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Mensagem por Ùna Fairbairn Sáb Out 06, 2012 11:34 pm


A boa nova trazida por aquela segunda-feira era que Ùna não estava mais sozinha em seu sofrimento – aliás, antes mesmo disso, era preciso esclarecer que tal sofrimento, ao menos como havia se manifestado ao longo dos últimos anos, havia se tornado infundado. Antes, a ideia do casamento arranjado lhe causava asco não pelo compromisso em si, mas pelo fato de que era irremediavelmente apaixonada por seu protegido desde antes de se capaz de compreender as implicações disso. E se até então tinha carregado o fardo sozinha, acreditando que Piers simplesmente acataria qualquer decisão tomada pelos Ainsworth, agora ela podia se comprazer do fato de tê-lo já como companheiro; afinal de contas, se o que tramavam juntos não fosse sinal de que estavam dispostos a dividir toda a vida que tinham pela frente, ela não sabia o que mais poderia ser.

Havia, claro, a face malfazeja da moeda, todo um novo sofrimento, menos da alma e mais da carne – ainda que também doesse saber que ele era dela sem ter com quem dividir a informação, sem poder marcá-lo como se fosse gado, tirando-o do centro das atenções. Era incômodo não poder dizer que não, não era a babá ou a vigia, a segurança ou a sombra; era, sim a futura mulher do Marquês de Haywood. Mas teria de se contentar com o segredo, ao menos por ora. O foco de ambos deveria ser voltado aos planos.

(Mas era bem verdade que se divertia com o desespero que preenchia a voz dele ao falar dos seis meses que os separavam de uma solução, os malfadados dias de abnegação que teriam de enfrentar, mesmo que esse desespero fosse um reflexo do que ela mesma sentia.)

– Seis meses. – Soltou com um suspiro que carregava em si qualquer coisa de riso, o polegar deslizando contra a pele da mão que segurava a dela. – Parece muito, mas já parou para pensar em tudo que temos que fazer até lá? Além do ato em si, digo. Em primeiro lugar, não podemos desconsiderar a possibilidade dos seus pais estarem, nesse momento, arranjando uma noiva para você. Precisamos adiantar essas cartas. Pretendo escrever hoje de noite e enviar amanhã mesmo, no primeiro horário. Talvez fosse bom que você fizesse o mesmo com a carta para Cormac... E não podemos esquecer quer, perguntando a ele, abrimos o jogo a respeito de você saber do meu noivado. Porque, certo, estamos contando Cormac como um provável aliado nesse mérito, mas nada o impede de dizer aos seus pais, por exemplo, que você está tentando se informar quanto ao meu compromisso. Seria bom ter uma boa resposta alinhavada caso eles venham a questionar o seu interesse, não?

Respirou fundo, farta do som da própria voz – e também daquele lago e do castelo atrás dele, cansada de toda a maldita Escócia, e que se danasse que seus ancestrais tinham vindo de lá, uma tradição que ela ainda carregava no nome. Por um instante, não quis nada além de estar de volta a Tintagel com ele, sem tantos olhos que pudessem importuná-los. Lá não haveria quem os impedisse de sumir por um dia inteiro para cavalgar ou caminhar pela costa. Mas não: eles tinham que colocar tudo em pratos limpos justamente no maldito primeiro dia do maldito último ano de aulas.

Era castigo que ganhavam por serem dois imbecis. Só podia ser.

(Ainda que, se pretendesse enfrentar uma noite de núpcias sem controvérsias, era até mais seguro assim.)

– A propósito, falando em aliados... – Deu ao marquês um olhar de esguelha, o cenho algo franzido. – Temos que ver o que fazer de Del Aguirre, não é? Porque certamente ele vai querer saber o resultado da... notícia que deu a você. – Talvez não quisesse mais a cabeça do moreno em uma bandeja de prata, mas ele ainda poderia ser uma incógnita complicada naquela equação. – E não podemos esquecer de Bran. Não sei até que ponto vamos conseguir esconder essa história dele, se é que vamos... Ou se não seria melhor arregimentarmos logo o único aliado certo que temos.


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Mensagem por Piers Ainsworth Ter Out 09, 2012 1:52 am


Noivado... dele. Era o pior pesadelo que podia pensar, um obstáculo maior do que se o noivo de Ùna fosse Harry (o neto de Lizzie, não o Potter). Afundou o rosto na mão que estava livre, um suspiro agoniado escapando de seus pulmões enquanto pensava nisso. É claro que seus pais estavam pensando em alguma coisa, ele já era maior de idade no mundo bruxo, era até um bom partido - a modéstia que se danasse. A imediata figura de Yasmin Sadik se formou atrás de suas pálpebras, mas ele a varreu para longe com outro suspiro. Não, isso não ia acontecer. Tinha planos para isso também, cada um para um nível de desespero diferente, o nível máximo estabelecia que, bem, ele não era herdeiro dos Ainsworth, ele já tinha herdado do avô, dos Haywood, era dono de suas próprias posses e só devia obedecer aos pais por consideração. Não pretendia chegar a tanto mas, caso fosse necessário, era uma saída e não podia descartá-la.

- Seis meses é muito tempo. - ele respondeu, espiando com o rosto ainda afundando em uma mão - Se seu casamento fosse semana que vem, a gente já pensava em algo, procurava por uma das tumbas mais antigas, e pronto. Não ia dar tempo de mais nada, inclusive dos meus pais arrumarem uma pretendente. Mas, que eu saiba, ainda não há nada fechado. Se existir algo, é oferta pela minha cabeça - que, convenhamos, deve estar chovendo sobre meus pais, tenho uma cabeça bonita, e todo o resto, huh? - Alistair riu, voltando a ficar reto e engolindo antes de continuar, o polegar da outra seguindo o movimento de Ùna ao fazer pequenos círculos na mão dela - E eu acho que se eu parecer afoito para me livrar da sua vigilância, Cormac acredite sem muitas suspeitas. E se não acreditar também, esse é outro caminho... sua família não iria gostar e nem a minha, mas se aparecer rumores por aí de que eu te comprometi... eles aparecem aqui com a foice do seu tio no meu pescoço e a espada do meu pai nas minhas costas para me obrigar a te fazer uma mulher honrada. Não quero chegar a isso... mas, em todo caso, melhor anotar.

Não queria, de verdade. Não era, por princípio, uma pessoa dada a conflitos desnecessários e com certeza amava demais sua mãe para fazer uma coisa dessas, respeitava os Fairbairn, respeitava Ùna, mas não pensaria duas vezes se essa fosse a única opção. Por sorte, podia poupar um brusco rompimento com a família apenas cometendo um homicídio, achava que estava no lucro. Porque embora seu respeito e admiração pela própria família e pela dela também fosse gigantesco, embora o avô Fairbairn tivesse quase sido um pai para ele e sua própria mãe se orgulhava de todo o tato social e diplomático do filho mais novo, faria de tudo pela garota cuja mão segurava entre a sua e agora entrelaçava seus dedos, sentindo alguns calos pelos quais tinha profundo carinho. Preferia o homicídio.

Mas quando ela falou em aliados, sua mente se desanuviou um pouco e ele até mesmo riu, jogando a cabeça para trás. Bran iria adorar isso, tinha certeza. Achava que ele tinha sido meio apaixonado por Ùna quando o próprio Piers ainda usava cabelo de tigela, mas não via mais isso agora. E apostava que Bran ajudaria com disposição e afinco se descobrissem, ainda por cima, que tinha sangue nobre nas veias do infeliz - e a possibilidade disso era grande. Já Ángel Del Aguirre tinha seus próprios problemas, mas era um outro aliado que justamente entendia pelo que eles estavam passando (e agora Piers lhe devia um imenso favor, não podia se esquecer).

Realmente, iam ter alguém para assoviar debaixo da janela quando alguém aparecesse.


- St. Ledger nos enforcaria se não contássemos a ele e eu também não quero isso, ele é nosso amigo - e pode carregar metade de um corpo junto com a gente. Amizade é pra essas coisas, aposto que ele ia adorar. Já sobre o Del Aguirre... ele pode ser um bom aliado e já estamos dispostos a ajudá-lo com o mesmo problema, de todo jeito e... bem, ele certamente vai querer saber que você não vai matá-lo na próxima vez que o vir... você não vai, não é?


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Mensagem por Ùna Fairbairn Qua Out 10, 2012 2:31 am


A simples dúvida do marquês quanto às intenções de Ùna para com a vida de Del Aguirre foi suficiente para que um riso escapasse da garota, alto e breve. Riu com gosto da ligeira nota de descrença e preocupação que embalava a pergunta – e também porque havia tempo demais que não tinha liberdade ou sequer disposição para se permitir uma risada, como vinha fazendo nas últimas 24 horas.

– O que, o bom marquês já está preocupado assim com a saúde de seus convivas? E ele o comprou com o quê? Uma dose de bebida barata e meia dúzia de informações? – Provocou em um falsete, uma sobrancelha muito escura erguida para acentuar a intenção. Mas entregou-se ao menear a cabeça, lançando ao loiro ao seu lado um olhar de esguelha, enquanto um sorriso insistia em lhe torcer o canto dos lábios. – Pode ficar tranquilo. Eu devia arrancar a cabeça daquele filho de uma loba que não esperou nem que a nossa conversa esfriasse antes de dar com a língua nos dentes, mas não. Pretendo, inclusive, agradecer a ele. Agora, se ele enfartar no processo, não é culpa minha ele ter um coração fraco. – E deu de ombros, como se não se importasse com o destino do hispânico; àquela altura, apenas uma meia-verdade.

Silenciou, então, distraída em girar o anel que Piers usava no polegar direito, fitando vagamente a joia que já lhe era tão familiar. Não havia nem tanto tempo assim, talvez um par de anos ou mesmo três, que a herança recebida do avô materno sequer servia no dedo do loiro; agora já era difícil movê-la.

– Eu tenho esse sonho recorrente com coroas de alecrim... Lembra? Daquelas que você costumava fazer? – Falou por falar, a voz pouco mais que um sopro, apenas porque a lembrança havia acabado de lhe ocorrer. Ou talvez porque agora se sentisse finalmente confortável o bastante para confessar algo que não passava de uma curiosidade boba, que não condizia com a natureza do relacionamento que vinham mantendo até o momento. Antes que ele tivesse chance de tecer qualquer comentário a respeito, porém, ela retomou o assunto que importava; não tinham muito mais tempo até que o horário de aulas estivesse encerrado e, daí em diante, não havia garantia de quando teriam paz para tramar novamente.

– A propósito, concordo que não seria bom tornarmos isso uma ofensa de honra. Afinal de contas, se for para acabarmos indispostos com as nossas famílias, seria mais fácil fugir de uma vez. Gretna Green exigiria só um pequeno desvio no caminho de volta para casa... – Um sorriso miúdo voltou a decorar seu rosto, em parte devido ao gracejo que fazia, mas também por conta da menção, ainda que velada, ao que seria o casamento deles. Ainda tinha de se acostumar à ideia de que sim, seus planos solitários de homicídio ou uma vida de resignação agora davam lugar ao que seria o planejamento de como eles poderiam garantir um futuro juntos; a pedra no caminho era um detalhe a ser removido, e só.

Tinha, aliás, de agradecer não apenas a Del Aguirre, mas ao próprio Piers. Ao longo dos últimos anos, quando o conflito se resumira a livrar-se do noivo ou aceitá-lo para se ver livre das obrigações para com os Ainsworth, não tinha se preocupado em maquinar mais, em elaborar mais suas opções; encasquetara com uma meta e a estabelecera como definitiva. Agora que discutiam o assunto, porém, via quantos detalhes acabariam ignorados.

(Em tempo: por mais que realmente amasse o jovem marquês desde sempre e pudesse dizer ter se apaixonado tão logo ele deixou de parecer mais delicado que ela, Ùna não podia negar que casar-se com ele tornava-se um ato ainda mais especial quando pensava na família de seu futuro marido. Se os Ainsworth pretendiam mostrar à jovem Fairbairn qual era seu lugar ao colocá-la a serviço de seu caçula, agora era a vez dela mostrar que seu lugar de direito era o de esposa dele.)

– E me ocorreu agora... O casamento certamente será em Tintagel, nenhum Fairbairn abandona a terra enquanto ainda carrega o nome da família. Certo? – Não tinha qualquer dúvida disso, mas seus olhos buscaram o rosto dele, ávidos por aprovação. – O que significa que o meu noivo deve se hospedar em nossa casa, ou quem sabe até no castelo. Não importa. O ponto é que isso nos daria alguns dias. Posso arriscar dizer aos meus pais que, se não tenho opção além de me casar, gostaria de pelo menos tentar adiantar para o inverno, porque gostaria de convidar alguns poucos amigos daqui que já têm planos para depois da formatura. Com uma eventual antecipação, seria ainda mais fácil acreditar que o noivo desistiu de última hora e fugiu, não? Só teríamos que dar cabo dele antes da cerimônia. E nem seria problema justificar a presença de Bran e... – Lançou um olhar descrente para o loiro a seu lado, algo de divertido em sua expressão. – Você pretende mesmo envolver Del Aguirre nisso até o pescoço e colocá-lo para dar o sinal?


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Mensagem por Piers Ainsworth Qui Out 11, 2012 1:20 pm


Havia alguma coisa no som da risada dela que fazia algo se enroscar no estômago dele, quente e nauseante, abria automaticamente os cantos de sua boca e o obrigava a sorrir de volta como um bobo. Provavelmente era porque quase nunca ouvia aquele som e o tanto de vezes que ele atingiu seus tímpanos nas últimas vinte e quatro horas era um novo record, era como aquela vez em que se empanturrou de pães de mel até que seu estômago protestasse. Mesmo assim, igual naquela ocasião, não podia evitar beber do riso dela, do cheiro dela, de tudo o que havia ao seu lado.

E a forma como os dedos dela, calosos e tão diferentes das outras garotas que não faziam nada de suas vidas, giravam o anel que ele levava no polegar não ajudava muito a sensação líquida no estômago, bem ao contrário, mexia em algo bem lá no seu âmago e ele não tinha escolha a não ser ficar ali e sentir. Tinha aquele anel desde os doze anos, quando o avô morrera e deixara para ele o título de marquês e algumas posses, nada tão grandioso como o que seria de Cormac mas suficiente para fazê-lo distinto entre os outros filhos mais novos de outras famílias, e aquele anel fazia parte da herança. Ao que constava, era parte dos próprios Ainsworths que tinha se perdido para os Haywood com o casamento há algumas gerações e retornara com seu avô materno e sua mãe e agora pertencia a ele. Queria que fosse dela, porque era algo ao qual já tinha se acostumado tanto a usar que, sem a tira de metal, se sentia meio nu - mas se sentia nu e desajeitado sem ela ao seu lado também, a sensação era a mesma, ela merecia o anel. Ainda assim, não podia dá-lo agora, seria um sinal claro demais que havia algo entre eles, não podia colocar tudo a perder.

Então apenas riu pelo nariz sobre tudo o que ela disse, deixou que brincasse com o anel e continuou a conversa, um pouco pesaroso por finalmente voltar a se dar conta da corrente do tempo e notar como ele avançava iníquo e o horário da aula já chegava ao seu fim.


- Você sempre disse que eu sou sociável demais, não é mesmo? Não é que de repente Del Aguirre tenha virado meu melhor amigo, aquela tequila não valia tanto assim. Mas devo a ele um favor e tem minha simpatia, não fosse ele, não estaríamos assim agora. - sorriu afetuoso, algo se desmanchando em seus olhos azuis quando ele ergueu de leve as mãos deles enroscadas em seu colo - Além disso, ele é bem diferente daquilo que aparenta aos outros, você deve ter percebido. Potencial, Ángel Del Aguirre tem potencial, uma pena que, pelo que ele diz, o pai não pareça perceber isso.

Mas ele não pode dizer mais nada, porque com o olhar de uma garota perdida em um sonho bom, algo que fazia anos que ele não via, ela se pôs a falar das coroas de alecrim. Não deixou que ele falasse mais nada, interrompendo a si mesma e sua parte sonhadora, sua parte de menina romântica, para voltar a ser a pessoa prática de sempre. Ele amava todos os lados dela, todos eles, mas tinha um apreço todo especial por quando todas as máscaras escorregavam de seu rosto e só ficava ela. Coroas de alecrim... ainda sabia fazê-las, já não era mais criança e ela já não era a rainha de Cormac contra ele, mas ainda se lembrava de como fazer uma. Sorriu sozinho.

- Mas fugindo pra Gretna Green, sua família vai culpar você também. - arrumou uma pequena mecha solta do coque perfeito atrás da orelha dela - Só um de nós precisa ser culpado, melhor que seja eu. Mas isso é discussão para se tudo o mais falhar... eu gosto da sua família...

No momento, ele achava que todos os Fairbairn eram uns loucos controladores, mas no fundo seu cérebro apontava que a verdade era só que eram essencialmente inteligentes, práticos e sagazes. Mal podia imaginar o que seria da expressão em seus rostos quando eles finalmente se casassem, mal podia. Esperava, sinceramente, não ser considerado deficiente para o posto. Porque ia roubar a Viúva-Negra bem debaixo do nariz de todo mundo, esperava ao menos que o considerassem esperto pelo tesouro que pretendia amealhar para si.

- Eu faço questão de lembrar ao meu pai que nós devemos muito aos Fairbairns e que nada mais justo que oferecer acomodações e até o salão para a cerimônia. Essa é realmente uma boa ideia. Sobre o Del Aguirre... não sei se é muito justo para ele pedir que contribua para um homicídio, mas não me importa isso. Ele pode ajudar, e isso é o suficiente para decidir que devemos ao menos tentar arregimentá-lo às nossas fileiras. - ele ergueu a mão dela, ainda presa na sua, na altura do seu rosto e beijou a palma macia, porque era a única coisa que podia fazer para não abraçá-la de novo - Tudo vai acabar bem, você sabe que eu sempre consigo o que eu quero, sempre.


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Mensagem por Ùna Fairbairn Sex Out 12, 2012 12:40 am


Ciente de que o tempo que lhes restava era quase nenhum – e também levando em conta que nenhuma pequena transgressão que cometesse seria mais grave aos olhos de algum eventual observador que aquele beijo na palma de sua mão –, Ùna apenas estendeu os dedos para tocar o rosto de Piers, seguindo a linha firme do maxilar até que se acomodassem suavemente sobre a face dele, o polegar por um instante deslizando por sobre os lábios meio separados, mantidos assim por aqueles dentes muito grandes e um tanto tortos. Permitiu-se um momento a mais de intimidade, estudando as feições dele com olhos muito atentos e o toque. Não que ainda houvesse qualquer detalhe que não conhecesse de cor e salteado, mas o que queria era gravar na memória a imagem do companheiro, namorado talvez, decerto futuro marido.

– Sempre consegue o que quer, pois sim... – Esforçou-se por imprimir alguma indignação na voz, mas ambos sabiam que, por mais egocêntrico que soasse, o que ele dizia não era nada além da verdade. Mas revirou os olhos de toda forma, como cabia a ela fazer toda vez que o marquês enchia o peito para se gabar de qualquer coisa, arremessando para longe qualquer vestígio de modéstia apenas com um erguer de sobrancelhas e um sorriso torto – justamente o que ela amava odiar. O ar lhe escapou pelo nariz em um arremedo de riso quando meneou a cabeça, desistindo do ar ofendido, lançando a ele um olhar de canto. Acabou emendando em um suspiro, porém, o comentário saindo mais grave do que o pretendido. – É bom tratar de não falhar agora.

Como que para aliviar o peso algo agourento de suas próprias palavras, a garota soprou uma mecha loira que caía em desalinho sobre a fronte do rapaz ao lado, levando a mão do rosto ao cabelo dele, para ajeitá-lo. Só então voltou a buscar a mão dele, entrelaçando os dedos como se não quisesse mais separá-las.

– E quanto a Del Aguirre... – Começou com o olhar baixo, mas havia uma nota maldosa em sua fala que parecia escalar a garganta, primeiro torcendo os lábios apenas de leve, e então alcançando os olhos, que se ergueram para fitar o marquês, meio encobertos por cílios longos e escuros. – Bem, se ele for apenas o vigia, não precisa necessariamente saber que se trata de um assassinato. Precisa? – Numa tentativa de fazer a sugestão parecer ainda mais trivial, a primogênita dos Fairbairn deu de ombros, erguendo as sobrancelhas espessas. – Verdade que ele pode me julgar capaz de matar meu noivo, até porque eu talvez tenha insinuado isso durante a conversa que tive com ele, mas... Ah, você não. Você e esses enormes olhos azuis e essa... Como foi que você disse? Ah. Cabeça bonita. Seria mais adequado dizer “cara de bom moço”, mas enfim, fiquemos com o seu termo. Você, com toda a sua eloquência e capacidade de manter a cabeça fria e planejar, ora, não se enfiaria em planos de homicídio de forma alguma. E muito menos faria isso com um amigo. Certamente seu mais novo camarada não se importaria de vigiar enquanto você toma providências a respeito do meu casamento... – Havia um suave rastro de humor negro permeando o que ela dizia, mas a seriedade voltou a dominar por um instante, ao decretar o fim do assunto. – Devíamos marcar de conversar com Bran primeiro, e então com Del Aguirre.

Ùna então se ergueu em um movimento fluido, quase ignorando a dor que sentia por simplesmente ter largado a mão de Piers, a quem lançou um olhar gentil, ainda que guardasse um fundo de melancolia.

– Acho que é bom voltarmos de uma vez... Melhor agora?

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