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Mensagem por Ùna Fairbairn Seg Set 24, 2012 1:28 am

Status: RP Fechada
Data: 03 de Setembro – antes do café da manhã.
Local: Sala da claraboia, nas masmorras.
Participantes: Ángel Del Aguirre e Ùna Fairbairn.


.11
The itsy bitsy spider
Climbed up the water spout
Down came the rain
And washed the spider out
Out came the sun
And dried up all the rain
And the itsy bitsy spider
Climbed up the spout again...


Anteriormente...

Já ao abandonar o Salão Comunal sonserino na noite anterior, Ùna calculava as providências a serem tomadas. Não era alguém de agir no ímpeto do momento, mas tinha diante de si menos de um ano para conseguir o máximo de vantagem possível para se livrar do grilhão que levava dependurado no pescoço; e se tinha planos de agir absolutamente sozinha a princípio, a súbita revelação a respeito de Del Aguirre a obrigava a adaptar um pouco a estratégia. Por mais que detestasse a ideia de envolver outra pessoa – pior, um quase desconhecido – em um assunto puramente seu, tinha de dar o braço a torcer e reconhecer que o outro talvez pudesse ser um atalho. Caso o Destino decidisse ser particularmente jocoso e, ignorando qualquer lei das probabilidades, fizesse do hispânico seu noivo, era melhor tê-lo de uma vez por todas como aliado vivo que como defunto potencial. Não que fosse afeita a ele ou qualquer coisa do gênero, mas Piers, por outro lado, parecia ter alguma simpatia pelo colega, o que poderia vir a terminar em uma amizade. Pensando bem, dar cabo de uma pessoa por quem seu protegido tinha afeição podia ser uma tarefa um tanto desconfortável.

Foi assim que a filha mais velha dos Fairbairn retornou ao dormitório feminino da Sonserina, tomou algum tempo para aproveitar a companhia da irmã e, depois de garantir que estava tudo arranjado para o primeiro dia de aulas de Sorcha, foi cuidar de seus próprios planos. Subiu ao seu andar do alojamento, trocou-se para dormir e, já na cama, puxando as cobertas para esconder as pernas deixadas à mostra pelo blusão masculino que vestia, pegou uma tira fina de pergaminho, pena, tinta e um livro que mantinha na mesa de cabeceira. Escreveu um bilhete sucinto, que tratou de esconder sob o travesseiro tão logo secou e apenas então se deitou para dormir.

Era bom que descansasse, afinal; tinha muito que fazer no dia seguinte.

Como de costume, Ùna despertou antes de quase todas as suas companheiras de dormitório – a bem da verdade, duvidava que qualquer uma ali fosse capaz de levantar antes do sol, como ela mesma havia feito nesta manhã de segunda-feira. Antes mesmo de abandonar o leito, chamou Nancy de volta; a tarântula, como de costume, havia passado a noite no dormitório dos rapazes, empoleirada no dossel da cama do jovem marquês. Mal a garota havia terminado de separar suas roupas para o dia e a aranha surgiu junto dela, escalando o lençol para postar-se sobre o colchão, muito alerta.

– Vou precisar de algo especial hoje, Nancy. – Ùna murmurou enquanto pegava o pergaminho que deixara sob o travesseiro e uma fita. Não disse mais uma palavra sequer, contudo; apenas ajoelhou-se ao lado da cama e, enquanto prendia o bilhete no corpo da tarântula, passou-lhe as instruções através da conexão empática que tinham. Em suma, Nancy deveria retornar ao dormitório masculino (e não importava que tivesse quatro pares de olhos para revirar, teria mesmo que fazer o caminho todo de novo pelo labirinto) e acordar Ángel Del Aguirre – garantindo que ele despertasse de uma forma sutil para ler o bilhete. Ou seja, nem que fosse preciso sufocar o infeliz, ela não podia de forma alguma permitir que ele gritasse e acordasse todos os companheiros, Piers incluso.

Com um afago breve, a filha mais velha dos Fairbairn despediu-se de sua companheira, que diligentemente partiu rumo aos corredores labirínticos das masmorras. Em seguida, Ùna pegou sua muda de roupas, tomou uma ducha rápida e, calculando que Nancy já deveria ter cumprido com sua tarefa, se encaminhou para a sala da claraboia.

Esperava resolver seu assunto com Del Aguirre ainda antes do café da manhã.

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Mensagem por Ángel Del Aguirre Ter Set 25, 2012 7:54 pm


VIII
A tarântula e o mexicano nú.


Oque sonha o rapaz de sangue quente e nome de anjo? Nas noites normais, cálidas e sem consequências, seus sonhos são beijos e romances, são feitos de leite e de suor, de areia e pernas bronzeadas como a das moças de sua terra natal. Mas aquela não era uma noite como qualquer outra, faltava-lhe a leveza e a promessa de nada saber a respeito do futuro, faltava a claridade do luar sobre o México e em seu lugar havia apenas a escuridão fria da noite britânica. Ángel Del Aguirre se sentia como uma ilha ígnea em um mar congelado, seus sonhos marcados por uma tenebrosa figura vestida de noiva. Um fantasma trajando trapos velhos e amarelecidos, o rosto todo coberto, os cabelos eriçados como tentáculos ao vento. E ele acorrentado esperando, esperando, esperando.

Sufocando, sufocando, sufocando.

Naquele estado em que se encontra meio desperto meio adormecido, ele coçou o nariz que teimava em incomodar tal como se ali estivessem várias mãos, vários toques nada aconchegantes. Por várias vezes jogou as mãos que lhe acordavam para longe do sensível nariz, e todas as vezes os toques voltavam. No final era bom porque se voltasse a ver aquela noiva pavorosa juraria jamais voltar a dormir, mas quando seus olhos se abriram e viram o que estava empoleirado em cima dele, sob o peito, voltou a encerrar os orbes cor de âmbar e disse a si mesmo que o pesadelo não podia ficar pior que aquilo. Olhou novamente, com o canto do olho direito e comprovou que seus olhos não mentiam, muito menos o sentido do tato que acusava haver algo em seu peito que era anormal. Porque as mulheres insistiam em mandar seus animais de estimação para acorda-lo?

Ele levantou afoito, totalmente desperto agora, indo encostar-se a parede como quem procura algo que o sustente, as palmas abertas contra o frio da pedra. O olhar muito assustado cravado na tarântula que andava tranquilamente por seus lençóis! “Diablo!” pensou ao reparar que estava desnudo e puxar um travesseiro para cobrir suas glórias. Então ficaram ainda alguns minutos a se medir: o homem e a tarântula, dois pares de olhos ambarinos contra os quatro estranhos pares de olhos aracnídeos. Por dentro Ángel maldizia o animal e sua dona, pela forma nada digna de ser desperto em uma manhã que já não prometia ser nada boa, ainda por cima depois de ter tido terríveis pesadelos protagonizados pelo terrível ente infernal que seria sua pretensa noiva. Não, aquilo não era civilizado, era pensava logo o mais passional dos alunos de Hogwarts e naquele instante jurou para si mesmo que se a maldita prometida tivesse um bicho daquele ele mesmo se encarregaria de dar um fim bem dado em semelhante praga domestica.

Por fim ele cansou-se daquele jogo e aproximou-se lentamente da aranha. Segurando firme o travesseiro na frente do corpo, puxou como pode o bilhete e voltando a encostar-se contra a parede passou os olhos no que estava escrito:

Precisamos conversar. Espero por você agora na sala da claraboia - e sim, esse bilhete é para você.

Ángel Del Aguirre revirou os olhos. Obvio que ele sabia quem era dona daquela criaturinha, já algumas vezes tinha tido a triste oportunidade de ver a aranha encarapitada no ponto mais alto da cama do Marques Ainsworth, bolinado até quando adormecido. O mexicano balançou a cabeça vendo que a aranha finalmente se afastava e saia de sua cama. Enfiou os dedos entre os cachos negros e por um instante continuou atordoado, sem saber o que fazer depois de ser despertado de forma tão inusitada. Por fim largou o travesseiro por cima dos lençóis e tratou de vestir-se para, após pegar uma muda de roupa, ir em direção as banheiros e fazer o asseio matinal. A senõrita e a aranha que esperassem um pouco enquanto ele se punha como hombre dotado de direitos que era.

***

Já pronto e uniformizado Àngel seguiu para a claraboia conforme as instruções do bilhete e lá chegando parou exatamente abaixo do centro da claraboia. Os primeiros raios de sol aquecendo seu coração saudoso do sol natal e seu semblante um bocado carregado. Já com os pensamentos assentados ele não deixava de estranhar e se perguntar o que aquela garota em especial poderia querer com ele. Fosse qualquer outra não se importaria tanto e talvez até se divertisse mais, no entanto aquilo não parecia ser prenuncio de nenhuma ventura para ele. Pelo contrario e o mexicano se lembrou de fazer a seguinte anotação mental: “Nunca me envolver com mulheres afeitas a criar bichos exóticos. E nem tipo algum de bicho. De verdade!”


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Mensagem por Ùna Fairbairn Ter Set 25, 2012 11:54 pm


No fim das contas, Ùna acabou demorando-se mais do que esperava para ir de encontro a Del Aguirre. Primeiro porque achou prudente verificar através dos olhos de Nancy a quantas ia Piers – e justo como estimava, o jovem marquês ainda dormia a sono solto, sem previsão de acordar. A tarântula, de qualquer forma, estava incumbida de manter a vigília no dossel da cama. O segundo ponto a atrasá-la foi uma breve passagem pelo alojamento das meninas do primeiro ano. Como não sabia se teria tempo hábil para buscar a irmã antes do café da manhã, entrou silenciosamente no recinto e deixou um bilhete sobre a mesa de cabeceira de Sorcha, recomendando que ela seguisse para o Salão Principal na companhia dos outros primeiranistas; elas se encontrariam lá ainda antes das primeiras aulas.

Com as pendências menores resolvidas – sonserinos não deixam pontas soltas, mas muito menos um Fairbairn –, encaminhou-se para a sala da claraboia; o cabelo firmemente atado em um coque, os saltos baixos dos sapatos envernizados estalando contra o piso e ecoando pelos corredores ainda vazios das masmorras. E não foi sem surpresa que encontrou Del Aguirre já esperando por ela. Pelo visto, Nancy tinha feito um bom trabalho na entrega da mensagem.

– Bom dia. – Cumprimentou o outro tão logo fechou a porta atrás de si, um breve menear de cabeça cumprimentando a fala. Permitiu-se então um instante para olhar o espaço ao redor, encurtando em alguns poucos passos a distância entre ela e o hispânico. Fato que tinha um apreço especial por aquela sala, especialmente quando a luz do sol entrava através da claraboia, filtrada pelas águas do lago, acrescentando qualquer coisa de espectral ao silêncio já muito bem-vindo. Mas infelizmente hoje não poderia se dar ao luxo de perder tempo por ali.

Respirou fundo e, com um suspiro algo desconfortável, voltou os olhos para Del Aguirre, ostentando a expressão fleumática que lhe era costumeira.

– Sinto ter acordado você, mas infelizmente parece que temos um problema sério em comum. – Sem delongas, enfiou os dedos pela gola da blusa, pinçando a corrente que levava ao pescoço para puxá-la para fora, a aliança pendendo no ar para que o colega a visse. Isso agitou brevemente a joia – é um sinal de compromisso que carrego comigo desde antes de vir para Hogwarts. Eu, assim como você, Del Aguirre, estou presa a um casamento arranjado, sem saber quem com quem. E por mais improvável que pareça ser a possibilidade de nós estarmos noivos, já que você só teve a notícia ontem e eu carrego essa maldição há anos, creio que não estamos em posição para descartar qualquer chance por descuido.

Guardou o anel outra vez dentro da blusa, as mãos indo em seguida buscar refúgio nos bolsos da calça (evitava tanto quanto podia usar o uniforme com saias).

– Se for o caso, portanto, melhor deixar claro desde já que, exatamente como você, eu não quero um casamento nesses termos. Ou seja: se porventura for eu a tal noiva da carta, fique à vontade para sumir no mundo, seguir os conselhos de Piers ou fazer o que bem entender. Ninguém vai ficar chorando no altar, muito pelo contrário. Teria todo o meu apoio.

A julgar pelos seis anos completos de Hogwarts, Ùna Fairbairn não poderia prever uma aliança tão improvável mesmo se tivesse herdado diretamente a clarividência de Líadan, a Dama Cinzenta. Mas tinha apenas um ano e, dentre as medidas extremas exigidas pela crise, dispor-se a colocar cartas na mesa não parecia tão grave quanto um assassinato.

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Mensagem por Ángel Del Aguirre Qui Set 27, 2012 4:54 am


IX
Meu nome não é Del Aguirre.

Flourish: Black


Sozinho como estava, sob aquele véu de luz esverdeada e ainda assim aquecida, o mexicano se entregou aos seus próprios problemas, um tanto esquecido do estranho convite, ou seria melhor dizer convocação, que o arrancará da cama. Não que estivesse se sentindo muito bem em seus lençóis aquela noite. A imagem da noiva fantasmagórica o atormentava e, embora nunca tivesse sido um bom aluno de adivinhação, tinha uma certeza muito concreta que a moça não podia ser melhor que aquela delineada em seus sonhos. Ou estava ele ficando paranoico com relação a isso? Era certo, não queria casar-se agora com uma completa desconhecida. Pode parecer jocoso, mas mesmo o libertino Del Aguirre possuía sentimentos ígneos e doces. Embora sua vida fosse desregrada e ele gostasse demasiadamente de se distrair (mais do que deveria) com as señoritas, ainda assim pensava que um dia encontraria alguém com quem fosse absurdo não pensar em casar. Mas não daquela forma! Não por obrigação com um pai que não cuidou dele por longos dez anos até ser quase um rapazote! Não era justo ele entregar sua vida e receber tão pouco em troca.

Mas como havia dito Piers, não era essa a discussão que realmente importava. O que se fazia imperioso era primeiro descobrir quem era sua misteriosa prometida e de alguma forma desencorajar tal noivado. É verdade, o bastardo dos Del Aguirre possuía muitos defeitos para ser um bom partido: havia nascido da forma errada, havia crescido da forma errada e continuava vivendo deliciosamente errado, cheio de pecados que fariam as senhoras mais pudicas ruborizarem-se o suficiente para parecerem com as senõritas de vida fácil da Cidade do México. Nota digna: o mexicano riu a esse último pensamento.

Se ele não era o genro que todos desejavam, por outro lado alguma família havia aceitado seu passado. Os motivos podiam ser vários: dívidas de honra com o patriarca Del Aguirre, desejo de uma aliança pública, necessidade de dinheiro ou poderia ser ainda uma família de menor prestigio que aceita até um bastardo de sangue nobre e reconhecido. Certamente haveria algo que ele poderia arranjar para ou tornar o casamento impraticável para a família da futura ou fazer a aliança pouco atraente para seu pai. O grande problema era descobrir quem era a noivinha e só então decidir como agir. E o moreno de orbes cor de âmbar estava decidido a agir e não esperar sentado que tudo fosse feito em seu nome.

Ia dessa forma ensimesmado que só percebeu a chegada da sonserina quando a porta se fechou atrás da pálida Úna. Ángel respondeu o bom dia cordialmente, agradecendo mentalmente que a tarântula aparentemente não estava entre eles. E aguardou então para finalmente descobrir o porquê de estar ali. A verdade é que ele se surpreendeu com a rapidez e a quantidade de palavras saídas de uma boca que se acostumara a ver bem trancada, encoberta por uma aura de fleuma britânica. Se naqueles quase sete anos havia trocado alguns pares de cumprimentos secos com aquela garota, certamente naquele minuto ela havia triplicado a quantidade e ainda dado algumas palavras de bônus.

O rapaz abanou a cabeça, pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. Aquela seria sua noiva? Aquela seria sua noiva que traria a tiracolo uma tarântula? Imediatamente lembrou-se da decisão de que SE fosse mesmo obrigado a casar com uma mulher que possuísse um daqueles famigerados animais, daria cabo do bicho na noite de núpcias mesmo. Se fosse ela, a decisão parecia um pouco mais difícil agora e ainda mais imperiosa lembrando-se a forma como foi despertado mais cedo.

Ao mesmo tempo ele não deixou de se sentir penalizado pela situação daquela menina, sim porque Úna ainda era jovem assim como ele e assim como ele já tinha a vida inteira traçada por outras mãos que não as suas. Costume mais antiquado aquele! Em pleno século XXI pais que ainda obrigam filhos em casamentos arranjados? Será que a sociedade bruxa não caminhava? Ficariam para sempre estagnados na idade medieval? E sentiu pena também porque sabia o quanto era difícil o que seria solicitado dela caso o noivo fosse pouco gentil e desejasse “aproveitar” seus “direitos de marido”. Sentiu pena e até um pouco de vergonha por ser tão egocêntrico e achar que o mundo desabava somente por que ele, Ángel del Aguirre, foi empenhado em um noivado contra vontade. O mundo também deveria desabar para a garota a sua frente, só que silencioso e bem guardado atrás da mascara de filha obediente.

- Se eu for o seu noivo – disse o rapaz com gravidade, encarando a garota a sua frente – tenha certeza que não levarei tal insanidade adiante, que arranjarei um jeito de libertar-nos do compromisso. E que mesmo que não haja jeito e sejamos acorrentados um ao outro, te oferecerei um casamento de aparências, e você poderá viver sua vida como quiser e eu jamais te faltarei com respeito de forma alguma... mas sinceramente eu tenho certeza que minha noiva não pode ser você, Fairbairn! Você mesmo já deu a resposta para essa dúvida e ela está ai, pendurada no seu pescoço! Se é verdade que seus pais firmaram esse “contrato” antes de sua vinda para Hogwarts, certamente não foi com meu pai que apenas resolveu “assumir” que tinha um filho quando recebi minha carta-convite para estudar aqui. Antes disso eu era Ángel Albuquerque, o filho de uma mulher pobre e sem poderes mágicos, alguém que não tinha nada a oferecer e que seus pais certamente não escolheriam como genro. Meu pai passou os últimos meses reclamando que não encontrava uma boa mulher para mim e se ele reclamava antes quer dizer que realmente meu noivado é recente, diferente do seu. Vê? Eu não sou seu noivo. Não posso ser!


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Mensagem por Ùna Fairbairn Qui Set 27, 2012 4:21 pm


O misto de raiva e frustração que se formava na boca do estômago e tentava subir por dentro dela, numa escalada violenta, era difícil de controlar. Raiva porque tinha se exposto e agora seu orgulho estava invariavelmente arranhado: se jamais havia comentado do noivado com alguém fora de sua família, tinha seus motivos, mas agora Del Aguirre sabia de seu caso, e em vão. Ele detinha agora uma informação sobre Ùna que ela julgava não ser de direito de ninguém além dela mesma; conhecia o ponto fraco dela, o lugar certo onde bater.

(Na verdade, não. Não podia dizer que ele conhecesse o real ponto fraco dela, mas mesmo assim o hispânico já sabia demais.)

A frustração, por outro lado, tinha uma origem mais escusa, que incomodava até mesmo a ela. De certa forma, até quis que Del Aguirre se confirmasse como o noivo, por mais improvável que isso fosse. Além de colocar um fim ao impasse, também seria bom contar com um aliado naquela situação; depois de tantos anos mantendo uma luta solitária e silenciosa, bem quis ter algum tipo de apoio - e não havia dúvida de que era isso que ele oferecia, claramente sincero ao declarar-se disposto até mesmo a viver um casamento de conveniência.

Era difícil engolir a raiva e a frustração que a corroíam por dentro, mas ela era uma Fairbairn e não tinha o direito de perder o prumo, muito menos a cabeça. Ainda que aquela tentativa quase desesperada de alcançar uma solução tenha esbarrado em um detalhe do passado de Del Aguirre que ela desconhecia, ele tinha sua gratidão - não por qualquer coisa que tivesse feito, já que, a priori, não havia nada que pudesse fazer, mas simplesmente pelo respeito legítimo.

– Entendo. – Foi o que conseguiu dizer depois de uma pausa razoável para lidar com a monstruosidade que rastejava dentro dela, tentando escapar a todo custo. O único sinal daquela batalha inglória, porém, foi um suspiro pesado. – Por um instante, confesso, esperei que fosse você, por mais improvável que pareça. Ao menos assim teríamos como começar a agir contra essa situação desde já. Mas realmente: se você só recebeu o nome Del Aguirre mediante a convocação para Hogwarts, não há como...

A frase morreu no ar, olhos verdes estreitos enquanto a jovem sonserina ponderava sobre o curso atual de seu problema. Voltara à estaca zero – o avanço oferecido por eliminar um candidato que jamais considerara até a véspera era insignificante se comparado à oportunidade que perdera. E agora havia também outra questão a resolver: o silêncio do hispânico.

– De qualquer forma, ainda que não sejamos noivos, estendo a oferta de ajuda que Piers fez a você. Caso eu venha a saber de qualquer coisa que pareça relevante, mantenho você informado – e eu agradeceria se você fizesse o mesmo por mim. Com discrição, por favor. – Não pode evitar a ênfase na palavra, um quê de advertência tingindo a neutralidade de seu tom. – Esse é um assunto que diz respeito a mim, e a mais ninguém. Espero que nada do que estamos conversando aqui chegue aos ouvidos de Piers ou qualquer outra pessoa.

Não que os outros importassem; no que dependesse de Ùna, poderiam todos explodir. Mas se Piers fosse informado do que ela vinha lhe escondendo por mais de seis anos, ela decerto saberia. E então não haveria gratidão no mundo que bastasse para salvar a pele de Del Aguirre.

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Mensagem por Ángel Del Aguirre Sex Set 28, 2012 8:56 pm


X
...E o que Del Aguirre mais amava nas mulheres.

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O silencio pesado após a revelação que Ángel fez não era um bom prenuncio, por mais que ele não conhecesse a fundo a garota a sua frente, sabia que aquilo não podia significar algo bom. Ele compreendia, apesar de sua fama de inconsequente e mulherengo, no fundo ele compreendia por ter vivido toda sua vida muito próximo a figuras femininas, trágicas e belas em seus corpos suados e sonhos desfeitos. Como ele poderia não respeita-las? Como tendo visto tanto e tantas coisas que um menino não deveria ver? Aqueles dramas nunca foram seus, mas ele os conheceu tão profundamente assim mesmo e se amava toda e qualquer figura feminina (talvez com exceção da noiva que representava para ele terríveis grilhões e nada mais era que um rosto fantasmagórico em um vestido roubado) era também por admiração tanto quanto por veleidade. Ángel Del Aguirre não era um pecador qualquer: ele nunca se aproveitava dos favores femininos, nunca mentia em prol de seu próprio prazer. Mais que isso, o mexicano retribuía tão intensamente o quanto era presenteado e suas intenções eram sempre rubras, mas também claras a quaisquer olhos. Nunca fazia promessas que não podia cumprir e nem tocava em donzelas que esperavam o que ele não podia dar.

Então o rapaz dos cachos negros permaneceu silencioso e condescendente enquanto Úna precisou disso, reprimindo no fundo do peito a vontade de colocar uma mão nos ombros da moça e reconforta-la como seu coração latino o impelia de fazer. Não seria adequado à uma britânica de sangue gélido e muita fleuma relacionada aos sentimentos, ela não gostaria disso e ele soube respeitar também esse fato. Então aguardou até que a pálida sonserina falasse em seu próprio tempo, seus olhos de âmbar muito atentos, assentindo a cada frase dela. Del Aguirre inspirou o ar frio daquela manhã de setembro e então se permitiu falar quando acreditou que ela tivesse terminado:

- Eu também teria ficado aliviado se fosse você a minha prometida. – O mexicano se permitiu ocultar, em parte, a verdade porque jamais ficaria folgado em ter tratos com aquela aranha que o acordou pela manhã, inclusive tinha confiança que sua sanidade não resistiria a mais uma situação como aquela, mas não admitiria isso jamais – Nós teríamos um acordo feito sem palavras, tenho certeza, de não chegar ao altar, afinal não se pode obrigar duas pessoas a fazer o que não querem. Ou melhor, não é possível coagir duas pessoas sagazes a fazer o que não desejam. Quanto a mim, dou-te minha palavra de honra que tratarei seu segredo com total discrição e que não falarei nada que possa desagrada-la.

”Não desagrada-la de todo”, pensou o mexicano assumindo um porte muito digno, e qualquer um que o olhasse dificilmente acreditaria que aquele rapaz de cabelos revoltos um dia não havia assinado Del Aguirre no registro. Assim, ereto e impassível, era a figura típica do puro sangue espanhol, do toureiro que batia forte os pés no chão, mas não parecia importar-se com nada, não havia algo no mundo que pudesse feri-lo. Talvez por isso Ángel temeráriamente ignorasse o aviso dado no tom de voz da morena. Havia coisas que um homem precisava fazer e o hispanico acreditava que talvez a sonserina agradecesse a ele por fazer o que ela a principio não pretendia. Algo lhe dizia que Piers gostaria e precisava saber daquilo e que não seria mau que ele contasse aquele segredo que não era seu, mas que talvez não devesse pertencer somente a Úna.

– E agradeço profundamente seu apoio e ajuda nesse meu problema, e farei o mesmo a seu respeito. Caso ouça algo que seja interessante ao seu caso, te manterei informada. E eu... – ele desviou os olhos momentaneamente, buscando a luz clara do dia que se infiltrava na claraboia. Era difícil dizer certas coisas, mas o rapaz achava que precisava e seu sangue latino às vezes falava mais alto. Retornando a olhar para Úna continuou - desejo realmente que você descubra quem o seu noivo em tempo hábil, Fairbairn, e que ele seja um homem honrado o suficiente para te libertar do compromisso.


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Mensagem por Ùna Fairbairn Sex Set 28, 2012 11:50 pm


Mediante as últimas palavras de Del Aguirre, Ùna permitiu-se o único gesto que restava a alguém em sua posição: sorriu.

Não um sorriso aberto, fique claro, pois isso era algo que era reservado a um número consideravelmente restrito de pessoas e ocasiões – e uma conversa repleta de planos fracassados com um colega que estava começando a sair do perfil “conhecido de vista” decerto não se enquadraria nos parâmetros estabelecidos previamente. Mas era bem verdade que sequer se lembrava da última vez em que partilhara um momento de cumplicidade com alguém, fosse por não ter a opção ou por se ver obrigada a evitá-la. O que ofereceu ao hispânico não foi muito mais que um leve torcer de lábios, olhar e ombros menos rígidos que o habitual ao menear a cabeça brevemente; ainda assim, mesmo que parecesse pouco diante de toda a afetuosidade que se espalhava pelos corredores de Hogwarts, aquilo era muito mais do que Ùna se dignaria a demonstrar à grande maioria dos companheiros de estudos que insistia em ignorar.

– Obrigada, Del Aguirre. Eu... – Franziu o cenho por um instante, buscando as palavras; tinha de admitir que não era exatamente versada em trocar gentilezas que fossem mais que amenidades com alguém que não fazia parte de seu limitado círculo. – Eu fico grata, não só pela oferta de ajuda, mas pela compreensão. E acredite, eu também desejo que ele decida romper o compromisso. Ele também desejaria.

Era realmente difícil suprimir aquela nesga de ameaça ao futuro do possível esposo, pairando em sua voz e no brilho frio de seus olhos como uma nuvem agourenta; de certa forma, era o senso de humor da garota se manifestando – algo que o rapaz moreno provavelmente não seria capaz de compreender. Sacudindo a cabeça levemente, ela deixou de lado o comentário, retomando uma linha mais amena.

– Tenho certeza de que você também será capaz de se desvencilhar dessa situação. Sinceramente, eu tenho que admitir que v—

Nancy.

Concentrada como estava na conversa, Ùna havia deixado de atentar à sua pequena companheira de oito patas. Mas finalmente sentiu sua aproximação e, mais do que isso, a tensão que a tarântula carregava. Com um simples ”me desculpe”, adiantou-se para o lado de fora da sala da claraboia, interceptando a aranha que acabara de chegar. A jovem Fairbairn se ajoelhou, estendendo prontamente a mão para que Nancy pudesse escalar o caminho até seu ombro, como de costume; no entanto, antes que fosse se aninhar em seu posto, a criatura encarou a humana, quatro pares de olhos muito fixos em outro.

E então Ùna soube.

– Del Aguirre! – A garota chamou por entre a porta entreaberta logo depois de se erguer, voltando-se brevemente para o interior da sala. – Problemas no dormitório masculino. Creio que seja melhor tomar o seu rumo direto para o café da manhã.

Sem mais, contudo, ela mesma decidiu-se a tomar os corredores das masmorras em direção ao alojamento masculino, sendo guiada pelas orientações de Nancy, muito mais acostumada a buscar aquela área do que a própria Ùna.

Precisava se certificar de que nada daquela balbúrdia respingaria nele.


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