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Where do we draw the line?

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Where do we draw the line? - Página 2 Empty Re: Where do we draw the line?

Mensagem por Ùna Fairbairn Seg Set 24, 2012 1:22 am


Talvez tivesse mesmo subestimado Del Aguirre: considerando os fatos transcorridos desde que estavam apenas os três no salão, era o hispânico quem tinha mais motivos para se abalar; no final das contas, porém, ele – o de sangue latino, o inconsequente – era quem parecia estar mais inteiro. Ao menos do ponto de vista de Ùna que, por mais que se esforçasse em apresentar um ar impassível e estoico para os outros, sabia bem o que corria sob sua pele, em suas veias. E ela também conhecia Piers o bastante para saber que, por influência da bebida ou de gênio, ele não estava no melhor de seus dias.

A impressão ficou ainda mais clara quando ele caiu no riso. Não que o marquês não fosse de rir, pelo contrário; mas não havia nada de tão particularmente engraçado na ligeira maldade de Del Aguirre ao comentar o quanto os infelizes grifinórios haviam bebido, no que Ùna supunha ter sido alguma espécie de tramoia do próprio sonserino. O que havia naquela risada aberta e sem reservas era qualquer coisa de catarse, e essa noção foi o que a impediu de esboçar sequer um sorriso em reação àquele som que, na maioria das vezes, queria bem – por mais que, ao mesmo tempo, o detestasse terminantemente.

O moreno então se despediu dos dois, ao que Ùna respondeu com um breve menear de cabeça e um boa noite no tom mais composto que podia angariar. Ela ainda o acompanhou com os olhos enquanto ele se afastava e finalmente atravessava a porta rumo às masmorras, deixando protetora e protegido para trás.

E eis que eles estavam sozinhos outra vez.

Ainda que não estivesse particularmente disposta a encará-lo – a forma como havia falado da lista começava a lhe parecer cada vez mais estúpida –, a jovem Fairbairn voltou-se para o marquês, olhos atentos como de costume, ilegíveis.

– Esse ponche, você bebeu tudo? Porque, se não, pode passar aqui que eu termino.

E como de costume, ele fez o favor de não deixar que o silêncio se tornasse desconfortável demais. Mentalmente, ela agradeceu; na única vez em que tinha assumido essa tarefa, o resultado havia sido catastrófico.

– Na verdade, não. – Respondeu em um tom ameno, esforçando-se para imprimir alguma simpatia ao buscar o copo sobre a mesa e estendê-lo para Piers, a outra mão segurando a gola do blusão para que ele não lhe caísse dos ombros. Foi quase capaz de ignorar até mesmo a forma como os dedos dele esbarraram nos dela, talvez se demorando um pouco demais; quase, porque pedir mais do que isso era impossível. – Escuta... – Ela retomou a fala ainda sem erguer os olhos para ele, cenho ligeiramente franzido; falava por falar, como bem sabia que ele havia feito. Com um breve suspiro, porém, voltou a encará-lo.– Não vi Sorcha desde... Bem, desde que fui até a festa. Pensei em aproveitar e voltar mais cedo para o dormitório, ainda espero conferir os horários dela de amanhã e deixá-la com tudo pronto. Vou deixar a Nancy com você, tudo bem?

– Tudo bem. – Ele respondeu de pronto com um meio sorriso, o copo envolto pelas duas mãos. – Nancy e eu já nos acostumamos um ao outro, huh? – E como se essa fosse a deixa para ela, a tarântula abandonou sua companheira, indo escalar o marquês até poder se alojar no ombro dele. – Diz pra Sorcha boa noite e boa sorte e... Desculpa se eu interrompi a noite dela.

– Digo sim. Mas ela vai ficar feliz de ouvir isso de você, nem que seja no café da manhã... – E então ela ergueu as sobrancelhas, como se tomada por uma lembrança súbita. – Obrigada pela blusa, aliás. Vou ficar com ela, por ora.

– Tudo bem. – Foi a resposta dele, porque agora estavam de volta àquela dança delicada; a valsa das pequenas cortesias era infinitamente mais complicada que a das ofensas e provocações, especialmente quando alguém arriscava um passo fora do roteiro. Como ela mesma havia feito, quase pedindo permissão para fazer o que era simplesmente rotina de trabalho, ou ele agora, estendendo a mão para tocar a barra do agasalho que havia emprestado a Ùna, soltando-a logo em seguida. – Boa noite.

– Boa noite.

Sem esperar que ele a acompanhasse, Ùna tomou a iniciativa de deixar o Salão Comunal primeiro, silenciosa e altiva como de costume, ainda que fosse no mínimo estranho saber que era o olhar dele pesando em seus ombros, não o contrário.

Era melhor chegar logo ao dormitório. Precisava colocar seu mundo nos eixos outra vez.

Resumo e OFF:
Ùna Fairbairn
Ùna Fairbairn
Aluna

Série 7º Ano

Inglaterra
Age : 29
Sangue Puro

Cor : #8B668B

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