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Mensagem por Annie D. Reid Sáb Ago 25, 2012 8:59 pm

Status: RP Fechada
Data: 01 de Setembro – Manhã
Local: Estação de King's Cross , inicialmente. Depois o Expresso de Hogwarts.
Participantes: Annie D. Reid, Ludwig Cadwallader.


Obs.: A princípio, os eventos desta RP ocorrerão antes da partida do trem. Mas a gente chega lá!





Capítulo I
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E o Vento a boiada levou...



As viagens para Hogwarts não costumavam ser muito mais animadas do que um jogo de snap explosivo ou sapos de chocolate fugindo de seus compradores. Ela, é claro, sempre encontrava distração em seu caderno com capa de couro e a melhor invenção trouxa já feita, um lápis, escrevendo e anotando no silêncio de um canto de uma cabine qualquer, sempre despercebida, sempre a última a ser notada em qualquer grupo. Daí que ela esperava que o mesmo acontecesse esse ano, iria encontrar a sua melhor amiga, Ollie Cross, iriam conversar um pouco, Ollie talvez quisesse ir para a cabine dos outros amigos dela, com Adjaya e Shepparian e o outro lufano, e Annie ficaria em paz para escrever suas histórias exatamente sobre essas pessoas ou quaisquer outras que chamassem sua atenção (ela era uma autora, a inspiração nem sempre vinha de casais tão acertados quanto aqueles.)

Mas parecia que não ia ser seu dia.

Ela sequer tinha se incomodado em já ir vestida com o uniforme da escola. Era finalzinho de verão, ainda quente e úmido, e Londres não era nenhuma Noruega da vida para que ela percorresse todo o caminho se sentindo confortável metida em um casacão preto enorme. Foi assim que os dois Reids chegaram à estação, Aniceta e Alden, filha e pai, e ela com sandálias de salto baixo e um vestido bem simples, daqueles que chegam ao joelho e têm a cintura demarcada. O pai ainda ajeitou a fita do chapéu que ela usava, o chapéu mais lindo que já tinha visto, presente da tia grega que ainda pensava que a Inglaterra vivia no período regencial, tomando cuidado com a pequena ave canora que insistia em também se abrigar debaixo dele, despediu-se dela com um abraço e um beijo e, não pode ficar para acompanhar o embarque porque alguém tinha trocar o dia do embarque para um sábado e ele era um funcionário do Ministério, tinha que trabalhar.

Mas tudo bem, ela entregou a bagagem toda a um funcionário, menos a pequena bolsa transversal, encantada pelo Sr. Reid para caber mais coisas dentro, tal como um kit de primeiros socorros completo, e sem se importar em se fazer notada ou cumprimentar alguém, se esgueirou para dentro do trem, caminhando entre os vagões até encontrar uma cabine meio vazia só com alguns terceiranistas no vagão 12. Esperaria um pouco antes de procurar por Ollie, ainda tinha tempo para isso, toda a viagem.

Ao menos foi o que ela imaginou.

Mal tinha começado a segunda linha de suas escritas, consultando a lista mental que sempre fazia dos alunos que tinha vindo a conhecer - e até mesmo dos que ela não conhecia - e extraindo de lá alguns detalhes específicos, quando tudo começou. Ela ouviu gritos, um feitiço das trevas acima de todos os sons, e foi rápida ao fechar seu caderno e levantar de um pulo, a bolsa junto ao corpo, ouvidos atentos e uma expressão estranha no rosto. Não esperou muito mais do que alguns segundos para sair da cabine, Boreas enroscado em seu ombro, e procurar Ollie pelo resto do vagão, encontrá-la e escondê-la debaixo de sua saia se preciso fosse, porque a amiga tinha tendência infortuna de estar no lugar errado e na hora errada sempre. 

Segurando o pequeno chapéu de palha com uma mão, a outra ocupada em abrir portas de cabine, Annie sequer teve muito tempo para protestar ao perceber o que tinha acontecido, apenas se limitou a recolher as próprias saias e a correr pelos vagões chamando por Olívia em voz alta - gritando, a bem da verdade. Uma pequena ruiva, quase insignificante, metida em um bonito vestido de verão, sandálias leves e um chapeuzinho de palha de aba pequena, uma fita bonita enfeitando a aba, outra prendendo o queixo e algumas flores de tecido penduradas, corria berrando como uma espartana com seu cabelo ruivo, já sempre despenteado, ficando cada vez mais revoltoso.

- Ollie! Olívia Cross!!!! OLLIE!! - ela gritou ao mesmo tempo que seu companheiro canoro ergueu voo de seu ombro para procurar a outra menina também.

Agora vejamos que Aniceta Diana Reid não era uma garota que se preocupava com bobagens ou ficava histérica à toa. Ao contrário, sempre pareceu ser bastante prática, sensata e centrada, pés firmes no chão enquanto procurava opções viáveis para sair de uma possível enrascada. Assim, quando sua voz gritava por Olívia Cross por todos os vagões que passava, não era porque a ruiva era uma menina histérica louca precisando de companhia porque não poderia chegar no final do corredor sozinha, não. Era porque a situação estava realmente feia, daquelas onde alguém pode acabar caindo morto aos seus pés nos próximos minutos, e ela era uma boa amiga e estava preocupada com a outra corvinal, coração na mão, tentando enxergar entre a fumaça e a histeria e correria que se propagava no trem. Havia fumaça e havia fogo, haviam crianças histéricas empurrando umas às outras, e havia uma confusão que podia ser mais perigosa do que o próprio fogo. Precisava encontrar a amiga, e precisava depressa, antes que as duas fossem dadas como inocentes vítimas de uma tragédia acontecida no expresso escolar. Não era um bom jeito de sair como manchete no jornal.

Ao que parecia, porém, era isso que iria acontecer á pobre ruivinha, porque os alunos resolveram que ficar em um trem pegando fogo não era muito bom (quem poderia contrariá-los?) mas, ao invés de se organizarem como nos treinamentos que eles já tiveram mais de uma vez, resolveram sair desesperadamente todos de uma vez, basicamente atropelando-se uns aos outros nos processos. Diana, é claro, não conseguiu escapar da boiada a tempo, apenas conseguiu se espremer contra uma parede, encolhida em um canto esperando a boiada passar sem ser pisoteada até a morte, e assistindo, horrorizada, o seu chapéu ser arrastado para longe, sem poder fazer nada para trazê-lo de volta porque não podia sequer se mexer muito.

Sua tia, sua pobre tia, ficaria decepcionada. 

Não obstante, tão logo a primeira cambada de hipogrifos desembestados passou por ela, a menina Reid novamente segurou suas saias e a bolsa, disposta a sair dali antes de morrer, e marchou corajosa - talvez um pouco furiosa - para fora do trem, imaginando como é que algo assim poderia acontecer no Expresso para Hogwarts, que seu pai não ia gostar nada de saber de uma coisa dessas, que os funcionários não eram tão competentes e os alunos doentes, que algum dos deuses estava se divertindo um bocado e que, francamente, alguém ia ter de dar explicações sobre o fato de que quase tinha morrido de mais de uma maneira e--- Annie deu de cara com um bando de gente vestida de negro, tão logo pisou um passo para fora do trem.

Ok.

Até que podia extrair algo daquela experiência toda, não podia?
Annie D. Reid
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Mensagem por Ludwig Cadwallader Seg Ago 27, 2012 3:02 am

MC1R
ou “Mutante com Orgulho”



“Olivia Cross – LIVROS
vagão de carga”


Cantarolando baixinho sie ist ein Modell und sie sieht gut aus (a original do Kraftwerk, fique claro), Ludwig batia os dedos a esmo sobre a mala extra que carregava, como se tocasse um teclado – exceto que jamais havia praticado em teclas brancas e pretas, fazendo ali no muito uma aproximação bastante amadora. Como tampouco falava alemão, aliás, o amadorismo parecia ser a chave da cena. De qualquer forma, aquilo era o bastante para que ele se mantivesse entretido enquanto esperava por Olivia (Olivia Cross – LIVROS – vagão de carga); não era como se precisasse de muita coisa para se distrair, afinal.

Havia algum tempo que cumpriam aquele ritual: mesmo que não tivessem muito contato ao longo do ano letivo (Ludwig tinha uma índole suficientemente gentil para não impor sua presença a ninguém por tempo demais), a cada início das aulas ele doava para a colega corvinal os livros que usara no ano anterior. Começaram quando ele estava prestes a encerrar o segundo ano e ela o primeiro, graças a um anúncio que o galês enviara para o Profeta Estudante, oferecendo seu material escolar em ótimo estado de conservação.

Ludwig, aliás, tinha um apreço todo especial pelo jornal publicado por seus colegas; era através dele que o garoto se informava a respeito do que acontecia em Hogwarts e eventualmente se fazia ouvir – ocasiões raras, geralmente para anunciar doações ou propor trocas. Chegou a começar algumas cartas em resposta a editoriais e matérias, mas acabou desistindo delas no meio do caminho. Fosse como fosse, era bem mais eficiente em travar contato com os outros alunos através de transações e pequenos gestos de filantropia anunciados por escrito do que pessoalmente. Mas já estava acostumado.

Olivia Cross. Ele espiou a anotação na palma da mão direita pela terceira vez desde que chegara aos arredores do vagão, contando que a menina da pinta no rosto (era do lado direito ou esquerdo?) apareceria a qualquer momento. O que ele não contava, porém era com a gritaria vinda de algum outro ponto do trem.

Sem pânico.

Antes que a confusão se alastrasse de vez, o discípulo de Rowena Ravenclaw tomou a única atitude que lhe parecia sensata: saiu do trem levando consigo sua própria mala e a bagagem extra que trazia para Olivia. Manter os livros – tanto os seus quanto aqueles que seriam dela – a salvo era prioridade no momento. E como garantir a própria segurança também não era má ideia, Ludwig preferiu apenas se afastar.

Havia uma grande fogueira na plataforma (aquele lá não era Aidan Sheppard?) e um dos vagões também estava pegando fogo. Intrigado, o setimanista cogitou a possibilidade de um ataque incendiário, mas a descartou logo em seguida; os dois focos não pareciam ter qualquer relação. E lá se ia Aidan com seu amigo (namorado? parceiro?) alto e o indiano (Gupta?). Sacando a caneta esferográfica do bolso, Ludwig acrescentou uma anotação menos urgente ao pulso direito: “Aidan Sheppard – ME3 – teoria da indocrinação (?)” Aquele era um assunto de suma importância a ser tratado com o lufano, mas poderia esperar até aquela situação se resolver. Enquanto isso, ficaria ali sentado sobre a mala, até que pudesse entregar os livros.

(Aproveitou para riscar o “vagão de carga” da anotação na palma da mão. Não havia mais lógica.)

Já estava nos primeiros versos de “Go West” quando os Homens de Preto (vulgo aurores de algum departamento especial que Ludwig não saberia precisar) surgiram para colocar ordem na plataforma, evacuando de vez o trem. E foi justo nesse momento que um detalhe particularmente surreal prendeu a atenção do corvinal com tanta força que ele sequer conseguia se lembrar do que vinha depois de we will start life new.

Um chapéu de palha vinha rolando para fora do trem, invadindo a plataforma numa calmaria tão plácida que contrariava por completo a confusão ao redor dele. Ludwig piscou uma, duas vezes, e o chapéu continuava ali – agora completamente imóvel, como se estivesse disposto em uma vitrine, flor e laço de fita intactos, sem que ninguém o chutasse por acidente ou tropeçasse nele. Como se tivesse um Campo AT próprio, inabalável como a Excalibur.

Precisava chegar até aquele chapéu.

– Uh, oi. – Chamou a atenção de dois meninos mais novos que estavam por perto, esperando que o instinto de respeito aos veteranos os afetasse por pelo menos alguns segundos. – Vocês podem ficar de olho nessa bagagem? Eu só vou ali pegar um negócio! – Se eles ouviram tudo que ele dissera, porém, Ludwig jamais ficaria sabendo; não esperou resposta antes de correr até o chapeuzinho, pegá-lo com um misto de pressa e cuidado e voltar depressa até as malas. Somente ao retornar ao seu posto original é que revirou o acessório resgatado, analisando-o. O modelo, antigo, era sem dúvida incomum em Hogwarts; a dona ou estava muito interessada em se livrar dele, ou agora sentia demais a perda e certamente o quereria de volta. Não seria difícil para o garoto levá-lo em segurança até o castelo. Assim que o ano letivo começasse, trataria de colocar um anúncio no Profeta (bendito jornal!), avisando que tinha encontrado a peça. Caso a proprietária se enquadrasse no primeiro perfil, apareceria logo.

Os avós paternos de Ludwig tinham uma loja de chapéus em Cardiff, atualmente gerenciada pelo tio Llew. Provavelmente seu pai acharia essa história divertida, como quer que viesse a acabar; talvez fosse bom anotar logo que devia comentar o assunto na próxima carta.

Não, o chapéu. De volta a ele.

Dando uma boa olhada na parte de dentro, o corvinal encontrou alguns fios de cabelo presos à trama de palha. Puxou-os e, antes mesmo de coloca-los contra a luz, viu sem sombra de dúvida que eram ruivos, não loiros; ainda assim, o tom tendendo mais ao acobreado que ao vermelho puro – fogo, não sangue, algo determinou no fundo da cabeça do garoto – ajudava a eliminar algumas das muitas ruivas que circulavam por Hogwarts. Avaliou também o comprimento (longo, mas não muito) e a forma (levemente ondulado), estimando que isso o deixaria com um grupo de potenciais proprietárias bem pequeno.

Uma ruiva de cabelos longos perdendo um chapéu que, por obra do Destino, caía justamente nas mãos de Ludwig. A ideia por si só era linda; o problema era que, mesmo que estivesse em seu último ano em Hogwarts, o setimanista não seria capaz de listar nome, série e casa das ruivas da escola mesmo que sua vida dependesse disso.

Olhos azuis muito fixos no chapéu, respirou fundo e suspirou. Era melhor que a Ruiva também fosse uma leitora do Profeta Estudantil.

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Mensagem por Annie D. Reid Ter Ago 28, 2012 11:32 am

Capítulo I
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2- Do achádego



Talvez a sorte de Diana fosse ser pequena, talvez ter corrido tanto e nadado tanto na beira do Egeu a ajudasse a fugir de situações onde podia ser espremida, talvez alguns dos deuses - Hermes, podia apostar - realmente gostasse dela, ou tivesse pena que ela já sofresse os suficiente como um nome daqueles. Não importava realmente, o que contava era que o auror a dispensou com um simples olhar, passando ao seu largo para entrar o trem. Sabia que eram aurores, seu pai tinha mencionado que Harry Potter era um sujeito visionário mas que não entendia a contratação de tanta coisa estranha - nesses exatos termos, e agora ela entendia o porquê.

De toda maneira, a grega foi deixada de lado por todos eles, uma sombra diminuta e esquecida que só não saia pela porta porque uma fileira de aurores adentravam o trem e a deixaram encostada contra a mesma, apenas observando e estranhando toda a situação. Antes, porém, que fosse completamente esquecida, alguém deve ter notado a ruiva parada à porta e a primeira coisa que fizeram foi fechá-la para fora, na plataforma. Uma pena, queria poder ter ficado e escutado tudo e descoberto porque tinham enviado justo aquele esquadrão de gente quando sequer aurores eram necessários para resolver a ridícula bagunça dos próprios alunos.

Tinha um outro problema a resolver antes, dois para ser completamente honesta: Boreas tinha sumido à procura de Ollie e ela tinha perdido seu chapéu. O primeiro ela resolveu fácil, fechando os olhos e se concentrando em chamá-lo pelo elo que os unia, ouvindo em resposta que ele tinha encontrado a garota mas que ela esperasse um pouco antes, alguma coisa importante estava acontecendo. O segundo, Aniceta temia, seria impossível de reverter. Numa hora dessas, seu pobre chapéu de palha já teria virado cinza naquela fogueira que tinham erguido dentro do trem.

Tentando fazer um coque com os cabelos, ela girou os olhos na plataforma para ver os estragos, reconhecendo alguns colegas cheios de fuligem, alguns pais preocupados abraçando seus filhos e uns primeiranistas se perguntando se a abertura de Hogwarts era tão cenográficamente real. E, então, Annie viu.

Seu chapéu, uma coisinha diminuta e artesanal, palha clara e miúda entrelaçada, flores de tecido e uma fita rendada, e um garoto segurando o artefato e o encarando como se pudesse descobrir alguma coisa nele. Ela teria achado graça de um objeto tão romântico e regencial na mão de um garoto, teria até rido, se o alívio não fosse maior do que tudo. Nesse instante, ao invés de rir, ela juntou as saias e andou com passos tão largos que era quase uma corrida, até chegar ao garoto com seu chapéu.

- Oi! - as bochechas vermelhas desde mais cedo contrastavam com o cabelo e o sorriso que ela abriu, até mesmo se recordava quem ele era, quanta sorte! Ludwig Edwander Cadwallader, WWW, que ela achava que era galês ou irlandês mas não tinha certeza, que se movia em círculos ainda mais afastados do que os dela (isto é, se ele realmente se movia em qualquer círculo). Nunca tinha conversado com ele, e ele provavelmente nunca tomara nota da sua existência, mas ela o tinha catalogado em uma de suas listas e era estranho que não se recordasse de muitos detalhes, talvez precisasse aprimorar mais suas listagens - Huh... esse chapéu, sabe? - apontava para o objeto que ele segurava, agora ela via, com muito cuidado - Então... é meu. Desculpe, eu perdi na confusão... - e porque o mundo conspirava contra ela, o coque se desprendeu caindo por cima de seu olho, embora ela rapidamente tivesse contornado a situação colocando tudo atrás da orelha com as mãos.


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Mensagem por Ludwig Cadwallader Ter Ago 28, 2012 7:02 pm

MC1R - parte II
ou "Appuntamento fatale (Ballata in Si bemolle)"



- Oi!

Ludwig sequer havia notado a aproximação da garota; só a percebeu quando era tarde demais, quando a saudação repentina era o bastante para fazer com que ele tivesse um sobressalto, virando-se na para encará-la com olhos arregalados e um ar apalermado que, mesmo não podendo ver por si, adivinhava no próprio rosto.

A Ruiva, claro. Subitamente, sentiu-se um idiota (no sentido stalker maníaco do termo) por estar segurando o chapéu em uma mão e uns três fios de cabelo na outra, como se fosse uma espécie de perito do FBI ou coisa do gênero.

- Huh... esse chapéu, sabe? Então... é meu. Desculpe, eu perdi na confusão... - Sim, ele sabia - tanto que ela era a dona do chapéu quanto que ele tinha sido perdido na confusão; ao menos era de se presumir, considerando que a Ruiva havia aparecido tão depressa. Chegou a sentir uma ponta de decepção, vendo que o caso se resolvera assim, de imediato. Sequer tivera tempo de formular um anúncio para o Profeta Estudantil - e tinha que admitir que realmente gostava de ter desculpas para escrever para o periódico.

Mas eis que nada mais fazia diferença: a falta de suspense na conclusão da história, o incêndio na plataforma, o trem explodindo pelo efeito de uma bomba nuclear, a humanidade sendo extinta pelo avanço dos mares.

O coque que prendia o cabelo da ruiva se desfez, as mechas cor de fogo se desenrolando em um padrão que beirava o hipnótico, espalhando-se pelas costas e ombros, emoldurando o rosto dela como um véu ondulado. O rosto, aliás - Santa Valentina de Guido Crepax, o rosto! Olhos de um azul cinzento, a pele de uma palidez rosada, particularmente afogueada pela corrida, susto ou o que fosse, e os lábios. Ah, os lábios cheios, bem desenhados, a boca recortada em um "oh" enquanto ela ainda tentava recobrar o fôlego.

Um close perfeito desenhado por Manara. E ele não poderia (não ousaria) discutir um plano mais aberto.

Perguntou-se como ainda não tinha atentado para a existência daquela garota - era irônico que Ludwig questionasse sua própria falta de atenção, verdade, mas aquilo era demais. Tanto que chegou a cogitar a possibilidade de, afetado pelo monóxido de carbono que teria possivelmente inalado, agora estivesse tendo alucinações. Ela, a Ruiva, deveria ter como sobrenome Delirium Tremens, ainda que ele não estivesse em abstinência de coisa alguma. Aliás, Delirium e rutilismo caminhavam lado a lado mesmo na obra de Neil Gaiman, não era de se estranhar que sua garota perfeita imaginária se manifestasse assim.

Talvez ela não fosse de Hogwarts. Talvez fosse um aborto, irmã de algum aluno. Talvez já tivesse se formado e fosse dessas mulheres que, aos vinte e tantos, ainda parecem ter seus 16.

Ela era real. E ainda estava esperando o chapéu.

E ele estava olhando para ela com cara de idiota havia talvez um século, o acessório de palha só meio estendido em direção à Ruiva.

Reunindo toda a sua força de vontade (no que só podia ser considerado um acerto crítico em um teste de WILL), Ludwig fez tudo que podia fazer: fechou a boca e estendeu o chapéu de uma vez por todas, ignorando (mentira) as mãozinhas de unhas vermelhas que agarravam a aba pelo outro lado.

- Oi.

Era quase um herói.

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Mensagem por Annie D. Reid Qua Set 05, 2012 6:21 pm

Capítulo I
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3- Do espaço de tempo em que nada é dito


Depois da última mecha no lugar certo, atrás de uma orelha, ela finalmente esperou o protocolar:

"Oi. Ah sim, é seu, então? Aqui."
"Oh, obrigada
"Disponha!"


Mas isso não aconteceu a não ser em sua cabeça e, no mesmo momento em que o cabelo saia de trás da orelha, o garoto a encarava como se existisse alguma coisa pendurada e morta nele. Com a sua sorte, talvez existisse mesmo, mas dado os mais recentes fatos, uma barata torrada presa em seu cabelo não parecia tão assustador assim depois dela mesma quase arder no melhor estilo viking. Desde que não fosse Bóreas depenado, o pobrezinho, ela fingiria não ter nada anormal enquanto não pudesse correr para o banheiro mais próximo e se ajeitar novamente. Droga, lá ia ela devaneiando de novo, e o silêncio do garoto não parecia ajudar em nada essa tarefa.

Entretanto, ela permaneceu ali, sorrindo muito calma, como se o mundo não estivesse pegando fogo ao seu redor (e bem, agora os aurores tinham terminado o serviço e realmente não havia mais chamas e nem faíscas). Sempre clamaram que ela parecia uma garota fleumática demais, mas, quem diria, havia vantagens para esse seu pequeno defeito. E enquanto o garoto parecia quer ter certeza de que ela era mesmo a dona do chapéu, como se a roupa florida fora de lugar entre capas e uniformes não fosse indicativo suficiente, ela tentou se lembrar dele em uma das tantas listas que havia feito mentalmente.

É claro, ele encabeçava a "Nomes que Não se Deve Dar a Um Filho" juntamente com a própria ruiva, mas, além disso, não conseguia se lembrar de nada realmente importante. E devia, porque o garoto não era tão comum assim, podia não ser alto como as portas do sexto ano e nem famoso como os musicistas do sétimo, mas havia algo diferente nele.

Os olhos. Talvez fossem eles, uma cor diferente, nem azul nem verde, que ela não sabia precisar.

De qualquer modo, aumentou um pouco seu sorriso quando ele finalmente estendeu a mão com o objeto de palha, que ela logo tratou de pegar de volta. Ainda sorrindo, ouviu um "Oi" que teria sido inaudível o suficiente para alguém que não prestasse tanta atenção como ela, ao mesmo tempo em que colocava a peça de volta à cabeça. Tentou, de dezenas de maneiras diferentes, enfiar todo aquele cabelo desobediente de volta no pequeno chapéu, mas deu-se por satisfeita ao conseguir amarrar a fita sob o queixo de novo, teria que ser o suficiente.

- Oi. - sorriu de novo, estendendo a mão e tomando a do garoto que, por algum motivo, ainda estava a meio caminho de voltar ao seu lugar normal, em um cumprimento - E obrigada de novo, de verdade. Achei que tinha perdido na correria, foi presente da minha tia. Ah, a propósito, Anic... Annie Reid, prazer.

E estava prestes a baixar a mão, talvez agradecer de novo antes de voltar à sua busca pela outra Corvinal quando sentiu um puxão invisível no canto do olho direito. Boreas. Não piscou os olhos quando ele começou a falar e, ao mesmo tempo, exibir imagens através de suas próprias órbitas, uma Ollie sendo carregada por uma autoridade local, mas parecia que nada de sério estava acontecendo e seria melhor não se meter nisso e acabar fazendo as duas acabarem passando a noite em alguma celinha do Ministério Público para conter manifestantes loucos. Não, era melhor esperar.

Aniceta só percebeu que ainda segurava a mão do garoto quando piscou e aconexão com o cardeal foi quebrada, e ela olhou para as próprias mãos como se não as reconhecesse mais, tornando o processo de desentranhar dedos uma coisa lenta, pouco mecânica mas muito desajeitada conforme a consciência de si mesma voltava.

- Hã... gente louca, né? O trem ainda nem tinha saído e, olha só o que aconteceu. Pensei que meus últimos segundos seriam lá dentro. - ela disse a guizo de tentar disfarçar seu próprio fade out, soltando um risinho fraco pelo nariz.


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