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Anthony Blanche
Anna Blanche
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Mensagem por Anna Blanche Qua Ago 08, 2012 12:46 am


Spoiler:


- GABRIELLA! – sua voz alteada ecoou pelo longo corredor de paredes esbranquiçadas, cujas janelas envidraçadas mostravam um tempo condizente com aquela época do ano – Vamos nos atrasar...! – gritava a francesinha, pela milionésima vez após dar dois soquinhos na porta um tanto mais fortes do que a boa educação mandava.

Ela colocou os cabelos para trás da orelha, em um gesto de clara impaciência enquanto soltava um muxoxo em desagrado. Era a vez dela tentar acordar a prima e persistia bravamente nesta empreitada por uma longa e torturante meia hora. Os nós de suas mãos que o digam: exibiam uma vermelhidão pouco usual, mostrando a fragilidade da garota; o que não abalava sua teimosia força de vontade. Seu anel de compromisso estava tangido ligeiramente de vermelho por culpa da ferida séria que ele havia causado por causa das batidas.

Quase todos que estavam naquela casa, e não se enganem, não eram poucos, tinham tentado acordar sua prima em vão. Quem visse assim acharia que a loira tinha ingerido alguma poção do morto-vivo ou algo do gênero. E Anna não descartaria essa hipótese tão facilmente, ainda mais se tratando da Alleborn em questão (quase podia inclusive ouvir: “Mas Anna! Eu tinha que testar, ué!”), se não tivesse presenciado a mesma assistir initerruptamente um jogo de quadribol de longas vinte e sete horas.

Passou a mão pela testa com os olhos fechados, procurando engolir em seco para gritar de novo. Estendeu a mão na direção da porta, mas uma outra mão mais forte a impediu com um enlace e a morena se deixou ver novamente, dando de cara com um cenho franzido e olhos acinzentados os quais exibiam um brilho maligno pouco usual, mirando os machucados em sua mão e ainda assim ele continuava lindo.

Quase pulou no mesmo lugar tamanha surpresa, e após cinco segundos de total admiração pelo namorado (episódios que infelizmente ainda a acometiam, mas o tempo ao menos estava diminuindo), a menina esboçou um sorriso amarelo e colocou sua outra mão em cima da dele, ainda que o moreno mantivesse o olhar compenetrado em suas feridas, como se fossem cicatrizar sozinhas pela força de seu pensamento (ou o que era mais provável, ele estava alimentando mais rancor ainda por sua irmã mais nova, todavia Anna por hora se absteve desta vertente).

- Michael...? – ao que tudo indica sua voz o tirou de seu torpor, pois ele a mirou em um misto de surpresa e curiosidade – Sabe que se eu não tentar não chegaremos em Hogwarts... – pontuou com sensatez , mas o alemão não a soltou, provavelmente temendo que Blanche repetisse as batidas e não estava equivocado.

- Você confia em mim? – questionou-a e ganhou uma sobrancelha erguida da corvinalense em resposta. Como ele ousava perguntar isso? Óbvio que confiava nele, francamente! Mas Anna entendeu bem o propósito do questionamento, já que Michael tinha sacado a varinha e somando este fato com o olhar maligno assinatura Alleborn... Bom, não precisa ser nenhum gênio.

- É claro que confio! – exclamou ligeiramente ofendida, sua voz falhando e exibindo um mínimo sotaque francês, sinal claro do seu nervosismo – Mas não significa que eu--- - “concorde com o que pretende fazer”, Anna diria, se não fosse interrompida por um pigarro. Não; se ela não fosse interrompida por um pigarro cínico, debochado, metido a aristocrático e muito, Merlin muito irritante.

Soltou o ar pesadamente pelo nariz, fechando a própria boca aberta e girando lentamente na direção do barulho. Michael fez o mesmo, e uma parte de si que a menina não se orgulhava ficou feliz por seu namorado continuar a exibir o mesmo olhar medonho para o loiro francês que estava agora à frente deles, com as mãos nos bolsos, sorrindo falaz com um olhar cínico sobre eles. A postura da calma e tranquilidade; ridículo!

- Eu adoraria não interromper os pombinhos, mas... – Anthony simplesmente a empurrou sem o menor cavalheirismo, que ele exibia com todas as demais pessoas do planeta Terra, para o lado; o que vale é que Michael a segurou já que foi também na direção dele.

A porta do quarto se abriu, e uma Gabriella dormindo a sono pesado jazia na cama. Ele caminhou sem a menor prudência no que tange barulho e se debruçou ligeiramente sobre a loira. Anna já ia falar alguma coisa, quando Gabriella simplesmente abriu os olhos à um murmúrio do loiro. Inacreditável.... Não havia lógica bruxa ou trouxa que explicasse!

Levantou as mãos para o ar, claramente desistindo enquanto meneava com a cabeça e trazia Michael consigo (antes que ele explodisse os dois; e não por Anthony, mas sua prima não merecia isso), para tomarem café da manhã ou ao menos tentar já que pela hora seria complicado.

Manejaram ao menos começar o café da manhã, mas logo sua avó apareceu endireitando a pesada capa de viagem roxa ao redor do próprio pescoço e estendendo um par de luvas para Anna, que as colocou sem maiores reclamações. Tinha testado logo pela manhã uma poção que a deixaria ficar algumas horas do dia sem luvas, mas não deu um resultado tão bom quanto o esperado – ao menos com as luvas colocadas, Michael talvez parasse de ficar lançando olhares furtivos preocupados na sua direção.

Seu avô acabava de arrumar os malões e gaiolas no meio da sala de estar com magia, separando em quatro pilhas, uma para cada neto. Anna logo reconheceu a sua pilha e não foi porque seu malão era feito de uma madeira mais clara que os demais, mas sim pelo fato da menina levar duas malas adicionais, uma azul clara e outra roxa, um tanto pesadas (apesar dos feitiços) com livros e anotações – para leituras leves durante os intervalos.

Em um gesto único ele amarrou toda a bagagem com um feitiço, e as fez sumir, propriedade. As zonas de magia vieram complicar um bocado a locomoção bruxa, e ela era deveras grata que seu avô não era um sangue puro elitista e aprendeu a dirigir bem rápido (ou a colocar o carro para andar com magia quando não o soubesse).

O veículo era visivelmente caro, até mesmo para os padrões trouxas, mas os Hathway tinham posses mais do que suficientes para bancar o luxo. Anna acomodou-se no banco de trás, perto da janela com Michael ao seu lado. E ela perdeu a tentativa do namorado em tentar seduzi-la pela quarta vez naquela manhã de chamar sua atenção, pois imediatamente abriu o livro que já tinha deixado no carro logo de manhã cedo e começou a ler, alheia demais à viagem.



off: Um dia eu reviso u.u

Anna Blanche
Anna Blanche
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Mensagem por Anthony Blanche Qua Ago 08, 2012 12:49 am

[off]Antes que achem o Anthony odiável... Bem, ele é, mas apenas com as irmãs dele, ok? Com todos os demais é bastante educado e pode ser até simpático com a pessoa – e se ele não gostar simplesmente ignora, na verdade... ^^[/off]


Spoiler:


- Anthony? – escutou a voz baixa vindo de fora do seu quarto, seguida duas leves batidas e franziu o cenho.

O rapaz era a figura da calmaria até então. Tinha em mãos uma edição do Profeta Diário e lia as noticias como se nada demais acontecesse, a porta cerrada atrás de si enquanto se balançava na cadeira, equilibrado apenas nos dois pés desta, e com os próprios pés em cima de uma escrivaninha, completamente alheio à gritaria que se seguida desde logo cedo no corredor e infelizmente o acordara.

Não entendia honestamente o que se passava, apesar de ouvir alguns trechos de frases, avisos sem o menor sentido (até porque ele realmente não se importava até então em saber do que se tratava) , além de algumas ameaças pífias de sua irmã mais velha que não assustava nem criancinhas trouxas. Na última meia hora contudo o grito se tornara mais estridente e ele vez ou outra levantava uma sobrancelha impaciente com a petulância da Anninha queridinha em atrapalhar sua leitura diária, ainda que sem saber – e depois o questionavam porque a odiava tanto.

Era inegável contudo, que a gritaria de sua insuportável irmãzinha o fez finalmente entender o porquê da casa estar em polvorosa: Gabriella. Ah sua adorada namorada, aparentemente não conseguia acordar depois das 27 horas que passaram vendo o jogo mais injusto de quadribol que havia presenciado. E aos que pensem que Anthony não ligava para ela, estão muito equivocados. Justamente por preservar o sono da loira que ele simplesmente não fez nem menção de sair do quarto; podiam ir para Hogwarts depois, ora essa.

Passava os olhos inclusive pela notícia da derrota, quando ouviu a voz bondosa de sua avó do outro lado da porta e finalmente baixou o jornal. Ele não respeitava normalmente as pessoas, mas seus avós maternos e seus pais eram exceção; ele os tinha demasiada consideração para não atendê-los. Tirou os pés da mesa em um gesto rápido, os quatro pés da cadeira batendo no chão com um estrondo que ecoou pelo quarto.

Sem mais delongas abriu a porta e encontrou os cabelos castanhos de sua avó primeiramente, já que ela era um tanto mais baixa que ele e deu um meio sorriso como se pedisse desculpas prévias. Olhos violeta o fitaram com a usual bondade, apesar dela manter o ar etéreo e a expressão inteligível de sempre.

- Querido, poderia ir acordar a Gabriella? – ela o perguntou sem rodeios e ele levantou as duas sobrancelhas impressionado com isso, era uma coisa rara sua avó não ser vaga sobre um assunto – Entendo que você ache muito divertido chegar atrasado ao castelo, mas preferiria que partissem com todos os alunos.

Resumiu-se a acenar positivamente com a cabeça, ainda segurando a porta enquanto a via sumir no corredor, na direção da outra ala da mansão. Sua avó Kathlyn tinha o raro dom de deixá-lo sem palavras e um tanto atordoado em menos de dois minutos. Cerrou a porta atrás de si, e alguns passos na direção do quarto de sua namorada foram o suficiente para presenciar o diálogo mais meloso e desnecessário da manhã. Eram nessas horas que ele admirava o autocontrole que possuía e não torturava os dois.

Naturalmente Anthony tinha assuntos mais importantes à tratar ali, então simplesmente tirou quem estava no seu caminho e abriu a porta, deparando-se com uma cena que o fez automaticamente sorrir. Gabriella estava deitada, com os olhos fechados, respirando lentamente e parecendo ainda exausta.

Coçou o queixo pensativo enquanto caminhava na direção da cama. Poderia mantê-la dormindo por mais uma meia hora, mas seu avô tinha um dom único de deixar as orelhas dos netos ardendo com suas broncas, e o loiro não precisava disso. Nenhum dos dois na verdade.

Abaixou próximo ao rosto dela, tirando uma mecha de cabelo que caia em seus olhos com cuidado e murmurou: - Cherie? – Gabriella sorriu com os olhos fechados, as duas mãos em punho ao lado do rosto enquanto ela se espreguiçava e o loiro espelhou a expressão animada que ela exibia. – Bonjour. – deu uma piscadinha para a loira assim que ela abriu os olhos, e após um leve beijo não pode deixar de notar o rosto gradativamente vermelho dela.

Deixou-a ainda acordando e bateu a porta sem receio nenhum praticamente na cara de sua irmã mais velha e seu cão fiel, quer dizer, primo mais velho Edward. Ambos não pareciam nada satisfeitos. Como se ele realmente ligasse para o que o “par de jarros” achava de alguma coisa. Mas como estava de bom humor resolveu alimentar a desavença existente entre eles:

- Vocês perderam algo, além de todos as características que os fariam ser da família? – sim, porque eles não podiam ser parentes, até sua irmã mais nova era mais Hathway que os dois juntos – Talvez autoconfiança, embora nunca tenham tido, não deve ser isso... - franziu o cenho, fingindo analisar os dois –Ah! É isso, vocês perderam a língua. Só tomem cuidado porque podem nunca mais achar.

Seu dia tinha acabado de melhorar , porque ver as caras de raiva e sua irmã em um acesso de ira tentando avançar nele, sendo segura pelo fiel escudeiro, era realmente hilário! Riu desdenhosamente pelo nariz, as mãos nos bolsos enquanto descia calmamente as escadas.

Não demoraram muito mais para sair, a viagem precisar ser de carro era um tanto entediante, devia colocar como adendo. Se recusava a crer que bruxos puro sangue como eles tivessem que recorrer a geringonças que trouxas criavam pra se locomover em segurança. Mesmo assim, não podia reclamar muito já que seus avós como exímios bruxos que eram trataram logo de adaptar aquela coisa para ser mais confortável com uma boa dose de magia.

O carro era cinco vezes maior por dentro, acomodando muito bem as bagagens no porta-malas ou ainda os quatro estudantes no banco de trás sem nenhum problema. Também além de ter uma boa estrutura, seu avô fez questão de enfeitiçar para que não balançasse independente das ruas esburacadas trouxas (como eles queriam essas coisas se movendo se não tinham nem capacidade para manter as ruas pavimentadas? E depois se achavam inteligentes, pff!)

A viagem não demorou muito, e o loiro também não saberia dizer já que passou o trajeto inteiro jogando snap explosivo com sua namorada. Michael, ainda se achando muito protetor de corvinais indefesas, ainda devia achar que lançar olhares ameaçadores para Gabriella como ameaças veladas, passaria em branco pelo francês. Certo, como se Anthony realmente fosse deixá-lo machucar a inglesa!

Gabriella por sinal conferia as cartas frente e verso (já que ele com um pouco de habilidade a havia deixado ganhar novamente; o que não escapou de seu avô, por sinal, que tentava esconder o riso por metade da viagem), quando ele ouviu as portas da frente bater em sincronia. Seus avós já tinham estacionado e saltado do carro para pegar carrinhos e abrir o porta-malas.

Anna ainda lia distraidamente, e se seu amigo estivesse mais bem humorado pontuaria isso só para que ele ficasse preocupado, como sempre, porque era divertido. Nem tentou abrir a porta para Alleborn, a conhecia bem demais para saber que ela era capaz de se virar sozinha e não apreciaria o gesto, infelizmente.

- Vamos logo, vão acabar se atrasando. – comentou seu avô naquele tom sensato peculiar com sua voz grave, seguido de um suave e carinhoso “Vamos, vamos!” proferido por sua avó com um ligeiro sorriso.

King’s Cross estava lotada de trouxas alienados, como sempre, e Gabriella ao seu lado pareceu esquecer-se temporariamente da irritação por ter ganho o snap explosivo em condições estranhas, quando lembrou do jogo de quadribol; assunto que eles começaram a engajar animadamente. Os quatro iam caminhando um pouco a frente, seguidos pelos olhos atentos de seus avós, Richard e Kathlyn Hathway, que vinham em seguida.
Anthony Blanche
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Mensagem por Michael Alleborn Qua Ago 08, 2012 12:57 am

”O que aconteceu”:

    Michael Wilhelm Viggo Heidrich Heppenheimer Von Brandt Alleborn, um dos herdeiros do sobrenome bruxo mais assustador – e não era pela extensão – da história da Alemanha, até os dias atuais. Estabeleceram forte vínculo com o governo desde o período medieval, muitos acumulando cargos importantes dentro do Ministério alemão, como chefes de departamento e do quartel general de aurores (causando diversas vezes manifestações populares a favor dos direitos humanos); outros agindo juntamente com o governo, mas no comando de serviços ilegais; outros colocando os negócios escuros da família, de onde vinha sua fonte de renda, para frente. O que acabava por tornar a família uma força sem igual dentro do país e peça fundamental nas mesas de negociações internacionais. As más línguas diziam que o clã era amaldiçoado, porém os mais sábios acreditavam que era apenas uma forma de “justificar” o humor incomparavelmente frio, cruel e explosivo de seus membros.

    O pai do rapaz, Ralph, vinha da linhagem principal, de onde saiam os responsáveis pelo clã, que comandavam o nada adorável e antiguíssimo castelo de posse dos Alleborn, base da família. Essa vertente era puramente Alleborn, desde que estes começaram a preocupar-se em não misturar seu precioso sangue ao de outros, o que aconteceu bem cedo (o que significava diversos casamentos que os mais tradicionais chamariam de incestuosos). Seu pai, para infelicidade de Michael, era quase completamente desgarrado, não se preocupando absolutamente em nada com os negócios da família. (A sorte do rapaz é que seu avô, Dietrich Stanislav, ex-chefe do clã – deixara o cargo após o assassinato jamais solucionado da esposa, Alexia, uma brilhante ex-auror –, parecia ver alguma esperança em sua personalidade e usava a mesada que lhe mandava como justificativa para manterem algum contato.) Desta forma, Michael fora criado praticamente pela família da mãe, Charlotte, já que seu pai também só se fazia presente na hora de ensinar ao filho Artes das Trevas.

    Seus avós maternos, Kathlyn e Richard Hathway, vinham de famílias tradicionalíssimas na Inglaterra, mas não pareciam ter herdado absolutamente nada de suas respectivas linhagens, fora o sobrenome. Eram pessoas extremamente bondosas e corretas, e isso porque seu avô pertencera a Sonserina. Na realidade, dos três filhos de Charlotte e Ralph, o único que parecia não ter fugido a regra era Michael. O humor que herdara do pai fora bastante amenizado pela personalidade da mãe (ex-Grifinória que sabe Merlin como foi se apaixonar por um alemão de tendências duvidosas), mas não pudera ser excluído. Quando Michael pensava em brincar com os outros, a coisa normalmente ultrapassava o limite do engraçado. Quando Michael queria machucar alguém, a coisa se tornava um verdadeiro problema.

    Por exemplo, ele viera o caminho todo até a estação inglesa King’s Cross, pensando o que poderia fazer com sua irmã mais nova, Gabriella, que para variar havia excedido a barreira do aceitável. Sua mente vagava entre torturas medievais, coisas explosivas, afogamentos e quedas inesperadas, e a boas surras que ele vez ou outra a fazia experimentar.

    Mas explicando o motivo, haviam todos se reunido na casa dos avós maternos para tornar a ida à estação mais fácil, já que Charlotte (Ralph não contava, mal via os filhos) e os Blanche andavam bastante ocupados (usariam um carro trouxa magicamente aumentado para ir e Richard havia, em algum ponto de sua vida, aprendido a dirigir por motivos desconhecidos). Lá, como uma boa e aconchegante mansão de avós, havia quartos separados para todos... E para falar a verdade, netos e pais viviam mais por lá que em suas próprias residências. No entanto, como sempre a família reunida causava problemas, Gabriella resolvera ser incomoda a níveis estratosféricos. Ela simplesmente não acordara de forma alguma, após assistir uma partida de quadribol de 27 horas. Sua namorada, Anna Blanche, uma dama simplesmente superior demais para invadir aposentos alheios, insistiu por quase meia hora em batidas à porta da prima, na tentativa de despertá-la. Anna era uma pessoa fisicamente bastante frágil, mas sua persistência era notável, o que significava que ela machucara as mãos de tanto bater. A raiva que Michael sentira ao ver a mão da menina ainda mais ferida porque estava usando a aliança de compromisso de ouro que ele a dera no inicio do namoro, não poderia ser descrita. E ele já andava absurdamente preocupado com ela, já que nos últimos dias sequer estava usando as luvas encantadas, que impediam a manifestação de suas habilidades. (Por causa do doloroso dom divinatório, o Toque de Cassandra, Anna passava mal todas as vezes que este era ativado. Sem as luvas ela era uma um feitiço explosivo que poderia ser acionado a qualquer hora.)

    Ele pensara em despertar a irmã explodindo a parede de seu quarto (e de preferencia acertá-la na empreitada), mas Anthony – irmão de Anna, seu melhor amigo e, por uma aberração do destino, atual namorado de sua irmã –, o impedira e conseguira acordar a menina apenas sussurrando em seu ouvido... E ele tinha certeza que Anthony fora capaz de ouvir toda a gritaria que vinha da porta do quarto de Gabriella, porque era a duas portas de distancia.

    A raiva que tomara conta de seu ser ainda não passara. Mas ele deveria se controlar até que chegassem a Hogwarts. Anna sabia exatamente como estava se sentido e que possivelmente o fato dela ter colocado as luvas não o acalmara tanto assim, e tentaria impedi-lo. E Anthony, para complicar ainda mais as coisas, também. Michael só não faria nada ao amigo porque não estava a fim de se ferir, e os duelos ferozes que aconteciam entre eles costumavam acabar em empate.

    Eles haviam acabado de descer do carro e acomodar as bagagens em carrinhos, após uma viagem frustrante com dois loiros com inteligência obviamente afetada jogando Snap Explosivo. Faltava meia hora para o trem partir e eles jamais iriam conseguir uma cabine sossegada àquele horário. Pensou seriamente em convencer Anna a permanecer com ele e seus amigos – esses sim poupados de irmãs infernais –, mas a menina estava ocupada demais lendo qualquer coisa sobre Defesa Contra as Artes das Trevas, enquanto ele, cavalheiro que era, carregava um carrinho gigantesco de malas dele e dela. Ele não era uma pessoa fraca de forma alguma, mas tinha que admitir que o que diabos fosse que sua namorada carregava em suas malas, poderia matar alguém. E falando nela, ele estava realmente incomodado com o movimento. Muitas pessoas. Muitos homens. Muitos pares de olhos voltando-se para o que não deviam.

    Repentinamente, então, ele chamou a atenção dela:

    - Anna... – A menina ergueu os olhos intensamente azuis do livro de aparência antiga na qual estava entretida, para fitá-lo. Michael pegou-se admirando internamente a elegante e linda face da herdeira dos Blanche. Ele tinha muita sorte e não queria perdê-la. Portanto, apenas ele tinha o direito de olhá-la com quantas intenções quisesse. E sim, ele tinha um plano. – O que diabos você carrega nas suas malas? – perguntou, fingindo curiosidade e um tanto de surpresa.

    Com as duas sobrancelhas no alto de sua testa, ela replicou:

    - O que mais eu levaria há não ser livros? – questionou a menina, com um sorriso brincalhão, mexendo a ponta de uma página do livro com os dedos. – São livros para leituras leves, entre intervalos e afins... – Intervalos que ele preferia que ela estivesse em seus braços. Felizmente ele respeitava os vícios da namorada. Antes livros que um bando de amigos machos. – Alguns da biblioteca do vovô, outros de literatura francesa. – E ela deu os ombros como se fosse algo banal.

    Michael, porém, não se deixando distrair pelo jeito meigo da garota, continuou no mesmo tom surpreso:

    - Você tem certeza do peso disso? Sério? Não vai conseguir terminar de ler tão cedo, olhe aqui o peso. – Ele largara um dos puxadores e dera espaço para a garota, meio desconfiava, tentar tomar o seu lugar. Antes, porém, que ela pudesse pegar qualquer peso, Michael colocara a outra mão de volta a seu posto, deixando uma envergonhada e ligeiramente surpresa Anna, entre seus braços. A meta era caminhar apenas com os braços um pouco mais para frente, para não atrapalhar a leitura da garota, ao mesmo tempo em que estaria marcando território e protegendo-a de olhares suspeitos. E sempre poderia apoiar a cabeça nas costas da namorada, sempre que achasse que estava muito entediante...

    Seu repentino bom humor fora expresso num sorriso esperto que surgira automaticamente em seu rosto, ao que sua namorada fez uma careta de “Como fui cair nessa?”, mas não fizera menção de sair de onde estava. Teve a ligeira impressão de ver sua avó, que caminhava mais atrás com o marido, dar um sorriso daqueles meio compreensivos, meio divertidos que só ela sabia dar. Um pouco mais a frente deles, Anthony e sua irmã discutiam em altas vozes sobre o jogo do dia anterior, completamente entretidos um com o outro.

    E foi assim que atravessaram a parede, juntos, o que exigiu certa coordenação motora de ambos e uma serie de olhares invejosos sobre a situação. A Plataforma 9¾ estava quase tão lotada quanto a parte externa e uma densa fumaça limitava muito a visibilidade. Michael pensou, por experiência, que era um ótimo ambiente para fazer um estrago, ainda mais em um dia de sábado. Uma parte de seu cérebro – talvez por conta das negativas experiências que tivera ao lado de seu pai –, sempre lhe dizia para tomar cuidado nas ocasiões aparentemente mais comuns. A outra dizia que com seus avós lá, nem Merlin conseguiria fazer qualquer coisa.

    Não demorara até o sonserino ver um rosto bastante conhecido, solitário entre aquele mar de gente estranha: Eilonwy Dolben, uma morena muito bonita do quarto ano. O menino, inclusive, só aprendera a escrever o nome dela porque eram ex-namorados e agora muito bons amigos. Haviam terminado porque a menina era... Bom, Michael e ela provavelmente já teriam se matado a essa altura, se estivessem juntos, devido o ciúme do rapaz (que apesar de tudo, sequer se comparava ao que ele sentia por Anna) e a falta de juízo dela. Tinha a impressão que todos comemoram o termino.

    Era uma jogada de risco, mas ele não poderia deixar de falar com a menina:

    - Lony! – A morena virou-se para ele, absolutamente animada como sempre, correndo ao seu encontro. Anna imediatamente pareceu mais tensa. Ele perguntou a si mesmo porque sempre esperava reações que não vinham. – Hey, tudo bom?

    - Ahhh, Michael! Estava procurando você pela estação toda! – Disse animada, olhando para Anna logo em seguida. – Ah, oi, Anna, nem tinha te visto ai. – Era uma frase comum, e até educada a primeira vista, mas o sangue de Michael gelara. Ela conhecia Dolben e sabia que ela não dava ponto sem nó. Por Odin, por qual motivo ele tinha que sofrer com namoradas e exs capazes de se alfinetar infinitamente? – Ah, eu estou bem e você?... Vocês...

    Ele pretendia responder, para tentar apagar o fogo, mas Anna com todo o seu ódio acumulado, fora mais rápida. E era nessas horas que Michael tinha certeza que o Chapéu Seletor cogitara colocar a menina na Sonserina. Infelizmente, sempre se esquecia de questioná-la sobre isso.

    - Ah olha quanta alegria, as luzes do lugar até ficaram mais… – Suspirou debochada. As entranhas do sonserino reviraram. – Brilhantes! Deve ter sido toda essa iluminação especial que causou essa sua desatenção Eilonwy… – E sorriu forçado. Michael por um breve momento admirou a inteligência de sua amada de conseguir decorar o primeiro nome de Dolben. Aí lembrou que pessoas normais decoram mais facilmente o nome de inimigos. – Mas quem sou eu pra estragar toooooooda essa felicidade…?! – Arregalou os olhos, ainda teatralmente, e passou por debaixo dos braços de Michael, saindo do lugar absolutamente seguro que estava e indo para o infernal e perigosíssimo mundo externo. – Continuem, por favor! Só tomem cuidado para as fagulhas da alegria não atingirem os outros alunos.

    A cara de frustração de Michael fora notável. Todo o seu bom humor começava a se esvair como um balão inflável furado. Após um verão magnífico e cheio de paz, o ano já se iniciaria com Anna usando sua nova e irritante tática de ignorá-lo – sim, ele a conhecia bem demais e ela estava a um passo de fazer isso. E, curiosamente, Michael era o tipo de cara que preferia manter a namorada debaixo do braço, mesmo que estivessem brigando.

    Quase qualquer pessoa teria entendido logo de cara o peso (medido em toneladas) do sarcasmo e da ironia na voz de Anna, mas Lony não era uma menina exatamente ligada, isso ele tinha que admitir. Na época que namoraram, chegara a achar isso estranhamente fofo...

    - Ah, sim, é verdade... – Confirmou com um sorriso de quem não havia compreendido nada. Apenas alguns longos segundos depois ela pareceu aterrissar: – Ei!... Michael, olha ela, hein! Bem no primeiro dia de aula... – E revirou os olhos. Michael não vira direito essa parte porque tentava puxar a namorada para perto dele novamente.

    - Vamos Anna, não faça essa cara, senão eu me derreto. – Ele tentava levar no bom humor o biquinho irritado que a francesa fazia. Ela era absolutamente linda de qualquer forma, mas normalmente quando estava com aquela expressão, todas as células de Michael gritavam “perigo”. – E você sabe que eu tenho preferência por mulheres de personalidade forte, Lony.

    - Você sabe que eu tenho preferência por mulheres de blablablablablaaaa – Replicara a sonserina, imitando-o de uma forma tão debochada, que se ele não estivesse ocupado tentando fazer as pazes com a namorada, ela teria ganhado um cascudo. – Quando eu tiver um namorado, assim, como eu costumava ter – e não é necessário dizer que ela virou-se para provocar Anna sutilmente – vocês vão ver só, não vou mais segurar vela aqui.

    Michael coçou a nunca. Teria que conversar com Lony novamente sobre não cutucar onça com vara curta, porque quem saia ferido era ele.

    - Eu acho que poderíamos ir atrás de uma cabine, eu não quero ter que sentar com primeiranistas atrasados. Anna, fica comigo? – Disse displicentemente, tentativa de mudar de assunto.

    Anna, obviamente, não cairia naquela. Olhou-o, demonstrando toda sua indignação com a proposta de ficar no mesmo espaço que sua suposta rival... Ele pegou-se pensando que deveria tirar a camisa essas horas: sempre tornava o argumento mais forte, mas era provável que seu avô lhe cortasse a cabeça por isso.

    - Ah, mas não se sintam desconfortáveis pra conversar sobre todos os tipos de alegrias, presentes e futuras, imagine! Até porque eu preciso ir ali ó, falar com a Maynard. Au revoir. – E foi assim que Michael, sem direito de resposta, ficou sem a namorada por nenhum motivo justo. Escutou em algum lugar distante de sua cabeça, Lony, para variar, confusa, dizer: “Ah révo" quem?”, e teria gentilmente explicado a menina o significado da expressão, mas sua estava ocupado sentindo-se aborrecido novamente.

    - Por que eu tenho que passar por esse tipo de coisa?!

    - Ah, você sabe, a gente não escolhe quem vai namorar... – Respondeu Lony, parecendo estar passando por uma súbita crise de sensatez. – Mentira, a gente escolhe sim! – Contradisse, gargalhando tão alto que meia passarela fitou os dois. – E você fez uma escolha BEMMM MELINDROSA, Michael! – Sentiu os tapinhas nada consoladores e Lony. E não estava nem um pouco afim de responder. Felizmente, Anthony fizera isso por ele.

    - Melindrosa? – Disse o loiro, finalmente percebendo que havia vida além da cabeça loira de Gabriella. – Você quer dizer fresca ou afetada, pode dizer Lony, ele se nega a ver a realidade, mas os amigos devem alertar. – Como Anthony não era o cavalo que era com Anna com todas as pessoas da face da terra, ele educadamente sanara a duvida de Lony: – A srta metida te deu tchau em francês, sabe como é, pra tentar enriquecer a falar e dar importância ao que ela disse. E ai, como foram suas férias?
O final do post está uma ..., porque eu não aguentava mais escrever. Mil perdões.
Michael Alleborn
Michael Alleborn
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Mensagem por Gabriella Alleborn Qua Ago 08, 2012 7:42 pm

”O que aconteceu”:

Gabi veste, só que a blusa é
vermelha e sem os acessórios.


    01 de Setembro de 2012, Inglaterra, Londres, Estação King’s Cross. Um loiro de porte obviamente aristocrático – embora se destacasse pela condição física suficientemente forte para ser capaz de ganhar quedas de braço de uma quantidade razoável pessoas –, muito bem vestido, dono também de um leve sotaque francês, tinha seus olhos azuis muito concentrados numa loirinha cerca de 10 centímetros mais baixa, de postura bastante solta para uma menina, que discursava usando um vocabulário ainda mais livre. Ambos debatiam com energia sobre a derrota c o m p l e t a m e n t e injusta sofrida pelos Falmouth Falcons: o juiz, provavelmente um ex-grifinório sem vergonha na cara ou um sonserino muito estúpido (o lema do time era: “Vamos vencer, mas se não pudermos, arrebentamos o adversário!”, e daí tire suas próprias conclusões e multiplique-as), havia deixado de apitar pelo menos umas quarenta faltas a favor dos Falcões e partida havia durado 27 horas. Ela supôs que o juiz deveria ter algum trauma com mulheres, e como o time adversário era o Harpias de Holyhead, formado apenas por mulheres, ele teria preferido morrer pelos bastões dos Falcões...

    - ... E, tipo, os Falcões pegaram muito leve esse jogo, aposto que porque eram mulheres. – Dizia ela, em voz alta, expressando todo o seu feminismo. Se havia uma coisa que ela odiava profundamente era que lhe poupassem de qualquer coisa por causa de sua condição feminina. Aliás, ela odiava que “pegassem leve” com ela por qualquer motivo. Preferia mil vezes levar uma surra épica e acabar morrendo do que ter seus dons desprezados.

    - Mas nada vai apagar aquela cena clássica do batedor jogando o bastão depois do balaço na direção daquela jogadora nariguda – respondeu o loiro, com um sorrisinho cruel. É, após isso a mulher certamente precisaria de todos os feitiços imagináveis para conseguir trazer o nariz de volta para a superfície do rosto.

    Atrás deles estavam Anna e Michael, andando de um jeito estranho (o sonserino empurrava um gigantesco carrinho de malas, e mantinha Anna entre ele e o carrinho) e mais atrás, os avós maternos dos meninos. Gabriella concluía mentalmente que Anna era mesmo a lady que ela nunca seria: jamais permitiria que pegassem peso assim por ela. E olha que Anthony vez ou outra insistia nessas coisas... Então é óbvio que cada um carregava a sua própria bagagem.

    - Se formos atacados, não revide ‘tá? Vão ser meus amigos. – Avisou a menina, repentinamente cortando o assunto, antes passarem pela parede de tijolos que levava a plataforma 9 3/4.

    Desde que começara a namorar Anthony, um sonserino, sendo ela uma grifinória purista (do tipo que deseja que a toda a sonserina morra afogada, aproveitando que estão abaixo do lago), não tivera coragem de contar aos amigos e dar-lhes tempo de preparar seu funeral. Ou seja, ia ser um choque sem tamanho se os vissem juntos assim. E como Anthony a última coisa que podia ser classificado era como “santo”, Gabriella resolvera que era melhor deixar claro que não se contra-atacava sonserinamente fogo amigo.

    - Não farei nada. Sei como são seus amigos, cherie. – Respondeu o francês, com a sobrancelha erguida. Gabriella fez um gesto positivo com a cabeça, embora no fundo não acreditasse que ele fosse ser tão bonzinho assim se enfiassem uma Bomba de Bosta em suas calças.

    Eles atravessaram a parede de tijolos para a plataforma 9 ¾, um por vez. Gabriella quase sempre corria demais e esbarrava em metade dos passantes, mas Anthony, desta vez, parara seu carrinho antes que algum desastre ocorresse.

    - Ah, valeu. – Disse a menina em agradecimento, ficando nas pontas dos pés e dando um beijinho na bochecha do namorado. Fez questão que se dessem as mãos novamente, mesmo que isso fosse acarretar possíveis explosões.

    Pararam em frente a um dos vagões do enorme Expresso de Hogwarts. Ignorou a multidão, porque vez ou outra um rosto inimigo saltava em seus olhos e ela estava entretida demais ainda xingando a partida do dia anterior, assim como namorado. Aliás, ela teria satisfatoriamente ido para outro lugar, mas Anthony resolvera ir da atenção a uma amiguinha, por acaso inimiga mortal de Gabriella, que tinha em comum com seu irmão.

    Enquanto ele injustamente falava mal de Anna – Gabriella já estava tão acostumada à troca de impropérios entre os dois, por isso, por mais que gostasse da prima, não fazia adendos –, Gabriela viu-se com uma oportunidade única de esfregar na cara da piranha sonserina a verdade. Afinal, ela passara o ano anterior todo sempre ajudando para que os dois não conseguissem nem ficar no mesmo espaço como pessoas civilizadas e ela era civilizada por mais que a concorrência dissesse o contrário. Seu sofrimento de ter se apaixonado por um primo que um dia ela chamara de estúpido e Sonserino (porque essa palavra também era um xingamento quando se referia a todas as outras pessoas), poderia ter sido amenizado logo, se não fosse por ela.

    Atrapalhando a conversa descaradamente, pigarreou alto, bastante alto mesmo, saindo de trás do namorado, onde estava se escondendo até então, fazendo caretas de desprezo. Com um sorriso vitorioso daqueles mais irritantes, ergueu as mãos dois, mostrando como elas estavam entrelaçadas. Atrás de Dolben, viu Michael revirar os olhos e voltar-se para conversar com os avós sobre como era incapaz de lidar com o comportamento de Anna. Para ele, qualquer conversa em que Gabriella estivesse inserida era desnecessária.

    Não é preciso dizer que ela deliciou-se completamente ao ver ao ver a reação de Dolben. Os olhos da menina quase chegarem perto das mãos deles de tão projetados que estavam. E não perdendo tempo, inspirada nas narrações de quadribol, falou num tom bastante algo:

    - E o chão se aaaaabreee aos pés da ELoahJaga. – Era quase como se gritasse gol, falando o nome de um estúpido goleiro adversário que deixara passar a bola e provavelmente viera de outro planeta. Afinal, como ela jamais aprenderia o nome da menina, sempre que ia se referir a ela, criava alguma coisa enrolada para falar.

    - O QUE? QUEM... – Indignada e totalmente fora dos eixos, Dolben começara a se expressar, mas tentando diminuir o estrago que apenas aumentava o sorriso de Alleborn, continuou entre dentes: – Anthony... ahhh... Anthony... Você perdeu o juízo, coleguinhaa... – Gabriella chava que falta de juízo era chamar aquela morena infeliz de amiga. Um dia forçaria Anthony a acabar com aquela amizade infeliz. – Não, eu boto fé em você amigo... Que feitiço essa grifinóriazinha usou em você pra ficar desse... ugh... desse jeito ai de MÃOS DADAS!

    Com o berro dado por Dolben, várias cabeças próximas viraram-se para eles. Gabriella estreitou os olhos para o namorado, sentindo uma fagulha de raiva aparecer em sua cabeça.

    - Fala pra ela, ou eu a mato aqui mesmo. – Disse ao namorado. Que ele já ficasse de sobreaviso que poderia ser naquele momento que arranjaria um funeral para ir.

    - Matar? Falar? NÃO! Sou eu aqui quem fala com o Anthony! – Com os olhos tão arregalados Gabriella duvidou que ela estava conseguindo se concentrar em alguma parte de seu campo de visão. E que folga era aquela? Anthony Blanche era seu e sem volta.

    Anthony, por sua vez, tinha um olhar preocupado para Dolben, mas exibiu um daqueles lindos sorrisos que deixavam Gabriella ao mesmo tempo tranquila e ligeiramente ruborizada. Apenas não fizera efeito naquele momento, porque estava sofrendo um dos poucos tipos de ameaças capazes de lhe tirar do sério.

    - Mas eu te escrevi sobre isso por coruja... – Ele coçou a nuca charmosamente e Gabriella ignorou um eco na sua mente que sensatamente lhe dizia que era possível que aquela carta que ela o vira escrevendo para Dolben, que depois interceptara, continha isso. Tudo que havia eito era pelo amor e a segurança de seu amado. Ele não precisava receber cartas de sua inimiga mortal logo no começo do namoro deles. – Gabriella e eu estamos namorando, desde o início das férias – E abriu outro sorriso, como se estivesse realmente satisfeito com aquilo. O que fez Gabriella se distrair por um breve momento de sua ira.... Lony, você tá legal?

    - É claro que ela não está legal! Ela está morrendo de inveja! – retrucou a menina Alleborn, quase indignada com a obviedade da pergunta feita pelo namorado. E ele não tinha nada que fazer aquela cara de preocupado pra ela! Não importasse quão bufante e prestes a explodir ela estivesse!

    Ah, mas Dolben era esperta. Quis matá-los com um grito tão agudo e irritante quanto o de uma chaleira que provocara alguns acidentes ao redor, os quais Gabriella não dera a mínima atenção. Estava ocupada enfiando os dedos indicadores nos ouvidos para não morrer surda.

    - ANTHONY!!! COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO COMIGO??? – E aí a tragédia se iniciara. Dolben teve a ousadia de agarrar o namorado de Gabriella ALLEBORN pela camisa. O ato fora tão rápido que até mesmo este não conseguira reagir. – E quanto à nossa amizade, tudo que a gente ainda tem pra viver junto e que não vai poder viver por causa dessa! – Cada palavra perfurava a mente de Alleborn como facas. O dedo de Dolben apontando para sua cara, quase levando seu nariz junto, não ajudava. – Dessa... dessa... dessa... COISA vermelha e amarela!!!!

    E vamos aos fatos: Elsahweew Dolben que acusara-a de usar feitiços para manter os dois juntos, estava a centímetros do rosto de Anthony Blanche, gritando para quem quisesse ouvir que eles teriam uma história, se fosse por ela... Ah, ela era uma das pessoas que a grifinória mais odiava na face da terra. Talvez fosse algum instinto suicida que havia em Dolben, ou talvez se baseasse no fato de que Alleborn era uma pessoa desprovida de força, mas cometera o erro fatal de esquecer que ela de longe a melhor apanhadora da escola: a mais ágil, a mais rápida, e, inquestionavelmente, a mais resistente e estourada, e essas características não eram de quando ela estava apenas sentada em uma vassoura.

    Sem nem pensar duas vezes, Gabriella puxara a varinha com a mão esquerda – era ambidestra* –, e voara em cima de Dolben, com a mão direita acertando em cheio o tórax da menina e a derrubando por cima das malas dela (porque se havia uma coisa que fazia os Alleborns parecerem irmãos era o uso de violência). Não satisfeita, prendera-a com o joelho na barriga, enquanto tentava espetá-la com a varinha nos olhos, intercalando seus gritos entre feitiços inexistentes (exatamente do mesmo modo que o professor de feitiços vivia fazendo... ninguém podia dizer que ela não era uma boa aluna na matéria dele) e xingamentos.

    - AGORA VOCÊ MORRE, SUA PIRANHA!

    Anthony, finalmente entendendo a situação, puxara a namorada pela cintura, erguendo-a com uma facilidade absurda. As pernas e braços da menina se agitavam no ar, na tentativa de voltar para terminar seu serviço. Feitiços voavam a torto e direito, acertando pessoas que nada tinham haver com a situação, ricochetando nos vagões do trem... E alguns passos de distancia, Gabriella provavelmente perdia uma amizade e o melhor batedor da escola: Sanjaya Gupta acabava de ver sua bagagem ser consumida em chamas.
Gabriella Alleborn
Gabriella Alleborn
Aluna

Série 5º Ano

Inglaterra
Age : 27
Sangue Puro

Cor : red3 (#CD0000)

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Mensagem por Eilonwy K. Dolben Qui Ago 09, 2012 10:38 am

Todo Mundo Odeia a Dolben - Round 1, FIGHT!


“-E o meu dia foi assim... cheguei atrasada, vi um dos meus melhores amigos namorando minha maior inimiga, e paguei um mico federal.” –Lony pensava enquanto ela caia em câmera lenta após tropeçar em seu malão jogado no chão, bem quando um feitiço atingiu em cheio a face dela. Mas o fim dela se deu antes, bem antes disso.

*BARULHO DE FITA RETROCEDENDO*

Lony arregalou os olhos quando viu Gabriella partindo pra cima dela com a varinha mirando bem a cara da sonserina, e por instinto, somado à imaturidade e inexperiência em duelos, sua ação de defesa foi erguer os braços para proteger o próprio rosto, esquecendo-se totalmente que poderia ter usado a varinha, além do mais, deixou uma das partes mais sensíveis do corpo exposta, dando uma grande vantagem para Gabriella acertá-la em cheio no tórax.

A garota morena rolou direto para o chão, e o barulho estridente de uma varinha rolando ecoou em seus ouvidos, e só então Lony percebera que o objeto de madeira estava há centímetros de sua mão. Ela esticou o braço para agarrá-lo, mas Gabriella foi tão rápida quanto e a prendeu nos joelhos, imobilizando-a para que não pudesse recuperar sua única arma.

-ME SOLTA, GAROTA! AHHH! Michaaaaaeelllll!!! –Lony gritou o primeiro nome em que lhe veio na cabeça, mesmo que nem pudesse mais ver onde Michael estava, já que sua cabeça ia de norte a sul enquanto Gabriella a sacudia com uma varinha espetando-lhe a face, o nariz, e até a orelha. –ALGUÉM ARRANCA ESSA LOUCA DAQUI! –ela já devolvia os tapas que recebia da loira, ora tentando segurar as mãos dela, ora agredindo-a o máximo que conseguisse.

Quando Gabriella passou a ficar mais concentrada na briga física do que no duelo mágico, a garota da Grifinória mal notou quando começou a agitar a varinha para todos os lados, lançando uma porção de feitiços pela plataforma, chamando a atenção de vários alunos que se aglomeraram em torno das garotas para ver o que era.

-Legal, briga de mulher! Vamo’ lá vê! –o garoto da Corvinal puxou o amigo, e nesse meio tempo vários outros alunos perceberam a agitação de se concentraram em torno das garotas, gritando em coro:

-BRIGA! BRIGA! BRIGA! BRIGA! BRIGA!

-Aposto um galeão na morena. –falou um deles.

-O que? Tá brincando! Ela é muito magrinha, vai perder. –disse o da Grifinória.

Foi tudo tão rápido para Anthony que a informação de sua namorada tentando matar sua amiga demorou a chegar em seu cérebro, e quando atingiu-lhe conscientemente, ele ficou em choque e reagiu da melhor maneira que conseguiu pensar, agarrando Gabriella pela cintura e erguendo-a no alto.

Com essa brecha, Lony agarrou a varinha, mas não era porque Anthony segurava uma Gabriella agitada que a grifinória se esquecera de seu alvo, ela ainda tentava atingir Lony, com mais dificuldade para mirar dessa vez, mas sem desistir de atingir a inimiga.

Lony, por sua vez, apenas podia rebater os feitiços o máximo que conseguia, já que sentia uma tremenda dor em seu abdômen. Um feitiço amarelado lançado por Gabriella foi em direção à morena, que o rebateu o mais rápido que pode, e o encantamento bateu num vidro e ricocheteou em direção à parede e depois acertou a cara de um menino do quarto ano da Lufa-Lufa que ficou com um bico de pato.


barulho de quando o feitiço acertou o menino

Outra azaração ricocheteando por toda a plataforma, lâmpada, placa, gaiola da coruja, traseiro de uma sonserina. E mais um na direção vagão, porta, chão, bagagem de Sanjaya Gupta. E mais outro. Esse último Lony rebateu com tanta força que passou raspando por Anthony, que imediatamente desviou do encantamento, afrouxando os braços, e Gabriella aproveitou a oportunidade para escorregar por eles.

Ela foi decididamente em direção à Lony, bufando de raiva, apertando a varinha entre os dedos, e a morena ergueu as sobrancelhas, temendo, mas já com todos os feitiços em mente que ela gostaria de lançar, e que nunca chegou a fazê-lo, pois quando ela deu dois passos para trás, para tomar mais distancia da loira e poder ter um desempenho melhor na luta, ela novamente esqueceu-se da própria bagagem jogada atrás dela, e tropeçou caindo bruscamente no chão.

De qualquer forma, Lony não deixara de ser o alvo, e um feitiço rosado atingiu o rosto da garota em cheio, e ela tombou a cabeça para trás.

-ALLEBORN, JÁ CHEGA! –Lony bradou colérica com uma cortina de cabelos jogada em sua face, até este instante ela não havia notado algo crescendo em sua bochecha. –ISSO É RIDÍCULO! –ela escandalizava, pois algo ardia em seu rosto. De repente viu Gabriella dar uma risada de surpresa.

-Tem razão, está ridículo mesmo! –e a loira ofegante apontou para a cara de Lony.

A garota da Sonserina estava sentindo algo quente pesando em seu rosto, e pelo canto do olho ela pensou que alguém tivesse colado uma cereja alienígena na bochecha dela.

Spoiler:
[a pereba era desse jeito ai ó]

-O que? –Lony levou a mão no rosto e sentiu uma forma arredondada na textura da própria pele, grande o suficiente para encaixar na palma da mão. –O que... é isso? Mas que porcaria é essa?

Estando bem ali no centro daquela rodinha, ela virou o rosto e pode ver vários alunos ao redor apontando e rindo dela, inclusive Gabriella.

Lony continuou virando para todos os lados na tentativa de encontrar seus amigos, mas os rostos de Michael, Anthony, e até mesmo de Anna, haviam se misturado com o do público, e tantas risadas, tantas piadas, piadas que ela quem geralmente fazia com os outros quando eles passavam por momentos como este que ela estava passando. Ela odiou não ser da plateia.

Escondendo o rosto, Lony saiu empurrando os alunos e abrindo passagem para fora daquela aglomeração em direção ao Expresso de Hogwarts, esquecendo-se completamente do malão jogado no chão da plataforma. A garota irada andava pelos corredores do expresso, empurrando todos os grifinórios alunos que via pela frente e todos que ousassem olhar para ela.

Lony Dolben precisava ver com seus próprios olhos o estrago que seu rosto estava.

Eilonwy K. Dolben
Eilonwy K. Dolben
Aluna

Série 4º Ano

Inglaterra
Age : 27
Mestiço

Cor : #009b33

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Mensagem por Victor Croft Qui Ago 09, 2012 11:18 pm





Spoiler:

Prologue

- Você não me pega, lero-lero! – gritou Anya de cima de sua montaria, um graniano cinzento (obviamente), veloz como o vento. Era claro que Victor nunca conseguiria alcançá-la; o cavalo alado dela era muito mais esguio que o dele e de uma raça que havia evoluído de forma a aproveitar instintivamente o máximo das correntes de ar. Seu etoniano podia até ser mais bonito, com a pelagem castanha combinando perfeitamente com o sol do fim da tarde, e inteligente, obedecendo prontamente aos comandos do rapaz e desviando dos eventuais obstáculos, mas, em campo aberto, a vantagem seria sempre do alazão de Anya.

Entretanto, Anya parecia ter esquecido que o ponto de chegada da corrida, sugerido por Victor e acordado por ela, era o lago no coração do bosque que ficava na propriedade dos Croft. Ela teria que reduzir a velocidade ao entrar na mata ou daria de cara com um gigantesco carvalho ancestral. Se a prima não aproveitasse a vantagem que tinha no campo aberto para ganhar distância, o etoniano de Victor tinha chance de ultrapassá-la nos obstáculos.

Anya atravessou a orla do bosque cerca de três segundos antes de Victor. Não era uma vantagem tão grande assim. “Sempre prepotente, priminha”, pensou o rapaz. Baixou os óculos protetores meio segundo antes de atravessar o limite das árvores e começou o jogo de delicados comandos para fugir de uma colisão sem perder muito de sua velocidade. Ainda conseguia ver a sombra cinzenta de Anya e seu cavalo alado; a diminuição na velocidade fora tanta que os dois estavam emparelhados em poucos segundos. “Mais rápido, mais rápido...

A disputa era acirrada. Ambos haviam crescido dentro daquela minúscula floresta. Era certo que a montaria de Anya respondia um pouco mais lentamente aos seus comandos, mas uma amazona tão bem treinada quanto ela conseguia contornar a dificuldade com maestria. Victor, por outro lado, estava tendo problemas com o cavalo alado que escolhera; não conseguia passar da prima de jeito nenhum. O animal parecia ter desistido de se esforçar.

- Iá, iá! – berrava Croft enquanto as mãos enluvadas com couro de dragão mexiam as rédeas. Podia ver Anya empatada com ele, a uns bons seis metros de distância. O lago não estava mais tão distante assim; se ele não liderasse a corrida agora, podia dar adeus à sua vitória. – Sobe! – ordenou, ao mesmo tempo que puxava as rédeas do cavalo alado para cima. Anya não pareceu prestar atenção quando o etoniano bateu as enormes asas douradas e pegou altitude até passar do pico das árvores e ganhar os céus. As selas especiais para montarias aladas mantinham o cavaleiro preso, mas era intensamente desconfortável permanecer inclinado por muito tempo. “Vamos... Só mais um pouco.

Victor olhou para baixo com a intenção de descobrir o quanto sua manobra desesperada havia lhe custado. Anya tinha bastante vantagem agora e ganharia a corrida em alguns segundos. “Não se eu evitar...”, pensou, puxando as rédeas e acelerando para o ponto de chegada. Em céu aberto, o etoniano estava mais propenso a ganhar velocidade e, assim que sobrevoou o lago, Victor soltou-se da sela especial com um aceno da varinha e pulou, mantendo os braços juntos ao tronco e as pernas unidas, com a cabeça apontada para baixo. “Mais rápido, mais rápido”, implorou. Uma última olhada para a margem do lago disse o que ele precisava saber. “Ela ainda não ganhou.

O mergulho foi muito mais incômodo do que parecia lá de cima. Mesmo no verão, a água estava seis graus abaixo de uma temperatura agradável e Victor sempre preferira voar a nadar. Quando finalmente chegou à superfície, certificando-se de que a varinha estava segura no coldre e não no fundo do lago, o graniano da prima estava relinchando, com ela em cima dele de braços cruzados.

- Isso não é justo! Seu cavalo não está aqui. – Parecendo perceber que falavam dele, o etoniano desceu dos céus e pousou graciosamente ao lado do seu companheiro quadrúpede, fechando as belas asas. – Eu ganhei. Agora estamos empatados, 37 a 37.

- Nada disso, Anya. Você fez praticamente a mesma coisa na nossa décima corrida, quando eu tinha sete anos. Não me lembro daquela sua vitória ter sido anulada – argumentou Victor enquanto saía da água e ia secando o corpo com um jato de ar quente da varinha.

- Mas naquela época você era um bloody fool e não reclamou – explicou a prima. – O “crime” já prescreveu.

- Se você ganhar essa, eu demand ganhar aquela. Aí ficamos quites. – Na verdade, Victor continuaria na frente, 38 a 37. Era Anya quem liderava o placar desde que começaram a correr, mas com bastante prática, Victor vinha melhorando seus resultados até passar dela no último verão. Por isso, estava disposto a ceder um pouco para não perder a liderança. – É minha última oferta. Caso não aceite, teremos que arrumar um juiz. Perhaps a vovó possa resolver isso...

- Feito – respondeu Anya depois de uma breve meditação. Recorrer à avó seria arriscado. O argumento da “prescrição” poderia não funcionar como deveria e ela talvez recebesse até alguma punição por parte da avó. Se perdesse duas vitórias, quem sabe quando alcançaria o primo de novo? – Já está tarde, é melhor voltarmos. Iá! – E partiu, deixando o primo sozinho.

***

Já eram quase 18h30 quando Victor deixou o cavalo alado nos estábulos e correu para a mansão. A ancestral morada dos Croft, construída antes mesmo de Lady Boudicca começar a registrar a história da família, havia sofrido várias modernizações durante os séculos. Inicialmente um castelo medieval, a Croft Manor agora exibia uma arquitetura barroca; na parte interna, suas instalações eram adequadas ao estilo de vida dos bruxos – nada de televisões nem computadores ou mesmo tomadas, apenas uma grande biblioteca. A tecnologia trouxa na vida da família se limitava a encanamento, uma geladeira antiquíssima cujo funcionamento era condicionado a uma batida de varinha de tempos em tempos (nada de eletricidade), alguns rádios mágicos (só no caso de haver uma guerra ou um apocalipse inferi) e várias lâmpadas acesas com magia.

Victor subiu correndo as escadas de mármore até o seu quarto. Não conseguira se secar completamente na margem do lago e a água das roupas pingou um pouco pelo caminho. A mãe ia matá-lo se chegasse a descobrir, mas, caso ele se atrasasse para o jantar às 19h, ela ia matá-lo também então podia se preocupar com o rastro de água depois. Fechou a porta do quarto ao entrar, agitou a varinha para acender a luz e tirou toda a roupa antes de entrar no banheiro do quarto.

Todos os anos, pontualmente às 19h do dia 31 de agosto, Helena Croft fazia questão de reunir a família num jantar uma última vez antes da partida dos mais novos para Hogwarts. Naquele ano, pela segunda vez, apenas Victor estaria partindo no dia seguinte para a escola, já que a prima Anya, três anos mais velha, já havia se formado.

Quando passou novamente pela escadaria de mármore, dessa vez na direção contrária, Victor reparou o quão vazio estava o Saguão e os corredores da mansão. “Todos já devem estar no salão”, concluiu, apressando o passo para o Salão Maior. O elfo doméstico idoso ao lado das grandes portas estava cochilando com a cabeça em cima da bengala, sentado em um banquinho, e Victor pigarreou brevemente para acordá-lo.

- Good evening, jovem Sr. Croft – disse o elfo.

- Good evening, Mordecai. Já estão todos no salão? – perguntou o rapaz. O relógio mais próximo, na parede do corredor, marcava 18h58. – Estou deserdado?

- Sim. Não. – Mordecai não era conhecido por ter muito senso de humor. – Devo abrir as portas?

- Por favor.

O elfo bateu com a bengala no chão e as portas se moveram mágica e lentamente, revelando o Salão Maior. Aquele era o mais espaçoso cômodo da Mansão Croft, usado apenas em situações muito especiais – as refeições geralmente aconteciam no Salão Menor, do outro lado do prédio. Todos os membros da família residentes na mansão estavam sentados na longa mesa de madeira que ficava abaixo do lustre de cristal. Na ponta da mesa oposta à entrada estava sentada a matriarca e avó, Kathleen Croft, ladeada pelo pai de Victor, Caleb, à direita e pela mãe dele, Helena, à esquerda. Do lado da mãe, estavam as duas tias, Siena e Viviana, e os avós maternos, Gabriel e Miranda. Do lado pai, havia uma cadeira vazia e, logo após, sentavam-se os tios paternos, Michael e Meredith, a prima, Anya, a tia-avó, Irma e a viúva do seu tio-avô Charles, Mary.

- Good evening – cumprimentou Victor. As conversas, que já estavam escassas, pararam assim que a porta abriu e agora todos o olhavam com expressões igualmente indiferentes – todos menos a mãe, que parecia ligeiramente furiosa, mas nem um pouco deselegante. A avó tirou os olhos do Profeta Vespertino e sorriu bondosamente, como o pai. – Desculpem-me pelo atraso.

- Good evening, querido. Você não está atrasado, apenas bem na hora – observou a avó, indicado a ele que deveria sentar-se na cadeira ao lado do pai e sussurrando um encantamento com a varinha para que o jornal sumisse. Victor tomou seu lugar o mais rápido possível e, três segundos depois, ouviram o som do relógio marcando 19h. A avó, então, ficou em pé para o seu discurso de sempre. – Que o jantar comece.

Assim como em Hogwarts, os elfos domésticos da Mansão Croft enviavam os vários pratos ao Salão Maior magicamente, a partir de uma cozinha subterrânea exatamente abaixo do cômodo. À ordem de Kathleen, travessas, pratos e copos foram preenchidos com empadões, pernis, saladas, suco de abóbora etc. Mais que isso, as conversas foram preenchidas com os típicos assuntos familiares. Por exemplo, enquanto a tia, Meredith, comentava inocentemente com a avó sobre o tempo que Anya passara estagiando em vários órgãos relacionados às criaturas mágicas pelo mundo inteiro até conseguir o cargo que queria no Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas da Grã-Bretanha, a mãe de Victor, Helena, tentava chamar a atenção contando à sua irmã, Siena, um decibel mais alto que o necessário, da nomeação do filho como monitor da Corvinal, usando expressões sensacionalistas como “ele está seguindo os passos da avó e do pai”.

Socorro...”, gemeu Croft em pensamento. Detestava quando a mãe agia como se fosse superprotetora. E ainda não eram nem 19h30.

***

Chapter One:
September, The Worst.

You would say anything and you would try anything SeanO4Barneys_Hol09_5

A carruagem puxada por abraxanos voava a cerca de 200 km/h. Deveriam chegar a Londres em uma hora, no máximo, se não houvesse muitos povoados trouxas no caminho a evitar. Mesmo que o veículo fosse protegido por inúmeros Feitiços Antitrouxas, os quais faziam as pessoas lá embaixo enxergarem um jatinho particular ao invés de um coche voador, e os cavalos alados estivessem Desiludidos como exigido pela lei, era possível que sobrevoassem acidentalmente uma região não mapeada de Magia Morta ou de Magia Selvagem. Quem poderia prever as consequências disso? A compra de um dos tais aparelhos Weasley que identificavam as rotas seguras fora a solução, mas todo cuidado era pouco naqueles tempos; portanto, o elfo doméstico Walder fora escolhido para servir de cocheiro – dizia-se pela mansão que ele era capaz de “farejar” mágica mais longe que qualquer outro, habilidade esta muito mais comum aos elfos e sua magia antiga.

- Não hesite em mudar a rota se identificar alguma variação mágica intensa, para mais ou para menos, mesmo que o tal device indique o contrário – orientou a avó Kathleen antes de partirem. O elfo assentiu, baixando a cabeça e quase derrubando a cartola. Era um daqueles que optara por um regime assalariado ao invés da espécie de escravidão na qual alguns de seus irmãos conseguiam se sentir satisfeitos. – E evite os povoados trouxas de qualquer forma, por favor.

Enquanto do lado de fora a carruagem só parecia um jato, do lado de dentro ela realmente era. Um pouco maior do que seria caso os limites físicos fossem seguidos à risca (graças a um simples Feitiço Indetectável de Extensão), o interior do veículo personalizado da família Croft era iluminado intimamente, como o de uma verdadeira aeronave trouxa particular, e seus ocupantes estavam divididos em três filas com duas confortáveis poltronas cada, dignas da primeira classe de qualquer voo trouxa. Na primeira fila, sozinha, sentava-se Kathleen, profundamente envolvida na leitura da sessão internacional do Profeta Diário; na fila do meio, Helena escrevia uma carta em francês para os parentes Lestrange que viviam do outro lado do Canal da Mancha, e Caleb apreciava, ao mesmo tempo, uma taça do melhor vinho élfico e uma das petições que precisava enviar à Confederação Internacional dos Bruxos; no fundo da carruagem, Victor olhava pela janela imaginando como Harry Potter se sentiria se soubesse que rapazes com família (como o próprio Victor) gostavam de Hogwarts exatamente por não tê-la por perto tanto tempo, e Anya lia O Pasquim rindo alto pelo menos duas vezes por página.

Todos, exceto Victor, estavam a caminho do Ministério da Magia naquele dia 1º de setembro, um sábado. Na verdade, aqueles quatro Croft iam apenas a um evento de nomeação – um brunch num dos salões do prédio ministerial em Londres, no qual Anya e alguns outros novos empregados iriam ser oficialmente empossados. Os pais da prima já estavam na capital por causa de suas carreiras recheadas de plantões – Michael era um curandeiro, e Meredith, uma auror. Ainda que não fosse aquela data, e Victor não precisasse ser deixado em King’s Cross no caminho, era provável que a família viajasse na carruagem mesmo assim. Os Croft só Aparatavam quando extremamente necessário; era um risco desnecessário e “awfully diselegant!”, segundo a avó, Aparatar e Desaparatar levianamente, ainda mais com o caos mágicos pelo qual a comunidade bruxa estava passando.

Victor reparara que estavam em território londrino quando a característica chuva outonal começou a cair. “Sempre chuvosa, London...”, pensou o corvinal, sentindo-se ligeiramente entediado. Às vezes ficava assustado com o quão apático podia ser. Crescera sempre tentando demonstrar o mínimo possível das suas emoções, temendo rejeição por parte da família. “Agora eles já sabem.” A avó finalmente o convocara, no começo das férias, para conversar na Biblioteca. Estava bastante serena, como sempre, e amável. Pediu a ele que se sentasse na poltrona à sua frente.

- Seus pais estão preocupados com você, meu querido. – Croft engoliu em seco, pensando “Por quê? Por quê?! POR QUÊ?!” Tinha notas exemplares, chances reais de ser nomeado monitor e os trabalhos com a animagia estavam indo muito bem, obrigado. Era quase um prodígio! O que mais queriam dele? Mas antes que reunisse saliva o suficiente para proferir a dúvida, Kathleen continuou: - Temem que você tente so desperately agradá-los que acabe se esquecendo da sua própria felicidade. – Seus batimentos cardíacos se acalmaram um pouco. Não choraria, jamais choraria; mas, com certeza, se tentasse falar, sua voz estaria trêmula. – Por Merlin, Victor, nós somos bruxos europeus! Somos duas vezes mais propensos a desprezar tabus. Agora saia daqui e só volte com um nice Indian boy. Só você sabe o quanto eu me divertiria com a cara da sua mãe quando o visse! – Sem dizer uma palavra durante toda a “conversa”, Victor se permitiu um sorriso aliviado. Abraçou a avó brevemente e saiu da Biblioteca, pesando bem menos do que quando entrara.

Depois daquele dia, ser mais emotivo se tornou um dos exercícios diários do Croft mais jovem. A prima adorou a ideia. Não passava um dia sem que brigassem por alguma bobagem à qual o antigo ele não daria importância. Por outro lado, também descobrira na prima uma amiga sem igual. Apesar da rivalidade de brincadeira, haviam crescido juntos e ela passou as férias dando-lhe conselhos sobre sua carreira após Hogwarts, as matérias do quinto ano e os tão temidos Níveis Ordinários em Magia. Mais que isso, os dois torciam pelo mesmo time de quadribol – os Tornados de Tutshill – e foram algumas vezes aos jogos da temporada. Ou seja, a relação dos mais jovens membros da família Croft (por enquanto) ficara ainda mais profunda durante o verão.

Walder começou a diminuir a altitude da carruagem mais ou menos às 9h, e os Croft já estavam desembarcando cerca de quinze minutos depois num hangar privativo na periferia de Londres – o local, fortemente protegido por Feitiços Antitrouxas, era uma aquisição recente da família devido às frequentes viagens à capital e à falta de um local seguro para pousar e guardar a “aeronave”. O longo automóvel do Ministério da Magia, a pedido de Kathleen, estava estacionado na entrada do galpão, com um motorista silencioso aguardando pacientemente no banco do motorista.

- Homenum revelio! – disse Caleb, movimentando a varinha brevemente embaixo do casaco. Após se certificar de que realmente não havia trouxas por perto, o pai ergueu a varinha, executou uma série de floreios elaborados no ar com ela e murmurou um encantamento mais complexo para que um enorme guarda-chuva transparente, semelhante a uma bolha, envolvesse todos os seis, inclusive o elfo doméstico que trazia as bagagens flutuando magicamente, enquanto seguiam seu caminho pela chuva até o carro. “Uma versão personalizada do Cabeça-de-Bolha”, pensou o filho. “Eu com certeza ganharia pontos extras se fizesse algo do gênero nos meus N.O.M.s.

Walder guardou a bagagem de Victor (o malão com a maioria dos seus pertences e uma bolsa menor de couro com o uniforme, para a troca durante a viagem no Expresso de Hogwarts) no porta-malas do automóvel e se despediu de todos com uma breve reverência. O elfo doméstico ficaria no hangar durante o dia, provavelmente alimentando os cavalos e matando o tempo de alguma outra forma até o retorno dos patrões.

Os dois bancos de trás do automóvel ampliado internamente ficavam de frente um para o outro. Só naquele momento Victor saiu do seu habitual estado apático para reparar um pouco em, por exemplo, como seus parentes estavam vestidos. Pretendendo passarem despercebidos, os mais velhos haviam escolhido roupas elegantes (para a celebração), mas cores menos chamativas. Por exemplo, todos se vestiam de preto – exceto Anya, que usava um vestido azul-claro, e o próprio Victor, que trajava jeans e camiseta –, já que era comum os bruxos serem identificados pelas suas cartolas e capas (!), estas em cores bastante excêntricas, como verde-esmeralda, roxo-berrante e azul-turquesa. A avó escolhera um chapéu discreto e um vestido simples que ia até o joelho, ambos negros; a mãe usava um vestido também preto de alças grossas e quase nenhum decote, que ela decorava com um colar de grandes e verdadeiras pérolas; o pai optara por um terno convencional de boa qualidade (uma vestimenta trouxa agradável e funcional, na opinião dele). Os cinco combinavam, entretanto, na escolha pelos casacos, devido ao dia chuvoso.

- Parecem que vão a um enterro – cochichou para Anya quando os mais velhos conversavam sobre alguma coisa. Ela riu e concordou com um aceno de cabeça.

A viagem até a estação de King’s Cross não demorou mais que quarenta minutos. Depois de uma breve despedida do pai e uma lista de recomendações da mãe, Victor abraçou a avó e a prima. Antes de descer do carro para ajudar o motorista com suas próprias malas, aceitou um grande guarda-chuva preto conjurado pelo pai (lá fora não seria mais possível usar magia). No momento em que chegou à área coberta da estação, puxando o malão e a bolsa de viagem, voltou-se uma última vez para a família e acenou vigorosamente. Só ali percebera que realmente sentiria falta deles.

***

Victor Croft nunca vira a estação de King’s Cross tão sufocantemente cheia como naquele sábado. Já contava cerca de seis ou sete visitas ao local em primeiros dias de setembro – no começo, apenas para ver a prima mais velha partir e sonhar com o seu próprio ingresso na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts – e aquela fora a única vez que não encontrara com facilidade um carrinho ou que sofrera dez esbarrões seguidos e sem pedidos de desculpa. Era bem provável que a chuva obrigara todos os que estavam próximos da enorme construção de pedra e metal a se abrigarem lá e o planeta Terra ficava cada dia mais e mais populoso, mas tudo tem limites.

Arrastando seu carrinho em câmera lenta pela multidão, com o objetivo de não atropelar acidentalmente o pé de alguém e perpetuar a má educação generalizada na estação, o recém-nomeado monitor da Corvinal finalmente conseguira alcançar a entrada para a plataforma 9¾ e atravessou-a sem pensar duas vezes – os trouxas que viam alguém atravessando a parede naquele ponto simplesmente esqueciam o que tinham visto, uma polêmica inovação do Ministério da Magia.

No setor secreto de King’s Cross, acessível apenas para bruxos e seus familiares (caso fossem filhos de trouxa), a confusão era mais saudável. Muitos primeiranistas correndo de um lado para o outro atrás de animais de estimação destreinados ou chorando a separação dos mais; os mais velhos apenas se amontoavam em pequenos grupos, ou com os mais ou com os amigos. Ainda não passava muito das 10h então poucos já estavam acomodados nos vagões; por isso, Victor optou por despachar o malão e usar a alça da bolsa enquanto não embarcasse no trem. O rapaz deu alguns sicles e um “- Obrigado” ao carregador e foi atrás dos vendedores de doces (se a mãe soubesse disso, estava perdido).

Vinte minutos mais tarde, depois de andar até o fim do trem – onde a moça dos doces, única autorizada a vender algo na plataforma 9¾, começava sua viagem – e gastar um precioso tempo escolhendo o que queria levar (até tinha dinheiro para tudo, mas não apetite), Victor voltava extasiado com alguns Sapos de Chocolate nos bolsos e um saquinho de Delícias Gasosas aberto na mão, levitando três centímetros punhado de doces que mastigava. Já passava um pouco das 10h30 e, ele já planejava ir à procura de uma cabine quando reparou em um rosto conhecido vindo em sua direção (embora ela parecesse não tê-lo reconhecido ainda). A companheira de ano e casa era Anna Blanche, uma grande amiga (nas horas vagas) e competente rival (na sala de aula) de Croft.

- Bonjour, Anna! Ça va? – cumprimentou Victor em um francês modesto. Então reparou que a amiga francesa não parecia muito feliz em sua caminhada cheia de passos pesados, e só transpareceu tê-lo visto quando seu nome foi pronunciado. – Está tudo bem, Anna? – Ela franziu o cenho no mesmo momento, como se a lembrança do que acontecera ainda a irritasse profundamente, mas depois voltou à sua habitual expressão serena.

- Oh, Victor, peço perdão. Estava tão irritada que... – Croft teve que interrompê-la. Um aglomerado atrás de Anna, mais ou menos no local de onde ela devia ter vindo, chamou sua atenção e ele apontou a confusão para que ela observasse. Reparando que Gabriella Alleborn, a prima grifinória de Anna, estava envolvida, os dois imediatamente se aproximaram da confusão e chegaram ao local no momento exato em que a loira azarava uma sonserina quartanista que Victor conhecia de vista, Eilonwy Dolben, a qual estava relativamente indefesa no chão entre uma pilha de malas. O rosto da morena ganhou um furúnculo gigantesco na altura da bochecha, causando um fenômeno conhecido como bullying coletivo.

- Tem razão, está ridículo mesmo! – observou Gabriella quase cruelmente. Humilhada, Dolben se pôs em pé e correu para o trem, tentando escapar daquela situação tão desagradável. Trocando olhares significativos, Victor e Anna rapidamente traçaram um plano de ação: enquanto a francesa partia atrás da sonserina, talvez para ajudá-la com uma contra-azaração ou com uma palavra de conforto, Victor cuidou do embarque da bagagem de Eilonwy e lançou olhares malignos para os alunos mais novos que caçoaram dela, pois sabia muito bem que não possuía autoridade nenhuma para com Gabriella e outros alunos mais velhos.
Victor Croft
Victor Croft
Aluno

Série 5º Ano

Inglaterra
Age : 27
Sangue Puro

Cor : #006699

https://www.facebook.com/victor.ferrere

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Mensagem por Anthony Blanche Seg Ago 13, 2012 10:23 pm

Spoiler:

A maioria das mulheres que lidava eram expressivas, expansivas e bastante opinativas. Contrário ao que muitos deviam pensar, e honestamente o loiro pouco se importava com a opinião alheia acerca de si ou de seus afazeres, ele não tinha problema nenhum com isso... Normalmente. Talvez, devesse começar a ter para não ficar tão estupefato quando a cena mais inusitada do mundo se passou à sua frente.

Conhecia Lony desde o primeiro ano da menina no castelo e sempre achou engraçado o jeito expansivo e distraído que ela exibia por ai. Ficaram amigos de maneira quase instantânea, mas passou a conviver mais com ela a partir do namoro relâmpago que a menina e Michael tiveram, afinal desde aquela fatídica época era obrigado a escutar seu amigo sendo enciumado... Merlin, se ele soubesse que aquelas crises ainda eram suportáveis, jamais teria comemorado o fim da relação de ambos.

Anthony não tinha nenhuma inteligência excepcional, mas não foi isto que o deixou abismado encarando a briga que se dava a sua frente e sim pura incredulidade. Lony tinha sido entusiasmada como sempre, nada de novo até ai; Gabriella e a sonserina nunca se toleraram, isso também não era segredo algum, mas daí a criar um quase-duelo no meio da plataforma era demais. Sim demais. Até pra ele. Ou talvez não, mas para as duas sim.

Quando finalmente a cena atingiu sua mente e fez sentido, imediatamente reagiu, trazendo para si a loira, com um simples gesto de colocar o braço ao redor da cintura da mesma e levanta-la ligeiramente no ar para que seus pés não tocassem o chão e dificultasse todo aquele ataque surpresa – o que foi sem dificuldade alguma, ela era extremamente leve, mesmo com todo o gênio. Estavam em publico e para a má sorte atingi-los e surgir algum corpo docente ali não era nada difícil.

- Cherie. – tentou chamar a atenção dela em vão, já que a loira usava todo o seu versado vocábulo ofensivo. – Esper--- - não conseguiu finalizar a frase e para sobrevivência de ambos, por sinal.

Não sabia como, mas a morena que estava ao chão finalmente tinha conseguido mirar um feitiço potencialmente perigoso e tudo que o francês fez foi se deslocar para o lado, claramente aturdido, livrando a si mesmo e sua namorada do clarão. Mas com esse gesto, seus braços se afrouxaram e a grifinoriana conseguiu sair por debaixo deles, voltando à “batalha”.

Tentaria novamente parar a briga, ao menos de um dos lados, mas seus olhos viram Sanjaya Gupta vindo que nem um leão na direção deles, ou melhor, dela. E ele podia ser grifinório, muito supostamente nobre, mas pra chegar em Gabriella ia ter que passar antes por ele.

Procurou manter a expressão o mais natural possível, ainda que tenha ganho um rosnado do indiano sobre não bater em mulheres, o sonserino não se moveu um milímetro de onde estava. Não bater não significava não prejudicar de alguma maneira. Enquanto ficava ali de parede humana, buscou na plataforma o motivo de toda aquela expressividade nata aos grifinórios e pôde ver ao longe: uma fogueira, o que colidia com os berros que se seguiram no diálogo travado “E AS MINHAS COISAS?”. Assim, ele queria uma resposta mesmo? Porque era meio óbvio que tinha virado uma pilha queimada e retorcida.

Se a situação fosse outra e o indiano não estivesse gritando com a sua namorada, até sentiria mais pena pelo estrago. Mas caramba, o feitiço tinha ricocheteado milhares de vezes em vários obstáculos antes de atingir o alvo... Digo, as bagagens. Não podia ser culpa de Gabriella que o sextanista tinha má sorte... Ou uma espécie de placa do destino escrita “Aqui ó, pode acertar”... Se ele quisesse mesmo saber a amiga dele, Anninha queiridinha Blanche que entendia dessas coisas divinatórias.

- Viu o tamanho daquilo? – ouviu a voz da loira atrás de si e girou nos calcanhares, tirando sua atenção da possível briga e vendo uma multidão de alunos ainda rindo de Dolben. Até os dispersaria com facilidade, mas o problema era que apesar da felicidade de Gabriella, o indiano não parecia nada satisfeito. – Eu sou um gênio, não sou?

Bom, ele particularmente já havia presenciado a grifinoriana armar coisas muito piores, com ele inclusive quando eram menores, e sabia que aquilo não era nem um vigésimo da genialidade dela em se tratando de potenciais inimigos. E Anthony até esboçaria um meio sorriso para a namorada, não fosse a reação de Gupta, que fez uma onda de raiva atingi-lo e permanecer ali inerte, esperando para dar o bote, que não tardaria nada por sinal.

Abriu a boca para responder, com o cenho franzido, mandando para o quinto dos infernos a calma e tranquilidade, mas foi impedido. Gabriella conhecia bem o suficiente suas reações e colocou uma mão em seu braço, como quem dizia silenciosamente que a briga era dela. E Blanche sabia que sim, inclusive a respeitava nesse quesito, mas não conseguia evitar ficar com muita raiva ou querer dar um soco no grifinoriano, por mais que tivesse plena consciência que nenhum dos dois sairia bem de uma briga.

Anthony inclusive admirava a inocência e calma de sua namorada, e até sorria deste fato como sempre, mas a falta de entendimento da outra parte, que acabava de contar com um pequeno reforço, o estava enfurecendo mais que o normal; começava seriamente a desistir da ideia de manter o silêncio e respeitar a vontade de sua namorada em ser independente. “Até porque, é lógico que você vai compensar os danos, certo?” Não que Gabriella fosse incapaz de se defender sozinha, mas ele não admitiria nem Gupta nem Burton falando assim com ela.

- Hah, compensar os danos! - é, sabe, comprar as coisas de novo, não deixar ficar no prejuízo... Aonde ficavam os corvinais quando os alunos das outras casas tinham duvidas como essa? – Compensar os danos... – isso ai rapaz! Quase ergueu o polegar, mas achou que o silêncio que sua amada pedia incluía gestos também. – Tinha coisa ali que nem era minha, lembra da pashmina do meu pai? Pois é! Tava ali. - ... O quem? Ou melhor o quê?

- Oh, Deus! A pashmina... Que dó. Eu adorava aquela pashmina. – e novamente o blablabla de pashimina. Que porcaria era “pashimina”, afinal das contas?

Pelo que ele estava entendendo era uma roupa, e tudo bem que cada um se apegava ao pedaço de pano que quisesse, pelos motivos que também quisesse. Gabriella devia ter razão inclusive (afinal ter uma pequena enciclopédia ambulante dentro de casa como irmã era muito chato), Anthony tinha certeza também de que os duendes podiam fazer qualquer coisa melhor que os bruxos em termos de artefatos. Eram só muito apegados e te perseguiam a vida toda, mas fora isso era uma beleza!

Nada contra aliás a insistência da loira no óbvio para quem a conhecia, ou seja, que ela ia pagar e honrar sua divida, mas ameaçar com advogados era demais! Foi o limite, ele não deixaria Alleborn ser esmagada por aquela dupla inusitada. A menina era inocente demais para ver a malicia e o rumo em que aquela conversa acabaria se ele não intervisse.

- Gupta, eu sinto muito, cara, mas você precisa reconhecer que não tem como ter sido proposital no meio de uma briga. – tentou ser o mais polido possível, mas não foi muito bem sucedido, seu tom saindo com mais raiva do que previa.

Puxou Gabriella mais para si em um gesto instintivo tentando tirá-la de perto daqueles dois o máximo que conseguisse. Virou-se para Adela, que normalmente era uma menina simpática e perspicaz, exceto ao que tudo parecia, é claro, quando se tratava do indiano. E adivinhem só? Ele também, que não era tão esperto ou perspicaz, ficava pior ainda quando se tratava da sua namorada.

- Mas perdão, advogados? – disse com um claro sorriso forçado - Com os Alleborn, acho melhor seus parentes conhecerem um batalhão especialista em leis alemãs e que não seja suscetível a... — Bom, era de se imaginar que a inglesa esperasse civilização da família alemã, mas eles não tinham. “Alleborn” era um nome maldito e temido em seu pais de origem, e tinha uma fama maravilhosa de torturas, corrupção e claro, finalização completa para os que não sucumbissem às suas vontades. Obviamente não queria assustar uma menina de quinto ano e seu armário enfurecido, até porque ele também estava pra poucos amigos e para acabar em uma briga não estava faltando muito não - ... Maior remuneração? - é, parecia até bem sutil, ao menos não geraria pesadelos e afins - Até porque, não precisa ir tão longe assim, Adela! – e se ela queria ameaças sutis, veladas e amáveis, disso ele entendia. Seu padrinho aliás fazia questão que sim - Nossos avós ainda estão aqui, e sabe de uma coisa? Eles também conhecem muita gente no Ministério da Magia inglês. Sua avó, inclusive, deve conhecer um inominável que tem por sobrenome Hathway – comentou com toda calma do mundo, inabalável em sua fachada, a raiva o consumindo mais ainda por ter que recorrer a isso. Odiava ter que argumentar com sobrenomes, mas se Burton precisava de garantias, ali estavam. - Posso chamá-los aqui agora e eles sacam o dinheiro em Gringotts e mandam vir seu material.

Estava pronto para iniciar a briga com Sam, quando a sonserina replicou, firme em seus ideais inabaláveis, e ele se lembrou imediatamente da própria irmã. As duas decerto se dariam bem se fossem mais próximas, por sinal. Anthony a mirou com toda incredulidade que conseguia exprimir, e não era pouca, achando muito inocente da parte dela, se realmente acreditasse nas próprias palavras. Bom, eles até poderiam ir defender a causa, ninguém falava nada sobre voltar, mas olha, quem era ele pra dizer não é?

Gabriella e Sam ao que tudo indica, resolveram voltar a gritar. Com algumas intervenções de Adela, mas ele por enquanto não se absteve de comentar mais. Eles continuavam com a doce ilusão de mandar advogados atrás dos Alleborn e o sonserino realmente daria tudo para ver o patriarca da família, Dietrich Alleborn jogando uma maldição da morte na testa de todo esse batalhão jurídico idealista e incorruptível; Anthony coçou a nuca, seus olhos procurando os avós que deviam estar observando o andar da conversa ao longe. Suas orelhas por sinal já ardiam por antecipação. Então o loiro ia acabar logo com aquilo, ia chama-los ali e o tom da conversa ia ser outro.

Girou o corpo, ainda não soltando a loira em seus braços, quando sentiu suas entranhas se remexerem com a mais pura raiva, o ódio servindo de combustível para a adrenalina que começou a correr mais rápida em suas veias. A gritaria cessara em seus ouvidos, e ele voltou sua atenção novamente para a conversa, o tom de Gabriella tinha mudado. Alguma coisa que aqueles dois temporariamente loucos tinham dito a tinha ofendido realmente. Trincou o maxilar, a linha deste visível em seu rosto. Ia sair pancadaria ali e que se danasse todo o resto, ninguém ninguém magoava sua namorada.

- Até mais, Gupta. – ela disse em um tom anormalmente quieto, dando tapinhas de uma maneira estranha no ombro do indiano, os arrastando para longe dali como se estivesse acabado de participar de uma corrida e perdido feio.

Ela deve ter entendido, mesmo em seu torpor aborrecido o porquê dele estar visivelmente transtornado. Só não saia dali porque se recusava em deixa-la sozinha naquele estado, e realmente não valia mais a pena, se ela mesma inclusive tinha desistido daquela frescura toda. Caminharam entre a aglomeração barulhenta de responsáveis (alguns nem tanto) e alunos, parando em algum ponto em que demorassem mais para ser localizados.

O olhar entristecido que a loira exibia tinha o estranho poder de fazê-lo furioso e destruir metade de suas defesas. Ela parecia perdida e vulnerável ali, muito menor do que realmente era. Pela menina Anthony ignorava a raiva ainda remanescente, conseguia inclusive dar um meio sorriso antes de receber um abraço forte vindo da mesma. E a envolveu nos próprios braços, como se assim pudesse protege-la de mais perigos que pudessem surgir, ao menos por enquanto. Tentando passar um pouco de segurança e conforto.


[off]Não foi revisado, um dia será... Acho. Só pra finalizar direitinho as ações aqui ^^[/off]
Anthony Blanche
Anthony Blanche
Aluno

Série 6º Ano

França
Age : 28
Sangue Puro

Cor : #698B69

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Mensagem por Gabriella Alleborn Seg Ago 13, 2012 10:29 pm

”O que aconteceu e avisos”:

Plataforma 9¾.
Quase 11h da manhã, pouco depois da saída prevista para o trem.

Nada, absolutamente nada do que a menina Alleborn tivesse feito a teria preparado para as palavras finais de Sanjaya Gupta. A raiva que sentia de Adela Burton, por esta ter claramente desconfiado de suas intenções, o nervosismo que sentia por estar brigando com o melhor amigo, praticamente um irmão, o cara que lhe acolhera em Hogwarts e a companheiro de quadribol... Tudo se resumira ao choque. Seus olhos, tão cinzas, não se arregalaram, mas com certeza demonstraram seus sentimentos.

O batedor deveria estar acumulando anos de mágoas para ser capaz de resumir isso em quatro palavras que a menina percebera tão nitidamente o que significavam. Porém, diferente do que a maioria das pessoas esperaria, Gabriella se conteve. Entendendo a gravidade da situação, não havia sentido espernear. Sam, afinal, havia feito uma escolha e Gabriella, por tudo que sentia sobre a amizade dos dois, respeitá-lo-ia acima de tudo.

Perguntou a si mesma se essa seria a maior demonstração de amizade que havia feito durante todos aqueles anos e concluiu que era completamente possível, embora, para fins de não deixa-lo culpado (ela o conhecia), ele jamais viria tomar conhecimento disso. Também jamais deixaria de ser querido pela garota, ela tinha certeza, mas agora ela não mais forçaria sua presença expansiva ao rapaz e ele poderia ter a paz que sempre desejara.

Permitiu-se um último gesto, para provar que havia compreendido o indiano: dando uma batinha no ombro do rapaz, resumiu sua a fala a “Até mais, Gupta”, com alguma coisa que parecia ser um sorriso educado. Chamando-o pelo sobrenome pela primeira vez na vida, ela dera as costas, puxando um extremamente enraivecido Anthony por uma mão, e seu malão, com a vassoura presa nele, pela outra.

Andara até sair das vista do grifinório e sua namorada rastejante, ignorando os avós, que provavelmente estavam atrás da menina para estourar seus tímpanos de tanta bronca. Seus avós não mereciam de jeito nenhum serem ignorados, ainda mais depois de terem-na permitido terminar sua briga sem estuporá-la ou manda-la de volta para casa, no entanto, não estava em condições de receber nenhuma negativa no momento.

Andava de cabeça quente, ignorando qualquer um, desviando como um gato dos passantes, agradecendo por Anthony ter a capacidade de acompanha-la sem problemas. Parara se supetão, quando achou que já estava satisfatoriamente distante do local da briga, virando-se para o namorado, para abraçá-lo forte. Embora este precisasse seriamente de um calmante, porque ela era capaz de sentir a raiva que o garoto sentia no momento, ela não estava em muitas condições de fazer qualquer coisa além de receber conforto. Travara todo o corpo e a mente, na tentativa de não chorar. E, por todos os deuses, como era absurdo para Gabriella Alleborn sentir vontade de chorar.

- Eu fiz uma besteira muito grande, não foi, ‘Thony? – perguntou a garota, com a voz ligeiramente trêmula, embora nenhuma lágrima estivesse descendo. Ela podia contar nos dedos quantas vezes se sentira assim por alguma travessura, e incrivelmente esta estava sendo pior que a vez que matara o pufoso da corvinal Holly, que por sinal era mais uma de suas inimigas, ex de Anthony.

Sentiu o namorado a abraçando mais forte e dando um beijinho no alto de sua cabeça, que estava enfiada no peito do rapaz. Aquilo, de alguma maneira, era tudo que ela precisava para ficar bem, mesmo que levasse algum tempo. Os braços de Anthony eram seu aconchego predileto. Não entendia muito bem os motivos, e não prestava atenção nas diversas coisas que haviam entre os dois, conectando-os – vivia apenas aproveitando o fato de que estavam vivos e, recentemente, podiam se abraçar tranquilamente.

Em seguida o loiro apoiou o queixo no mesmo lugar que havia beijado, e sua voz saiu mais baixa e controlada. A menina podia sentir o esforço que ele fazia para não permitir que sua raiva o fizesse ir lá socar Sam: estava tremendo. Ele chegara até a se meter na briga, e estava tão revoltado com Burton e Gupta pelo duplo ataque a sua moral, que a menina estava ciente do esforço descomunal que ele fazia para se manter quieto, ali. E sabia também que ele só fazia aquilo por ela.

- Não, não fez. – Respondeu o rapaz, o mais gentilmente que conseguiu. As entranhas da menina finalmente se contorceram de culpa por deixá-lo naquele estado. Mas ela não poderia permitir que ele liberasse a raiva em quem não merecia, por isso respirou fundo, buscando sua personalidade forte de volta, aquela hora soterrada no fundo de sua alma pela tristeza.

Ergueu a cabeça, ficando nas pontas dos pés, e dera um selinho um tanto mais demorado em Anthony. Quando os dois se separaram, ela exibia um sorriso fraco, mas ainda assim o suficiente para tentar confortá-lo.

- Eu estou bem, sério... Não precisa ficar assim, a Burton é uma completa idiota, mas o Sam não merece nada. – E com empurrando momentaneamente os sentimentos ruins para alguma caixa em sua cabeça, completou: – E de qualquer forma, agora não vamos nos falar mais muito. Acho que eu deveria providencia--- Epa, eles nos acharam.

A visão periférica da menina captara os avós vindo em sua direção. Afrouxara o abraço em Anthony para ficar escondida ao lado do rapaz. Sua avó parecia a mesma pessoa bondosa e compreensiva de sempre (era difícil até mais Gabriella teimar com ela), mas seu avô não fumegava tanto quando ela achava que faria. Na verdade, o sermão que se seguiu fora tão fraco que quando os dois avós deram as costas, para tentarem se despedir também de Anna e Michael, a garota estava piscando loucamente, tentando entender o que se passara.

- Eu estou com mais medo agora, do que se ele tivesse gritado. – Comentou, completamente confusa, olhando para o ponto onde as costas dos dois haviam sumido na densa névoa. – Mas, hey, você não está machucado não, né? Eu tentei me vingar por ela ter tentado te acertar, mas só saiu aquela coisa. – Um furúnculo do tamanho do universo, uma segunda bochecha, um trama que Dolben e os presentes jamais esqueceriam. Foi muito bem feito, mas o serviço não estava completo.

- Ao menos não foi a madrinha. – Respondeu o loiro com o humor brevemente sobrepondo a raiva. A titulo de curiosidade, Charlotte, sua mãe, era madrinha de Anthony. Era membro do Esquadrão de Feitiços Acidentais e já fora processada por espancar testemunhas, por conta da sua falta de paciência. Se ela era assim com desconhecidos, quando realmente se aborrecia com algo que os filhos e sobrinhos faziam... Bom, é isso aí. – Não estou, não estou. – Prosseguiu, colocando o braço em torno da sua cintura. Pela falta de costume, ou pelo excesso de amor, a menina ainda se sentia um tanto boba quando isso acontecia em momentos calmos. E eu vi que você também não ficou, apesar do que aconteceu depois. – Então franziu a testa, e forçou um sorriso. – Só não entendo o porquê do duelo ter acontecido.

- A Dolben te agarrou e disse que vocês poderiam ter uma história! Você queria que eu fizesse o que? – Rebateu, indignada. Era óbvio que ela não ia escutar aquilo calada. E não, ela não era ciumenta... Apenas não gostava de ter seu posto ameaçado. Anthony Blanche era confiável, demais pessoas, não.

Mas seu namorado sorriu, compreensivo e um pouco mais bem divertido... Devia ser muito bom para o ego ter duas garotas brigando por ele, só podia.

- A Lony? – Respondeu, deixando todo sua descrença estampada em seu rosto. – Gabriella, ela é assim mesmo, não quis dizer nada com isso; não ao menos no sentido que você achou. Além do mais, não precisa se preocupar com isso, mon couer.

Primeiro, era incrível como Anthony sempre arrumava apelidos para ela em francês, de forma que ela jamais saberia se estava sendo xingada ou não – por eliminação, considerando o amor dos dois e que nunca Anna gritara com ele, era provavelmente apelidos carinhosos. Segundo, ela jamais confiaria nas intenções de alguém que tentara separá-los antes mesmos que ficassem juntos.

- Às vezes eu te acho tão ingênuo. – Disse a menina, erguendo a sobrancelha. – Mas olha, melhor você voltar e guardar suas coisas com aqueles imbecis que você chama de amigos. – Todos na escola deveriam saber claramente que as amizades de Anthony e Michael (os dois sempre andavam juntos) eram o ódio mortal da grifinória, então ele sequer abria a boca para defende-los. – Eu vou tentar achar uma cabine pra dormir. – Seu organismo implorava por descanso depois de ser acordada após um jogo de 27h, ter tido uma luta com uma inimiga mortal e, o que mais a desgastara, uma briga com o cara que ela considerava seu melhor amigo. Se não descansasse a mente dos problemas não teria forças para muitas coisas mais.


O herdeiro dos Blanche deu uma risadinha (embora ainda estivesse longe de estar com seu humor normal).

- Vou falar com nossos avós para mandar o dinheiro do Gupta, pode deixar. – A menina agradeceu internamente seu namorado ser tão atencioso e poupá-la de um berrador-bomba. – Não é ingenuidade, é conhecimento dos meus amigos sonserinos... E aliás, é verdade, eu tenho mesmo que ir caminhando pra cabine.... Cuidado com o seu estoque de Bombas de Bosta, já sabe que a Aninha está insuportável agora com aquele broche lá.

Gabriella batera continência frente às recomendações do namorado e com outro beijo os dois se separaram. Gabriella analisou a grande plataforma coberta por uma fumaça absurdamente densa e entrou no vagão que havia atrás de si. Era a hora de achar uma cabine que estivesse particularmente isolada, para poder dormir em paz... Ou pelo menos meio em paz.

RP pode ser encerrada.
Gabriella Alleborn
Gabriella Alleborn
Aluna

Série 5º Ano

Inglaterra
Age : 27
Sangue Puro

Cor : red3 (#CD0000)

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