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DIRTY DAY

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Mensagem por Logan C. Villeneuve Ter Set 18, 2012 8:07 pm

    RP Fechada: Logan C. Villeneuve e Azmaria D. Corte-Real
    Local: Sétimo andar
    Horário: após a festa "Trasgo! Nas Masmorras"
    Dia: 02/09/12
    DIRTY DAY
    Trôpego, tentava inutilmente andar rápido. Diante da minha perspectiva, diminuía cada vez mais a imagem de Derfel e das garotas que o acompanhavam. Em questão de minutos, não mais os via. O sol acabara de se pôr e uma brisa, típica das noites de verão no hemisfério sul, perpassava pelos corredores da edificação. Conformado e já um pouco mais ciente de minha atual situação, almejei que ninguém me visse naquele estado. Pensei em soluções para não ser encontrado e elas me pareceram um tanto quanto óbvias. Considerei ir para a Floresta, porém, por algum motivo, não fui. Considerei ir para o saguão de entrada, mas também não o fiz.

    Minha cabeça encontrava-se em outro lugar. Um lugar inacessível - até por mim, há de se dizer -, que, todavia, me provocava certo desconforto e inquietude. Azmaria Corte-Real, se não era a solução, era o nome do problema. Sentia meu sangue pulsar quente nas veias. Abstraindo-me completamente do que eu havia causado à garota, alguns sentimentos em relação a ela conflitavam-se interiormente. Mesmo com a raiva me corroendo, cantava, no maior estilo “Bebe, negão”, pelos cantos que passava: “Ô vô bebê pá esquecê meus pobrema!”. Neste estágio, não mais ria. Era apenas uma alma solitária vagando inutilmente por aquele interminável castelo.

    Azmaria era traidora, como todas as outras, e me vinha com aquela história de “somos prometidos e feitos um para o outro desde crianças”? Depois ainda dançava sensualmente com outro rapaz? Já provei deste cálice uma vez e, se agora ajo feito um sujeito babaca, muito se deve à forma que encontrei para me policiar deste tipo de garota. Se eu fora estúpido com Azmaria? Talvez. Se meu dia tivera um final nada agradável? Não sei. De alguma maneira, acho que minha noite ainda não terminou. Caso Azmaria realmente se importe, pelos anos que a conheço, digo que virá me procurar. Caso contrário, dançará até acabar o mundo com outros rapazes que mal conhece – o que, valendo pelo comportamento adquirido nos meus últimos segundos dentro das masmorras, não duvido nada que aconteça.

    Enquanto ainda cantarolo - desta vez... “Seu guaaarda eu não sô vagabuuuuundo, eu num sô delinqüente... Sou um cara carente. Eu dormi na praaaaça, pensaaaando nelaaaaaaa” -, analiso as duas opções de destino que anteriormente citei e decido por outra: retornarei ao dormitório da Grifinória. O mundo roda como num pequeno carrossel. Os vitrais inquisidores, das altas paredes do castelo, me acompanham, porque sou o único ser a vagar por aquele piso vazio. Subo os lances de escada. Vertigem. Procuro não olhar para baixo e seguro-me fortemente ao corrimão. Meu estômago começa a reclamar, mas está fora de cogitação fazer companhia à Murta. Portanto, é preciso aguentar.

    Sétimo andar. Inquieto, fui, seco, rumo ao quadro da Mulher Gorda. A pintura exibia, em minha direção, o mesmo sorriso cordial de sempre. Não que a Mulher Gorda fosse um dos quadros mais simpáticos do Castelo, mas, diferente de outros alunos, ela ia com a minha cara. A pintura me olhou de cima embaixo, como se ela estivesse com algum problema, e riu. Riu para que todas as paredes abandonadas daquele andar pudessem ouvir. Constatei que, desde que eu ingressara em tal escola, daquele jeito ela nunca havia me visto. Distraído que estava, tive a sensação de haver um buraco em meu ombro. Maneei a cabeça de acordo com meus reflexos - lentos, por sinal - e vi aquela mão fantasmagórica me segurar.

    - Você está um trapo, garoto. O que aconteceu? – e Nick Quase-Sem-Cabeça irrompeu num riso breve, aproximando-se de minha orelha. – Não ligue pra esta dama do quadro. Teve um dia tão tedioso, que só de ver qualquer alma andar por aqui, já se manifesta de maneiras impróprias – sorriu, largando-me e se dirigindo ao quadro. - Estava andando por aí e tem uma garota perdida querendo encontrar a entrada para a Grifinória, senhora. O estado dela não é muito melhor do que o do cavalheiro ao meu lado. Está aos prantos, de dar dó... – fez uma careta. - Enfim, por gentileza, fale com ela. Até pensei em fazê-lo, mas preferi ficar quieto – vendo a reação da pintura, fez outra careta e terminou de se justificar. - Afinal de contas, um fantasma é um fantasma. Não queria assustá-la.

    O que se seguiu em resposta ao Sir Nicholas foi algo que posso decodificar, tirando toda a gentileza presente na voz da Mulher e toda sua educação, como: “Seu velho caduco! E você pensa que a garota não vai ficar assustada se um quadro falar com ela? Francamente!”. Então, o fantasma fez uma mesura e partiu para, segundo ele, ter com a Dama Cinzenta e o Barão Sangrento. O silêncio – ou o que seria dele, já que meus ouvidos zuniam devido à música alta – assola os corredores do sétimo andar e resta apenas o olhar austero da Mulher Gorda.

    - A senha, por favor – canta, num tom melodramático, como se estivesse a testar, o que era comum, um de seus dotes artísticos.

    - Pena de hipogrifo – respondo de pronto e a Mulher Gorda pigarreia.

    - Como!?

    - Pena de hipogrifo – digo, demonstrando saber do que falo.

    - Desculpe-me, senhor, mas a senha está incorreta – a mulher se senta confortavelmente no gramado da paisagem. – O senhor deve estar se confundindo com a senha do ano retrasado.

    -errrrado!? – indago, incrédulo. Qual seria a senha então? – Olho-de-opala? – impaciente, lembro-me da palavra, no entanto, a resposta não é satisfatória para a Mulher Gorda. – Hm... – dali em diante chutei todos os nomes possíveis e imagináveis. – Droga! Sapo de chocolate? Feijõezinhos de todos os sabores? Três vassouras? Cleansweep 7? Pomo de ouro? – e o brainstorming não cessava. A figura do quadro já estava cansada e eu também. Sabendo das regras, só conseguiria sair daquele purgatório quando outro grifinório chegasse e acertasse a senha. Então, com a esperança de encontrar algum colega de Casa que pudesse me fornecer a resposta, dei alguns passos até a escada. No primeiro degrau, havia uma garota sentada, que estava de costas para mim. Sentei-me ao seu lado. Tentando parecer o mais sóbrio possível, já tinha até o texto na ponta da língua. – Com licença, estou com um problema e... Será que você saberia me dizer qual é a senha da Grifinória?

    Para minha surpresa, o rosto da garota, antes mergulhado em longos fios de cabelo, se revelou. Seus olhos, imersos em tristeza, confirmavam uma de minhas suposições: Azmaria Corte-Real veio me procurar.

    RESUMO:

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Mensagem por Azmaria D. Corte-Real Qua Set 19, 2012 9:42 pm


Girls, we run this motha!



Azmaria tinha saído louca pelas Masmorras a fora. Tinha deixado Charlotte plantada sozinha, mesmo sua melhor amiga estando ao seu lado para lhe apoiar em seus momentos dramáticos. Depois teria que compensá-la com um caldeirão de varinhas de alcaçuz porque isso não se faz, minha flor! NAMORADOS VÊM E VÃO MAS AMIGAS SÃO ETERNAS! Ao menos essa é a tese.

Todavia, quando finalmente conseguiu sair da festa o corredor estava tão intenso que ela não saberia onde procurar por Logan. Seu coração batia rápido e descontrolado temendo que ele estivesse nos braços de uma das meninas que vieram lhe buscar. Isso ela jamais poderia suportar. Correu então até o final das Masmorras observando e varrendo como uma águia cada canto, mas não encontrou nenhum casal que lhe interessasse pelos nichos de pedra.

Avistou, porém, uma menina com um comportamento pra lá de suspeito. Ela andava se esgueirando e nas surdinas como se estivesse seguindo alguém. Quando ela olhou para trás para se certificar de que não tinha ninguém na sua cola, Azmaria reconheceu aquela cara de boneca de porcelana. A OVELHAAAAAAAA! O que a Ovelha estava fazendo ali, seguindo alguém?

Ahh ela só podia estar seguindo Villeneuve, já que depois dessa festa, na cabeça de passarinho da portuguesa, todas querem o Logan. Pensando que era melhor seguir a menina a ficar feito um dois de paus no meio do caminho, lá se foi Azmaria seguindo os passos de Mariana Lengruber, a menina ovelha.

Mas aquela perseguição estava um saco. Subiram lances e mais lances de escada e não chegavam a lugar algum, até que Azmaria viu o grupo que a sonserina seguia e viu no meio deles o seu lombinho canadense. Ele não estava agarrado a ninguém. Aquilo já era um alívio para o peito português de minha favorita. E por um instante, distraída, a maluquinha perdeu ovelha, Pastor e o rebanho inteiro de vista. Ela tinha subido um lance a mais de escadas e ido parar no sétimo andar.

Andou na direção da Ala Leste em busca da entrada da Grifinória, pois ela sabia que a casa ficava naquele andar, e esperaria por Villeneuve até que ele aparecesse, afinal, ele tinha de dormir em algum momento e mesmo que dormisse fora da própria casa, ele não ficaria sem entrar para sempre. Então ela esperaria plantada na entrada até que ele aparecesse, mesmo que tivesse de fazer semanas de vigília. Porque o bom stalker é assim. Ele não dorme, ele não come, ele não respira. Ele apenas vigia.

Poucos minutos depois, a menina Corte-Real percebeu que o andar era extremamente grande e que ela não fazia ideia do que era a entrada da Grifinória ou o que poderia ser. Triste, ela acabou voltando por onde veio, já que nenhuma pintura parecia disposta a contar-lhe onde raios era a entrada da casa dos nobres e valentes.

O detalhe aqui é que a entrada era exatamente na Ala Oeste no quadro da Mulher Gorda, local totalmente oposto ao que ela tinha ido e que enquanto ela ia para o Leste, Logan tinha subido as escadarias e ido no rumo certo sem que ela nem mesmo o visse. E desolada por conta do álcool no sangue e de pensar que teria que descer toda aquela escadaria de novo – e rezar para que elas não mudassem de lugar de novo e ela acabasse se perdendo de vez, já que não era habituada com nada em Hogwarts.

Foi quando ela sentiu alguém sentando ao seu lado, mas estava tão ocupada sentindo pena de si mesma, que Corte-Real se quer usou a visão periférica para encarar o estranho. E é assim que ela espera fazer amigos! Para A NOOOOOOOOOOOSSA ALEGRIA! E completa felicidade de minha princesa portuguesa, ela não precisou olhar para o desconhecido para saber que ele de fato era um rosto bem conhecido. Aquela era a voz de Logan que aparentemente, não tinha lhe reconhecido.

PENSOU O QUÊ? QUE ERA MAIS UM BIBELÔ PARA A COLEÇÃO SAFADAGEM?

O olhar descrente e caído da menina se elevou em luz e sua face sisuda se abriu no mais belo sorriso. E ela tinha mil coisas para lhe falar. Mil coisas para explicar. Mil satisfações para tomar e para dar. Só que tudo pareceu simplesmente fútil na mente dela, quando de repente, num ato inesperado, ele levou as mãos ao rosto dela, aproximou seus olhos verdes do mar revolto e castanho que eram os intensos olhos de Azmaria Corte-Real. E a beijou.


GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLL! ÉÉÉÉÉÉÉÉ DO BRAAAAAAAAASIIIIIIIIIIIIIIIILLLLLLLLLL! De Portugal, neh?

Azmaria foi totalmente pega de surpresa. Ficou com os olhos abertos uns três segundos até perceber o que estava acontecendo e se deixou relaxar, entregando-se àquele beijo que ela tanta ansiara, porque na primeira vez que o beijara, tinha sido ela a agarrá-lo. Ela não entendia nada do que estava acontecendo. Mas também nem queria entender. Ela só tinha uma única certeza naquele momento e era exatamente que ela estava no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa. Podia cair a escola, Voldemort podia ressurgir dos mortos dançando a conga de roupa havaiana que nada tiraria aquela sensação de fogos de artifício do seu peito. Ela tinha de algum jeito marcado o gol da felicidade

Quando eles se separaram, ela encarou aqueles olhos verdes que tanto mexiam com ela, sem se afastar completamente e poucos segundos depois, ela o puxara para si, sentindo o gosto familiar de tequila e mel. Mel porque ele era doce e aquele era o gosto de Logan.

E ela finalmente pensou que tinha acertado na loteria dos duendes quando para variar, Villeneuve ficou com aquela cara séria de sempre, como se estivesse ensaiando uma fala que não saía. Desembucha, garoto! Prostrou-se de lado e pegou nas mãos finas e macias da portuguesa que tinha praticamente corações voando por cada poro de seu corpo. Azmaria só não tinha realizado ainda que aquilo que para ela era um começo, estava mais com cara de final e se me permitem, NADA FELIZ!

Girls!

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Mensagem por Logan C. Villeneuve Sex Set 21, 2012 10:37 pm

    PUZZLE WITH A PIECE MISSING
    Um sorriso. Foi a primeira coisa que vi. Um sorriso. Foi a primeira coisa que se formou em meus lábios também. Aquela pequena dose do santo remédio que tomei começa a fazer efeito. A sensação é a de estar um pouco melhor... Quase sóbrio. Através daqueles olhos que agora eu encarava, o retorno do frescor de minha infância se projeta. Éramos Logan e Azmaria. Nada de sobrenomes ou formalidades. Quatro anos de idade. Duas pequenas famílias andando pelo Stanley Park, em Vancouver. Ali, bem ali, nossos pais se cumprimentam num domingo qualquer e falam sobre amenidades. Vizinhos estreitando laços. A pequena garota da pele dourada e os olhos castanhos timidamente pergunta qual é o meu nome. Eu respondo, ela sorri e me dá o seu em troca. Brincamos no playground, deixando nossos pais a sós. Éramos duas crianças que, curiosamente, se davam bem.

    Cinco anos de idade. A primeira jura de amor, uma promessa. Noite dessas de verão, sua insistência acaba por me vencer. Luz acesa do abajur de meu quarto. As pinturas com figuras de animais africanos em minhas paredes observam-nos. Ela folheia um livro qualquer de contos e o deixa de lado, ainda sem conseguir dormir. Agitada, levanta-se e cutucando-me, faz com que eu perca o sono. Pergunto se está tudo bem, ela se senta em minha cama, trajando um pijama com gravuras de ursinhos, e me beija no rosto. Coro, limpando a bochecha instantaneamente. Ela ri e eu a acompanho. Seu tom se torna um pouco tenso. Ela me encara, mordendo o lábio inferior. Quer que nos casemos quando mais velhos. Ajeito-me na cama, arregalando os olhos. Meia hora de briga, hesitação e gritaria infantil. Meus pais acordam, querem saber o que está havendo ali. Contorno a situação e o abajur de meu quarto é apagado. Ela dita a última palavra e eu, cansado e crente de que aquilo não passava de uma brincadeira, simplesmente concordo. Casaríamo-nos.

    Nove anos de idade. Meus pais se separam. Ambos os lados manipulam a minha mente e eu chego até a achar legal a ideia de ter duas casas diferentes para morar. Um, dois, três meses se passam... E tal pensamento já não é tanto do meu agrado. Vejo a superficialidade dominar a vida de meu pai e o mundo de minha mãe ruir. Passo uma última vez no casarão que os pertencia. Pego alguns brinquedos e, curiosamente, é o dia do meu aniversário. A campainha toca e meu avô atende a visita. Lá está ela, acompanhada dos pais. Em seu rosto, lágrimas que teimam a desabar. Quando desço as escadas, ela corre e me abraça. A menina me entrega um presente, que levo até hoje comigo. Despedimo-nos com muito pesar e não evitamos a mentira de dizer que ainda nos encontraremos com grande frequência. Mudo-me para a França.

    Onze anos de idade. Saindo da carruagem voadora de Beauxbatons, conheço aquele que será meu novo lar durante três anos. Esperando por minha vez para ser selecionado a uma casa qualquer, ouço seu nome e a vejo subir as escadarias. Somos selecionados para casas distintas. No primeiro banquete, nossos olhares se cruzam, mas nada faço, porque não tenho tanta certeza de que se lembre de mim. É quando ela abre o maior sorriso que já vi e sai de sua mesa para que possa me cumprimentar. Ainda somos os mesmos, lembro-me de ter pensado assim. Nos trinta e poucos meses que se seguem, crescemos. Seu dócil olhar permaneceu, mas o corpo... Bem, o corpo deixou para trás todo e qualquer aspecto infantil. Passávamos pela puberdade. Os garotos de nossa sala já não a olhavam do mesmo jeito e tentavam não verbalizá-lo quando estavam perto de mim, porque sabiam que os termos – a exemplo de gostosa – não me agradavam muito. Em outras palavras, saía em sua defesa e ficava um tanto quanto irritado quando a tratavam como se fosse somente um pedaço de carne.

    Naquela época, em Beauxbatons, digamos que eu não era um dos caras mais populares. Sempre quieto, estudioso e politicamente correto. Um engomadinho, por assim dizer. Angariei poucos amigos, é verdade, e só saí de lá quando minha mãe, furiosa, descobriu que eu havia tomado uma surra dos garotos mais velhos, aqueles que tinham por mania atentar e praticar bullying em pessoas como eu. Por isso, resolveu me tirar da escola. Preciso dizer que, embora não fosse lá um bad boy, conseguia me defender razoavelmente em brigas, mas, convenhamos, seis pessoas mais velhas contra uma... Só sendo um super-herói para aguentar tanta pancadaria. No final do terceiro ano letivo, já estava com tudo marcado para ir embora dali e, como disse em outra narração, foi na minha última festa escolar que Azmaria me agarrou. Dois dias depois, todos íamos de volta para a casa. Evitei me aproximar muito da garota. Disseram-me que ficou a viagem inteira chorando dentro do banheiro.

    Quatro anos se passaram e eu e Azmaria apenas nos comunicávamos por meio de cartas. Ela, com suas declarações de amor, eu, com o relato do que fizera durante alguns dias do ano. Distantes por um período demasiado longo - se formos comparar com a quantidade de anos que temos -, envergonho-me em dizer que quase me esqueci de sua existência. É, é aquela velha história de "quem não é visto, não é lembrado". Sucintamente, digamos que mudar de escola foi um divisor de águas. Logan Villeneuve foi para Hogwarts, deixou de ser engomadinho, fez alguns amigos, se apaixonou por uma garota, virou goleiro de quadribol, aprendeu alguns truques que só a transfiguração poderia ensinar e... Posso estar errado, porém, estando agora frente a frente, reparo que Azmaria não mudou muito - é como se tivesse estagnada no tempo. Está ainda mais bonita do que era e, tendo em vista o meu atual estado, ainda mais atraente. Acaricio seu rosto. Conhecemo-nos bem demais para inventar desculpas. Não há escapatória. Bêbado ou não, fatalmente isso iria acontecer. É algo mais natural do que respirar e mesmo existindo várias controvérsias de minha parte, deixo que o corpo me leve ao seu encontro.

    Dessa vez, sou eu a agarrá-la. Roubo um beijo seu, numa vontade desconhecida. Ela demora, mas retribui calorosamente. Minhas mãos repousam por vezes em sua cintura, outras, de modo desajeitado, em suas costas. Separamo-nos. Azmaria me olha, sabe-se lá com quais ideias passando pela cabeça. Não sei o que pensar, e nem preciso, pois seus lábios voltam a encontrar os meus. Seu beijo me traz sensações híbridas, indecifráveis. Sinto-me bem, mas, como para todo bom momento há um desestimulante, surge uma consternação. Mesmo não tendo a portuguesa em mente todos os dias desde que saí de Beauxbatons, ando omitindo coisas demais e, com certeza, coisas que a machucarão profundamente se seu amor, ou obsessão, for tão grande assim. Não deveria tê-la beijado... Droga! Tal sentimento de culpa só se desencadeia ao afastar-me de seu toque. Tenho medo de lhe dar maiores esperanças, de deixá-la frustrada diante de expectativas que não posso alcançar. Somos amigos. Apenas amigos. É isso.

    Seguro uma de suas delicadas e macias mãos. Olho para aquela garota que, de certa forma, eu almejara indubitavelmente durante os meus últimos minutos daquele show insano. Tenho vontade de abraçá-la, de beijá-la, mas... Que loucura é essa!? Maldita bebida... Amanhã agirei sob meu comando e, não, não poderei mais enganá-la com essa farsa. Abaixo a cabeça e respiro profundamente. Quando junto coragem o bastante, encaro seus olhos. Vacilo, por um momento. Engulo em seco. Você está bêbado, diz uma voz interior, fale agora tudo o que precisa falar. Uma chance como essa não aparece todo dia. Notando seu olhar fixo no meu, as coisas se complicam ainda mais e o ímpeto de beijá-la engrandece numa proporção disforme. Não resisto. Saboreio toda a paixão que tem a me ofertar, porém, por pouco tempo. Estamos próximos, muito próximos. Portanto, não há como fugir. A culpa fala mais alto e incorpora, em minha voz - que tenta soar menos alterada possível -, tudo aquilo que hesitei em dizer:

    - Peb... – inicio, murmurando e colocando uma mecha do seu cabelo escuro para trás da orelha. – É melhor que saiba agora por mim do que por outra pessoa – e prossigo, tentando parecer sóbrio. – Eu tenho omitido algumas coisas – afasto-me um pouco, desviando-me de seu olhar. - Na verdade, não imaginei que ainda levasse a sério aquela promessa. Não mesmo. Você precisa saber que... – volto a encará-la. É necessário ser franco, ir direto ao ponto. - Droga! - praguejo, nervoso. Talvez não devesse contar. - Bem, eu não sou exatamente o príncipe que você imagina que eu seja – faço uma pausa. - Quando vim para Hogwarts, muita coisa mudou. E, você não sabe, - pauso novamente, preparando-me para jogar de uma só vez as palavras mais dolorosas que eu já proferira aos ouvidos dela - mas eu conheci uma garota, me apaixonei, nós namoramos por algum tempo e... Eu a pedi em casamento – vendo sua reação, suspirei, deixando o álcool falar mais alto depois. - Agora está tudo acabado, mas eu ainda não superei e... Eu e você juntos... Não dá. Eu, infelizmente, não consigo corresponder à metade dos seus sentimentos, e, aliás, gostaria muito, mas, mesmo se tentássemos, não suportaria a ideia de te convencer a viver uma mentira. Você merece uma pessoa melhor. Nunca conheci alguém tão fiel a uma – qual seria a palavra certa a seguir? Amor, paixão ou obsessão? - ideia do que você. Não te peço para que me perdoe – embora fosse o meu desejo. – Mas não é justo ficar te enganando.

    Eu, que ainda segurava uma de suas mãos, apertei-a, ávido por uma resposta, e calei-me, sentindo meu coração se afundar dentro do peito, receoso do que ditava o futuro. De certa forma, aquela era a garota que mais me conhecia e, quiçá, aquela que mais me admirava. Azmaria era também a melhor pessoa que já esteve em minha vida e magoá-la a ponto de não mais poder falar com ela era um preço caro demais a ser pago.

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Mensagem por Azmaria D. Corte-Real Dom Set 23, 2012 2:11 am


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Quanto tempo se passara? Uma hora? Um dia? Cem anos?

Sessenta segundos. Exatos sessenta segundos que mais pareciam uma eternidade. A mente de Azmaria de repente sofreu um colapso como se simplesmente seu cérebro tivesse se partido e os hemisférios separados perdessem a força motriz num rompante. Será que era assim que era morrer?

No momento, aquele sentimento era pior do que morrer porque a única coisa que a portuguesa conseguia ouvir martelando em sua cabeça eram as palavras fatais e derradeiras do Villeneuve traidor.

Elizabeth Kübler-Ross, em seu famosíssimo “On Death and Dying” discorreu sobre aquilo que popularmente ficou conhecido como os cinco estágios do luto: negação, raiva, barganha, depressão e por fim aceitação. E eu sei disso porque sou um mini-pufe muito culto e letrado. E como na vida de minha estrela dourada, tudo sempre fora muito intenso, ela passou naqueles eternos sessenta segundos pelos quatro primeiro estágios.

NEGAÇÃO:

- [...]mas eu conheci uma garota, me apaixonei, nós namoramos por algum tempo e... Eu a pedi em casamento...

NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO!

Eu não posso acreditar que realmente ouvi o que eu acho que ouvi. ISSO É UM ABSURDO! E eu fico como? E a promessa de casamento? Para ele, era tudo uma brincadeira de criança? E todos os namorados em potencial que dispensei? Minha fidelidade fora em vão? Não mesmo! Isso não pode estar acontecendo, ou melhor, não podia ter acontecido! NÃO! NÃO! NÃO! NÃO! NÃO! NÃO!

POR QUÊ?


Azmaria apenas meneava a cabeça na mais completa incredulidade.

RAIVA:

Por que eu? Por que ele fez isso? Por que ele não me ama? Por que ele não me quer? Mudei de escola só por causa dele, fui atrás dele mesmo depois que ele cantou várias garotas na minha frente. Eu ainda estou aqui, não estou? Então por quê? Será que o problema sou eu? Sou feia? Caolha? Desdentada? Espinhenta? Morfética? Por que raios então ele não podia ter escolhido a mim? Oh GOD! WHY?

BARGANHA:

Mas ele me beijou, não foi? Duas vezes por iniciativa dele. Talvez ele possa me querer. Talvez com o tempo ele possa esquecer da outra e eu posso esperar por ele e...

ESPERAR UMA OVA! NÃO VAI ESPERAR NADA, MINHA FILHA! VOCÊ NASCEU MULHER E NÃO FORMIGA ENTÃO NÃO ACEITE MIGALHAS! Ele te beijou porque é um safado e queria pegar alguém e doa a quem doar, mas você foi a mais fácil da noite e a única capaz de correr atrás dele! TE VALORIZA, MENINA!

DEPRESSÃO:

Minha vida acabou. Tudo o que eu sonhei, tudo o que eu idealizei. Tudo o que eu quis. Eu não terei. Ah, minha Nossa Senhora de Fátima! Ele nunca pretendeu se casar, ele nunca me levou a sério. Eu... Eu fui tão ingênua... Eu...

Azmaria tinha finalmente percebido o quanto sua vida inteira tinha sido chacota e aos olhos do grifinório sem vergonha era só uma menina boba. O quanto suas alegorias apaixonadas não passavam de brincadeira de criança e que a promessa que ela tanto levara a sério não passara de um “durma bem”. Ela estava devastada, sentia o coração despedaçado e as teimosas lágrimas que ela verteu a festa inteira, dessa vez não puderam mais ser contidas.

E ela chorou. Mas não um choro escandaloso, como seu peito implorava. Deixou que as lágrimas lavassem seu rosto bonito e que a vergonha queimasse suas bochechas.

- [...]Nunca conheci alguém tão fiel a uma ideia do que você. Não te peço para que me perdoe. Mas não é justo ficar te enganando.

Enganando. Então era isso. Ele nunca tivera mesmo a intenção não é? Nunca a levou a sério. Nem a levaria. Ela viveu uma vida inteira enganada, achando que teriam sim um final feliz quando na verdade, Logan nunca a olhou com outros olhos. No máximo como se ela fosse uma irmã. E então, o segundo estágio, a raiva, voltou com tudo em seu âmago e ela começou a dar socos no peito do rapaz.

Todavia, ela era uma menina forte e seus murros eram para doer, tanto que ele tentava conter aquele ataque de fúria. Ela queria que Logan sentisse pelo menos um pouco da dor que ele tinha lhe causado. E quanto mais em silêncio ficava, mais o diabinho dentro de sua cabeça, no caso eu, insistia em lhe abrir os olhos. Logan era um traíra, um vilão, um conquistador barato. E era mesmo. Porque em quatro anos se correspondendo com Azmaria não teve a decência de contar-lhe suas aventuras amorosas. E permitiu que ela continuasse acreditando que ele era fiel àquela ideia infantil de casamento.

E em cada declaração melosa que ela fazia e planos que ela tecia e partilhava, ele nunca a freara. Nunca disse que a amava, era verdade, mas também nunca disse que não. Ele era culpado. Culpado por omissão. Azmaria tremia dos pés à cabeça, mas juntou forças para ficar de pé no alto da escadaria.

- Não quer continuar me enganando? Por quê? DEZ ANOS NÃO FORAM SUFICIENTES? – tentara começar calma, mas sua raiva subia tanto que seu peito arfava ante o seu descontrole – VAMOS! ADMITA, LOGAN! O único motivo para você nunca ter me cortado foi porque eu fazia bem para o seu ego, mas agora a minha presença muda tudo... Não, é? – mais lágrimas desciam silentes pela face, e a voz saía embargada – Diga! DIGA! EXPLICAAA! Me diz que é mentira! Quer saber? Eu acho é pouco que você tenha levado um pé na bunda dessa “zizinha” a quem você propôs casamento. E tomara que ela aceite o pedido de outro porque você vai saber como é ser o palhaço de alguém. Vai saber o que eu estou sentindo nesse momento!

Não sei quando virá a aceitação, ou se ela um dia virá, mas enquanto consumida pela cólera, Azmaria Corte-Real bancava a clássica mulher rejeitada: puro recalque.

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Azmaria D. Corte-Real
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Mensagem por Logan C. Villeneuve Dom Set 23, 2012 6:26 pm

    SKINNY LOVE
    “Vocês dois vão acabar numa paixão avassaladora ou num ódio mortal”, ria meu avô ao dizer sempre as mesmas palavras. Segundo ele, não havia meio termo. Richard gostava bastante de Azmaria e dentre as poucas garotas pelas quais, de fato, me interessei, a portuguesa era sua favorita. Quando já estava muito cansado e enfermo, deitado em seu leito me pediu para que escrevesse à Azmaria. Foi a partir daí que começamos a trocar cartas. Meu avô via beleza em todas as coisas e sempre ressaltava as qualidades da garota, mesmo não ocultando seus maiores defeitos. Esta foi uma das heranças que arduamente tentou transmitir a mim, seu neto que, durante a infância, lhe fizera companhia durante boa parte do tempo.

    Encaro Azmaria e percebo nela tudo o que meu avô dissera. É uma garota divertida, leal e inocente. Estou ferrado, pois é de partir o coração ver alguém assim chorar por minha causa e eu nada poder fazer. Travo o maxilar, fico imóvel. Tenho a certeza de que, se antes ela me amava, agora me odeia. Solto todo o ar que prendia. Azmaria Corte-Real não me merece ou, talvez, eu não mereça Azmaria Corte-Real. Ela esmurra meu peito inúmeras vezes... Seguro seus braços como posso, mas ela arranja forças sabe-se lá de onde - quiçá da ira... Bom, ao menos isso eu mereço - e consegue me acertar outras vezes. E chora. Chora calada até não poder mais. Sua boca joga para fora tudo o que tem entalado na garganta. Eu apenas ouço, arrependido.

    Acusa-me até não poder mais. Não consigo nem imaginar que tenha vivido aquela ilusão por dez anos. Quem, em sã consciência, o faria? Por mim havia feito tanta coisa e eu, em troca, retribuíra com o que seria um tapa na cara. Sinto-me um idiota, e com razão. Por que as coisas têm que ser tão complicadas? Seria tão mais fácil se pudesse correspondê-la... Então a portuguesa alega que eu não a alertara, porque seu amor fazia bem ao meu ego. Em partes, sei que está certa. Mas, num todo, isso é mentira. Nunca contei nada, porque tinha medo da retaliação. Fui bobo e covarde. Não honrei nem mesmo à Casa a qual pertencia. Azmaria era a única que tinha esse poder de me deixar omisso.

    - DANE-SE O MEU EGO! VOCÊ NÃO ENTENDE? NÃO ESTÁ ÓBVIO? – grito, entrando na pilha dela. – Não contei a verdade antes justamente por causa disso – e apontei para seu rosto, que estava bem acima do meu, uma vez que se encontrava de pé, e cujo estado nada mais era do que deplorável. – Tentei evitar que ficasse assim – abaixei o olhar, chateado. Nervosa, Azmaria toca no meu ponto fraco. – E, pode deixar, eu já sou um palhaço dessa “zizinha”, como você diz. Obrigado por me lembrar disso – em minha voz, apenas o ressentimento.

    Toda aquela situação me encaminha ao ciúmes que já senti. Pouco, é verdade, mas notável. Quando fiquei sabendo que a outra havia me trocado... Quando fiquei sabendo que era o estepe... Por um triz, ao chegar à Sala Comunal da Grifinória, não estourei tudo. Briguei com meus melhores amigos, mandei outras pessoas que mal conheço irem pra aquele lugar... Enfim, estava um caco. E Azmaria, hoje, não está muito diferente. Talvez menos violenta, porém, ainda assim, inconformada. Por mais que ela pense o contrário, eu a entendo. Só não verbalizo-o, porque sei que seria inútil. Ela discordaria, é claro.

    O que tenho a fazer ali, senão vê-la desabar? Azmaria é muito acima do que posso oferecê-la. Mergulhado em pensamentos, não consigo sequer encará-la. Consternado, levanto-me e deixo-a sozinha. Basta desta noite. Tochas iluminam as paredes frias de pedra. Embora minha cabeça funcione quase que perfeitamente, meu corpo ainda sente o estrago feito pela bebida. Caminho, a passos lentos, pelo corredor vazio. Esqueço, porém, de que ainda não sei a senha para entrar na Grifinória. Prossigo, portanto, e não olho para trás. Estou sendo seguido, não me surpreendo. Ouço sua voz autoritária:

    - Volte aqui, Logan! Não seja um covarde – hesito, mas ela consegue o que quer. Paro de andar. - Nós temos assuntos inacabados e agora que eu descobri quero ir até o fim, por mais que me machuque – fecho os olhos por um instante. Viro-me para olhá-la e, novamente, a sensação é a de que sou um tolo. Pouquíssimos metros nos separam. Sou eu quem atravessa a fronteira e se aproxima.

    - Eu... Não tenho mais o que falar – suspiro, após falar a verdade. – O que você quer saber? – digo num murmúrio.

    - Por que não eu? – ela indaga o que, aos meus ouvidos, soa como uma súplica. – Por que outras e não eu? – abaixa o olhar, entristecida.

    - Porque... – e sinto novamente uma enorme vontade de tomá-la nos braços, ainda mais diante daquela carinha que fazia. Por que não ela? Por quê? De repente, havia dentro de mim mais do que a costumeira compaixão. Uma pontada, uma fagulha de calor dentro do peito. Não, aquilo não podia estar acontecendo de novo. Deve ser a tequila combatendo o efeito do remédio, aliás, só pode. – Porque você... – justificava a mim mesmo, procurando motivos que fizessem sentido, que me barrassem de concretizar outro desejo insano. – VOCÊ É DOIDA! – bradei a todos pulmões, sem reparar. – Você é possessiva, ciumenta e chata! – enumerei percebendo que minha argumentação foi por água abaixo ao proferir a última palavra. Richard, se me visse agora, ficaria envergonhado. Era o desespero falando por mim.

    RESUMO:
Logan C. Villeneuve
Logan C. Villeneuve
Aluno

Série 6º Ano

Canadá
Age : 29
Sangue Puro

Cor : darkred

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Mensagem por Azmaria D. Corte-Real Ter Set 25, 2012 8:35 pm


Girls, we run this motha!




Ao que Logan Villeneuve terminara sua defesa, Azmaria tinha se arrependido de imediato de tê-lo lembrado que tivera seu pedido de casamento recusado. Ante a cara consternada e visivelmente triste do grifinório, a portuguesa quis abraçá-lo e conforta-lo como uma mãe faz com o filho que caiu no passeio de concreto e ralou o joelho.

MAS ISSO JÁ É DEMAIS!

Tudo bem que eu amo Azmaria, somos intimamente ligados. Eu sinto cada suspiro que ela dá, cada dor e cada sorriso e nunca quis cortar o elo. No entanto, a pamonhice tem limites. Logan a tinha machucado e ferido de todas as formas possíveis. Beijara-lhe acendendo uma chama de esperança que multiplicou-se pelo infinito e além e seria capaz de derrete-la por inteiro se ela fosse um bloco de gelo polar. TUDO ISSO para depois, muito depois de ter se aproveitado e saído da secura confessar o seu pecado mundano!

Ele tinha pedido outra em casamento e claramente ainda nutria sentimentos fortes pela tal garota ou jamais teria se visto na saia justa e obrigação moral de contar para Azmaria suas desventuras amorosas. E só de pensar que tinha sido ela a culpada por lembra-lo do sofrimento imputado pela dita cuja que não sabemos quem é, minha princesa de Lisboa já estava pronta para acalentar o canadense.

NOT GONNA HAPPEN!

Não enquanto eu puder evitar!

Como que pressentindo minha ira no bolso interno das vestes de Azmaria, Logan saiu andando ao léu, sem saber ao certo o rumo para onde ir. Todavia, o amor dessa lufana é doloroso, não tem vergonha na cara e nem amor próprio, quiçá sabe o que é isso. É infantil e teimoso. E não se dá por satisfeito até que tenha sido espezinhado ao máximo. E é por isso que ela DE NOVO foi atrás de Villeneuve, dessa vez aos berros, clamando para que terminassem aquele assunto de uma vez por todas, testando todo e qualquer limite que o garoto poderia ter.

E mesmo que estivesse exalando a desespero por cada poro de seu corpo, ela não pode refrear a pergunta de um milhão de dólares eternizada por Leoni: por que não eu? E as cores lívidas do rosto de Logan desapareceram com a pergunta indiscreta e bastante humilhante.

Mas o pior ainda estava por vir. Em forma de veneno dos lábios vis que em minutos atrás lhe ofereciam paixão, desejo e volúpia.

– VOCÊ É DOIDA! – ele finalmente gritara como se aquilo estivesse lhe sufocando por anos – Você é possessiva, ciumenta e chata!

Spoiler:

Aí sim ela finalmente percebeu que jamais teria uma chance com ele e se soubesse disso antes, jamais teria vindo para terras hostis e deixado Beauxbatons. Sua expressão era a de quem tinha perdido um ente familiar muito querido, e pela primeira vez na vida a garota falastrona ficou sem ter o que dizer.

E VAI ACABAR ASSIM? MAS É RUIM, HEIN?

Pulei do casaco de Azmaria e cravei meus dentes afiados na perna do traidor. E fiz mesmo! Azmaria era uma menina linda, um doce de garota, era a namorada que qualquer cara poderia querer: meiga, dedicada, atenciosa. Ciumenta? SIM. E boa demais para ficar renegade a própria sorte, em silêncio enquanto assistia o cara que ela gostava desdenhar dela em sua cara e não dizer nada.

Pois eu não era e defendo os meus como posso. Mordi e morderia de novo! O que acontece porém, é que aparvalhado com o ataque ninja inesperado, Logan chutou para o alto em reflexo e me mandou direto na parede e eu cai desmaiado.

- NÃÃÃOOO! – minha dona veio correndo ao meu encontro – VOCÊ MATOU O LOGAN JR!

E nesse momento era melhor ela ter ficado calada quanto ao nome que me deu, porque só fez com que ela parecesse com menos parafusos do que antes. Resignada, a portuguesa me pegou na palma de suas mãos unidas e deixou mais lágrimas rolarem pelo rosto. E discutia com Villeneuve o assunto: “Você deu meu nome para o pufoso que eu te dei?”

ACEITAÇÃO:

- Se é assim que você se sente, Logan, não deveria ter me beijado. – seu tom diferente dos gritos de outrora, agora era cansado e nitidamente carregado de mágoa e rancor – E deveria ter sido honesto desde o início porque antes de qualquer promessa sempre pensei que fôssemos amigos. – mais lágrimas caíam de seus olhos e ela não fazia mais questão de freá-las – Não posso me desculpar pelos meus sentimentos e nem por ser uma chata possessiva. É assim que eu sou. E claramente não é bom o bastante. – abri os olhinhos e pude ver meio tonto o rosto decidido de Corte-Real – Não precisa dizer mais nada. Você está livre da sua promessa.

E se virou para descer todo aquele lance de escada novamente e nunca mais olhar para a cara do Judas que a traíra com um beijo. Mas é claro que eu sei que isso NUNCA VAI ACONTECER! Azmaria podia estar muito ferida e magoada, podia até mesmo mudar seu comportamento com relação ao grifinório, mas não ia deixar de amá-lo da noite para o dia. E talvez nunca deixasse. Contudo, ela precisava de uma bofetada para crescer. Só não precisava ter sido tão duro, afinal, seria mais caridoso se Logan tivesse apenas lançado um Cruciatus nela. Doeria menos.



Girls!

vestindo: isso
escutando: beyonce - who run the world
thanks, baby doll @ OOPS


"Resumo:
Azmaria D. Corte-Real
Azmaria D. Corte-Real
Aluna

Série 6º Ano

Portugal
Mestiça

Cor : #

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Mensagem por Logan C. Villeneuve Seg Out 08, 2012 2:59 pm

    NO LIGHT, NO LIGHT
    No instante que deixei as palavras fluírem, soube, de pronto, o que estava por vir. Aliás, soube mais do que isso. Meus temores se confirmaram. Bastava encará-la para que a vergonha tomasse não somente minha fala, mas enrubescesse meu rosto. Idiota. Aquilo não era atitude típica de um Chevalier. Não nesta vida, não nesta geração. Que desculpas tenho a oferecer agora? Nenhuma. Sim, eu estava desesperado. Não, eu não deveria ter agido desta forma. O pior de tudo não era só o peso enorme que carregava na consciência, mas a certeza de que, na verdade, aquelas palavras deveriam ser trocadas por outras mais afáveis, dignas do que sentia por Azmaria. Mas, afinal... O que, de fato, eu sentia por ela!? Fraternidade? Amizade? Amor? Por anos a vi como uma grande amiga, entretanto, há alguns minutos partilhávamos de um desejo nada semelhante ao que meros amigos nutrem um pelo outro.

    Azmaria Corte-Real. Ela, sempre tão amorosa, eu, sempre evitando-a. O que a portuguesa sentia era nítido, tão claro e puro quanto algo intocável, cultivado por tempo demais. Agora estava feito. Eu a havia beijado e a havia enxotado... Tudo na mesma noite. Um completo idiota, como afirmei anteriormente. Nada mais tinha nexo. Travava um luta interior para a qual só existiam duas opções: ou eu a largava de vez, ou tentava consertar o estrago e ficaríamos bem. Vê-la assim por minha causa, tornava a decisão ainda mais difícil. Queria regurgitar desculpas, voltar atrás. Queria tomá-la nos braços, sentir seus tenros lábios nos meus novamente... Não podia. Se fosse outra garota qualquer, optaria pela falta de racionalidade e, sem dúvida alguma, aquela noite terminaria muito melhor. Não era o caso.

    É preciso dizer que nada do que afirmei era mentira. Em alguma parte da argumentação eu fora coerente. Azmaria era ciumenta, era doida e me tomava por propriedade sua. Era irritante... Porém amável. Decidi, com pesar, que fizera o certo. Sem ilusões, sem mentiras... Melhor que me odiasse – e pelo menos o suficiente para que evitasse se aproximar. Nunca daríamos certo e enganá-la estava fora dos planos. Em meus ombros, um fardo cada vez maior. De algum modo, este momento me lembrou de meses atrás. Via, em seu belo rosto, toda a decepção que um dia senti quando ela anunciara seu amor por Benjamin. Minha reação deve ter sido parecida com a da portuguesa que se prostrava à minha frente. Na verdade, este episódio é como um borrão em minha mente – pouco, ou nada, me lembro.

    Então, nossos olhares não mais se cruzam. Tentando dizer qualquer coisa para amenizar o que ocorria, uma dor lancinante no tornozelo me pega de surpresa. Instintivamente, chuto o ar. Algo está muito errado. Azmaria some dali, enquanto eu me agacho e levanto a barra da calça. Céus, o que era aquilo? Um filete fino de sangue escorre livremente por minha perna. Mordido. Mas por o que dessa vez? A resposta veio. Azmaria Corte-Real trazia consigo um pufoso amarelo... Ou melhor, o pufoso amarelo. Seu nome? LOGAN JR.!

    Spoiler:

    Quando penso que a garota não pode ser mais maluca, ela se supera. Todavia o nome dele tenha sido uma estranha surpresa, reconheci-o logo de cara. Eu a presenteara num de seus aniversários com este bicho... Jamais imaginei que ainda estivesse vivo. Enquanto ainda digeria a ideia, a portuguesa ignorava o fato. Talvez querendo tirar o foco do assunto, me chamava para a realidade. Ela chorava, falando num tom manso e cansado. Suas palavras cortantes e magoadas, uma a uma, atravessaram-me. É provável que, a partir de agora, não queira me ver nem que esteja pintado de ouro. Respirei profundamente ao ouvir todo o veredicto.

    - Não posso me desculpar pelos meus sentimentos e nem por ser uma chata possessiva. É assim que eu sou. E claramente não é bom o bastante – ela não sabe, mas isso é mais do que o bastante. Talvez, se tivéssemos nos encontrado em um momento diferente, poderia corrigi-la, refreá-la. E foi então que aquela frase tão almejada por mim quando criança, foi despejada: – Não precisa dizer mais nada. Você está livre da sua promessa – hoje, tal sentença me soa de modo diferente. Não quero, em definitivo, ouvi-la.

    Ela partiu, deixando-me ali, estático, sem saber o que fazer. Pensei em correr atrás, pensei em gritar qualquer coisa para que voltasse... Pensei em tudo, menos em ficar sozinho. Por fim, isolei-me, cansado, num canto qualquer e sentei ao lado do que parecia ser, na minha concepção, um bonsai um pouco mais avantajado. Analisando-o, prossegui nas divagações. Um bonsai precisa de vários cuidados para que seu resultado seja bom. Inúmeras ramificações se formam e podas fazem-se necessárias... Tudo para que a planta fique bonita, forte e, ainda assim, tenha em vista o progresso. Perdão pela má e inevitável comparação que farei... É ridículo, e porque não piegas, dizer que talvez um dia eu possa executar todas essas manutenções para que alguém como Azmaria se encaixe no que posso oferecer. Para tanto, podar aquela que me traiu será um tanto quanto duro e complicado... Bom, é algo que precisa ser feito.

    Minha mente trabalha bastante nesta ilusão careta, completamente embriagada – por mais sóbrio que considere estar. Quando dou por mim, já estou de olhos fechados, sonhando, e meus sonhos só cessam quando, durante a madrugada, alguém me cutuca. Cinco horas da manhã. Fiquei para fora e dormi encostado ao vaso daquela planta. Meu corpo dói. Consigo entrar na Grifinória junto à menina que me socorre. Em questão de horas terei de estar de pé e ir para um dia que tem tudo para ser fatídico. Azmaria Corte-Real está na minha sala. Encará-la, depois desta noite, será impossível.

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