões literárias e fazia parte da equipe do jornal da escola.

Ainda que não fosse religioso (tecnicamente agnóstico, apesar de não ser o termo mais preciso), Ludwig repetiu para si mesmo aqueles pequenos fatos como se fosse um mantra ao longo de boa parte do caminho e, depois, durante o discurso de abertura do ano. Se não tinha percebido qualquer coisa de errado na cerimônia até que o Professor de Defesa Contra Artes das Trevas se estatelou contra outro, a culpa era da Ruiva.

E obviamente também era culpa dela se, no dia seguinte, ele não conseguisse se lembrar de nenhuma das pendências que havia anotado no braço antes do encontro em King’s Cross, a mente tomada por tons de vermelho e laranja e ferrugem.

Desceu para o café da manhã na esperança de encontrá-la e, quem sabe, aproveitar para puxar conversa e começar a colocar em dia os seis anos perdidos. Obviamente lhe escapara à atenção o fato de que era domingo, até que percebeu que, considerando o horário, o Salão Principal ainda estava vazio demais. Mas se havia um mal do qual Ludwig não sofria (e convenhamos, de males ele estava cheio), era o da impaciência. Catou um lugar para si, sozinho como de costume (porque Hassan, com uma festa pela frente, não desistiria de seu sono de beleza tão cedo), e esperou.

E esperou.

Praticamente mascando o quarto muffin da manhã por pura falta do que fazer, o corvinal deixou o olhar vagar por todo o ambiente, por pura distração. Mas acabou que um rosto lá na mesa da Lufa-Lufa chamou sua atenção, trazendo-o de volta a um dos tópicos que queria ter discutido no dia anterior.

Sem desviar os olhos (sabe-se lá o que poderia chamar sua atenção, fazendo com que ele tomasse outro rumo ou simplesmente esquecesse mais uma vez o motivo de sua empolgação), levantou-se e seguiu em passos apressados até o grupo heterogêneo formado por três grifinórios (os dois de sempre e uma garota que talvez fosse irmã gêmea do provável parceiro de Aidan Sheppard) e um casal lufano (sendo um deles seu alvo).

– Aidan, você! – Sabia que não era exatamente educado chegar em um grupo a. apontando para uma pessoa; b. ignorando todas as outras, mas aquela era uma questão de vida ou morte, que esperara quase uma semana inteira para se resolver (afinal, ele obviamente se esquecera de enviar um email para o colega antes que ele deixasse o... era no Canadá que ele vivia?). – Teoria da indocrinação. Você viu os vídeos? E viu que negaram tudo?

Francamente, os executivos da BioWare eram todos loucos.


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Última edição por Ludwig Cadwallader em Qui Out 11, 2012 1:09 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Insye T. Cousland Qui Out 11, 2012 12:00 am

.03

Uma coisa era certa sobre ela, não costumava se importar com o que os outros pensavam ou deixavam de pensar a seu respeito e não modificava um milímetro do seu comportamento só para tornar o mundo ao seu redor confortável. Já tinha problemas demais para lidar sozinha sem precisar disso, já tinha um irmão que ainda não tinha perdido a esperança de achar, mesmo que fosse só a casca sem vida e poder sepultá-lo direito, e tinha também que descobrir o que tinha acontecido, porque tinha acordado naquela noite com os sons esquisitos e visto sua casa inteira ser consumida no fogo, figuras encapuzadas fazendo todo o serviço. Tinha que pensar em sua própria sobrevivência porque os jornais fizeram o favor de anunciar que uma Cousland tinha sobrevivido, era coisa demais sem ter que lidar com frescuras alheias que ela nem sequer entendia.

Isso acontecia no momento, aliás.

Primeiro, tinha Gerry Vakarian conversando com ela e tentando ser solidário, uma mão dando um tapinha em seu braço e ela percebeu que era importante porque fora o lufano (e ela já chegaria nesse) que tinha alguns problemas com espaço e noção de pessoalidade, Vakarian não costumava ser de ficar tocando muito as pessoas, muito menos de tentar consolá-las mesmo quando não tivesse aberto a boca para reclamar. Era um bom amigo, um daqueles que tinha ideal de justiça e tudo mais e ainda não tinha apanhado da realidade, era também quase tão leal quanto se fosse da Lufa-Lufa. Era também ridiculamente parecido com ela, das orelhas de abano que cabelo nenhum escondia, da palidez que nenhum sol dava conta, ao semi-gigantismo e magreza e o jeito como andava reto. Toda gente vivia dizendo isso, e se não perguntavam se eram parentes, afirmavam outras coisas bem diferentes.

Geralmente ela ria, ou, melhor dizendo, apenas olhava e não se importava e depois se matava de rir com Evan dessas comparações ridículas, mas esse ano estava todo esquisito e bizarro e ela não achou mais graça nisso. Seu irmão mesmo provavelmente estava morto, como tudo o que tinha sido dela. Gerry Vakarian não era seu irmão e nunca ia ser, e tentava conversar com ela como se soubesse que ela preciasse disso.

Mas daí tinha uma coisa muito errada com os lufanos naquela mesa. Ela não sabia exatamente o que, estavam beligerantes desde o banquete, com aquele que tinha olhos se apertando e lábios em uma linha ricta, como se a comida não estivesse boa, se levantando e esbravejando com o vice-diretor e o mundo. Nunca ia esperar algo assim do amigo de Gerry, o garoto parecia delicado demais pra essas coisas, bonzinho em demasia, daquele tipo que não conhece o mundo e vive perdido em algum canto entre Disney e Nárnia. Mas não, ele tinha falado um monte e defendido sua posição como se fosse um leão (texugos eram assustadores, tinha certeza) e agora parecia que podia matar alguém só com a força do pensamento.

Teve a estranha sensação de que a vítima seria ela, só por conta de um punhado de linhaça.

O problema era que Anjali também não parecia nada bem, tinha o mesmo tipo de olhar do outro lufano e Insye começou a se perguntar se era culpa do resto dos muffins que ainda jaziam sobre os pratos deles. Então se lembrou que a lufana estava no mesmo surto de raiva que o Sheppard desde o banquete e que, de algum modo, tinha atraído isso para si ao tentar tirar um pouco da comida deles.

- Eu consegui dormir, já é algo bom, tsc. - respondeu tentando descobrir com teste prático se a linhaça estava envenenada ao arriscar uma colherada - Nunca durmo bem, sono leve demais, mas já me acostumei.

Ela engolia uma colherada atrás da outra, com a rapidez de alguém que passa necessidade, outra coisa que dividia com o grifinório à sua frente. Tinha quase terminado tudo quando notou outra aproximação da mesa, um garoto da Corvinal, mais velho, ela não se lembrava do nome, só que era algo complexo demais. O lufano pareceu se distrair com uma conversa que ela não entendeu patavinas (Bryce entenderia, suspirou dentro do que sobrava de leite em sua tigela) só que era a vez da teoria do muffin estragado se provar porque Gerry ficou subitamente sério. Não era nada muito mais vsível que uma pequena ruga em sua testa, mas já era algo para quem sempre mantinha um rosto limpo.

Era hora de se retirar dali, não estava com humor pra essas coisas.

- Eu preciso procurar pelo Evan, ele disse que tinha algo a discutir, coisa de quadribol, você deve estar por dentro disso, Gupta, acho que ele quer uma vaga. - e já tinha se levantado da mesa, lamentando que não tinha comido quase nada. Ainda se inclinou um pouco para alcançar a mão do novo monitor e dar um outro tapinha nela, um meio sorriso de agradecimento em seu rosto - Se cuida aí e... pega outra coisa, esses muffins tão esquisitos.

No caminho para fora do salão, ficou pensando e nutrindo uma ideia nova como se fosse um bebê de colo, porém.


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Mensagem por Aidan Sheppard Qui Out 11, 2012 1:06 am

.17


O mesmo copo que ele tinha enchido para Gerry e que já tinha sido bebido pela metade foi o que ele pegou e engoliu o resto do suco, tentando destravar um pouco a garganta e engolir o resto do bolo sem dar muito trabalho para ninguém. Afinal, já tinham a Cousland para pagear e ela com certeza estava precisando mais do que ele, o luto dele já vinha há tempo demais para ele ter se acostumado e ninguém precisava saber disso, ninguém precisava ficar tendo dó dele também por essas coisas como tinham com ela e-

Ludwig Cadwallader se sentou à mesa sem se preocupar muito sequer com um bom dia, já atropelando qualquer coisa para falar de um assunto de suma importância que Aidan se sentia envergonhado por ter esquecido: a teoria da indocrinação. Tinha passado metade das férias frustrado com aquilo, com a loucura da Bioware que ele colocava a culpa na EA, e não tinha podido falar com ninguém porque não sabia que Sam era chegado em Mass Effect (e, mesmo que fosse, ele tinha cortado contato nas férias) e Ludwig não tinha respondido seu email (mas isso era normal, às vezes Aidan se perguntava como é que ele lembrava seu nome). Foi assim que desviou o olhar de Insye Cousland se levantando e segurando a mão de Gerry (era assim que as coisas estavam e ninguém tinha tido a decência de contar a ele? Certo.), engoliu o resto do bolo e alguma outra coisa indefinida em sua garganta, descansando agora em seu estômago, e se voltou para o corvinal.

- Eu vi isso! Aquela porcaria de final, que a DLC não melhorou em nada, a teoria da indocrinação fazia sentido: Shepard estava viajando toda aquela parte do crucible e da Citadel na verdade era só uma briga interna contra a indocrinação enquanto a guerra de verdade continuava ao redor dele. Explicava aquele moleque-deus ridículo e o "eu criei sintéticos para matar os ogânicos antes que os orgânicos criassem sintéticos que os matassem." Sério, que coisa ridícula foi essa? E você nem tem a opção de mandar esse moleque pra lugares nada ortodoxos, nem isso! Fazia sentido o Shepard estar viajando na maionese, mas daí vem a Bioware e confirma que aquilo era real e não tinha indocrinação nenhuma e solta aquela DLC que não serviu pra nada além do Alenko segurando a plaquinha com o nome do Shepard e dando um sorrisinho de quem sabe de alguma coisa. - encheu o copo de novo, bebeu mais um pouco, Insye já não estava mais lá - É, fiz alguma cagada e acabei romanceando o Kaidan, e só fui ver nos 45 do segundo tempo quando ele apareceu na cabine do Shepard e não dava mais tempo pra nada, foi ele mesmo. Aliás, pelo menos a DLC explicou como é que alguém que tinha acabado de jurar amor verdadeiro, amor eterno, foi parar numa nave e deixou você se lascando bonito.... Viu o vídeo do Marauder Shields? E escolhi o final Destroy, sei lá, mudar o DNA de todo mundo sem pedir permissão a eles me pareceu extremo demais, os krogans jamais concordariam com isso. E nem preciso falar do Control.

Porque se tinha algo que destravava a língua de Aidan Sheppard era falar mal dos finais de Mass Effect 3 e estabelecer a Teoria da Indocrinação como headcanon.



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Mensagem por Sam Gupta Sex Out 12, 2012 12:24 am

Aquela conversa tinha pelo menos um ponto positivo: era bem provável que graças a ela Sam nunca desenvolvesse mal de Alzheimer ou outros distúrbios mentais comuns na terceira idade, porque aquela reunião bobinha na mesa da Lufa-Lufa já tinha mais focos de atenção que um jogo de quadribol valendo o campeonato.

Tudo tinha começado com o projeto Uma Vassoura Nova para Gerry Vakarian, que estava indo de vento em popa (1 vassoura garantida + 3 participantes) até que o próprio beneficiário da campanha apareceu e o assunto virou a monitoria; e então veio Insye e o café da manhã virou torta de climão de um jeito que Sam nem sabia direito como ou por quê – e logo depois (ou durante, sei lá) além do clima estranho entre os grifinórios orelhudos e Aidan, Anjali também ficou com cara de que a comida não lhe tinha caído bem (aliás, foi só impressão ou ele levou uma patada de graça? Pombas, ele estava achando até bom conversar numa boa sem ter que se preocupar em desviar dos avanços dela, agora baixou a TPM?).

E aí do nada surge Ludwig “Pornguy” Cadwallader (a alcunha tinha surgido em meio a uma longa discussão sobre os quadrinhos de Milo Manara, revistas masculinas e os prós e contras das fotografias mágicas dentro desse contexto) e o assunto era games, o que fazia com que Sam automaticamente quisesse acompanhar a conversa, mas como o descendente de indianos tinha passado 90% das férias esquentando a orelha com o celular e mantendo a linha telefônica dos Burton ocupada (sem contar o dia que Adela passou em Londres e o que Sam passou em Manchester), ele não tivera muito tempo para finalmente (depois de Aidan passar um ano inteiro insistindo) jogar Mass Effect, ou seja, acabou boiando no papo entre o corvinal e o lufano.

(Lembrando que durante todo esse tempo Sam ainda tinha que dedicar uma fração de sua atenção à mesa da Sonserina, porque além de querer passar o domingo namorando, ainda queria falar com Adela sobre a vaquinha do kit de vassouras, o que nos leva de volta lá ao assunto 1.)

Mas no meio do falatório inflamado e quase compulsivo de Aidan xingando a Bioware – e depois de o grupo (ok, basicamente só Sam e Gerry) se despedir de Insye, que pelo visto também tinha estranhado os muffins – o lufano acabou deixando escapar um comentário que o descendente de indianos pensou ter entendido. E como aquilo trouxe más lembranças, ele teve que se meter na conversa.

— Ow, só diz uma coisa, Aidan, pra eu já ficar esperto quando for pegar ME... essa “cagada” que você fez aí por acaso foi a mesma que te fez romancear o elfo baitola de DA? Porque sério, cara, eu fui seguir teu conselho de chamar o Zevran pra party e foi bem traumatizante. — Porque por mais rápido que Sam tivesse sido em apertar ESC pra pular o cutscene, ainda assim tinha sido doloroso se deparar com aquele “LOVE” na barra de relacionamento. Foram longos minutos cogitando voltar ao último save e perder quase três horas de jogo, e só não recorreu àquela medida drástica porque existia a Morrigan – abençoada Morrigan! – pra salvar a honra do pobre grey warren (e então Sam fingiu que aquele cutscene jamais aconteceu, e nunca mais sequer deu bom dia pro elfo porra-louca até o infeliz morrer).


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Mensagem por Ludwig Cadwallader Sex Out 12, 2012 2:10 am

N7 – parte II
ou entre geths e quarians (ou grifos e lufanos), nada se salva



Apesar do sério problema que tinha com sua constante distração, Ludwig não costumava ter dificuldades em entender as coisas. Ainda assim, talvez pelo fato de não circular por aí em grupos de amigos, tendendo até mesmo a evitar interações sociais (exceto aquelas em que ele tinha de duas a cinco opções de resposta e todo o tempo do mundo para escolher), muita coisa a respeito das pessoas ainda lhe escapava. Por exemplo: não entendeu o que a possível irmã do companheiro constante de Aidan tinha a reclamar dos muffins; ele mesmo havia comido uns tantos e estavam ótimos! Também não compreendia que motivo levava o garoto previamente mencionado a ficar com a cara ainda mais fechada em sua presença, ainda que pudesse supor que as conversas sobre videogames que travava com o amigo lufano e por vezes o indiano não agradassem mesmo a todo mundo em Hogwarts.

Mas o que realmente fugia à sua compreensão era a. por que cargas d’água Aidan parecia estar reclamando de ter romanceado o Major Alenko; de todas as pessoas no mundo, afinal, esperava que o canadense (feito o major, olha que coisa!) considerasse aquela simples possibilidade um grande avanço na mentalidade dos executivos da BioWare, ainda que não houvesse plot que justificasse a súbita mudança na orientação sexual do personagem – até porque, plot por plot, Mass Effect 3 parecia ter esquecido o significado do termo. E b., por que tanta gente insistia em considerar Zevran um personagem gay (geralmente em termos bem pejorativos) enquanto, na verdade, ele era romanceável para wardens de ambos os sexos.

E depois ele é que tinha problemas de atenção.

– Na verdade, Gupta – Boa hora em que decidira assistir Outsourced; ainda que o personagem da série nada tivesse a ver com o grifinório, a associação ajudara a decorar o nome. – Seria mais acertado dizer que o Zevran é bissexual. Ou talvez pan, não sei. – Deu de ombros, com desinteresse. – Muitas representações da cultura élfica em fantasia medieval têm essa carga mais, uh... Sem uma definição muito ocidental de masculino e feminino, e aí às vezes surge essa carga de, digamos, amor livre. Agora, você romanceou ele mesmo? Ou só foi pra tenda? Porque, pra romancear de verdade, tem que conversar, dar presentes, o mesmo esquema de todos os outros... – Coçou então o queixo (resquício de barba por fazer; tinha esquecido de se barbear outra vez), os pensamentos já perdidos entre seus saves de Dragon Age: Origins. – Eu cheguei a fazer isso uma vez, mas te falar que foi muito chato. O sotaque dele me irrita, não sei. Forçaram demais alguma coisa meio muçulmana, mas é só ver nos quarians, ficou muito melhor e... Tsc.

O estalo na ponta da língua refletiu o que veio em sua mente. Lá ia ele, desviando do assunto principal mais uma vez – ainda que, no fim das contas, nem tivesse tanta culpa assim. Gupta, até onde o corvinal sabia, ainda estava sendo iniciado nas artes dos novos RPGs desenvolvidos nos últimos anos, onde um passo em falso pode acabar prendendo você a um relacionamento apocalíptico com quem você não queria, destruindo a confiança previamente estabelecida entre os membros da sua party e, por fim, levando à desgraça total.

Era um pouco triste ver como os jogos andavam parecidos com a realidade, aliás. Mas pelo menos isso garantia alguma satisfação; um mínimo de experiência social ele podia dizer que tinha, depois de salvar a galáxia inteira dos Reapers. E antes disso, salvar o mundo da Blight, com direito a um ritual pagão no meio do processo.

Mas de volta a Aidan.

– Marauder Shields é coisa de gênio. Um minuto de silêncio pelo herói que tentou salvar a gente daquela bomba que foi o fim de ME3. Mas eu não fui de Destroy não, escolhi o Synthesis. Já que decidiram jogar a coerência pela janela, pelo menos poupei a vida da EDI, porque... – Suspirou, e aquilo já deixava claro o que pensava a respeito de EDI, Number Six e Tricia Helfer (também canadense). – Agora, escuta... – Cabeça ligeiramente inclinada para o lado, como um cachorro tentando entender um truque novo, Ludwig franziu o cenho, em um esforço de entender as motivações do amigo. – Você realmente não queria romancear o Alenko? Digo, relacionamento homossexual por relacionamento homossexual, melhor ele do que o Cortez, que foi inventado só pra constar no terceiro jogo.

Supunha, claro, que não havia mal em falar tão abertamente. Mesmo que Aidan fosse um improvável seguidor da política don’t ask, don’t tell (talvez por imposição do outro, o que tornaria a coisa mais lógica), estavam ali entre os amigos deles. E se o próprio corvinal, distraído como era, já havia entendido a situação, não podia haver dúvida para os outros.


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Mensagem por Aidan Sheppard Sex Out 12, 2012 2:38 am

.18


Já estabelecemos previamente que se havia uma coisa que o jovem Sheppard não possuía era a percepção das coisas ao seu redor que influíam a ele. Ele reconhecia amplamente o fato, não via vergonha em esconder uma falha dessa magnitude, era melhor que seus amigos soubessem e o ajudassem em uma hora de necessidade. Mesmo assim, no momento em que Sam começou um discurso cheio de reclamação por conta de conselhos de Dragon Age que ele definitivamente não se lembrava de ter dado, a cabeça do jovem canadense parecia a de uma coruja miúda à luz do sol, pendendo para um ombro. Se lembrava de dois conselhos que dera a Sanjaya Gupta e nenhum deles envolvia levar Zevran Aranai para a tenda do grey warden. Tinha aberto a boca para reclamar, mas Ludwig, como sempre, tinha uma explicação para alguma coisa que ninguém tinha pedido e, ainda assim, sempre podia ser algo de útil para um futuro RPG de mesa, então ele só curvou um pouco mais a cabeça enquanto (tentava) absorvia a informação.

Mas depois, teve de trazer o assunto de volta à tona, porque, realmente, Sam já havia o culpado por conselhos românticos com Adela Burton que não, Aidan não tinha dado, e agora Zevran? Algo muito errado acontecia ao grifinório, alucinação, talvez?

- Espera lá, Gupta! Do que é que você 'tá falando? Eu só disse pra você aceitar o Zevran na party porque ele era um bom rogue e pra ser legal com ele porque, do contrário, chegando no final do jogo ele enfia uma faca nas suas costas. Não falei nada sobre romancear o Zevran, não senhor. E eu não romanceei ele, de jeito nenhum, minha Elissa ficou com o Alistair. - porque ele gostava de jogar com human noble, e preferia escolher Elissa ao invés de Aedan simplesmente porque, dessa forma, ela parecia ter muito mais personalidade sendo uma filha que vai à luta do que um segundo filho desprezado - e não tinha que se casar com Anora, podia assegurar o trono através da união com Alistair, a pessoa mais gente boa da party toda. Elissa era sua main character - ainda que gostasse de testar todas as outras origens.

No espaço de tempo que levou para tomar mais um gole de suco e olhar para Gerry, observando que ele não comia nada (o quê? Se ela tinha ido embora ele também não podia comer? Que coisa mais... besta. Era desse tipo de garota que Gerry realmente gostava? Tsc.) e estava preste a passar um pedaço de queijo pra ele, ia precisar agora que era monitor, quando Cadwallader falou de novo, e dessa vez a cabeça de Aidan pendeu tanto para um lado que parecia doloroso olhar para ele.

Do que é que ele estava falando? Cortez? Que diabos?

-... o quê? Cortez? Quê - não, senhoras e senhores, ele realmente não era dos melhores em disfarçar seus pensamentos - Eu... eu não queria romancear ninguém só... salvar o universo... - respondeu numa voz meio incerta, nem sequer ele sabia mais do que estavam falando.

Mas Kaidan Alenko nem era tão ruim, era canadense de Vancouver também, e um biótico, reconhecia similaridades entre eles dois. Mesmo assim, o que é que Ludwig queria dizer? Havia Tali, havia Liara, havia um bando de outras pessoas romanceáveis... Cortez, o viúvo? Não entendeu nada.


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Mensagem por Yasmin Sadik Qui Out 18, 2012 12:10 am

~ 02 ~

dramatis personae: Yasmin Sadik, Anjali Malhotra
menções honrosas: Hassan Bakhoum, todo mundo nessa RP e mais uns gatos-pingados

O panfletinho flutuando diante dos olhos de Yasmin e pousando sobre o prato de panquecas diante dela foi uma bem-vinda distração naquela manhã de domingo. Até então, em vez de comer as ditas panquecas, a jovem turca tinha perdido muitos e longos minutos com o garfo encostado no prato, o rosto apoiado na mão direita e o olhar perdido na direção da mesa quase vazia da Corvinal.

Hassan não estava lá.

No mínimo tinha pulado a oração da manhã e continuava enfurnado na cama, o infeliz. Não que ela fosse de ficar no pé dele cobrando observância aos preceitos islâmicos (até porque ela não tinha moral nenhuma pra isso). Também podia imaginar o quão cansativo era chegar a Hogwarts tendo vindo de outro país antes de embarcar no Expresso – viagens mágicas, embora mais rápidas do que os transportes trouxas, tinham seus efeitos colaterais: ela mesma tinha um bocado de trauma de um curto passeio de Ancara a Istambul com os tios num tapete mágico. Era mais provável que Has tivesse usado uma chave de portal, porque o trajeto de Alexandria até Londres era demorado demais (ainda que os Bakhoum tivesse dinheiro suficiente pra fretar um tapete de longa distância para o herdeiro deles), mas chaves de portal intercontinentais também causavam uma vertigem nada agradável. Mas ainda assim.

Por isso, como dizíamos, foi bom que o flyer do show da Brotherhood tivesse chamado a atenção de Yasmin para si. Pois além de fazer com que a menina se lembrasse do café da manhã intocado à sua frente, também era a justificativa perfeita para que ela pudesse dar uma esnobada no amigo (e futuro esposo, embora ele ainda não soubesse dessa parte) quando ele fosse procurá-la para o salá do meio-dia. Afinal, a festa começava cedo, e ela precisava de bastante tempo para se arrumar (só pintar as unhas lhe tomaria uma boa meia hora). Não podia se dar ao luxo de desviar da rota para ir orar com ele quando podia fazer isso em seu cantinho do dormitório lufano, limpinha e de banho tomado como o Profeta mandou.

Buscou Anjali mais adiante na mesa da Lufa-Lufa e agitou o panfletinho no ar, antes que ele se desfizesse entre seus dedos e sumisse, e foi o suficiente para confirmar que teria companhia para a festa. Jahli era sua amiga mais próxima, hoje em dia; a futura estrela de Bollywood havia aparentemente adotado a turca como companheira de aventuras devido em parte ao clube de leitura de Annie – outra, aliás, de quem Yasmin gostava muito. No sétimo ano mesmo, seu círculo social andava enxuto: havia Has, ainda que a relação deles dois fosse um pouco complicada, e Ludwig, que sempre andava com ele; os meninos da Brotherhood viviam em seu próprio mundo agora; não tinha grande intimidade com os grifinórios. (Ela e Ùna haviam sido bastante amigas, no começo. Mas as coisas foram ficando estranhas por volta do quarto ano, e de lá para cá quase não se falavam mais.)

Como se tivesse percebido com atraso que alguma coisa estava errada, Yasmin voltou a olhar para Jahli. De fato, aquela patotinha das outras casas não era muito frequente na mesa delas – na verdade, geralmente era Aidan (gostava muito dele também, vinha se saindo um ótimo monitor desde o ano passado) quem se deslocava para fazer companhia aos amigos grifos (se é que a coisa dele com o Vakarian era amizade ou algo mais, enfim, ela não tinha nada com isso). Até aí não havia problema. O problema é que Jahli estava estranha, e era um tipo de estranheza que Yasmin já conhecia de outros carnavais.

Yup, hora de fazer uma operação de resgate.

Engolindo rápido um suco de abóbora e um pedaço das panquecas, passou por baixo da mesa para não ter que dar a volta até o final e em questão de segundos estava posicionada atrás da indiana; ainda teve tempo de dar bom dia para a garota dos Cousland (coitada, tinha lido sobre a família dela no Profeta Diário, mas não era chegada o bastante para expressar condolências ou coisa do tipo).

— Uh, vocês nos dão licença, meninos? — Pousou as mãos nos ombros de Anjali e sacudiu-a de leve, sem fazer a menor ideia se aquilo a ajudava ou atrapalhava. — Preciso muuuito falar com a Jahli sobre umas fofoquinhas de menina, e ela também tem que me ajudar a escolher uma roupa pra festa hoje à tarde, né, lindona? Vem cá. — Antes de sair arrastando a amiga para fora do Salão Principal, virou-se para Ludwig. — Ah, Lud, caso a gente não se esbarre no almoço, avisa ao Hassan pra não me esperar pra oração da tarde, tá? — Sabia que havia uma grande chance de o menino (amor de pessoa, mas tão avoadinho) esquecer o recado, mas até que ela gostava da ideia do magnata dos pergaminhos procurando por ela o castelo inteiro.

Só quando as duas já estavam bem afastadas do ambiente nocivo, acrescentou: — Espero não ter deixado as coisas piores lá com o seu Shahruhk Khan, mas estava escrito na sua testa que você estava numa daquelas suas crises esquisitas. — E ainda chegou a perguntar um “fiz mal?”, mas considerando o beijo estalado que Jahli deixou em sua bochecha, era de se supor que havia feito bem.


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